Não é seu filho - Capítulo 85
A bochecha de Sheyman tocaram mãos, calejadas e ásperas.
Como se não conseguisse resistir, ele beijou suas mãos cheia de cicatrizes.
Não havia como a Kalia saber o que tinha de tão bom em suas mãos feias e porque ele continuava a beijá-las.
O que era certo, porém, é que ela não odiava o sentimento.
Parecia que ele beijava a verdadeira Kalia, escondida atrás da grande figura chamada de “General Kalia”.
Bem, quem no mundo senão o Sheyman trataria a Kalia como ela mesmo?
Pensando assim, Kalia sentiu que a presença na sua frente era mais amável.
Também era surpreendente sentir que Sheyman era amável.
— Quando raios você se apaixonou por mim?
— Foi a tanto tempo que ficaria surpresa.
— O quê? Por que não me contou antes?
Sheyman sorriu.
— Você queria que eu dissesse isso durante a guerra? E se minhas palavras te distraíssem e você se machucasse?
— Oh!
Kalia ficou surpresa com as palavras de Sheyman, pois ele pensou em coisas que ela nem imaginava.
Kalia iria querer se expressar com todas as suas forças…
— Isso é incrível.
— Então, essa é a resposta?
— O quê?
— Por que não me falou para não rir? Isso é de quebrar o coração.
— Oh, isso…
Depois de hesitar por um momento, Kalia falou francamente.
Como ela decidiu ser honesta com o Sheyman, ela queria descobrir seus sentimentos enquanto eles se encontravam.
— É estranho. Quando você sorri assim, parece que vou enlouquecer.
Foi Sheyman que se impressionou com as inesperadas palavras sinceras de Kalia.
Vendo ele arregalar seus olhos até que suas pupilas douradas pudessem ser vistas, Kalia adicionou, um pouco mais ousada.
— Você fica tão belo quando sorri de repente. Claro, seu rosto sempre foi bonito, mas agora aqui fica coçando quando você sorri.
Kalia, que estava falando calmamente, apontou para um canto de seu peito com sua mão.
Na hora que o tenso Sheyman ia mexer seus trêmulos lábios.
Toc, Toc, Toc.
Alguém bateu na porta do quarto em que havia só duas pessoas.
*****
— Eu trouxe uma pomada para assadura já que o bumbum de Shasha está assado.
Allen, que estava rindo por dentro, parou por um momento quando viu que Sheyman já estava sentado dentro do quarto.
“Sheyman já está aqui. Mas o que aconteceu para ele ter esse olhar tão frio?”
“Devo ter atrapalhado de alguma forma.”
Mas não tinha como Allen saber que ele estava alí.
E Allen estava orgulhoso de estar alí em uma tarefa muito importante.
Proteger o bumbum de Shasha.
Era o dever sagrado de Allen, que nenhum grande feiticeiro poderia impedir.
— Sheyman estava aqui também.
Allen o cumprimentou-o o mais frio possível e virou-se imediatamente para a Kalia.
— Pode passar aqui. É importante para que ela seja absorvida e não endureça.
— A babá falou que era um talco, mas é uma pomada.
— Eu prefiro a pomada do que o talco. O talco, que é muito utilizado no mercado, resseca a pele.
— Oh, obrigada, Allen. Você falou que quando é recém-nascido deve ser trocado sempre, não é? Minha pele é seca…. Que bom. Vou trocá-lo agora.
Kalia se aproximou do berço de Shasha com a pomada que Allen lhe deu.
Allen se aproximou dela com uma mão estabanada para desatar os cobertores de Shasha.
— Como já estou aqui, vou trocá-lo. Tente sozinha à noite, Kalia.
— Não, posso fazê-lo. Preciso fazer sempre para me acostumar.
— Mesmo assim,
Uma grande sombra pairou sobre as costas dos dois que discutiam sobre quem deveria trocar a fralda do bebê.
— Bem,
Sheyman, que se aproximou, limpou a garganta e falou cautelosamente para Kalia.
— Por que eu não tento?
— O quê?
— Gostaria de fazer isso por você… Por que não me deixa tentar, Kalia?
— Huh.
O rosto de Allen se enrijeceu imediatamente e ele olhou para Sheyman.
Ele correu para o quarto para trocar a fralda de Shasha, por isso não conseguia acreditar que teria isso roubado.
— Eu queria trocar a fralda para você. Eu, eu…
Allen olhou para Kalia com uma expressão triste, mas não tinha como ela saber o significado de seu olhar.
— Bem.
Ela hesitou por um momento antes de entregar a pomada e a fralda para Sheyman.
— Tudo bem, tente, mas seja cuidadoso. Bebês são tão pequenos que podem quebrar ao tocar.
— Com quem você está preocupada? Eu não sou forte o bastante para quebrar uma cadeira com uma das mãos, Kalia.
Sheyman respondeu com uma expressão animada. Seu rosto estava cheio de felicidade.
Ele abriu a fralda com um gesto bem habilidoso até aos olhos de Kalia.
O bebê parecia mais confortável do que quando Kalia o trocava.
Ela olhou para Sheyman , admirada, e ele falou confiante.
— Na verdade, eu aprendi com a Hemming e a babá ontem.
Shasha balançou seus pequenos braços e pernas, talvez porque a fralda que acabara de tirar estava fria.
O rosto sorridente do bebê era tão adorável, que os rostos dos três adultos, que o assistiam, ficaram relaxados.
Sheyman passou a pomada meticulosamente no bumbum do bebê e colocou uma nova fralda sobre ele.
De repente, Sheyman olhou para as pernas do bebê com uma expressão séria.
E ficou assim por alguns segundos.
— O que há de errado com ele?
Kalia ficou curiosa com o que o fez olhar tão sério, e olhou sobre os ombros de Sheyman.
As suas coxas e a pele branca entre elas apareceram sob a luz do sol.
Então, Kalia viu….
A voz de Sheyman soou nos seus ouvidos enquanto ela olhava observava.
— Bem, ele é meu filho.
— …O quê?
“Hum, por que está tão feliz?”
*****
Depois disso, Sheyman continuou a perseguir as fraldas de Shasha com um olho de águia.
Ele mesmo avisava sempre que tinha tempo de trocá-las e, mesmo que Kalia estivesse fora porque Shasha estava dormindo, ele ia sozinho trocá-las.
Um dia, Kalia quase desmaiou quando o viu com o bebê no colo e segurando a mamadeira com a boca.
— O senhor Sheyman deve cuidar bem do bebê. Shasha também parece se sentir melhor quando ele o segura.
— Não parecia, mas ele realmente gosta de bebês. Você será lindo, não é? Shasha?
Hemming e a babá saíram primeiro, elogiando o Sheyman.
Quando Kalia os viu, ela também sentiu que Sheyman era melhor do que ela cuidando do bebê.
Às vezes, ela ficava perplexa, porque o perfeccionista dominou cuidar do bebê.
Infelizmente, por um lado, ela ficou impressionada com a adoração de Sheyman a Shasha, por outro, ficou desconfiada.
“Sheyman, certamente, não parecia gostar de bebês.”
Ela olhou de relance para Sheyman, que caminhava com ela.
Eles estavam a caminho da sala de recepção do castelo, onde o portal de comunicação estava localizado.
Era para colocar em dia a comunicação que foi adiada.
Sheyman olhou para ela, como se sentisse seu olhar.
“Por quê?”
Kalia sentiu um arrepio quando ele inclinou a cabeça, como se fosse lhe perguntar algo em voz baixa.
“Ele era alguém que conseguia falar tão docemente?”
Quanto mais ela o conhecia, mais se impressionava com as mudanças de Sheyman.
O que era mais surpreendente, no entanto, era que ela gradualmente se acostumou com essas mudanças.
Kalia perguntou a pergunta que lhe incomodava, admirando sua adaptabilidade tanto quanto as mudanças de Sheyman.
— Até onde eu sei, você não gostava de crianças.
— Eu?
— Você odiava ver crianças por perto. Não se lembra que não conseguia se aproximar das crianças quando as ouvia?
Sheyman, levantou uma sobrancelha e olhou para frente com um “hummm”.
Como se estivesse procurando algo para falar, ele ficou sem palavras por um momento, antes de falar a verdade em uma voz calma.
— Se os bebês estivessem aqui, ficaria olhando-os fixamente. Se eu tivesse um bebê, eu ficaria compenetrado o observando… Como que eu deveria olhá-los?
Kalia parou com o comentário inesperado.
— O que isso significa?
Sheyman quebrou o contato visual e riu.
“Eu te amava desde aqueles tempos.”
— …..
— Eu não me esqueci de me sentir vazio ao ver que a mulher que eu amo não poderia tê-los.
Oh, Kalia não sabia explicar o que estava sentindo.
Ela se sentiu sufocada com o estranho sentimento que a estava inundando.
Sheyman parado com suas costas contra a janela era algo tão aconchegante que ela naturalmente queria fechar os olhos.
“Desde quanto você me via dessa forma?”
O seu coração era maior do que ela pensava.
“Como eu pude não saber como o Sheyman se sentia quando ele me olhava assim?”
“Por que você não me contou por todo esse tempo?”
— Ahhhh.
Seus suspiro a trouxe de volta a si.
Ela gentilmente apertou e soltou sua palma da mão que coçava.
Sheyman, que a observava, ergueu sua mão e gentilmente acariciou sua bochecha.
A ponta de seu polegar acariciou a bochecha de Kalia e gentilmente tocou seu lábio inferior, suspirando.
Sheyman sorriu levemente e deu um tapinha no ombro de Kalia.
— Vamos. Sua Alteza deve estar ansioso.
Ele se virou e ficou exposto ao sol e Kalia olhou para suas costas.
“Suas costas são tão robustas.”
Ela queria abraçar Sheyman a qualquer momento.
Enquanto o impulso invisível se apoderava dela, Sheyman abriu a porta da sala onde deveriam entrar e a chamou.
— Kalia.
A voz com que Sheyman a chamou era bem diferente de antes.
Era mais suave e aconchegante. Ela queria sorrir e lhe responder naturalmente.
Kalia sabia que isso era prova de sua mudança de opinião.
“Oh, não.”
“Se eu não aceitar meus sentimentos, eu vou enlouquecer.”
— Sim, Sheyman.
Kalia moveu-se sem hesitação em direção à Sheyman.
Tradução: Kaon.
Revisão: Michi.