Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 50
— Rosenia?
— …
— Rose…
— …
— Você vai continuar sem olhar no meu rosto?
— …
— …Eu sinto muito, foi minha culpa. Por favor, não me evite…
Luellin estendeu a mão para ela e implorou.
Rosenia fechou os olhos e engoliu um suspiro. Estava com raiva dele por ousar fazer algo que não deveria, mas era engraçado como ouvir a tristeza e impaciência dele mexia com o coração dela.
Quando ela tinha se apegado tanto? No início, era apenas um relacionamento problemático.
Suspirando, ela ergueu o cobertor. A primeira coisa que chegou à sua visão foi o rosto de Luellin, que a olhava com uma expressão lamentável.
‘…Ele sabe muito bem que se me olhar assim não terei outra escolha a não ser perdoá-lo… Parece um homem desamparado.’
— Você acha que isso vai aliviar a minha raiva?
Mas o que saiu da boca dela foi algo totalmente diferente. Estava envergonhada, mas decidiu que era melhor continuar sendo descarada, já que não podia apagar o que já tinha dito. Queria provocar Luellin um pouco.
— O que eu devo fazer… para aliviar a sua raiva? Farei qualquer coisa, então por favor…
Luellin perguntou com uma voz séria. Rosenia o olhou e suspirou profundamente. Sentia-se uma tola por deixar seu coração amolecer tão rápido.
— Na verdade, não estou tão brava. Só um pouco nervosa…
— …
— Porque você e Adrian só fazem o que querem sem ouvir ninguém. Então…
Enquanto ela falava, sua voz ia ficando cada vez menor. Não sabia se Luellin entenderia como ela se sentia. Ele era a pessoa que ela amava, mas não conseguia entendê-lo completamente.
O mesmo valia para a sua família. Rosenia apreciava completamente o irmão, mas não conseguia entender os seus valores ou modo de pensar.
‘Além disso, para explicar o porquê de eu estar com raiva…’
Ela teria que expressar o seu amor sincero por Luellin.
…Mas não importava o quanto pensasse, não sabia como abordar o assunto. E quanto mais ponderava, mais envergonhada ficava!
‘Devo escrever uma carta?… Seria menos embaraçoso dessa forma.’
Ela fechou os olhos, sentindo o rosto esquentar. Então, ouviu a voz calma de Luellin.
— Eu sinto muito. Fiz o juramento por conta própria.
— …
— Soaria egoísta dizer que eu fiz isso por você. Mas na verdade, sim… eu fiz por egoísmo.
— …
— Se eu tivesse sido um pouco racional, não teria feito essa escolha.
Luellin, que gentilmente estendeu a mão, a abraçou e a deitou por cima do seu corpo. Ela teve que olhar pra ele, enquanto deitava sobre ele de bruços.
— Rosenia… Eu estava nervoso. Se seu irmão não permitir o nosso noivado, tenho medo de que nos separemos e eu nunca mais possa te ver.
— …
— Não poder te ver é como morrer para mim.
— …
— Então, mesmo que o juramento não fosse razoável, eu tinha que fazer isso. Você entende?
Não, ela não entendia.
Ele casualmente tinha apostado a sua vida, só porque não queria terminar com ela.
Suspirando, Rosenia perguntou.
— Você realmente pretende morrer comigo?
— Sim, com certeza.
A resposta foi dada imediatamente, em um tom sem nenhuma hesitação. Sua expressão era séria, e seus olhos estavam fixos em Rosenia. Ela riu e balançou a cabeça. Mesmo depois de cem dias de conversa, a resposta de Luellin ainda seria a mesma.
Mas ainda assim, ele estava disposto a morrer no mesmo momento que ela. Que tipo de mente era essa? Honestamente, ela não entendia.
‘Talvez essa pessoa… goste mais de mim do que eu dele.’
Claro, ele disse que os sentimentos dele não podiam ser chamados de “amor”, mas…
‘Se isso não é amor, o que é?’
Existiam muitas formas de amor. Possivelmente, o amor dele só fosse um pouco diferente da definição comum. Então, talvez esse fosse o motivo de ele estar negando nomear os próprios sentimento de “amor”.
‘Devo informá-lo sobre isso?’
Ou era melhor deixá-lo se dar conta sozinho?
‘E eu também…’
Rosenia acariciou a bochecha de Luellin enquanto se perguntava o que devia fazer, o que sentia sobre Luellin, e como poderia se expressar para ele.
Luellin apenas a encarou hesitante, mordendo os lábios. Depois de pensar bastante, Rosenia finalmente falou, mas…
— Estou com sono. Preciso dormir.
Sem querer, acabou falando a coisa errada.
‘Droga, por que eu sou assim?’
Aparentemente, Rosenia ainda não estava pronta. Assim como Luellin, que malinterpretava os próprios sentimentos.
‘Somos ambos muito problemáticos…’
Respirando fundo, Luellin a deitou de volta na cama.
Mais cedo, ele tinha agido como se fosse incomodá-la a noite toda, mas agora, parecia que realmente apenas a colocaria para dormir.
— Boa noite, Rosenia.
Luellin sussurrou, a cobrindo com o cobertor, e dando tapinhas rítmicos por cima da manta que a deixaram sonolenta.
Mas ela se perguntava… Ele não ia para o próprio quarto?
‘Esse é o meu quarto…’
Esperava que ele não pretendesse dormir com ela.
***
Luellin estava dormindo no quarto de Rosenia como se fosse algo natural.
— …
Ela o olhou com uma expressão de descrença. Mesmo que eles estivessem juntos, ainda nem tinham realizado uma cerimônia de noivado!
‘Você tem que dormir no próprio quarto! Se não estiver em crise de acúmulo de mana, não há necessidade de dormirmos juntos!’
O que os outros diriam sobre uma moça e um rapaz dormindo juntos mesmo sem serem casados?
No entanto, Rosenia sentia que era a única que sentia vergonha e se preocupava. Por que ficar constrangida era responsabilidade dela? Não importava o quanto se perguntava, o limiar de vergonha de Luellin era muito baixo.
— Lu…
Ela parou no momento em que decidiu acordá-lo. Isso porque o rosto de Luellin dormindo sob o sol da manhã era lindo.
Se existisse alguém capaz de salvar o mundo com a beleza, esse alguém seria sem dúvidas Luellin Rayshin. Era tão assustador, que Rosenia sentiu vontade de trancá-lo em algum lugar para que apenas ela pudesse olhar para ele.
‘Por que os seus cílios são tão longos? E se você for mais bonito que eu?’
Ela gentilmente passou os dedos nos cílios dele com cuidado, mas Luellin abriu os olhos.
— …!
Ela ficou tão surpresa que rapidamente levantou a parte superior do corpo e caiu para trás. Felizmente, não rolou da cama. Sentindo o colchão macio sob as suas costas, ela sorriu sem graça e ouviu a risada baixa de Luellin. Ele tinha visto um lado tolo dela.
— Você dormiu bem, Rosenia?
Luellin a ajudou a sentar, com um sorriso. Na verdade, ele a sentou no colo e abraçou com força.
O calor do seu corpo era facilmente transmitido pelo tecido fino de suas roupas. Sentindo-se confortável, Rosenia fechou os olhos e se afundou nos braços dele.
— Rose, você parece um gatinho.
— …
Ela abriu os olhos ao ouvir as palavras de Luellin. Ele riu baixinho enquanto a soltava. Rosenia se perguntou do que ele estava rindo, e descontente, beliscou a bochecha dele com força.
Luellin segurou a mão que o beliscava, sorrindo suavemente…
Não importava o quanto pensasse sobre o assunto, a única conclusão a que Rosenia chegava era que esse homem estava sempre brincando com ela.
— O que você estava pensando enquanto olhava o meu rosto adormecido, Rosenia?
— …
Depois de pensar um pouco, ela respondeu honestamente. Estava se perguntando como ele reagiria depois de ouvir.
— Você estava tão bonito que senti vontade de te trancar em um lugar que só eu pudesse te ver.
Então, Luellin arregalou os olhos. Depois de ficar paralisado por alguns segundos, ele abriu a boca com um olhar de descrença.
— Sério? Você realmente…
— Sim, então pare de ser tão bonito!
Enquanto Luellin estava atônito, Rosenia escapou de seus braços e pegou um travesseiro macio de penas de ganso para jogar nele enquanto corria para o banheiro. Mas Luellin a alcançou assustadoramente rápido, e a abraçou por trás. Forte o suficiente a ponto de sufocá-la.
Sufocando, Rosenia bateu no braço dele.
— Eu… não consigo respirar.
— …
Então, Luellin se encolheu e rapidamente a soltou, pedindo desculpas várias vezes. Mas seu rosto estava sorrindo. Olhar para ele, que estava tão feliz que não sabia o que fazer, fez Rosenia rir. Ela perguntou, enquanto batia no peito duro dele.
— Você gosta tanto assim do fato de eu querer te trancar?
— Claro, Rosenia. Se você quer me trancar, então…
Luellin, que havia diminuído a distância, gentilmente a envolveu, como se construísse uma prisão em seus braços. Ela olhou enquanto sentia as batidas dos dois corações juntos. Os olhos esmeralda brilhavam de felicidade.
— Isso significa que você está obcecada por mim.
— …
Após ser esfaqueada no ponto certo, Rosenia piscou por um momento e se fingiu de inocente, o empurrando para longe.
— Nã-não estou. Po-por que eu estaria?
— Por que você está gaguejando?
— Eu não gaguejei!
— Rosenia, não finja que não é verdade…
Mesmo que continuasse tentando empurrar, Luellin não se mexia. Em vez disso, a distância entre eles se tornou mais próxima, e a ponta do nariz deles se tocou, como se os narizes estivessem se beijando.
Tradução: Holic.
Revisão: Nopa.