Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 8
— E quanto ao Lorde? Ainda não mandou notícias?
Perguntou o garoto loiro, levantando a cabeça enquanto polia sua espada.
O garoto, que parecia ter dezesseis anos de idade, tinha um rosto elegante e era tão lindo quanto uma estátua de anjo do templo.
Embora pertencesse aos Cavaleiros de Villequier, todo mundo sabia que ele servia apenas o Duque de Rayshin.
Nenhum dos cavaleiros teve uma vida tão dura quanto aquele jovem, e sua boca era tão suja que ninguém conseguia evitar pensar que ele estaria possuído por um demônio do inferno.
— Ele disse que vai voltar em um mês, então só relaxe e espere.
O comandante dos Cavaleiros de Villequier, que estava parado ao lado do jovem, supervisionando o treinamento dos cavaleiros, respondeu.
Seu cabelo negro, como as penas de um corvo, brilhava sob a luz natural, enquanto seus olhos azuis percorriam cada movimento dos cavaleiros.
O garoto levantou a espada bem polida, suspirando enquanto falava.
— Esses caras são entediantes. Sua Excelência deveria estar aqui.
— Você quebra mais de dez ossos desses caras quando luta contra eles, então tente se conter.
— Sua Excelência disse que está tudo bem. Então eu aproveito.
Pensando consigo mesmo que essas palavras pertenciam a um lunático degenerado, o comandante apenas balançou a cabeça. O jovem cavaleiro aqueceu os músculos habilmente alongando o corpo enquanto eles falavam.
— Meu Lorde está confiante de que vai encontrar a fraqueza da Torre dos Magos dessa vez? Posso acreditar nisso?
— … Bem, essa é a meta por enquanto.
— Por enquanto?
— Apenas vá treinar.
O comandante parou de responder, empurrando as costas do garoto.
Por um lado, o jovem cavaleiro, que era relativamente dócil com o comandante, correu em direção aos cavaleiros sem reclamar. Seu cabelo dourado esvoaçava em suas costas, brilhando.
Assim que se aproximou, os outros cavaleiros congelaram e resmungaram. Seus rostos estavam cheios de terror.
Com um lindo sorriso, o garoto loiro perguntou.
— Quem quer praticar luta de espadas comigo?
***
A respiração de Rosenia se tornou gradualmente irregular. Seu corpo inteiro ficou fraco, e ela se encontrou incapaz de permanecer em pé propriamente. Quando estava a ponto de cair por culpa de suas pernas tremendo, Luellin agarrou sua cintura firmemente e a abraçou.
— Ha, Rose…
— Duque, Vossa Graça…
— Rose, Rose…
Rosenia ficou um pouco assustada porque parecia que Luellin tinha perdido a razão. Ele chamou seu nome como um louco enquanto pressionava seus lábios contra os dele.
Como se tivesse nascido para isso, Luellin se dedicou a devorar os lábios dela.
O corpo dela continuava tremendo com a sensação de ser comida viva. Ela não sabia dizer se era por excitação ou medo.
O maior problema era que Rosenia também não conseguia afastá-lo. A palavra “pare” permanecia presa em sua boca enquanto sua mente dizia exatamente o oposto. Beijá-lo era tão bom que ela não conseguia nem mesmo mostrar um pequeno gesto de rejeição.
Pensou que devia ter enlouquecido afinal. Em meio a suas preocupações sobre os problemas políticos entre as duas famílias, Adrian e a protagonista feminina, ela não conseguia parar.
O diabo sussurrava em sua mente “é um encontro muito breve, então não tem problema”. Isso era o que ela realmente pensava. Para ela, o que acontecesse nessa casa de férias de verão era apenas um ligeiro desvio… Quando ela voltasse para a Torre dos Magos, levaria um ano, não, mais que um ano para que ela pudesse vê-lo novamente…
— Ha….
Luellin, que havia se afastado por um momento, olhou para ela com os olhos nublados. Seus olhos cor de esmeralda estavam cheios de êxtase.
Talvez fosse por causa do beijo, ou outra coisa, mas Luellin parecia cheio de energia.
Trazendo o rosto para a bochecha dela, como se estivesse lidando com algo muito precioso, ele respirava irregularmente. Parecia dominado por alegria pela forma em que levantou os lábios em um sorriso.
— Rose, você…
— …
— Você me beijou primeiro.
Murmurou com uma voz radiante enquanto a abraçava.
O corpo inteiro dela estava sem energia devido ao beijo e estava dependendo dele para se apoiar.
A grande mão de Luellin acariciou as costas dela. Sentindo-se acalmar com o toque, ela gradualmente voltou a respirar normalmente.
Então, quando Rosenia lentamente voltou aos seus sentidos, de repente percebeu o que tinha feito.
‘Louca…!’
Estremeceu com os olhos abertos ainda nos braços dele.
Um enorme arrependimento e vergonha fluíram como um tsunami.
‘Que diabos acabei de fazer? Não acredito que beijei o protagonista que eu devia evitar!’
Bam!
Empurrou Luellin para longe com toda a força que pôde. Não, isso era o que ela queria fazer. O peito dele era tão robusto, que mesmo que empurrando com toda a força que então tinha, ele não se mexeu.
‘Acho que sou eu que estou sendo empurrada para trás!’
Aturdida, tropeçou precariamente com a boca aberta. Então, Luellin a segurou gentilmente pelos ombros.
— Rose…
Ele a chamou com a voz preocupada. O rosto dela corou com o pensamento de que ele tinha percebido o seu tremor. Ela o beijou primeiro, mas então se tremeu como um cachorrinho na chuva. Não conseguia aguentar a vergonha. Empurrando os ombros dele com as mãos trêmulas, ela falou.
— Uh, está tudo bem, por favor me solte…
— Não.
— …?
Rosenia olhou para Luellin com os olhos arregalados pela resposta inesperada. Os olhos esmeralda se inclinaram quando encontraram os dela. Ele a abraçou com força.
— Você vai cair se eu te soltar.
— N-não.
— Não? Tremendo assim…
Ele falou em uma voz suave enquanto acariciava lentamente as costas dela. Era um toque incrivelmente gentil vindo de alguém que acabara de atacá-la como uma besta.
Rosenia pensou em empurrá-lo novamente, mas finalmente deixou cair as mãos, derrotada. Quando ela se resignou, ele acariciou sua bochecha e beijou sua testa.
Com um gesto tão amável, como se eles fossem amantes, Rosenia sentiu que iria se perder novamente.
‘Ele trata todas as mulheres assim? N-não, espera, ele não é ele mesmo agora… O que eu estou fazendo com uma pessoa louca?’
A culpa a atingiu.
‘Isso tem que acabar agora. Preciso me controlar…’
Quando Rosenia lutou em seus braços, inesperadamente, Luellin a deixou ir facilmente. Ela se afastou enquanto evitava o olhar dele. Felizmente, seu corpo parou de tremer e suas pernas se restabeleceram.
Ainda evitando o olhar dele, Rosenia murmurou.
— Me desculpe, eu…
— …
— Fui muito impulsiva. A partir de agora, isso não vai mais acontecer.
Pensou que ouviria uma resposta imediata, mas o silêncio se prolongou. Ela o olhou de soslaio. Ele a observava em silêncio com um olhar ininteligível.
‘Devo dizer que preciso ir dormir para escapar dessa situação?’
Enquanto pensava nisso desesperadamente, Luellin finalmente falou.
— Você…
Ele falou devagar, como se estivesse mastigando cada letra.
— Você me vê como um impulso, Rose.
Em pouco tempo, Luellin que parecia estar de bom humor, levantou os lábios atraentes e riu. Ele até mesmo gargalhou.
— Haha.
‘Por que ele está rindo?’
Rosenia piscou perplexa. Não sabendo como reagir, apenas ficou parada encarando sem jeito enquanto Luellin acariciava o canto da boca dela e murmurava para si mesmo.
— Realmente valeu a pena.
— O quê?
Quando Rosenia perguntou reflexamente o comentário abrupto, Luellin sorriu.
— Nada.
— …?
— De qualquer forma, acho que devemos dormir um pouco agora. Quer que eu te carregue para o seu quarto?
A proposta inesperada a assustou e ela gritou “Não!”. Quando ela se afastou, balançando a mão, Luellin continuou rindo, achando engraçado.
Ele não forçou uma aproximação como tinha feito antes. Apenas ficou parado, sorrindo para ela. Ela sentiu que o ar que os rodeava era um pouco sereno. Ele deu um passo se aproximando, encarando-a de frente. Era uma curta distância que podia ser facilmente alcançada, mas ela sabia que não devia cruzá-la.
Ele segurou uma mecha de cabelo vermelho em suas mãos e o beijou suavemente. Luellin, que tinha toda a atenção dela, ergueu os olhos e falou.
— Boa noite, Rose.
— …
Rosenia percebeu um vislumbre de loucura em seu olhar intenso, então ela continuou pensando que ele ainda não estava normal.
Valia a pena ser beijada por um homem tão lindo que até Deus sentiria inveja, mas seu coração estava cheio de vergonha e ansiedade.
‘Esse homem… O Duque de Rayshin, o que posso fazer para trazê-lo de volta aos seus sentidos?… Não sei. Primeiro preciso dormir, depois penso nisso.’
Rosenia estava tão cansada física e mentalmente que queria ir para o seu quarto e se esconder o mais rápido possível. Queria ir para qualquer lugar que esse homem não pudesse alcançá-la.
Se afastando, o seu cabelo, que estava na mão dele, se soltou. Desviando o olhar dele, ela murmurou.
— Então, boa noite.
Com passos rápidos, Rosenia rapidamente se virou e correu para o segundo andar. Quando ela entrou em seu amado ático e trancou a porta com força, finalmente conseguiu relaxar.
Rosenia deslizou contra a porta. O teto baixo do ático lhe deu uma estranha sensação de segurança única de espaços estreitos. Mas sua agitação não diminuiu tão facilmente.
— Ah…
Deixando escapar um profundo suspiro, escondeu o rosto nas mãos. A esse ritmo, seu coração se converteria em farrapos.
‘Por mais quanto tempo tenho que cuidar desse homem? Eu deveria estar tão nervosa? Deveria apenas não ter vindo para essa casa de férias?’
Pela primeira vez, Rosenia se arrependeu de ter vindo para essa linda casa de férias na praia.
Suas férias de verão, que ela pensava que seriam pacíficas, estavam indo para uma direção caótica devido a um encontro inesperado.
***
Os olhos de Rosenia estavam bem abertos pela manhã.
Na verdade, tendo acordado ao amanhecer, Rosenia só tinha dormido por três ou quatro horas.
Em todo caso, estava determinada em uma missão de levantar mais cedo do que “ele”.
Ela tinha fugido dele no dia anterior, mas após recuperar alguma compostura, se sentiu insegura em deixá-lo sozinho.
‘Ele não está normal e pode ter problemas!’
Seu familiar podia estar o vigiando, mas ela não podia confiar nisso. Porque ele era ninguém mais que o Duque Luellin Rayshin.
Apenas porque ele estava fora de si, não significava que sua força tinha enfraquecido. Não seria difícil para ele subjugar o familiar.
Rosenia rapidamente escovou os dentes e lavou o rosto, depois vestiu um confortável vestido de verão antes de descer ao primeiro andar.
Felizmente, Luellin parecia ainda estar dormindo. Ao se aproximar do quarto que tinha dado a ele, ela abriu a porta muito cuidadosamente.
Quando espiou pela fresta da porta, Rosenia viu a figura de Luellin dormindo como um anjo.
Ele estava deitado em uma postura perfeitamente reta em um sono profundo. Olhando para ele, Rosenia pensou para si mesma que ele não merecia ser chamado de
“um jovem honesto e justo” como todos o rotulavam.
No entanto, infelizmente, Luellin estava fora de si devido ao efeito colateral do acúmulo de mana… Ela não estava certa de quando iria acontecer novamente.
Se sentindo um pouco assustada, forçou seus pés para dentro do quarto. Apesar de tudo, tinha que acordá-lo para o café da manhã. E deixando de lado se ele diria a verdade ou não, ela tinha muitas perguntas para fazer.
Rosenia se aproximou da cama silenciosamente e estendeu a mão com cuidado.
Quando seus dedos tocaram a pele exposta de Luellin, se surpreendeu por ter se movido impulsivamente. Mas logo se acalmou e o sacudiu.
— Duque de Rayshin.
—….
— Duque, levante-se. É de manhã.
—…
— Duque?
Não importava quantas vezes o chamasse, ele não dava sinais de acordar, então ela se perguntou se deveria beliscar um pouco as bochechas dele.
Luellin, que ergueu as pálpebras suavemente, olhou para ela em silêncio.
Talvez por causa do sol da manhã, ou por causa da beleza estonteante dele, os olhos dela foram cegados.
Com os olhos semicerrados, em um momento de descuido, o braço dela foi agarrado com força por uma mão grande e firme. Então, não surpreendentemente, ela foi puxada para a cama.
Tradução: Holic
Revisão: Nopa