A Vilã, Cecilia Sylvie, decidiu se travestir - V4 06 - Extra - trilhando a linha entre a verdade e a mentira
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Era a noite de 31 de dezembro.
“Vamos começar? Feliz Ano Novo a todos!” Jade fez um brinde.
A mesa no meio do dormitório estava repleta de todos os tipos de pratos. Foi uma festa mais extravagante do que aquela que tiveram depois do Advento.
Todos estavam presentes, incluindo Mordred e Grace. Como prometido, Oscar veio se juntar a eles assim que ficou livre, o que elevou o número de festeiros para onze.
“Ainda não é nem perto da meia-noite.”
“Paciência, Jade, paciência.”
Huey e Gilbert olharam para Jade sem entusiasmo.
“Está tudo bem, ele pode fazer outro brinde em algumas horas. Mais diversão! Não concorda, Zwei?”
Dante, que também estava muito animado com a festa, ficou do lado de Jade.
“Hum, claro”, respondeu Zwei com um sorriso tímido.
Mordred tocou a própria testa, prevendo problemas.
“Aproveitem a festa, mas pelo amor da deusa, mantenham dentro do razoável. Esta é uma instituição acadêmica e eu deveria estar supervisionando vocês, então se essa coisa começar a sair dos trilhos, terei que encerrá-la imediatamente…”
“Basta beber conosco, qual é o problema!” Eins protestou.
“Sim! Você foi convidado como amigo, não como tirano!” Dante entrou na conversa.
Oscar tentou controlá-los.
“Vocês estão colocando o Doutor Mordred em uma posição difícil. Ele será responsabilizado pelo seu mau comportamento, sabem.”
“Ele terá que comemorar o ano novo procurando um novo emprego.” Grace foi mais direta.
“Por favor, nem brinque sobre isso.” Mordred ficou tenso, seu rosto ficando pálido. Jade, em sua própria bolha, falou novamente, com sentimentalismo em sua voz.
“Este foi um ano cheio de ação, não foi?”
“Certamente foi”, concordou Zwei com um sorriso irônico.
“Me manteve entretido!” veio a resposta previsível de Dante.
“Pelo menos um de nós prospera em um ambiente de alto estresse”, murmurou Huey.
Eins olhou para o outro lado da sala, onde Cecilia estava sentada.
“E todos nós sabemos a quem agradecer por trazer tanta agitação para nossas vidas”, disse ele incisivamente.
“Hein? Eu?” Cecilia arregalou os olhos de surpresa, apontando para si mesma. Como um só, todos os seus amigos sentados ao redor da mesa assentiram.
“Você realmente não tem autoconsciência. Você é um encrenqueiro por excelência.” Oscar informou.
“Espere, então acha que foi tudo por minha causa?!”
“Hum, olá? Terra para Cecil?” Dante disse entre gargalhadas. “Como você não percebeu o fato de estar sempre no centro de cada incidente? Pobre Gil, minhas condolências vão para você!”
“Por que está sentindo pena?”
“Ter um amigo tão desajeitado que é um ímã para problemas deve estar testando severamente sua paciência angelical!”
“Sim, ele geralmente acaba sofrendo danos colaterais. Como durante aquele deslizamento de terra, quando Cecil foi levado pelo rio…”
“Gil passou por um inferno naquele dia também.”
Cecilia voltou-se para Gilbert, alarmada com os comentários dos gêmeos.
“Espere, eu não sabia disso!”
Gilbert fez uma careta, evidentemente não querendo falar sobre isso.
“Todos nós estávamos dizendo para ele esperar antes de ir procurar você depois que a chuva parasse, mas ele não quis ouvir. Ele gritou furiosamente para que lhe arranjássemos uma carruagem imediatamente.”
“Mesmo o Doutor Mordred não conseguiu detê-lo.”
Lean e Jade a contaram. Dante semicerrou os olhos, cansado.
“Todo mundo estava em pânico, não era só Gilbert. Especialmente depois que Oscar achou uma atitude sábia pular no rio atrás de Cecil…”
“Eins e eu não pudemos acreditar quando soubemos disso.”
“Ele não foi o único com ideias tão brilhantes.”
“O que você está dizendo, Lorde Huey?”
Embora ainda sorrindo, Lean estava olhando para o namorado com um olhar ameaçador. Ela não queria que Cecilia soubesse que ela também estava desesperada para salvá-la.
“Sinto muito por fazer vocês passarem por isso…”
Cecilia baixou a cabeça, parecendo tão lamentável que todos queriam dizer algo para animá-la. Dante ergueu a mão e eles o deixaram falar primeiro.
“A propósito, há algo que estou pensando há algum tempo e esta parece ser uma boa oportunidade para perguntar sobre isso.”
“Claro, o que é?” Cecilia ingenuamente não estava com a guarda alta, apesar do sorriso suspeito de Dante.
“Você quase se afogou, certo? Então, quando Oscar salvou você… ele fez aquilo?”
“Aquilo o quê?”
“Respiração boca a boca ~♡”
Gilbert engasgou e olhou para Oscar. Havia assassinato em seus olhos.
Oscar rapidamente balançou a cabeça.
“Não, eu não fiz.”
“Mas de que outra forma você ressuscitou Cecil se não através de um boca a boca…”
“Basta, Dante!”
“Opa, alguém tem um temperamento explosivo!” Dante gargalhou.
Gilbert ainda estava olhando para Oscar com uma aura ameaçadora. Cecilia apenas sorriu, não querendo contribuir para aquela conversa. Ela sentiu um puxão na manga e se virou, encontrando o olhar preocupado de Lean.
“Algo está errado? Você está muito quieto.”
“Eu só… tinha algo em mente.” Cecilia não conseguia esconder nada da melhor amiga
Ela olhou para frente novamente, encarando a mesa.
“Espero que Margrit esteja bem…”
Quando os outros mencionaram o dia do deslizamento, Cecilia lembrou-se de Elza – ou melhor, Margrit, seu nome verdadeiro. Elas passaram apenas alguns dias juntas, mas Cecilia gostou muito da companhia de “Elza”.
Até que ponto o tempo que passaram juntas foi apenas uma atuação da parte de Margrit? Ela queria acreditar que pelo menos parte daquilo era genuíno. Doía muito imaginar que a breve amizade delas fosse apenas uma mentira.
Lean deve ter adivinhado o que se passava na cabeça de Cecilia. Ela sorriu calorosamente e deu um tapinha nas suas costas.
“Não se preocupe, tenho certeza que ela está bem. Provavelmente está fazendo sua própria festa de Ano Novo em algum lugar por aí.”
“Sim, acho que sim…” Por algum motivo, Cecilia sentiu vontade de chorar.
* * *
Margrit estava numa casa num povoado pequeno e escondido. Ela estava olhando para a lua, parada na varanda.
“Eu não sabia que você gostava de doces”, veio uma voz atrás dela.
Ela se afastou da janela, em direção à seu amado Janis.
“Não particularmente.”
“Mesmo? Então por que você carrega isso como se significasse algo para você?”
Ele apontou para a mão dela, que estava pressionada contra seu peito. Ela estava segurando um pedaço de doce embrulhado em uma embalagem colorida.
“Bem, este é um pouco especial.”
“O que o torna assim?”
“É um presente de uma amiga”, disse ela depois de uma pausa hesitante.
Margrit virou-se para admirar a lua novamente, segurando o doce perto do coração.