Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 9
—Heek…
Um ganido quase mortal saiu da boca de Rosenia. Ela não teve escolha senão cair sobre o corpo de Luellin.
Era quase instintivo, a primeira coisa que passou na sua mente foi correr. No entanto, os braços fortes de Luellin a abraçavam com força e não a largavam.
Pior ainda, Luellin havia rolado e se colocado em cima dela. Então, enquanto a abraçava com força, ele a beijou no rosto.
Petrificada, Rosenia estava abismada com esse estado sonolento dele e não conseguia se mover.
‘Que tipo de hábito de sono é esse?…’
Enquanto lutava em seus braços, Rosenia bateu com força no peito dele.
Só aí o foco retornou lentamente aos olhos de Luellin, como se tivesse acabado de recobrar os sentidos. Piscando algumas vezes, ele olhou para baixo com uma cara genuinamente surpresa.
— Ah, R-Rose.
— …
Corando e parecendo não saber o que fazer, Luellin rapidamente se afastou do corpo dela. Ela se levantou devagar e olhou para ele com um olhar penetrante. Ele piscou desorientado, cobrindo sua boca com uma mão. O rosto, pescoço e orelha dele luziam vermelho tomate.
Luellin abaixou a cabeça e timidamente tentou se explicar.
— Me desculpe… enquanto dormia…. eu pensei que estava sonhando.
Não parecia mentira e ele também parecia estar genuinamente envergonhado. Para completar, Rosenia até pensou que ele parecia adorável quando o notou timidamente olhando para ela.
‘Não acredito que ele é tão fofo assim….’
Sentindo-se envergonhada, Rosenia enterrou o rosto nas mãos. Desejou ter sido menos impulsiva, mas Deus a tinha criado como uma tola incorrigível.
‘Ser tão fofo e bonito. Ele é um homem diabólico.’
Com um suspiro, Rosenia saiu da cama. Então, falou com Luellin, que ainda parecia um tomate pronto para ser colhido.
— Lave o rosto e venha tomar o café da manhã. Estarei na sala de estar. Deixei uma muda de roupas ali.
Enquanto apontava para a sacola com as roupas que havia comprado no dia anterior, Luellin quietamente assentiu. Ela rapidamente correu para fora do quarto antes que pudesse ser seduzida por ele.
Assim que Rosenia chegou na sala de estar e se esparramou no sofá, o familiar bobalhão apareceu com a cauda balançando. Ela resmungou, esfregando o pé descalço na barriga exposta do familiar.
—Se manda, Totó…
Se sentindo irritada, enterrou o rosto em uma almofada e soltou um grito abafado, soando como um fantasma.
***
Ao contrário do dilúvio do dia anterior, hoje estava muito ensolarado. Num dia como esse, muitas considerariam uma grande sorte poder andar lado a lado com um homem bonitão.
O problema é que esse homem bonitão era alguém que continuava constantemente mexendo com o coração dela.
— Obrigado pelas roupas. Couberam muito bem.
Disse Luellin, sorrindo docemente e a olhando com o canto de seus olhos esmeralda. Toda vez que ele discretamente olhava para ela, sorria dessa forma.
‘No início, pensei que era só um hábito dele…’
Espera, parando pra pensar, Rosenia nunca tinha escutado que o Duque de Rayshin sorria tanto assim enquanto falava com outras pessoas.
Apesar de Rosenia ter ficado presa na torre dos magos a maior parte de sua vida, ela podia se gabar de que não desconhecia o mundo exterior.
‘Eu me enganei sobre o Duque?’
Sua compreensão sobre a vaga imagem do Duque de Rayshin se abalou violentamente. A não ser que ela estivesse enganada, ele estava sorrindo daquela forma porque ainda estava fora de si.
‘E se ele ainda estiver louco…? Isso é um grande problema. Ele não vai exigir que eu tome responsabilidade mais tarde?’
Independentemente, era verdade que as roupas que Rosenia escolheu ficaram muito bem nele. Com o coração pesado, ela falou.
—Que bom, o tamanho ficou perfeito… o design também ficou bem em você.
—É mesmo? Então você gosta da minha aparência no momento?
—Sim, você está muito bem.
Enquanto Rosenia assentia com um sorriso, Luellin sorriu largamente. Nesse momento, ela visualizou centenas de flores desabrochando ao redor dele. Ele era tão bonito que causava tal alucinação. Ao ponto de ser assustador.
‘Eu devia ter escolhido roupas bizarras. Então a energia sombria que fluiria delas poderia macular a beleza dele…!’
… No entanto, Rosenia teve um pressentimento de que, com um rosto como aquele, qualquer coisa que ele vestisse cairia bem…
—Espero parecer bonito diante dos seus olhos, Rose.
—O quê? Mas é claro que o Duque sempre parece-
Inconscientemente, Rosenia quase deixou escapar “lindo e maravilhoso”. Tendo quase deixado seus pensamentos escaparem… hesitou, tentando achar uma resposta. Limpando a garganta como se estivesse com tosse, continuou.
—Naturalmente, o Duque sempre parece estiloso.
—Mesmo? Então Rose sempre teve interesse em mim?
De algum modo, essa pergunta que veio do nada parecia planejada. Rosenia pensou que ele era um homem bom em extrair as respostas que queria.
‘Estando louco ou não, as habilidades de conversação dele parecem estar intactas.’
Assentindo de leve, Rosenia respondeu.
—Não é que eu estivesse interessada.
É o porque ele era o protagonista masculino.
—É essencial conhecer sobre cada um dos nobres do império.
Descobrir coisas sobre os diferentes nobres, esse era o nível de interesse dela. Isso era tudo. Ela não tinha nenhum interesse pessoal neles. Não tinha porque se importar com pessoas com as quais ela não se envolveria.
‘Mas ainda não acredito que eu o beijei. E duas vezes, ainda por cima…! Devo ter enlouquecido!’
Rosenia estava certa que Adrian atacaria o Duque se descobrisse.
‘Não, eu definitivamente não posso deixá-lo descobrir. Não posso começar a imaginar o que aquele louco desgraçado faria…!’
Enquanto Rosenia se inundava de terror pensando em Adrian, ouviu a suave voz de Luellin.
—Então você estava interessada em mim.
—O quê? Ah, sim…
Luellin parecia muito feliz hoje, mas agora que ouviu a resposta dela, pareceu mais contente ainda. Um sorriso satisfeito que surgiu em seus lábios tornou sua imagem mais gentil.
E o jeito como Luellin olhava para ela, por alguma razão… a fazia se sentir instável. Ela fugiu do seu olhar, ressentindo o seu coração que havia começado a se remexer com o vento.
Enquanto Rosenia caminhava desconfortável, apertando suas mãos quentes uma contra a outra, Luellin falou como se tivesse acabado de se lembrar de algo.
—Oh, Rose. E…
—…?
Rosenia olhou para ele com uma interrogação sobre a cabeça. Luellin sorriu e continuou.
—A roupa de baixo coube perfeitamente também.
Rosenia congelou chocada, dura como pedra e incapaz de se mover. Luellin, que ainda estava sorrindo, esticou a mão e gentilmente alisou sua bochecha.
‘… Ele parece tão feliz, não estou enganada…? Ele falou da roupa de baixo de propósito? Tentando me provocar de propósito? Não pode ser. Estaria totalmente fora do personagem. É impossível que o protagonista diga algo tão sem-vergonha! Isso, isso é uma quebra de personagem absurda! Não estamos falando de um qualquer, mas do sempre correto e honesto Duque de Rayshin! Ele era pra ser puro e inocente, um homem que nem sabe nada sobre obscenidade! A abstinência em pessoa! O fruto da pureza! Estou certa de que ele nunca nem mesmo fez nada para satisfazer os seus próprios desejos….!’
… Rosenia quebrou a sua corrente de pensamento antes que fosse longe demais. Ela decidiu se conter nesse ponto, com medo de onde iria parar se fosse adiante.
No entanto, sua mente perturbada tinha outras ideias.
‘Mas para um homem puro, ele beijava muito bem. No entanto, ele pertence à outra… Ah! Chega! Por favor, chega!’
Sentindo-se profundamente envergonhada de si mesma por pensar sobre o beijo, rapidamente descartou tais pensamentos.
Por alguma razão, Rosenia sentiu dor em sua cabeça, percebendo que tinha estado puxando os seus cabelos. Enquanto tentava se recompor, uma risada baixa veio de seu lado.
Luellin parecia estar se divertindo a espiando.
‘Esse cara…?’
Rosenia não era uma pessoa muito violenta, mas sentiu vontade de bater nele sem nenhuma razão.
Mas bater no corpo sólido de Luellin somente machucaria a mão dela. Por outro lado, se usasse sua magia de fortalecimento, pensou que ele poderia ficar ferido de verdade.
‘Hm, vou lhe poupar porque você é bonito.’
Luellin não sabia que a sua incrível beleza já tinha salvado sua vida muitas vezes até agora…
Rosenia deliberadamente o ultrapassou para lhe dar as costas e falou.
—Vamos arrumar algo para comer no café. Estou com fome.
—Rose…espere por mim.
Luellin, que a seguia, pegou sua mão na surdina. A mão dele era tão grande que cobriu a mão inteira dela. E era muito quente.
Rosenia tentou puxar sua mão, sentindo que seu rosto estava queimando. Mas Luellin segurou com força e não largou.
Quando olhou para ele com um olhar que dizia ‘larga’, Luellin a olhou com olhos brilhantes e dignos de pena.
—Eu tenho medo de que alguém se perca.
—Eu? Ou você, Duque?
—Rose não, eu.
Rosenia estava abismada que um homem tão maior que ela pudesse fingir ser tão fraco. Mas o rosto dele fazia parecer provável. Quando ela olhava para o seu rosto lindo manchado com uma expressão de tristeza, isso a fazia ter vontade de dar a ele tudo que ele quisesse.
Ressentindo o seu coração fraco, ela virou a cabeça e continuou andando.
Rosenia apenas caminhou com a boca fechada, tentando colocar os pensamentos sobre o toque, a temperatura corporal e o olhar penetrante dele pra fora de sua cabeça.
O fato de que esse homem lindo estava andando ao lado dela com suas longas pernas não ajudava em nada a acalmar esses sentimentos caóticos.
O quanto mais suspeitava de Luellin, mas queria enxergar os pensamentos mais profundos dele. Queria saber o que ele estava escondendo por trás daquele sorriso despreocupado.
Só tinha 50% de certeza de que Luellin estava num estado de loucura, porque às vezes parecia que ele estava fingindo estar fora de si.
Estava claro que ele era um homem muito difícil de decifrar. Então lidar com ele fazia ela se sentir drenada e inquieta.
Queria se separar dele o mais rápido possível e tomar seu rumo, mas teve um pressentimento sombrio de que demoraria muito tempo até que isso pudesse acontecer.
‘Isso está me enlouquecendo. Não posso garantir que não vou me apaixonar por ele…’
Enquanto Rosenia segurava seu coração pensando nisso e naquilo, eles chegaram ao seu destino, um restaurante.
Não havia muitas pessoas porque ainda era de manhã. No entanto, não só os clientes mas também o garçom ficaram olhando na direção dos dois.
A razão era óbvia. Era por causa desse homem, que se sentou ao lado dela com naturalidade, chamando a atenção de todos instantaneamente.
O cabelo loiro platinado dele brilhava com o sol da manhã e quando Rosenia encarou seus olhos esmeralda, os lábios dele se curvaram como uma lua crescente.
‘E-esses olhos de novo. Está tudo bem sorrir assim sendo um Duque? A propósito, por que ele sentou do meu lado?’
Tinha uma cadeira na frente dela.
‘As pessoas que vêm pra um restaurante geralmente não sentam uma na frente da outra? Por que diabos ele sentou do meu lado?’
Rosenia perguntou com impaciência.
—Ei, por que está sentando do meu lado?
—Ah.
Luellin exclamou e sorriu.
‘Esse sorriso de novo!’
Um sorriso que parecia esconder algo. Rosenia queria beliscar as bochechas dele e violentamente lhe perguntar por que diabos ele estava sorrindo daquele jeito.
O homem, que não podia saber os pensamentos interiores dela, bebeu água calmamente e falou.
—É porque esses cretinos não param de ficar te olhando, Rose.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.