Seduzindo o Duque do Norte - Capítulo 38
— Eu só quero me divertir com o Duque, mas você está sendo tão desagradável que está me fazendo agir de forma teimosa e com mal comportamento.
— …
Não era apenas a Sra. Janet. Na verdade, ninguém no castelo tinha recebido bem Selena. Embora não expressassem explicitamente, era possível perceber pelos seus olhares.
A Sra. Janet mordeu os lábios em frustração, pensando que não tinha treinado as criadas devidamente para não expressarem as emoções pessoais.
Selena venceu no final.
Após confirmar o silêncio de derrota da Sra. Janet, um sorriso vitorioso apareceu em seu rosto.
— Então, se você tiver algum problema, por favor fale com o Duque. Se não tem mais nada a dizer, então vou embora agora.
A Sra. Janet não conseguiu falar mais nada. Percebeu que no futuro, a Sra Janet não seria capaz de tocá-la diretamente.
‘Vou fazer uma grande bagunça se tocar um dedo em mim.’
Não sabia que métodos ela usaria a partir de agora para atingi-la, mas provavelmente não seria mais agressão verbal.
Ela usou as palavras da Sra. Janet para provocar sua raiva. E o resultado foi satisfatório.
Voltando a andar, se afastou da criada.
Assistindo de longe, Juna correu atrás de Selena.
— A senhorita está bem? Fiquei com tanto medo quando a vi com ela. Mas fiquei mais tranquila ao ver a Senhorita Selena rindo. Do que estavam falando?
— Hm-mn, o que você acha que a Sra. Janet tinha a dizer?
— O que? Algo como cortesia, boas maneiras e bom comportamento? Então, ela estava com raiva porque a senhorita dormiu com a Sua Excelência na noite passada?
Juna respondeu inquieta. Selena apenas sorriu.
— Quero viver uma vida tranquila. Então concordamos em nos dar bem.
— Espero que tudo corra bem. Ah, a sala de banho fica por aqui.
A sala de banho já estava vazia. Apenas as criadas, que estavam ocupadas organizando as coisas, ainda permaneciam.
— Apenas uma banheira?
— Sim, esse banheiro é muito pequeno para duas pessoas de qualquer forma.
— Ah… Então o Duque já tomou banho?
— Sim, Sua Excelência já se lavou e voltou para o quarto.
Evidentemente, isso havia acontecido enquanto Selena estava com a Sra. Janet.
Teria sido um desastre se tivessem que tomar banho juntos novamente. A Sra. Janet trouxe uma crise ao mesmo tempo em que resolveu outra.
— Trarei a água aquecida agora. Apenas um momento, por favor.
Logo, as criadas retornaram carregando baldes com água morna, enchendo a banheira diante dos olhos de Selena. Em um instante, a sala de banho encheu de vapor.
Devido à diferença de horário com Kalcion, o banho não contava com pétalas de flores como no dia anterior.
A banheira de madeira estava coberta com espuma branca, e as janelas estavam cobertas com cortinas. Ao invés de velas perfumadas, apenas uma única lamparina à óleo foi acesa e posta numa mesa. A lamparina estava protegida por uma caixa de vidro, então a chama não tremulava com a brisa.
O ar úmido, coberto com vapor como uma névoa, ajudou a luz da lamparina a se dissipar por todos os lados, tornando a visibilidade do ambiente difícil.
— Buscaremos o que falta e logo voltaremos.
Havia itens de banho separadas para Selena. Aparentemente, não puderam preparar o necessário de antemão porque Kalcion estava usando o banheiro. Ao perceber que algumas coisas faltavam, as criadas correram para preparar.
— Já que estou aqui, vou esperar dentro da banheira.
— Sim! Permita-me ajudá-la.
Juna rapidamente a ajudou a retirar o vestido. Seus dedos hábeis rapidamente desataram rapidamente os nós do vestido. Selena sentou na banheira, vestindo apenas uma roupa interior fina.
— Ah, não tenho uma fita para prender o seu cabelo. Vou buscar também. Esqueci de pegar porque estávamos conversando, e acho que ninguém mais vai lembrar de trazer. Precisa de mais alguma coisa?
— Estou com sede. Por favor, pegue algo para eu beber.
— Sim, volto em pouco tempo!
Assim que Juna saiu correndo, o banheiro caiu em um silêncio mortal.
— Isso é bom também.
Talvez pelas janelas estarem fechadas, o vapor não se dissipou. O cômodo estava enevoado, como se finas nuvens brancas estivessem flutuando.
Apenas o som da água se movendo preenchia o vazio. Também conseguia ouvir as criadas conversando de longe. Enquanto se movia lentamente, o som da água continuou a seguindo.
— Hmm…
Ela se inclinou para trás, colocando o pescoço na borda da banheira e olhando para o teto.
Estava se sentindo sonolenta. Não sabia nada sobre esse mundo,mas era agradável,poder relaxar todas as noites em uma banheira sem se preocupar com nada. Também era bom receber cuidados sem gastar nenhum dinheiro.
Nunca precisou se preocupar com o dinheiro, sempre teve mais do que o suficiente, mas nunca tinha tempo para usufruí-lo. Nem mesmo tinha tempo para dormir entre as filmagens e as sessões de fotos. Exceto pela parte de arriscar sua vida, pensou que este mundo não era tão ruim.
— Posso viver assim para sempre, depois que terminar esse trabalho.
Esse não era um trabalho que precisaria se comprometer por toda a sua vida, ao contrário, era um trabalho de curto prazo que terminaria assim que encontrassem o criminoso. Inclusive no seu mundo, as pessoas procuravam criminosos se infiltrando e investigando.
Não acreditava que o culpado seria um assassino em série empunhando uma faca, se perguntava se algo tão perigoso assim poderia acontecer neste lugar. As ameaças de assassinato, de Fionel e Roselyn, poderiam ter sido apenas maldições de mulheres irritadas.
Seu corpo e mente relaxaram com a água morna. Ela fechou os olhos.
— Hm?
A luz se apagou de repente. Mesmo com os olhos fechados, conseguia sentir através das pálpebras. Uma brisa fresca soprou de algum lugar, enquanto a habitação escureceu rapidamente.
— Juna…?
Ela fechou os olhos por apenas alguns segundos, não teria dado tempo de Juna retornar.
‘Alguma janela se abriu e o vento apagou a vela?”
No entanto, a lamparina de óleo que viu antes, não iria simplesmente se apagar, mesmo que houvesse uma tempestade. Não teria se apagado a menos que fosse proposital.
Estava imersa em água morna, mas calafrios percorreram seu corpo. Não estava mais se sentindo relaxada.
Segurando firmemente a borda da banheira, se preparou para se erguer. Se acontecesse alguma coisa, quem ela deveria chamar?
‘Juna? Sra Janet? Kalcion?’
Mas parecia que ninguém iria salvá-la. No entanto, antes que pudesse pensar um pouco mais, uma sombra que surgiu no canto de sua visão se moveu.
Pensou que uma das criadas tinha retornado, após pegar o que precisava, mas ninguém conseguia se mover tão rapidamente em tamanha escuridão.
‘É um assassino!’
Ela pensou que havia uma chance de morrer, mas nunca acreditou que isso realmente aconteceria.
‘A ameaça de morte significava que elas enviariam um assassino?!’
Não havia passado muito tempo desde que ela chegou neste mundo, mas já havia recebido tantas ameaças e haviam tantos suspeitos que não conseguia pensar em qual deles poderia ter sido. A pessoa misteriosa se movia tão rápido que era difícil de acompanhar.
‘Uma chave de braço!’
Selena rapidamente se virou na banheira para evitar a mão que voava na direção dela.
— Kyaaaaah!
Era treinada na melhor autodefesa, mas o oponente era obviamente mais forte que ela. Assim que evitou o ataque, gritou o mais alto que pôde.
O assassino percebeu seu erro, e mirou no cabelo de Selena. Era possível para ela evitar todos os ataques em um lugar escuro.
Se ele agarrasse seu cabelo na banheira e a afogasse, seria o seu fim. Ela tinha que viver se queria pegar o criminoso.
Tentou desesperadamente sair da banheira, mas as mãos do homem foram mais rápidas. Sua mão direita agarrou o cabelo dela.
— Urgh!
Ele estava tentando afundá-la na banheira. Selena se debateu o máximo que pôde, golpeando a mão do homem.
No entanto, ele usava uma manopla e não foi afetado pelo golpe. Ela corria o risco de se afogar. Selena voltou a gritar.
— Socorro! Alguém me ajuda! Aaargh!
Enquanto lutava para empurrá-lo, ela agarrou um balde de madeira no chão. Sem pensar duas vezes, acertou a nuca do homem.
Com um gemido de dor relativamente forte, a mão dele se afrouxou. Então, ela ouviu passos apressados do lado de fora da porta.
— Selena!
Era Kalcion.
Desistindo de Selena, o assassino correu em direção a uma janela. Quase ao mesmo tempo, a porta se abriu, revelando Kalcion e os cavaleiros entrando correndo.
— Por ali!
Selena apontou para a janela enquanto gemia.
— Dion, capture-o!
Os passos se afastaram ao comando de Kalcion.
Selena ofegou, enquanto olhava seus arredores. As portas e janelas foram abertas, dissipando um pouco o espesso vapor preso no ambiente.
Dado que ainda havia vapor no banheiro, o ataque durou pouco tempo. Apesar de ter sido por um curto período, todo o seu corpo estava tremendo pelo esforço ao lutar contra o assassino. Não conseguia ouvir um som porque seus ouvidos zumbiam, e o barulho de seu batimento cardíaco estava muito alto.
Ela se abaixou para se sentar, encostada na banheira. Podia ver Kalcion se aproximando com o rosto pálido.
— Quando ele entrou?
A voz fria de Kalcion penetrou seu corpo como um vento de inverno. Graças a isso, sua respiração começou a se acalmar e seu corpo parou lentamente de tremer.
— Aconteceu… assim que todas as criadas saíram.
No entanto, ela ainda não tinha se acalmado completamente. Ficou sem fôlego apenas por proferir umas poucas palavras. Abaixando a cabeça, respirou profundamente.
O zumbido ensurdecedor em seus ouvidos diminuiu, e sua visão trêmula também se restabeleceu. Sua respiração, no entanto, ainda estava acelerada.
— Haa…
Apenas depois de respirar fundo uma última vez, ela levantou a cabeça e se deparou com os olhos de Kalcion. Ele estava olhando diretamente para ela. Seus olhos azuis-acinzentados estavam calmos. No entanto, Selena viu claramente uma ira vibrando neles.
Tradução: Holic.
Revisão: Bússola.