Como esconder o filho do imperador - Capítulo 104
Um sorriso satisfeito surgiu no belo rosto de Florin.
— Sim é isso mesmo, o duque enviou uma carta secreta ao Oeste para reunir soldados e preparar armas. Peguei o criado que entregava as cartas em segredo.
— A senhorita Florin o pegou?
Astella perguntou novamente, com grande surpresa.
Era surpreendente que seu pai tivesse se preparado para um assassinato e uma rebelião ao mesmo tempo, mas também foi surpreendente que teria deixado a pessoa que entregou a carta secreta ser um servo qualquer.
Ele teria escondido a pessoa que havia feito tal missão, ou simplesmente o teria matado se o plano falhasse.
Mas Florin, que era apenas uma jovem, pegou a testemunha que poderia destruir o duque?
Florin, que mal atingiu a idade adulta, e não o marquês Croychen?
‘Isso é absurdo demais para acreditar.’
Florin disse, confiante.
— Ele era um servo do Duque. O capturei à força e o escondi. Pode perguntar ao seu pai.
Astella não podia acreditar que seu pai deixou um trabalho tão perigoso sem terminar.
— Disse que entregou uma carta secreta?
— Ele tinha a carta e disse que o senhor do Oeste a havia confirmado e respondido, mas manteve em segredo, sem informar o Duque de nenhum evento.
Florin olhou com alegria para o rosto surpreso de Astella.
— Estava escrito em código… Mas não era tão difícil de decifrar. Além do mais, o selo do duque está na carta, eu o confirmei. Certamente é real.
De qualquer forma, era muito difícil de acreditar, mas Florin parecia ter certeza que já havia vencido a batalha.
Era surpreendente que essa garota de aspecto inteligente estivesse realmente acreditando naquela história absurda. Mas Florin ainda era jovem e passou a maior parte de sua vida dentro de sua mansão.
Astella lembrou que ela também era inocente a ponto de amar sinceramente Kaizen quando tinha sua idade.
Florin sorriu triunfante e declarou.
— Se a Imperatriz me ajudar, vou manter isso em segredo.
Ela disse que pegou o servo que tinha uma carta que falava sobre a rebelião, e que o selo do duque estava estampado nela.
A evidência era clara, mas tudo era absurdamente desleixado.
‘Meu pai realmente se preparou para cometer traição?’
Claro, ele estava sempre procurando uma oportunidade para se livrar de Kaizen.
Ele planejou assassinar o Imperador durante a viagem, e agora se dizia que também estava planejando uma rebelião.
Se o assassinato tivesse sido bem sucedido, não haveria necessidade de se rebelar, e se o
a rebelião fosse bem sucedida, não haveria necessidade da tentativa de assassinato.
Mesmo que ele colocasse toda a sua energia nisso, já era exaustivo o suficiente realizar um plano, mas tentou realizar os dois ao mesmo tempo?
Astella não entendia o porquê disso tudo.
‘Ou talvez ele estivesse tentando distrair Kaizen?’
Para prosseguir com sua trama secreta de assassinato, ele estava agindo como se estivesse tramando uma traição.
Dessa forma, Kaizen não notaria as facas que ameaçavam sua vida enquanto supervisionava a rebelião do duque.
Talvez esse fosse o plano.
‘Isso é uma artimanha que meu pai pode fazer.’
Ela se lembrou que Kaizen estava adiando a viagem com a desculpa da chuva.
Naquela época, Astella assumiu que Kaizen estava matando tempo ali por algum motivo.
Kaizen simplesmente não ficaria sentado no Castelo de Marren por dias apenas sob o pretexto da temporada de chuva, então deveria haver outro motivo.
‘Vou ter que chamar meu pai e perguntar a verdade.’
Astella rapidamente tomou sua decisão, olhando para o rosto confiante de Florin.
De qualquer forma, era melhor fazer essa jovem senhorita acreditar que as coisas estavam indo de acordo com seus planos.
‘Enquanto ela se sentir confiante, não fará mais bobagens.’
Astella assentiu, fingindo estar falando sério.
— Está bem. Façamos um acordo. Em troca disso, você deve manter o segredo.
Florin fechou os olhos violeta e sorriu.
— Tudo bem, mas a Imperatriz também deve pedir ao Imperador que proteja meu pai.
— Sim, vou me certificar de proteger o Marquês.
Astella disse isso. Mas é claro que ele não tinha intenção de ajudar a família Croychen.
Ela queria que a família perdesse seu poder e recuasse.
Assim que Florin saiu, Astella contatou seu pai e pediu a ele para vir até o Palácio da Imperatriz o mais rápido que pudesse.
Em pouco tempo, o duque veio ver Astella.
— É a primeira vez que me convida.
O Duque de Reston cumprimentou-a zombeteiramente.
— Isso é porque nunca tenho que te convidar, pai. Mesmo se eu não chamar, você vem quase todos os dias e irrita Theor e se intromete nos meus assuntos.
— Eu o salvei… E ele nem mesmo aprecia isso.
O duque resmungou em resposta e bebeu chá. Astella olhou para o pai e tocou no assunto principal.
— Pai, seja honesto comigo.
Durante o chá, o duque de Reston ficou impressionado com a voz severa de Astella.
— Do que você está falando, tão de repente?
— A senhorita Florin disse que sequestrou o seu servo.
— Meu servo? Qual?
Enquanto olhava para Astella, perplexo, ele pousou a xícara de chá e assentiu com a cabeça, como se tivesse saído de uma reflexão tardia.
— Oh, sim. Um dos meus criados desapareceu sem dizer uma palavra e o estava procurando. Deve ser esse…
— O conheço?
— Não, porque é um novo.
— Você deu um trabalho importante a um servo novato?
O Duque de Reston ergueu uma sobrancelha.
Astella contou ao pai o que ouviu de Florin. A história da traição e as coisas que aconteceram na viagem. Até a carta secreta que o criado tinha.
O duque de Reston ouviu Astella e confessou francamente.
— O quê, pensa que eu iria esconder o que aconteceu agora? Você está certa em seus palpites. Eu nunca fiz nenhum plano para uma rebelião.
— Mas você planejou o assassinato do Imperador.
Bem. Se Kaizen pensasse que havia um plano de rebelião em andamento, ele demoraria um pouco para tentar prolongar a duração da sua viagem. Então enquanto ele estivesse do lado de fora, haveria uma brecha para o Duque atacar.
O Duque queixou-se com ar de pesar.
— Gostaria de ter conseguido matá-lo nesse dia…
— Eles também tentaram matar meu avô, Theor e eu.
No meio da calma de Astella, o duque negou.
— Claro que não…
— Os seus homens também nos atacaram, pai.
— Deve ser porque vocês estavam com Kaizen. Se não estivessem ao lado dele, não teriam sido atacados.
Astella franziu a testa com a resposta atrevida de seu pai. Mas agora, não estava em uma situação em que se importasse com o passado.
Ela teria a chance de pensar sobre isso mais tarde.
— E a carta?
— O que dei ao servo foi uma carta falsa, uma armadilha. Se olhar de perto, verá que não tem valor, e o selo que usei também é falso.
Era um truque comum. Fazer e enviar cartas falsas.
Entre todas as cartas, apenas as que continham o verdadeiro segredo eram especificamente marcadas.
— Deixou ser descoberto de propósito, certo? Sabe quem te espiona e que o espião tentaria pegar a carta para acusá-lo, mas seria inocente.
Especialmente, se uma pessoa do lado do Imperador tentasse culpar o Duque com isso, as coisas virariam de cabeça para baixo.
O Duque levantou sua xícara de chá novamente e disse, com uma cara tão confiante quanto a de Florin.
— Acha mesmo que eu teria confiado em um imbecil que se deixa sequestrar pela filhinha do Marquês? Haha. Não apostaria nisso.
Astella também pegou sua xícara de chá tardiamente.
Tudo saiu como já esperava. Ela deu um suspiro de alívio com a inteligência perversa de seu pai.
— A senhorita Florin realmente acredita que encontrou evidências.
— Ela é uma graça. E é muito inteligente, então eu queria saber como seria se fosse sua cunhada.
— De que bobagem você está falando?
Astella disse, de uma maneira mal humorada.
Florin e Fritz tinham mais de oito anos de diferença.
— Há anos que tento salvar Fritz dando-lhe uma noiva decente de linhagem e bem educada, mas as famílias que valiam a pena se foram.
Agora que todas as famílias mais antigas e prestigiosas se foram, não havia uma dama que poderia ser boa o suficiente para Fritz.
— Mas bem… a casa Croychen vai cair de qualquer jeito.
O duque trouxe um grande e brilhante sorriso atrevido aos lábios. E então olhou para Astella com o rosto cheio de carinho.
— Tem que se livrar da família Croychen agora. Acredito que você deveria aconselhar bem o Imperador sobre isso, mesmo que ele não te perguntar.
— …
Astela não respondeu.
Seria muito bom para ela se a família Croychen, que continuava a conspirar contra ela, desaparecesse.
No entanto, ela não tinha nenhuma intenção de empoderar seu pai.
‘Não gosto nada disso. Meu pai logo terá o poder que estava na mão do Marquês Croychen.’
* * *
Kaizen estava brincando com Theor no jardim ao pôr do sol.
Astella olhou pela janela e viu o menino segurando algo na mão, e, imaginando o que era, se aproximou e foi quando viu uma espada de madeira para crianças.
Theor agarrou a pequena espada de madeira em sua pequena mão e a sacudiu vigorosamente.
Foi um movimento simples, mas foi um trabalho tão duro que suas bochechas brancas ficaram manchadas de vermelho.
— Theor, o que está fazendo?
— Mãe, eu aprendi esgrima.
Theor veio correndo em direção a Astella com a espada de madeira.
— Olha isso! É minha espada!
Theor ergueu a espada e sacudiu o braço com toda a força.
— Incrível.
Astella sorriu e o elogiou.
— Mas as pessoas não devem ser feridas, então você tem que praticar lá fora. E tem que ter cuidado para não chegar perto do Panqueca com isso.
— Sim! Terei cuidado.
Theor disse, segurando a espada de madeira com firmeza.
— Também serei um cavaleiro. Como Sir Lyndon!
— Você será um imperador, não um cavaleiro.
Kaizen, que se aproximou de Theor e acariciou sua cabeça com a mão.
— Chegou cedo.
O imperador chegou antes do normal. Ele devia ter vindo assim que a reunião política acabou. Kaizen parecia um pouco preocupado.
— Está tudo bem?
Ela devia ter ouvido falar que Florin esteve lá.
Mesmo que Astella não tivesse dito nada, ela supôs que tudo que acontecia no Palácio da Imperatriz iria direto aos ouvidos do Imperador.
— O que poderia acontecer? Estive lendo livros o dia todo.
Theor voltou ao jardim e brincou com a espada.
Como a mãe lhe falou para ter cuidado, ele se afastou um pouco mais de onde estava Panqueca.
— Já terminou a investigação sobre a mulher do marquês?
Astella perguntou a Kaizen ao lado dela.
— A investigação acabou.
Kaizen respondeu à pergunta de Astella como se estivesse esperando por ela.
— Estou pensando em decidir a punição amanhã. A punição para a esposa de Croychen dará o exemplo para garantir que isso nunca mais aconteça.
Kaizen disse isso e olhou nos olhos de Astella.
Ele parecia estar preocupado que ela se opusesse. Mas Astella não se opôs.
— Faça como desejar.