Como esconder o filho do imperador - Capítulo 94
Não era a primeira vez que ouvia o nome. Já tinha visto o funcionário público de meia-idade quando vivia como filha do duque.
Astella lembrou que ela era muito próxima da família Reston.
‘Parece que agora que os grandes nobres caíram, ela tornou-se de alto escalão.’
— Sim, faz muito tempo. Você deve ter trabalhado duro na decoração do Palácio da Imperatriz. Tenho certeza que deve estar preparando-se para o casamento.
O Ministro do Interior ficou feliz em ver Astella reconhecendo seu trabalho.
— Sim. Não se preocupe, estou preparando o casamento. Em breve será a Imperatriz, então deixe-me parabenizá-lo antecipadamente…
Astella cortou suas palavras com uma série de palavras educadas, mas firmes.
— Apenas trouxe o príncipe por ordem de Sua Majestade, por favor, me parabenize depois do casamento.
Ela não queria ser parabenizada, especialmente porque não queria fazer amizade com pessoas que se moviam como abutres de acordo com o panorama do poder.
— Bem, entendo, a felicitarei novamente mais tarde.
Depois de se despedir do desapontado ministro do Interior, Astella fugiu para o terraço do templo para evitar as pessoas.
Respirou ar fresco por um momento e apreciou o jardim que podia ver do terraço. Ela estava cansada de ter que ir ao templo logo depois de se mudar para o palácio, e estava exausta de ser uma atração para as pessoas.
Ela precisava de tempo para esfriar a cabeça por um momento. De repente, Astella ouviu uma voz cautelosa atrás dela.
— Nos encontramos novamente aqui, Lady Astella.
Olhando para trás, havia uma pessoa familiar. Era o Conde Ecklen, o pai de Serbel.
— Lorde Ecklen, no templo novamente. Fique à vontade para conversar.
O conde falou desajeitadamente quando saiu para o terraço.
— Não sou um homem que mereça um bom tratamento por parte de Sua Majestade a Imperatriz.
— Ainda não sou a Imperatriz.
O conde olhou ao redor do templo. Além da porta de vidro poderia ver Theor com Kaizen.
— Ele é muito maduro, mesmo sendo jovem.
Theor ficou parado, olhando para as inúmeras pessoas que lhe falavam. Parecia um pouco envergonhado porque havia muita gente, mas não parecia assustado.
O Conde continuou, olhando para Theor com um olhar orgulhoso.
—Sua personalidade calma lembra a de Lady Astella.
— Parece com a de Sua Majestade.
Kaizen não tinha uma personalidade calma, mas Astella disse isso por cortesia.
Nesta situação, era educado dizer humildemente que o menino parecia o Imperador.
Além disso, esse homem era um assessor próximo do imperador. O conde riu, como se estivesse lendo os pensamentos de Astella. Ele também parecia pensar que calma e serenidade era algo que estava muito longe de Kaizen.
— A Lady realmente se parece com sua mãe.
— Você conheceu minha mãe?
Assim que fez a pergunta, ela pensou que ele devia conhecer bem a sua mãe, já que foi ajudante do seu avô materno.
O conde Ecklen olhou para ela por um momento e respondeu:
— Sim, éramos amigos.
‘Ele era amigo da minha mãe?’
Astella pensava no conde como um subordinado de seu pai, e por isso sua mãe seria filha de seu superior.
Foi surpreendente que ele tenha dito a palavra “amigo”. Em um momento, um profundo arrependimento brilhou nos olhos do Conde como se ele tivesse se lembrado de algo do passado.
— Talvez eu seja um pouco pretensioso quando digo que fui amigo de uma pessoa nobre. Mas tínhamos mais ou menos a mesma idade, então éramos próximos.
— Entendi.
O conde falou como se não fosse grande coisa, mas soou bastante íntimo.
‘Nunca ouvi falar disso antes.’
Seu avô não disse uma palavra sobre isso.
Por que não disse a ela que este homem era próximo de sua mãe? Parecia um pouco estranho. Astella sorriu enquanto escondia o sentimento estranho.
— Conde, quer visitar o Palácio do Imperatriz algum dia?
— Tem certeza?
— Claro. Gostaria de convidá-lo para um chá, quero saber mais sobre minha mãe.
Astella falou como um favor inocente, mas não era apenas um favor inocente. Atualmente, Astella não podia confiar em ninguém.
Essa pessoa era a única com quem ela tinha certas conexões. E como esse homem era o encarregado dos militares, seria bom ter um relacionamento próximo com ele.
Além disso, ele tinha uma conexão com seu avô.
Então, Astella convidou o Conde para o palácio da Imperatriz com tal intenção.
— Obrigado, Lady Astella. A verei em breve.
O conde, encantado, aceitou o convite.
E o evento no templo terminou sem problemas.
* * *
A partir desse dia, novos criados foram adicionados ao palácio onde morava Astella.
— Sua Majestade os enviou para ajudar o Príncipe.
A princípio, Theor, que foi reconhecido como o Príncipe, recebeu seu próprio palácio e deveria ficar lá.
No entanto, ele ainda era jovem, então foi decidido que ele ficaria no Palácio da Imperatriz até que ele se acostumasse com todo o Palácio Imperial.
Como não podiam sair do palácio, parecia que os criados que serviriam o príncipe tinham sido transferidos para onde ele estava.
— Aguardo a sua amável cooperação. Hannah dirá o que devem observar e saber.
A cabeça dos servos curvou-se profundamente para Astella e então se foram.
Astella inclinou a cabeça e sussurrou para Hannah após os criados terem partido.
— Descubra se pode confiar neles.
Hannah levou todas as criadas do Palácio da Imperatriz. Os servos foram escolhidos por Kaizen, mas ela ainda não conseguiu baixar a guarda em relação a eles.
— Quem estará ao lado de Theor deve ser escolhido com cuidado.
Entrando no Palácio Imperial, Astella prestou a máxima atenção à segurança de Theor.
Para a proteção de Theor, ela disse que cuidaria de tais assuntos pelo momento.
Astella prestou muita atenção à estrutura do palácio.
O quarto de Theor foi colocado no lado mais interno, e o quarto de Astella estava de um lado e do vovô, do outro.
Criadas e servos passeavam por ambos os salões o dia todo, e os guardas do palácio guardavam o jardim. Eles cuidavam do palácio dia e noite.
Os olhos de pessoas sempre alcançavam Theor.
— Mãe!
Theor correu para o terraço em busca de Astella.
— Theor, pensei que você estava brincando com o vovô.
Os olhos vermelhos olhavam para Astella com clara curiosidade e carinho. Desde que voltou para a capital, Theor não usava o remédio que fazia seus olhos mudarem de cor.
Theor parecia preferir a liberdade de poder chamar Astella de mãe, e ela também preferia a liberdade de não ter que usar o remédio todos os dias.
Assim que tinha a chance, chamava de mãe Astella e continuava fazendo isso toda vez.
— O vovô está com sono agora.
Theor agarrou o braço da cadeira de Astella.
— Mãe, quanto tempo temos que ficar aqui?
— Você não gosta daqui?
— Não, não é assim.
Theor manteve a boca fechada em agonia. Ainda era estranho para ele aqui.
Por muitos anos, eles moraram no campo, e estar em um palácio tão grande era difícil para ele se ajustar.
Hannah entrou com cuidado, ajoelhando ao lado de Theor.
— Príncipe, quer que te faça um castelinho no jardim?
— Castelo? Você pode fazer um castelo?
— Claro. Vou pedir aos criados que façam um castelo muito bonito.
Hannah acrescentou, olhando para Astella que estava atrás.
— Costumava haver um castelo assim no palácio do príncipe herdeiro. Era um playground para o jovem príncipe e a jovem princesa.
Hannah estava falando de um pequeno castelo no jardim do palácio do príncipe herdeiro que existia há muitos anos.
Era uma pequena fortaleza construída pela Imperatriz para os jovens Kaizen e Astella.
— Posso ter um castelo?
— Faça um desenho de como quer seu castelo. Será construído igual.
— Sim!
Theor pegou a mão de Hannah com entusiasmo e foi para o escritório.
Astella sorriu amargamente com a visão.
Sem o remédio, os olhos de Theor estavam do mesmo vermelho que os de Kaizen.
Ela soube disso quando viu os dois lado a lado no templo, mas os cabelos de ambos eram idênticos e a cor dos olhos apenas reafirmava que eles eram pai e filho.
Toc Toc.
Uma empregada abriu a porta e entregou-lhe uma carta.
—Lady Astella, a esposa do Sr. Milot e outras esposas enviaram um convite.
— As esposas?
Na carta, havia um pedido para que as damas visitassem o Palácio da Imperatriz e cumprimentassem Astella.
Havia uma lista e nela estavam todos os nomes das esposas dos homens aristocratas de classe média e alta.
Entre eles estava o nome da mãe de Florin, a Sra. Croychen. Talvez ela tenha se envolvido porque não podia ignorar o título de seu marido, que era secretário de Estado.
— Em breve será a Imperatriz, então eles querem poder observá-la com seus próprios olhos.
Eu queria dizer a eles para não virem, mas não poderia viver mantendo longe as senhoras do mundo social quando ela logo se tornaria a Imperatriz de qualquer maneira.
— Sim. Diga-lhes para me visitarem à tarde.
Algumas horas depois, as senhoras visitaram Astella.
Quando ela foi para o salão, dez esposas estavam reunidas e elas se curvaram diante de Astella em uníssono.
—Lady Astella.
Haviam rostos que ela podia reconhecer e rostos que não podia.
Entre eles, a esposa mais velha hesitou e deu um passo à frente. Parecia ser a esposa que lhe enviou a carta.
— Lady Astella, obrigada por nos permitir conhecê-la. Tomei a liberdade de vir cumprimentá-la antes do casamento.
Nenhuma delas teve algum antigo relacionamento com Astella. Talvez seja por isso que todas decidiram se unir.
— Obrigada pela visita. Venham por aqui, por favor. Vou pedir para trazerem o chá.
— Obrigada, Lady Astella.
Ao lado do corredor havia uma sala de recepção para receber os convidados.
Quando Astella pediu que trouxessem o chá, as criadas foram até a mesa na sala de recepção e deixaram sobremesas servidas.
Assim que as xícaras de chá foram servidas, as esposas se revezaram para felicitar Astella.
— Felicidades, Lady Astella…
O fluxo infinito de cumprimentos foi repentinamente interrompido no último minuto pela Sra. Croychen, sentada no assento mais distante de Astella.
A esposa do marquês manteve-se teimosamente calada e só abriu a boca quando se sentiu compelida pelo ambiente.
— Bem, eu…
Astella friamente cortou suas palavras.
— A senhora denegriu Theor e o chamou de filho ilegítimo.
Astella olhou diretamente para a mulher e continuou com seu discurso.
— Não é uma boa ideia pedir desculpas primeiro, antes de vir aqui me felicitar?
Um silêncio pesado caiu sobre a mesa.
A esposa do marquês olhou para Astella com seus olhos flamejantes. Parecia não ter intenção de se desculpar, e muito menos formalmente.
Ela se levantou e saiu de seu lugar.
— Vou embora.
Embora a esposa do marquês tivesse se levantado, ninguém se levantou atrás dela.
Isso significava que a popularidade da esposa do marquês não era a melhor.
De alguma forma, também significava que Astella, a mãe do príncipe, tinha uma posição firme no Palácio Imperial.
Astella respondeu com indiferença.
— Dê uma última olhada, porque no futuro não quero te ver aqui.