Seduzindo o Duque do Norte - Capítulo 28
Juna também foi uma das criadas que acompanhou Irelle na capital.
‘Hmm.’
Selena franziu a testa discretamente.
Juna também poderia ser uma suspeita indireta. Não poderia ter matado Irelle ela mesma. No entanto, era muito provável que tivesse contribuído com a sua morte sem se dar conta.
E isso se revelou particularmente na reação de Juna sobre Irelle.
O fato de que ela foi “uma das criadas” significava claramente que era próxima de Irelle.
Mesmo se fosse a filha de um nobre, Irelle necessitava de apoio financeiro. Do contrário, não teria permanecido no castelo de Kalcion, o governante do Norte.
Além disso, não se tratava de um casamento por amor, mas sim de um casamento político. Apesar de ser sua noiva, Kalcion, nem sequer a olhava, e a Sra Janet, exigia que agisse como uma duquesa, e então se tivesse uma criada que fosse suficientemente amável para escutar todas as suas queixas ?
‘Teria confiado nela e falado de todo tipo de coisas.’
Selena também esteve ocupada durante os últimos dias. Não importa quão genial fosse, ela tinha que aprender um monte de coisas novas.
Agora que tinha terminado, era o momento perfeito para perguntar.
— Já terminou de preparar a mala, Juna?
Perguntou Selena, como se fosse óbvio que Juna a acompanharia na viagem. Da última vez, um número predeterminado de servos escolhidos pela Sra. Janet acompanhou Irelle e Kalcion até a capital. E neste momento, Juna foi designada para servir Irelle pela Sra. Janet, mas como seria desta vez? Se ela fosse escolhida novamente, suas suspeitas sobre a Sra. Janet iriam naturalmente aumentar.
— Ah… Não, não escutei nada a respeito.
— Oh, pensei que você viria comigo.
— A Sra. Janet está encarregada da seleção dos servos…
— Mas, você já foi escolhida antes não?
— Ah… Isso é porque a senhorita Irelle pediu especificamente por mim.
— Entendo.
Selena havia confirmado uma coisa: Juna não era uma serva da Sra. Janet. Por isso, o primeiro passo para obter a primeira pista era que Juna a acompanhasse.
— Oh, então, posso lhe pedir que me acompanhe?
Os olhos de Juna brilharam. Talvez já estivesse esperando tal desenvolvimento.
— Então a senhorita Selena, terá uma companheira com quem conversar!
— Sim, isso mesmo! Una-se a mim!
— Sim! Estou tão emocionada!
— Eu também!
O rosto de Selena se iluminou com um sorriso brilhante.
‘Acompanhe-me, e faça o que costumava fazer.’
Se Juna também fosse, Selena poderia segui-la até seu mestre. E, talvez desta maneira, poderia pegar o culpado.
6º Ato: O ensaio.
O dia da partida estava na esquina. Tudo o que Selena fez foi se preparar para a viagem.
A Sra. Janet se ocupou de toda a preparação para a viagem. Escolheu os servos, as carruagens e outros assuntos. Não prestou atenção à Selena, ela não era a prometida de Kalcion, nem a duquesa, mas sim só uma mulher, então não se importava com o que Selena necessitava.
‘Mas isto é…’
Selena abriu a porta e olhou dentro da carruagem que a esperava.
Um sofá luxuoso e macio, e grandes janelas. No entanto, não era o que esperava.
— Por favor, entre, senhorita..
O chofer, que segurava a porta, a instigou cortesmente.
— E os demais?
— Sua Excelência preparou isso para a senhorita. Os servos e as donzelas viajarão em vagões separados.
Não teve que perguntar quem tinha dado essas ordens.
— Não viajarei nisto.
Ela mesma fechou a porta e girou sobre seus calcanhares para encontrar a carruagem de Kalcion. Não foi difícil encontrar sua carruagem, já que era a maior de todas.
— Hã, senhorita..!
Um cavaleiro que esperava por Kalcion se endereçou imediatamente ao reconhecer Selena.
Era Dion.
— Logo partiremos. Por que está aqui…?
Não queria se dar ao trabalho de explicar para Dion. Selena abriu diretamente a porta da carruagem ao invés de discutir com o homem.
Kalcion, que estava sentado dentro, encarou a porta. Quando ele estava no interior da carruagem, a porta só poderia se abrir com a sua permissão, por isso, ficou surpreso com a atitude rude. Selena ficou nervosa com a atitude dele, no entanto, criou coragem para falar.
— O quê?
Só depois de comprovar que era Selena, sua raiva se dissipou. Normalmente era de má educação não pedir permissão, mas sabia que a Selena estava fora do seu alcance.
Em lugar de dar-lhe uma explicação, subiu na carruagem e se sentou fechando a porta atrás dela.
— Aconteceu algo de errado com a carruagem?
— Você deixou nas mãos da senhora Janet, certo?
— Bom, ela estava encarregada dos preparativos. Tem algum errado?
— Não será um problema se viajo em uma carruagem diferente?
— Porque seria?
Queria terminar a conversa de contínuas perguntas. Sua paciência curta não podia suportá-lo.
— Se viajo em uma carruagem sozinha, então serei a única que vai saber o que acontece nessa carruagem.
— Pode se unir a mim uma vez que cruzarmos a fronteira de Lembord.
— E?
— Estamos dentro do território de Lembord, por isso escolhi viajar por essa rota mais longa, que é mais segura.
Se fossem viajar três dias a mais, seria correto prestar mais atenção à segurança. No entanto, isso não a convenceu devido à possibilidade de existirem inimigos internos.
— Se o perigo está dentro do território, mais tempo dará mais oportunidades, certo?
Kalcion cruzou os braços diante do peito.
— Não podem fazer onde meus olhos alcançam.
Ele parecia ter se ofendido pela suposição de que poderia ocorrer um crime dentro de seu próprio território.
— Mas se você não puder ver, então algo é possível de acontecer, certo?
— Hmm.
Kalcion não concordou ativamente, mas tampouco o negou.
— Por isso, vou viajar nesta carruagem.
— Muito bem, faça o que quiser.
Foi mais fácil do que ela pensava, na verdade, parecia que ele sequer se importava.
Ele tirou seus documentos assim que a carruagem começou a se mover. Podia lê-los facilmente na carruagem trepidante. Selena não tinha nada para fazer, nem ninguém com quem conversar, então se limitou a olhar a paisagem pela janela.
Estava desfrutando da vista. A capital de Lembord, Silenza, era maior do que podia ver de um lugar mais alto. Demorou horas para cruzar a cidade pela estrada principal.
Perdeu a noção do tempo, observando os edifícios e as pessoas que passavam. Se sentiu estranha quando a maioria das pessoas se inclinou para cumprimentá-la, mas ela devolveu o cumprimento com um sorriso.
‘A pessoa que se converterá em duquesa viverá assim.’
A vida de estar sentada acima de todos em uma atuação não se comparava à vida de uma duquesa de verdade.
‘Mas, não te invejarei.’.
Ela passou um curto período de tempo com o duque, mas não encontrou nada de bom em viver com ele. Eram muitas responsabilidades e coisas para se preocupar.
Entendia porque a falecida duquesa ficou obcecada em fazer compras e participar de festas. Era como um passatempo para aliviar seu estresse, já que não tinha amigos para visitar.
‘Ir às compras pode funcionar para o estresse.’
Enquanto continuava refletindo, a carruagem saiu da cidade. A paisagem que se seguiu foi de prados e desertos.
Se surpreendeu ao ver passar os prados e o deserto. A cordilheira de montanhas que se estendia infinitamente para um lado era uma das paisagens mais interessantes. Era como se fosse construído um muro no final da planície.
Mas seu interesse durou pouco.
Como as montanhas não acabavam nunca, Selena se recostou no seu assento entediada.
Todo o tempo, Kalcion manteve os olhos fixos nos documentos que tinha em mãos. Mesmo quando a carruagem se agitava ou quando a estrada se tornava esburacada.
— O que está olhando?
Kalcion respondeu, sem levantar o olhar.
— Um relatório.
— Sobre o que?
Só então os seus olhos azuis alcançaram o olhar dela. Ele a encarou como se dissesse: “Saberia se eu te contasse?”
— Um relatório das estatísticas e análise do aumento da população urbana e as políticas de distribuição da população local.
— …
Ela não sabia do que se tratava, mas podia entender que ele estava concentrado profundamente no seu trabalho de gestão do território de Lembord.
Não tinha nenhum desejo de perturbar seu importante trabalho só porque estava entediada. Selena ficou quieta sem fazer barulho, voltando a olhar para fora da janela.
Após passar muito tempo, ainda tinha uma planície de um lado e a cordilheira de montanhas do outro. Sua consciência se evaporou de tão entediada que estava.
— O que é desta vez?
Perguntou antes que Kalcion pudesse tirar outro maço de documentos.
— Relatório sobre o método para minimizar a perda de calor nos tubos de água termal.
— Oh, entendi…
Uma vez mais, só a trepidação da carruagem preencheu o silêncio. Sabia que só veria as planícies e as montanhas se olhasse pela janela novamente. Não podia esperar até que Kalcion voltasse a trocar os documentos.
— Que tipo de método é esse?
Para sua surpresa, Kalcion levantou o olhar.
— Tem curiosidade por isso?
Ela estava entediada, por isso, assentiu com entusiasmo.
— Sim, muita!
Alguma vez esteve tão interessada em aprender algo? Definitivamente não, mas não importava agora. Tinha muita curiosidade. Sentia curiosidade pela estrutura molecular da água termal.
Kalcion sacudiu a cabeça enquanto olhava Selena. Era a primeira vez que via alguém sentir curiosidade em tais assuntos. Até mesmo ele só o fazia porque era parte do trabalho e era importante para o território. Não era um assunto interessante.
— …Que estranho.
Era uma atriz famosa e bela. Sempre estava interessada em todo tipo de assunto para construir diversas personalidades. Mas ela era realmente estranha para ele.
— Lembord…
Kalsion falou lentamente, olhando para as montanhas Sigand, que eram parte da cordilheira de montanhas.
Primeiro era necessário explicar o mundo para poder responder a pergunta. Decidiu dar-lhe uma explicação geral deste mundo antes de chegarem à capital.
— Lembord é um território que inclui as terras do norte do continente, estendendo-se tanto ao leste como ao oeste. Por isso, é o limitador entre a fronteira com os outros países..
— É como uma cerca.
Entendendo rapidamente sua explicação, aplicou em um exemplo.
— Certo. Por cima de Lembord tem as Montanhas Saindart, e acima delas, tem a terra dos monstros a qual os humanos não podem ir.
— Não podem cruzar a cordilheira ou vir através dos mares?
Kalcion sorriu fracamente diante de sua pergunta. Não uma risada, mas sim um sorriso que dizia que era honestamente linda.
— Hmm?
Selena corou diante do olhar carinhoso que encontrou seus olhos.
Tradução: Bússola.
Revisão: Baby Bunny/Holic.