Não é seu filho - Capítulo 75
Justo quando havia dormido, de repente, como se tivesse desmaiado, Kalia acordou com os olhos brilhando.
— Eita, dormi muito bem.
Ahhm~
Quando saltou da cama e se espreguiçou, sentiu-se descansada.
Quando olhou a hora, sentiu-se leve, apesar de ter dormido somente umas três horas.
Assim que Kalia acordou, moveu seu corpo para cá e para lá. Talvez porque acordou depois de dormir bem, definitivamente sentia-se mais confortável ao mover-se do que ontem.
Com o pós-tratamento de Allen, parecia estar vendo o efeito mágico de fortalecer seu físico com todas as suas forças. Além disso, acreditava que os suplementos do Allen, dado o devido tempo, também eram efetivos.
Depois de beber um copo de água morna, Kalia olhou para fora de sua janela.
“E agora, o que devo fazer?”
Não podia continuar a viver no castelo do lorde.
Os membros da família que descobriram sobre Kalia e Sheyman, disseram que poderiam ficar o tempo que quisessem, mas que precisam voltar para sua casa.
“Agora que parei para pensar, fiz uma promessa a Sua Alteza.”
Voltaria quando Sheyman a encontrasse.
“…Então, deveria voltar?”
De fato, a razão pela qual havia saído da Capital foi para dar à luz ao bebê sem a interferência de ninguém.
Incluso se esse “alguém” fosse Sheyman, o pai biológico de Shasha.
Kalia decidiu deixá-lo por ganância.
Para proteger Shasha.
Para proteger a família que ela nunca teve antes.
“Mas agora eu tenho o Shasha, e até Sheyman notou.”
Insistiu que não, mas a verdade sempre é revelada no final.
Shasha tinha o seu sangue.
Já que era assim, não tinha razão para ficar.
Tinha que cumprir sua promessa com Sua Alteza.
“Shasha…”
Depois de fechar a boca por um momento, lembrou das palavras de Sheyman de novo.
Queria lembrar melhor, seu coração se acalmou e sua mente clareou.
“Mostrarei meus ciúmes vergonhosos no futuro, te implorarei e a farei olhar para mim. Até que você confie em mim, até que confie no meu amor… Até que me torne uma pessoa que possa ser seu esposo. Até ser reconhecido como pai do meu filho.”
Sheyman disse que queria ser seu esposo, amante e pai de Shasha.
Parecia que Sheyman demonstrou sinceridade.
Parecia sincero e verdadeiro.
— E… falou que me amava.
Isso também deveria ser sincero e verdadeiro.
Mais uma vez, seu rosto esquentou.
Seu coração que havia se acalmado, saltou, causando problemas novamente.
Era a primeira vez que recebia uma declaração tão sincera.
Ainda mais, de Sheyman, de quem ela nunca esperava.
Ela odiou? Não foi isso.
Não odiou a declaração e o beijo dele foi doce.
Para ser honesta, o beijo de Sheyman foi extasiante.
O suficiente para ela continuar a beijá-lo.
“Então, eu também gosto do Sheyman?”
Kalia não tinha certeza disso.
Para Kalia, o sentimento em si, de amar alguém, era muito estranho e complicado.
Sheyman também o era.
Poderia dar certo isso? Ela e Sheyman se amarem?
Quando pensava nisso, sua cabeça doía de maneira estranha e seu peito ficava pesado.
A cabeça doía como se alguém estivesse a martelando.
— … Mas é só uma questão de tempo até que Sheyman siga em frente.
Kalia coçou sua bochecha e ficou sem graça.
Se ele sussurrasse com uma voz doce na sua frente, com seus olhos dourados, parecia que esses sentimentos amorosos surgiriam sem dificuldades.
Bem, quem não passaria por isso? Um homem com a beleza de Sheyman poderia seduzir facilmente uma ou duas pessoas.
Era ainda mais perigoso se sua conversa dura e sua personalidade irregular se tornassem gentis.
Como se ela fosse se levantar e agir de forma fofa só com um toque de sua mão, Kalia não sabia como tratar Sheyman.
— Aham.
Kalia, que bagunçou seu longo cabelo, soltou um riso como se quisesse parar de pensar nele.
— Bem, de alguma maneira se resolverá.
Primeiro, deveria voltar para a Capital.
E tinha que colocar oficialmente Shasha em seu registro familiar, e tinha que dizer à Sua Alteza.
E …
— Oh, meu Deus!
— Uau!
Foi então que ouviu uma exclamação do quarto ao lado.
“O que aconteceu?”
Kalia, que aguçou a audição, pulou com as exclamações que soavam uma após a outra e caminhou para o quarto de Shasha.
***
— Uau, é incrível! Nunca havia visto um móbile como este!
— Ahh! Como pode isso ser um móbile? …Durará por muito tempo. Este é o tipo de móbile que os magos fazem?
— Oh, olhe isso! Shasha também gostou.
Diante do barulho, Kalia colocou a cabeça para dentro e olhou. Três pessoas se espremiam ao redor do berço.
Duas delas eram Hemming e a babá, mas a outra, era uma pessoa inesperada.
“O que Sheyman está fazendo aí?”
Ao contrário de Hemming e da babá, que estavam coladas ao berço do bebê e olhando algo, um sorriso muito satisfeito se formou no rosto de Sheyman, que deu um passo para trás, com os braços cruzados.
Se perguntou o que diabos estava acontecendo, assim que olhou de perto, algo brilhou no berço.
“O que é isso?”
Quando estava prestes a olhar mais próximo as redondezas, ela fez contato visual com Sheyman, que virou sua cabeça.
Olhou a Kalia e transformou seu lento sorriso em um tão brilhante quanto a luz do sol.
— Kalia.
Quando a chamou, com uma voz lânguida e baixa com seu sorriso deslumbrante, ela se arrepiou toda.
Se aproximou, agarrou a mão de Kalia e a aproximou do berço do bebê.
— Olhe isso. Eu que o fiz.
— O que é isso?
Hemming estava emocionada e explicou primeiro para Kalia, que balançava a cabeça:
— É um móbile! Um móbile! É colocado quando os bebês dormem ou quando brincam sozinhos. Normalmente só se pendura aqui…
— É incrível que saia uma canção, sai este efeito de ilusão, esta luz e o som esteja controlado.
Sheyman havia feito o móbile?
Quando viu o móbile pendurado no berço do bebê, era um objeto realmente interessante.
A magia que se saía do final da longa varinha da jóia azul se apoderou da visão do bebê.
Como se reproduzisse o céu noturno, uma linda constelação tilintava sob um fundo preto.
— Esta é a reprodução da constelação do dia em que Shasha nasceu. E quando aperta esse botão, as estrelas se movem, criando um canal.
Quando pressionou o botão, as estrelas formaram um rio sob a cabeça do bebê.
Quando voltou a pressionar o botão neste estado, saíram figuras pretas tridimensionais e dançaram.
— Fiz uma reprodução em branco e preto porque só consegue ver assim, mas quando aperto o botão amarelo próximo de mim, a cor se espalha.
Quando apertou o botão amarelo da joia, a cor começou a se espalhar na imagem sob a cabeça do bebê, igual à tinta se espalhando em uma pintura.
Quando Sheyman apertou outro botão, uma canção saiu.
— Coloquei a canção de ninar das estrelas, do poeta Normando, que costuma ser usada como canção de ninar para bebês, e minha dança do sol favorita como música de fundo. Se houver alguma música que queira colocar, Kalia, eu a mudo.
Kalia ficou hipnotizada com alguns botões de jóia e um brinquedo incrível feito de gravetos.
— Oh, e esta fagulha que se espalha quando o móbile gira é uma leve magia que dá uma sensação de estabilidade mental. É similar a uma benção criada pelo poder divino, mas é só uma imitação, por isso o efeito não será muito bom.
Depois da explicação final, Sheyman olhou Kalia e perguntou com os olhos deslumbrados. Seus olhos estavam cheios de orgulho, assim como os de Kalia
— O que acha, Kalia?
Kalia, que se surpreendeu o suficiente para ficar muda por um momento, não pôde responder rapidamente.
Era realmente genial, e se sentia estranha pela sinceridade de Sheyman ao fazer este magnífico item para Shasha.
Era comovente mesmo em meio à confusão, mas era meio esquisito se comover tanto.
No entanto, precisava responder com sinceridade, não é?
Kalia, que estava contemplando, falou com sinceridade:
— É incrível.
Por mais estranho que fosse o momento, todos olharam Kalia com um olhar inquisidor.
Não só Sheyman, mas também Hemming e a babá.
— Isso é tudo?
— …Hã
“Por que todos me olham como se fosse um objeto inanimado?”
Kalia arregalou os olhos envergonhada e Sheyman suspirou abertamente.
— Ahhh.
Depois de um breve suspiro, passou a mão por seu cabelo prateado que estava caindo com um toque seco.
A brilhante luz do sol, que acabava de chegar ao meio-dia, brilhava nas pontas de seu cabelo.
Olhou a Kalia como se estivesse chocado e tentou dizer algo, mas logo fechou a boca e negou com a cabeça.
— Não, tudo bem… Não é nada.
Os ombros de Sheyman caíram, como se o que dissesse não fosse certo.
Kalia voltou a sentir-se envergonhada.
Parecia ser a primeira vez que ficava mal-humorado.
“Disse algo ruim?”
Kalia, com um olhar perdido, tentou pedir ajuda a Hemming, que estava atrás dele.
“Elogios! Elogios! Faça mais elogios!”
À princípio, entendeu a palavra “elogios” de todas as palavras que tentava palavrear.
“Lhe fazer mais elogios? Como?”
Hemming sacudiu a mão no ar como se estivesse frustrada com Kalia, que estava perdida.
Sua opinião de “Mais! Muito mais! Mais!” não conseguia chegar em Kalia. Duvidava que estava transmitindo esse significado.
Até a babá interveio, pois não conseguiu ficar calada.
Agarrou a mão de Hemming e coçou a cabeça, com a intenção de lhe dizer que deveria elogiá-lo mais.
“Ha.”
Só então parecia que Kalia entendeu algo.
Ela fixou seu olhar em Sheyman e acariciou o cabelo lustroso de Sheyman, que parecia insatisfeito.
Suavidade como a da seda tocou levemente sua palma da mão.
Acariciou o cabelo brilhante de Sheyman com sinceridade.
Surpreso, Sheyman olhou para cima e olhou para a Kalia.
— O que está fazendo?
— … Parabéns?
— Hã?
Sheyman sorriu como se estivesse espantado.
No entanto, Kalia continuou afagando o cabelo de Sheyman, olhando-o.
— Muito obrigada por fazer o móbile.
Sheyman, que estava sorrindo, pegou a mão de Kalia, que acariciava sua cabeça, e a puxou para baixo.
Os lábios de Sheyman tocaram ligeiramente o interior de sua palma.
— Obrigado pelo elogio.
Sua voz sussurrante se tornou uma cócega e estimulou sua palma.
Sheyman encostou seus lábios mais uma vez contra sua palma, pressionando-os e movendo-os.
— …Sinto-me muito orgulhoso.
O olhar fixo em Kalia, e esse sorriso através de seus olhos estreitados era muito perigoso.
Tradução: Kaon.
Revisão: Michi.
(N/T.: Este capítulo foi patrocinado pela marca de shampoo do Sheyman kkkkkk)