Seduzindo o Duque do Norte - Capítulo 13

— Pode ser que ainda não saiba, mas uma já está morta. E você é tão sem noção quanto ela.

Fionel adicionou com a voz baixa. Claramente, era uma ameaça que era fundamentalmente diferente das brigas de cachorro até agora.

Selena engoliu em seco.Tinha que dizer algo, mas não podia.

Não era só um grito afobado de alguém dizendo “Vou te matar”, mas sim uma ‘premonição’ de que ela poderia morrer.

E isso, poderia acontecer neste exato momento. No meio deste jardim.

Evidentemente, Selena era capaz de ganhar com as mãos vazias, mas e se Fionel estivesse escondendo uma faca? Não importava quão fraca fosse Fionel, as coisas poderiam mudar se mostrasse suas verdadeiras cores.

Ou poderia ter um assassino escondido em algum lugar, com quem estava associada. De repente, Selena lembrou do espião que estava no banheiro quando chegou. Este era um lugar onde qualquer um poderia estar em qualquer lugar.

‘…Não é verdade?’

Sabia que estava arriscando sua vida, mas o que não sabia era que iria perder o pescoço tão cedo. Nunca pensou que teria que se manter afastada de Fionel, porque era a pessoa mais racionalmente íntima de Kalcion.

‘Sou tão estúpida… Vamos apenas jogar tudo para o ar por enquanto.’

Se fugisse, Fionel não seria capaz de seguí-la. Logo que pensou em uma saída, escutou passos se aproximando.

Era uma pessoa.

— Kyaa!

Selena gritou e se virou para o som. Não era só uma pessoa, mas sim Kalcion, com seus cavaleiros.

‘Graças a Deus!’

A oportunidade perfeita em um período de crise.

— Duque!Socorro!

Selena correu para os braços de Kalcion em um instante. Kalcion não a abraçou de volta mas não a afastou.

— O que está acontecendo?

— Eu..Eu! Quase me matam!

— …?

Kalcion arqueou uma de suas sobrancelhas.

— A senhorita Fionel disse que me mataria se ficasse do seu lado!

— Que?!

Fionel gritou com a voz estridente.

— Q… Quando fiz isso?! Vossa Excelência, ela está mentindo…!

Fionel também era astuta. Em um instante, começou a derramar lágrimas. Era difícil saber quem estava ameaçando e quem era vítima.

‘Você!’

As duas mulheres falaram ao mesmo tempo.

— Só quero estar com o Duque. Mas… Tenho… Que… Morrer por isso?

— Fionel estava preocupada… Por isso, queria te alertar… Porque aconteceu algo ruim…

A batalha de nervos continuou. Enquanto isso, Kalcion apenas observou a situação com olhos frios.

Selena fez um gesto a Kalcion entre soluços.

‘Temos que conversar.’

Sim lhe responder, Kalcion começou a caminhar até o seu quarto.

Os olhos dos servos se arregalaram, quando a mulher que estava sendo ignorada em silêncio rapidamente lhe agarrou o braço.

‘Rápido, fechem essa porta.’

Selena estreitou os olhos e encarou as servas, que fecharam apressadamente a porta, olhando para o chão. Logo que se fechou a porta, Selena saltou para longe de Kalcion.

— Fui ameaçada de morte.

Diante de tais palavras, os olhos de Kalcion se arregalaram.

— O que aconteceu?

— Ela disse que uma já está morta, e que eu sou tão noção quanto ela.

— Hmm.

Kalcion respondeu em voz baixa.

— Então, acha que ela te mataria imediatamente?

— Não seria assim? Pensei que te incomodar seria razão o suficiente para que ela me matasse imediatamente.

— É tão grande a diferença de status entre as duas?

— Evidentemente. Te segui das montanhas. Como poderia pensar que meu status seria o mesmo que o de uma filha de um conde?

Kalcion se deu conta tarde.

— Ah, isso é verdade. Mas ainda sim, ambas têm um físico semelhante.

‘Quando você começou a pensar nas mulheres dessa maneira…?’

— Sou maior que ela.

— Bom, já que ambas são menores que eu, para mim parecem a mesma coisa.

— Eu posso quebrar a cabeça de um cachorro com minhas próprias mãos.

— Isso é verdade?

Naturalmente, era exagero.

Selena negou com a cabeça.

‘Não vamos falar disso.’

— Quero dizer, se Fionel fose a culpada, teria sido dificil para ela me matar com suas próprias mãos. Mas, e se tivesse ordenado a alguém para fazer isso?

— Tenho certeza de que ela teve uma boa oportunidade.

— Mas foi realmente aterrorizante. Estava morta de medo.

— Entendo.

Kalcion lhe fez uma pequena reverência.

‘Haa… Que tipo de consolo esperava dele?’.

Selena se levantou, sorrindo amargamente.

— Sim, fiz tudo o que podia fazer.

Selena se sentou novamente,sacudindo a cabeça.

— Mas espera, não seria estranho se voltasse para o quarto agora?

— …Ah.

Kalcion se deu conta tarde de novo.

Tinha ido ao quarto do Duque, queixando-se que temia que Fionel a matasse. Mas se dormisse em seu próprio quarto, não despertaria suspeitas?

— …

— …

Seus olhos se encontraram sem jeito.

— Hã, então, dormirei na cama de massagem do banheiro.

Kalcion vacilou. Como poderia deixar uma mulher dormir em um lugar frio?

— Não.

— Então posso dormir no sofá.

— …Só durma na cama.

— Na mesma… cama?

Selena perguntou surpresa.

— Não seria estranho se os servos viessem pela manhã e nos encontrasse dormindo em lugares diferentes?

— Isso é verdade, mas… Você ficará bem?

— Acredita que vou?

Kalcion soltou uma risada falsa, desconfortável.

— Me preocupo de que não possa dormir se tiver alguém do seu lado. Sei que está cansado por minha causa e temo que não poderá descansar bem.

— …

Era ainda mais surpreendente que sua única preocupação fosse essa.

Estavam no quarto do Duque, só tinha uma cama e o duque era um homem desconhecido. Kalcion se surpreendeu que ela não tivesse medo de ficar a sós com um homem.

— Se eu roncar alguma vez, simplesmente me acorde. Não tenho que fazer nada amanhã, por isso pode dormir tranquilo.

— Sim, bem, não nos preocuparemos com isso. 

— Então…

Formou-se um desconfortável silêncio entre eles. A mente dela estava em branco.

— P..Preparando-se para ir para a cama?

— Sim.

Kalcion manteve o cinto com a bainha da sua espada na mesa e chamou as criadas.

— Preparem-na para dormir.

Os olhos das criadas se dirigiram à Selena, no lugar que Kalcion tinha sinalizado.

— S… Sim. Vossa Excelência.

Kalcion não sabia exatamente que preparativos uma dama deveria fazer antes de se deitar. A única dama com quem esteve desde que nasceu foi sua mãe, a Duquesa de Lembord.

No entanto, nunca teve a chance de ver como sua mãe se preparava antes de dormir. Portanto, não tinha como saber quanto tempo levava ou o esforço necessário..

E evidentemente Selena também não tinha nem ideia.

— Oh, Senhorita! Sua pele é tão suave. Aposto que se derreterá sobre o toque dele.

‘O quê?’

— Sim! O senti enquanto te vestia antes. Deves estar muito quente, senhorita!

‘O que quer dizer?’

Seu espírito estava a ponto de fugir do seu corpo quando escutou as servas dizer que algo poderia acontecer na cama.

— Vou apenas dormir.

— Oh, naturalmente. Dormirá confortavelmente nos braços de Sua Excelência.

— Sim, então só apliquem um pouco de creme hidratante em minhas mãos, em nenhum outro lugar.

Selena estendeu as mãos para a criada, que cuidadosamente aplicou creme e perfume por toda a sua pele. As criadas riram.

‘Pensem o que quiserem, não me importa.’

Selena desistiu de corrigir o mal entendido.

A relação física, sem amor, entre um nobre e um plebeu não tinha sentido. Mas, apaixonar-se era extremamente raro. Portanto, era indiferente armar um escândalo, porque sabia que não melhoraria seu status da noite para o dia.

Não a rotularam como um caso de amor dele, mas sim como um “brinquedinho de uma noite”.

De qualquer maneira, era um perde-perde. Se dormissem separados, o risco de que Fionel lhe cortasse o pescoço era alto. Se dormisse com ele, poderia se converter em um brinquedo uma noite, pela manhã.

‘Primeiro devo salvar meu pescoço.’

As criadas demoraram o dobro do tempo para prepará-la esta noite, em comparação com o primeiro dia. Escovaram seu cabelo, aplicaram perfume por todo o corpo e cortaram cuidadosamente suas unhas das mãos e dos pés.

Isso era tudo o que tinha aceitado que fizessem. No entanto, não conseguiu acreditar no que via quando as criadas trouxeram o último artigo para a noite.

Tradução: Bússola.

Revisão: Holic.