Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 7
‘…Se as coisas continuarem nesse ritmo e eu me apaixonar pelo protagonista masculino?’
Honestamente, Rosenia não tinha a confiança de que nunca se apaixonaria por ele.
Porque Luellin Rayshin era tão bonito e charmoso que fazia com que ela se esquecesse da realidade.
Enquanto beijava tal homem, Rosenia pensou que estava perdendo a cabeça.
‘Da próxima vez, vai ser realmente só um beijo.’
Rosenia abaixou a cabeça com um suspiro preocupado. O seu coração inquieto doía.
***
Já estava escuro lá fora quando a chuva passou, mas Rosenia era uma maga poderosa e em forma, então as ruas à noite não a assustavam.
Rosenia parou em uma loja de roupas para comprar algo para Luellin vestir e também algumas guloseimas em uma barraca de rua.
Andou pela cidade despreocupada enquanto mastigava um waffle cheio de chantilly, e quando chegou na casa de férias, a área já estava completamente escura.
‘Mal posso esperar para tomar um banho e ir dormir.’
Foi um dia muito estressante para ela…
‘Luellin… a essa altura, será que já está dormindo?’
Durante um momento, sem perceber, Rosenia se perguntou como seria o rosto adormecido dele, mas rapidamente descartou a ideia.
‘É melhor não ter esse tipo de curiosidade. P-por várias razões! Por um acaso eu o beijei antes, mas não vai ter uma próxima vez, juro. Na verdade, é melhor evitar tocá-lo. Nesse ritmo, e se eu acabar gostando dele?’
Dizendo para si mesma que havia superado o apego que tinha tido pelo protagonista masculino em sua vida passada, ela decidiu fazer esse amor permanecer como uma doce lembrança. Não queria ficar sofrendo por sentimentos mal resolvidos…
‘Vou tomar um banho rápido. Um banho deve me acalmar.’
Rosenia tirou toda a sua roupa de baixo, colocou um roupão, e foi até o banheiro. Pensou que poderia pegar um copo de leite na cozinha enquanto a água esquentava, mas de repente…
—…?!
— Ah…
Rosenia deu de cara com Luellin assim que entrou no banheiro.
Ela sentiu calafrios enquanto ele se manteve parado, nu, com água pingando de seus cabelos.
Paralisada, ela estava de queixo caído.
‘O-o que, por que ele está aqui!? Por que está no banheiro? Eu pensei que estivesse dormindo!?’
Com um sorriso envergonhado, Luellin se aproximou dela. Ainda sem vestir nada.
‘Isso é loucura!’
Dando um pulo pra trás com o susto, nesse momento, o pé dela escorregou e ela quase caiu. Então Luellin, que estava se aproximando, veio rapidamente e a pegou. Ela sentiu sua mão grande e fria sobre o seu ombro.
‘… Não me diga que ele tomou um banho frio…? Não, ele está com uma febre muito alta, será que ficou louco?’
Surpreendido, ele falou com um sorriso gentil.
— Eu acordei e… vim me banhar porque não conseguia voltar a dormir. Me desculpe por ter usado o banheiro sem pedir.
Havia um cheiro refrescante de sabonete vindo de Luellin. Olhando a sua figura encantadora, o cheiro a fez se sentir tonta. Ela rapidamente afastou a mão dele e retrocedeu alguns passos. O rosto dela estava muito vermelho e isso tudo a estava enlouquecendo.
— Tudo bem se quiser usar o banheiro. A propósito, você se banhou com água fria?
— Ah… sim. Eu precisava me acalmar um pouco.
— …
A nuance dessa resposta era um pouco estranha. Gaguejando, Rosenia decidiu mudar de assunto enquanto tentava não pensar muito no assunto.
— Ei, vá se vestir. Eu vou tomar um banho agora…
— Ah, certo. Bem, então, vou me retirar.
Luellin assentiu com a cabeça de maneira cavalheiresca, então passou por ela ao se aproximar da porta.
Rosenia estava tão perturbada pela situação que ficou lá, congelada. Então, de repente, Luellin, que tinha parado na porta, perguntou a ela.
— Se você precisar de ajuda…
— Sim? Não!!!
Assustada, Rosenia respondeu com uma voz muito alta. Sua voz ressoou pelo banheiro. Luellin deu um sorriso indiferente enquanto se virava.
Thud. A porta do banheiro se fechou atrás dela.
—…
Olhando para a porta fechada sem nenhuma expressão, Rosenia caiu de joelhos.
‘Se eu precisar de ajuda? Do que diabos ele está falando? Não me diga que queria me ajudar a tomar banho? Ele realmente é o protagonista masculino? Não é uma besta usando uma máscara de protagonista?’
Rosenia estava tão fora de si que não conseguia se orientar. Impacientemente saindo da banheira, ela nem mesmo conseguia lembrar se tinha se lavado ou não.
Secando seu cabelo com uma toalha, saiu do banheiro em estupor e o que a aguardava era um homem sentado na sala de estar.
O homem era, claro, Luellin Rayshin. Rosenia e ele eram as duas únicas pessoas naquela casa no momento.
Só os dois…
A tensão sufocou o coração dela quando se tornou consciente desse fato.
Rosenia passou direto, fingindo não o ver enquanto mantinha fechada sua mão trêmula. Decidiu ir na cozinha e tomar um copo de água gelada.
O porquê de seu estômago se aquecer toda vez que o via, ela não tinha ideia. Ela nem mesmo queria saber. Parecia que saber seria perigoso demais.
Rosenia foi para a cozinha como se estivesse fugindo, e então ouviu passos a seguindo. Eram os mesmos passos de um predador que estava encurralando devagar a presa na qual estava de olho.
‘O quê!? Por que ele está me seguindo?’
Agora Rosenia estava com vontade de chorar. Estar tão próximo era demais pra aguentar, e só estar na presença dele sufocava o coração palpitante dela.
‘Luellin pretende me afogar com sua beleza imensa? Por que eu tive que trazer pra casa um homem tão perigoso pra passar por todo esse sofrimento?’
Com as mãos trêmulas, Rosenia estava colocando água na chaleira quando esta escorregou.
A chaleira pulou de suas mãos e foi em direção ao chão, mas então uma mão grande rapidamente a pegou antes que caísse.
A velocidade era inacreditável. Rosenia arregalou os olhos e olhou para a mão, então subiu o olhar e viu o dono da mão.
Luellin Rayshin estava sorrindo tão deslumbrantemente quanto o sol.
Só aquele sorriso fez ela se sentir como se fosse desmaiar.
‘Como diabos a protagonista feminina não dormiu com esse homem na primeira noite?’
A protagonista nem mesmo tinha se apaixonado à primeira vista quando conheceu Luellin. No entanto, Rosenia sentia como se estivesse se apaixonando naquele exato momento. Ele estava a deixando louca!
‘A protagonista é mais incrível do que eu pensei….’
Rosenia tinha encontrado uma nova admiração pela protagonista extraordinária.
Colocando a chaleira na mesa, Luellin falou.
— Você está com sede?
— Sim? Ah, sim…
‘Graças à você…’
Enterrou tais palavras em seu coração.
Sem saber o que Rosenia estava pensando, Luellin sorriu e disse.
— Posso tomar um gole, também?
— Ah, claro. Espera, vou pegar outro copo.
— Não.
— …?
Enquanto Rosenia se afastava para pegar outro copo, Luellin gentilmente segurou seu pulso com urgência.
— Use primeiro. Eu vou depois.
— …O que disse?
— O copo. À vontade.
Luellin apontou para o copo que ela havia enchido de água. Ela olhou para o copo sem expressão, então olhou para o homem se perguntando se ele havia enlouquecido completamente.
‘…Ele está falando sério? A febre dele abaixou e ele voltou a si…Eu achava… Ou não?’
Rosenia o encarou com emoções confusas enquanto levantava o copo. Ela ia beber rapidamente e então lavá-lo.
‘Temo que o protagonista masculino está fora de si. Ele deve ter enlouquecido como efeito colateral do acúmulo de mana’.
Rosenia não esperava que o protagonista virasse um lunático e não tinha ideia do que fazer nessa situação.
As duas famílias, Hill e Rayshin, não se davam bem. Era assim desde a antiguidade. Mas Rosenia, a filha da família Hill, por acaso trouxe pra casa o duque Rayshin e suprimiu seu acúmulo de mana…
‘Apesar de não saber o que minha família vai pensar disso, e quanto ao lado do duque Rayshin? Isso é um problema… Por enquanto, é melhor eu continuar escondendo o protagonista.’
Rosenia havia pensado em entrar em contato com a família de Luellin quando o dia amanhecesse, mas agora decidiu esperar para ver como ficava sua condição. Ela engoliu parte da água. Ia jogar o resto fora e lavar o copo.
Enquanto Rosenia se aproximava da pia para lavar o copo, uma mão larga apareceu em sua visão e de repente tomou o copo. Ela arregalou os olhos e congelou.
Olhou sem expressão para o dono da mão que roubou o copo. Luellin falou, com os olhos brilhando.
— Obrigado.
— …?
Por um momento, Rosenia não entendeu o que aconteceu. Ela simplesmente ficou parada, assistindo abismada enquanto Luellin, de maneira natural, levava o copo de água à boca.
‘N-não, por que ele está usando o mesmo copo que eu usei!?’
Hesitando em colocar a boca no copo, ele o girou como que para confirmar algo. Então, ele sorriu contente e finalmente colocou os lábios no copo, bebendo a água bem devagar.
Gulp, Gulp…
Rosenia espiou o movimento de seu pescoço com emoções confusas.
Um pescoço extremamente masculino, porém elegante e belo, com seu pomo de adão destacando-se como uma semente de pêssego.
Gotas de água escorriam por seu queixo e rolavam até seu pescoço, indo então para seu peito e entrando na túnica.
Rosenia observou tal figura sedutora, impressionada.
‘Parando pra pensar, essa túnica….’
É do Adrian…
—…
‘Oppa, me desculpe’
Estava um pouco curta em Luellin. Rosenia imaginou que ele devia ser mais alto que o seu irmão.
‘Eu pensei que ele teria uns 1,85, mas ele deve ter uns 2 ou 3 centímetros mais que isso..? Seja como for, não é esse o problema aqui.’
O problema é que o lugar onde Luellin estava bebendo parecia ser o exato ponto onde os lábios dela haviam tocado.
Não importa como Rosenia encarasse o assunto, ela percebeu que ele procurou o lugar onde ela tinha bebido e escolheu para si.
‘Ele ficou louco?’
E o pior, é que ele tinha feito isso tudo na frente dela. Ele não tinha nenhuma intenção de esconder.
‘Qual é a razão dele para fazer isso?’
— T-terminei.
— …Oh, certo
— Pode deixar que eu lavo.
— Claro.
Respondendo fracamente, Rosenia olhou Luellin passar sem emoção. Ele se aproximou da pia com um olhar satisfeito, lavou o copo, e o colocou no escorredor. Então, olhou para ela com uma expressão inocente e sorriu.
— Graças à Rose, eu me sinto muito melhor.
— Ah, é mesmo… que bom.
— Sim, obrigado.
Rosenia andou para trás para evitá-lo enquanto ele diminuía a distância. Ela não sabia o porquê de estar fugindo.
‘Por que esse homem fica se aproximando, para começar? Não podemos ficar a dois passos de distância? Por que ele está fazendo isso comigo?’
— Ah…!
Depois de se inclinar para trás, ela virou o pé e acabou se desequilibrando.
‘Droga, eu sabia que isso ia acabar acontecendo.’
Se resignando com o que ia acontecer em seguida mentalmente, ela fechou os olhos enquanto algo gentilmente envolveu os seus ombros e cintura. Era o braço de um homem. E nessa casa, só havia uma única pessoa que a seguraria de tal modo.
Rosenia lentamente abriu os olhos. E então, seus olhares se encontraram e ela viu os olhos enigmáticos e esmeraldas dele. Mais uma vez, ela se viu na mesma situação. A distância entre os dois era tão pequena que ela conseguia sentir o próprio hálito.
— …
— Você está bem?
‘Eu estou bem…?’
Cara a cara com Luellin, Rosenia não conseguia parar de olhar seus olhos límpidos, que eram como folhas de verão, e seus lábios sutilmente pálidos.
Rosenia não estava nada bem.
‘Eu não estou bem, por sua culpa.’
O coração dela batia como louco. Sentiu que iria soltar lágrimas pela injustiça, mas num certo momento, uma pergunta surgiu.
Rosenia parou.
‘Luellin Rayshin… Não sei se ele está fazendo isso de propósito ou só é sem noção, mas… Ele não vê o quão constrangedor e inconveniente seria o nosso relacionamento por causa das nossas famílias? Além disso, ele já está destinado a outra, então o que faço se ele continuar mexendo comigo!?’
— …!
Rosenia agarrou Luellin pela gola da roupa. Ele arregalou os olhos e congelou. Carregada por seus sentimentos indescritíveis, ela o beijou por impulso.
A racionalidade dela tinha evaporado.
Os lábios deles simplesmente roçaram, mas o hálito quente de Luellin penetrou em sua boca como se ele estivesse esperando por isso.
Rosenia entrou em pânico naquele momento, mas tudo aconteceu tão de repente que não houve tempo para reagir. Uma sensação de tontura a varreu, sem comparação com o primeiro beijo que eles haviam trocado.
Luellin pegou pesado. Era como se alguma coisa o tivesse estimulado profundamente.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.