Como esconder o filho do imperador - Capítulo 86
A ameaça de Fritz era ridícula, mas Kaizen era perigoso.
‘Nunca pensei que o’imperador estaria tão interessado no menino ilegítimo.’
Kaizen estava louco por Astella.
Para Kaizen, o menino ilegítimo de Astella deveria ser uma pedra no seu sapato, então o duque pensou que não lhe importaria se desaparecesse ou não.
Quando o Duque escutou que o menino e o Marquês tinham ido de volta para o interior e que Kaizen não fez nada, acreditou que o Imperador estava tentando manter o filho de Astella longe.
‘Se Astella não o obedecer, ele também pode tentar sequestrá-lo para ameaçá-la.’
Se perguntava se Kaizen também estava buscando ao menino com algum propósito similar ao dele mesmo.
‘Isso é um desastre. O que devo fazer agora?’
Ele se levantou do seu assento e se dirigiu para o seu quarto.
— Não me incomodem, estou pensando em descansar um pouco.
O duque deu a estrita ordem para o mordomo e entrou no quarto.
O quarto do Duque era tão exuberante como o quarto do Imperador no Palácio Imperial.
A parede azul claro estava decorada com jade branco e elegantes arbustos decorativos.
O duque pressionou as pétalas brancas que se sobressaiam debaixo dos arbustos com a mão. E apareceu uma rachadura na parede. Era uma parede oculta.
O Duque já havia ensinado a Fritz, seu sucessor, sobre os assuntos familiares, mas não lhe havia contado todos os segredos que guardava.
Essa passagem secreta, através de seu dormitório, foi uma das coisas que ele não contou ao seu filho. Lhe ensinou todas as outras passagens secretas exceto essa. O duque entrou pela porta e desceu as escadas.
Ao descer as escadas e passar pela passagem escura, viu uma porta no muro de pedra.
Este era um quarto secreto e privado que nunca tinha contado a ninguém, exceto um dos seus ajudantes mais confiáveis. Quando bateu na porta, saiu o mercenário que esperava ali dentro.
— Duque.
— Sim, trouxe o menino?
Ele acabara de receber o informe de que já tinham chegado. Lhe tomou um momento se ocupar do resto do trabalho e entreter a Fritz.
— Sim, o trouxe, mas…
A cara abatida do mercenário e suas palavras trêmulas delataram sua preocupação.
— O que foi? Algo está errado com o menino?
Estava preocupado se o tinham machucado ou se o menino ficou doente no caminho até ali. Não lhe importava se ele morresse ou não, mas Kaizen agora o estava procurando, assim que lhe convinha que o menino não morresse.
O mercenário duvidou por um momento e disse:
— Duque, necessita vê-lo imediatamente.
* * *
Theor foi confinado em um quarto escuro e estreito. Não importava o quando olhava ao seu redor, não tinha saída. Havia uma pequena porta de madeira, mas estava bem fechada e não se movia.
Theor chegou a esse lugar estranho depois de uma longa viagem na carruagem com homens estranhos.
Não sabia onde estava, e só se lembrava de ter visto uma grande mansão. Assim que desceu da carruagem, os homens o conduziram para o subterrâneo
E agora estava trancado nesse pequeno quarto.
‘Que lugar é esse? Estou debaixo da terra?’
Não sabia se era de noite ou de dia, já que não tinha janelas.
O homem que trouxe Theor lhe pediu amavelmente que esperasse ali.
— Jovem mestre, por favor espere aqui por um momento. Voltarei com o Duque.
Theor não sabia de quem ele estava falando.
Pensou por um momento para ver se alguma vez havia conhecido alguém com esse nome, mas nenhuma das pessoas que Theor conhecia se chamavam “Duque”.
O estranho deixou Theor ali, dizendo que traria outro estranho. Era uma situação assustadora o suficiente, mas Theor não tinha muito medo.
Se assustou quando descobriu que tinha sido sequestrado. Inclusive chorou de medo.
Mas os homens estranhos que sequestraram Theor o cuidaram muito bem durante toda a viagem até aqui.
Theor também recuperou certa estabilidade com sua atitude amável e amigável. Ele levantou a mão e tocou os olhos.
Quando descobriram seus olhos vermelhos, ele pensou que aconteceria algo grave.
‘Minha mãe disse que os olhos vermelhos eram tão preciosos que estaria em problemas se todos descobrissem.’
Mas os homens estranhos que estavam com ele olharam os olhos vermelhos e se negaram a machucar Theor. Ao contrário, o estranho homem entregou um biscoito para Theor e foi muito cuidadoso com ele desde que viu seus olhos vermelhos.
Depois que desceu da carruagem, chegou e encontrou uma cama confortável e inclusive o deram para comer uma comida deliciosa. Theor notou que a mudança repentina na atitude dos homens se devia aos seus olhos. Porque o outro homem, que o estava incomodando antes, se tornou surpreendente amável desde que viu a cor natural dos olhos de Theor.
Ele era jovem, mas compreendia a situação.
Foi sequestrado. Não importa quão amável fossem os homens, só eram sequestradores.
‘Tenho que fugir.’
Não sabia para onde ir… Mas tinha que fugir de qualquer maneira. Theor olhou ao redor do quarto, assim que o homem desapareceu.
Tinha que ter alguma saída. Mas Theor não sabia aonde ainda.
A porta estava bem fechada e não tinha janelas. Havia um pequeno sino na parede para chamar as pessoas. Também tinha uma sino assim na casa de Theor.
Ao puxar a corda no quarto, saia um som na cozinha, claro e alto.
Theor tentou tocar o sino, mas era muito alto para alguém como ele alcançar…
Agora Theor olhava ao redor do quarto, para saber se tinha algum buraco na parede.
E então a porta se abriu com um click. O homem que trouxe Theor entrou.
— Aqui está wlw.
Detrás dele estava um estranho.
Era um homem com cabelo loiro claro, parecia muito mais velho que outros como o Imperador e Velian.
O homem era magro, com o cabelo curto e loiro, tinha um penteado impecável e levava um monóculo no olho.
Essa pessoa parecia nobre de alto status, pensou Theor, enquanto observava o homem.
Quando estava em casa, ele não sabia que se usava roupa diferente dependendo da posição social. Quando conheceu a Sua Majestade e conforme viajavam de um lugar para outro, Theor descobriu que a alta nobreza vestia roupa elegante e colorida.
O conde Velian sempre usava roupa bonita e Lyndon também, o cavaleiro comandante.
O homem na frente dele agora usava uma roupa muito melhor do que a de Velian ou Lyndon. E ele se aproximou de Theor com um olhar consternado.
— Esse é o filho de Astella?
— Sim, é ele, Duque.
O homem que trouxe Theor, respondeu ao homem de cabelo loiro platinado.
‘Esse senhor conhece minha mãe?’
O homem de cabelo loiro platinado olhou Theor e de repente o segurou pelo pescoço e o puxou para si.
— Ah!
Theor lutou contra a dor. O homem de cabelo platinado, irritado, puxou o corpo de Theor para perto dele.
— Fique quieto!
Seu corpo flutuava no ar, sendo segurado pelo pescoço. Theor gemeu, porque sentia dificuldade de respirar.
— Abra seus olhos.
Com a voz nervosa, Theor abriu os olhos com um fôlego. Pôde ver o rosto do homem, perto o suficiente para sentir seu hálito.
— Haha…
Ele olhou os olhos de Theor durante muito tempo e soltou uma gargalhada.
Logo soltou a mão que segurava Theor, fazendo com que o menino caísse no chão.
O sorriso satisfeito do homem se escutou sobre sua cabeça.
— Sim, isso mesmo. Minha filha não ia dar a luz a um pequeno bastardo.
Theor não podia entender do que ele estava falando.
Nesse momento, escutou a campainha na parede do quarto secreto. O homem de cabelo platinado murmurou ao ouvir a campainha.
— O mordomo tem pressa em me encontrar.
Ele ordenou ao homem que trouxe Theor.
— Mantenha o menino aqui por um tempo. Estarei de volta em um minuto.
* * *
Lyndon estava sendo guiado pelo mordomo até o salão do Duque.
Os homens que vieram com ele estavam esperando sua ordem, ocupando o corredor desde a porta da mansão até o salão.
Rodaram a mansão do Duque dessa maneira para encontrar o menino desaparecido. Era seu dever recuperar o menino e devolvê-lo à Astella.
Lyndon sentiu pena por ela. Não pôde acreditar que Theor fosse seu filho.
Ele também ficou surpreso ao escutar isso. Estava mais além da sua imaginação. Mas logo teve simpatia por Astella.
A pobre dama que antes tinha vivido poderosamente, tinha perdido tudo e agora criava um filho sozinha.
A triste realidade invocava pena mais do que o desprezo.
E agora que a presença de Theor era ridicularizada pelas pessoas, ele sentia ainda mais pena por Astella. Queria recuperar Theor rapidamente e devolvê-lo aos braços dela.
— Oh, é você.
Lyndon se reuniu com o duque de Reston, o pai de Astella, no salão.
Lyndon também irritava a esse nobre de meia idade. O Duque sorriu alegremente e lhe perguntou.
— Por que veio à minha mansão?
— Estou aqui para levar o mestre Theor.
— A quem…?
O duque parecia perplexo, como se nunca tivesse ouvido falar esse nome. Mas Lyndon não se enganou com ele.
— Sei que foi você.Tenho evidências.
— Não sabia que tinha tantas pessoas interessadas em mim.
Lyndon se aproximou dele e lhe dirigiu um olhar ameaçador.
— Sequestro é um delito grave.
O duque respondeu lentamente.
— Está dizendo que está errado que um avô busque o seu neto?
— Não importa que parentesco tenha, é sequestro invadir e afastá-lo de seu tutor à força.
Lyndon disse, revidando o seu oponente tão teimoso.
— Sua Majestade, o Imperador, me ordenou que o trouxesse a ele. Agora diga-me: onde está o jovem mestre Theor?