Como esconder o filho do imperador - Capítulo 85
Theor mordeu o lábio para conter as lágrimas.
Vendo a situação, ele percebeu que devia ter sido sequestrado por essas pessoas.
Sabia o que era um sequestro, já que viu isso em contos de fadas e peças de teatro.
‘É quando pessoas más estão tentando pegar crianças pequenas e mulheres.’
Ele sabia muito sobre isso, mas não sabia o que aconteceria a seguir.
Theor entendia até certo ponto, já que nos contos de fadas, alguém vinha resgatar a vítima do sequestro, mas a realidade e o conto de fadas eram diferentes.
‘Mas para onde vamos agora?’
A carruagem continuou correndo rápido.
Ele perguntou para onde iriam, mas os homens à sua frente pareciam não se importar.
‘Onde está o vovô?’
Ele percebeu que não via o avô desde que entrou no armário na noite passada.
O barulho violento que se ouvia do lado de fora do armário também voltou a sua memória.
‘O vovô está ferido?’
Ele estava com medo de pensar que seu avô foi ferido, mais do que no sequestro.
─ Snif, snif…
Theor começou a gemer e chorar.
O homem da frente se irritou ao ver Theor chorando.
─ Não chore. Eu odeio crianças chorando.
Era o homem que falou com Theor no início.
Theor segurou as lágrimas. O outro homem, que estava sentado, reclamou com o colega, deixando de observar a estrada para observar Theor.
─ Não seja rude, ele é um jovem mestre importante.
Ele abriu a gaveta da carruagem e tirou uma pequena bolsa que estava dentro dela.
Dentro do saco de papel, havia um biscoito do tamanho de uma mordida.
Havia um cheiro de manteiga salgada.
─ Vou te dar isso, então não chore.
Theor olhou para o biscoito com lágrimas nos olhos.
Não estava em uma situação em que queria comer biscoitos ou qualquer coisa, mas ele aprendeu a não rejeitar presentes de adultos.
Theor conseguiu parar de chorar, e recebeu o biscoito do outro.
E curvou-se educadamente.
─ Obrigado.
─ Não há de quê.
Theor, que agradeceu ao homem, olhou para cima e para ele. Parecia mais velho que o outro homem.
Seus olhos eram mais gentis do que os do outro homem, que o seguia levantando a voz.
No momento em que seus olhos se encontraram, os olhos do homem se arregalaram e abriram surpresos.
─ Você…
─ Sim?
O homem agarrou os ombros de Theor e puxou-o para si.
Então ele olhou nos olhos de Theor com uma expressão de surpresa.
Ele viu o rosto do homem a uma curta distância e seus olhos tremeram de surpresa.
Theor não entendeu porque ele ficou surpreso ao vê-lo.
Theor, que estava piscando, percebeu tarde demais. Que não lhe deram o remédio para mudar a cor dos olhos na noite passada.
* * *
A pesada porta do escritório se abriu.
O duque de Reston, sentado em seu escritório, franziu a testa para o filho, que entrou sem bater.
─ O que está acontecendo?
─ Você sabe o que está acontecendo e mesmo assim ainda pergunta?
Fritz olhou para o pai com um olhar desdenhoso.
─ Mandou atacar meu avô e levou Theor?
O duque olhou para o filho com um olhar curioso.
Os homens que ele havia enviado para trazer a criança ainda não voltaram para a capital.
Foi um pouco surpreendente como Fritz, que não deixou a capital, sabia de tudo.
‘Ele tentou trazer a criança também?’
Fritz estava desconfortável porque não podia ajudar Astella, então o duque adivinhou que ele estava tentando pegar a criança e protegê-la.
‘Deve ter deixado eles escaparem por pouco, vendo como está com raiva.’
O duque fingiu não saber, sem muita emoção.
─ Não sei do que está falando.
Embora esperasse tal atitude, Fritz ficou muito zangado quando viu seu pai negando tão descaradamente. Ele reprimiu a ideia de xingar.
─ Sei que foi você, pai.
O Duque perguntou, encostando-se calmamente no espaldar da cadeira.
─ Tem provas?
─ Meu avô me disse que viu seus subordinados.
Astella chamou secretamente Fritz e pediu-lhe para proteger Theor.
Fritz enviou seus cavaleiros para o leste a pedido de Astella. Ele ordenou que Theor e seu avô fossem escoltados para casa, e para ficar de olho neles até que ele os chamasse novamente, depois que Astella voltasse para casa.
Mas seus homens estavam atrasados por uma pequena diferença.
Quando os encontraram, Theor já havia sido capturado pelos sequestradores.
Seu avô foi atacado, ferido e largado desmaiado na pousada. Felizmente não ficou gravemente ferido.
Seu avô garantiu que as pessoas enviadas fossem os verdadeiros cavaleiros de Fritz, e ao perceber que não eram, disse a ele quem o havia atacado.
Seus rostos estavam cobertos com máscaras, mas era definitivamente gente do duque.
─ Deve ter visto errado.
O Duque rebateu seu filho com um sorriso relaxado.
─ Seu avô não pisava no ducado há muitos anos, então como distinguiria o pessoal da nossa família? Deve tê-los confundido com alguém mais.
─ Meus homens investigaram e descobriram que definitivamente havia pessoas da casa Reston perto da pousada.
─ Meus homens são livres para ir a qualquer lugar, irá julgá-los só porque estavam perto?
─ Pai, não estou aqui para brincar.
Fritz conteve sua raiva.
─ Meu avô está ferido e Theor está desaparecido. Onde está Theor?
Fritz sentiu vergonha de si mesmo.
‘Astella me pediu ajuda.’
Após o baile no palácio, Astella foi trancada em uma mansão e não poderia sair.
No dia do baile, Astella revelou que era a mãe biológica de Theor. Agora, Astella era a filha de um duque que deu à luz um filho ilegítimo e o rumor estava na boca de inúmeras pessoas.
Felizmente, Theor e seu avô tinham deixado a capital primeiro. Desesperada, Astella chamou Fritz e pediu que ele os acompanhasse até chegar em casa com segurança.
Foi a primeira vez que Astella pediu ajuda diretamente a ele. Realmente queria ajudar.
‘Mas não pude nem mesmo fazer isso. Sou patético.’
Ele não podia acreditar que não pôde atender ao pedido sincero de sua única irmã. Ele realmente era um irmão patético.
Até seu avô, o Marquês Calenberg, ficou ferido no ataque.
Fritz, que se culpava, agora decidiu encontrar o pequeno Theor e levá-lo para Astella.
─ Pai. Por favor, diga-me onde está Theor.
O Duque continuou a fingir.
─ Bem, não importa quantas vezes me pergunte, eu não sei onde está esse bastardo.
─ Pode dizer isso na frente de Sua Majestade?
─ O que quer dizer?
─ Sua Majestade enviou os seus Cavaleiros para o leste para encontrar Theor.
Segundo os relatos de seus homens, os cavaleiros do imperador chegaram pouco antes de ele sair.
O avô materno temia que isso causasse problemas para Fritz, e ele rapidamente enviou seus homens de volta à capital.
Não foi até que ele ouviu que o imperador havia enviado os seus cavaleiros que o sorriso atrevido do Duque desapareceu.
─ Por que o Imperador está procurando por ele?
─ Como eu saberia disso?
O Duque ficou perdido em pensamentos por um momento.
Ele parecia se perguntar qual era o motivo oculto do imperador. Mas a preocupação não durou muito. O duque riu novamente.
─ Não importa o que o Imperador diga, eu não sei. Não importa o quanto me pergunte, não posso ter uma criança que nunca vi antes.
Fritz parou de falar com o pai. Era inútil falar mais.
─ Entendo.
Ele lançou um olhar desdenhoso para o Duque e declarou friamente.
─ Encontrarei a criança sozinho.
Fritz já havia vasculhado cada canto da mansão e visitado a casa de férias de seu pai.
Mas Theor não estava em lugar nenhum.
Talvez ainda não o tenham trazido para a capital. Não, seu pai certamente traria Theor para a capital.
Theor era a chave para chantagear Astella. Ele tentaria manter a criança por perto.
Se ele observasse seu pai de perto e mantivesse um olho na mansão, ele encontraria o menino.
Fritz não se despediu do pai, apenas saiu pela porta.
Ele voltou para o lado oeste de sua residência e deu uma ordem aos cavaleiros.
─ Fiquem de olho nesta mansão e também observem os movimentos de meu pai. Estejam cientes de onde e com quem ele está.
* * *
Assim que Fritz fechou a porta, o sorriso desapareceu do rosto do Duque Reston.
O Duque, que permaneceu no escritório, percebeu o que ele estava pensando, seu filho e estalou a língua para dentro.
‘Ele vai me espionar ‘
Fritz era seu filho e herdeiro da família.
Naturalmente, o casarão e as demais vilas da capital também eram de seu conhecimento.
O comportamento do seu sogro também devia ser considerado. Se ele o observasse dia e noite, pensou que poderia descobrir em algum momento.
Agora o pai acabou sendo uma pessoa monitorada pelo próprio filho, um absurdo.
‘Você acha que pode me vencer ao fazer isso?’
O duque sentiu que seu filho ainda era uma criança pequena que não podia bater em seus pais. Ele zombou da ameaça do filho.
‘Mas o imperador o está procurando…’