Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 41
— Tio… Eu…Isso te deixa desconfortável?
— Não é isso. Apenas não tenho certeza se mereço ser chamado assim…
Henry Lovick parecia estar comovido e, ao mesmo tempo, confuso. E de alguma forma, parecia sentir muito por ela.
‘Me pergunto se é por causa dos assuntos da minha mãe?’
Rosenia não sabia muitos detalhes sobre como ele e sua mãe eram como meio-irmãos. Também não sabia porque ele se sentiria mal por ela.
Então, decidiu descobrir pouco a pouco a partir de agora. Não tinha certeza se ele responderia suas perguntas honestamente.
Ela sugeriu num tom gentil:
— Se não se importar, por que não caminha um pouco comigo?
Henry Lovick pensou por um momento e então concordou com a cabeça.
— Claro, vou lhe mostrar o jardim.
Apesar de Rosenia ter pedido para ele falar confortavelmente, ele ainda estava sendo formal.
Se fosse mais conveniente para ele, não poderia fazer nada.
Agarrou a mão estendida dele e começou a caminhar lentamente. Uma revigorante essência de rosas permanecia na grama molhada do jardim.
— Como era a minha mãe? Minhas memórias da infância são confusas.
Era mentira. Rosenia recuperou as memórias de sua vida anterior com três anos de idade. Por isso, tornou-se diferente das crianças de sua idade.
Mas Henry Lovick não tinha conhecimento disso e acreditaria em sua mentira.
Calmamente olhando para o lado, ele manteve o olhar num espaço fixo com olhos sonhadores e falou um pouco triste.
— Ilunia… Era muito talentosa. Ela estava sempre animada e alegre. Passei minha infância com ela, apesar de ter sido por pouco tempo…
Rosenia escutou em silêncio a história que ele contava. A sua mãe nas memórias de Henry era diferente ao mesmo tempo similar à que ela conhecia.
Concordou que sua mãe era generosa, mas não pôde concordar sobre ela ser misericordiosa. Sua mãe era uma pessoa que tinha um lado muito assustador.
Mas Rosenia concordou vigorosamente que sua mãe era extremamente brincalhona. Henry caiu na gargalhada quando a olhou fazendo isso. Com sua risada, ele parecia duas vezes mais jovem do que o normal.
— Como Ilunia fugiu do Castelo do Margrave e ingressou nos mercenários com doze anos de idade, nosso tempo em contato foi muito curto. E quando eu descobri que ela estava comprometida com o Cloud Hill, fiquei muito surpreso…
Graças a Henry, Rosenia descobriu fatos novos sobre sua mãe.
Por exemplo, sua mãe era uma filha ilegítima do anterior Margrave Lovick, e cresceu em segredo numa casa separada. Apenas algumas pessoas sabiam sobre isso.
E ela não foi expulsa da família, pelo contrário, fugiu por conta própria…
‘Mãe, você viveu uma vida muito mais espetacular do que eu pensava…’
Rosenia estava enlouquecendo de curiosidade. Como sua mãe acabou se encontrando com o seu pai e eventualmente se comprometendo?
‘Um romance entre uma cavaleira mercenária filha ilegítima de um Margrave e o mestre da Torre dos Magos. Parece totalmente uma novela.’
Então, a filha deles se apaixonou pelo filho da família inimiga e dormiu com ele… Era isso que chamavam “tal mãe, tal filha”? Rosenia riu tolamente do pensamento.
— Quando eu vi Rosenia na propriedade Hill, fiquei surpreso. Você parece com a Ilunia, mas seu cabelo tem um tom mais claro.
— Escuto muito isso.
Rosenia respondeu com um sorriso.
Sua mãe era uma linda mulher com cabelos vermelhos vivos, e olhos impressionantes que combinavam, enquanto ela, sua filha, tinha ambos os cabelos e olhos rosa profundo. Era como se uma gota de branco tivesse sido misturada quando nascera.
— Mas tio, você também não parece muito com a mamãe. Se eu não soubesse, nunca pensaria que vocês dois compartilham o mesmo sangue.
Henry sorriu com as suas palavras.
— Eu pareço muito com o nosso pai, enquanto Ilunia parece com a mãe.
— A que deu a luz à minha mãe?
— Sim, a mãe de Ilunia morreu quando ela tinha seis anos. Não sei os detalhes, mas ouvi que ela era uma cigana antes de conhecer nosso pai.
Se era a mãe de sua mãe, significava que era a sua avó materna. Emocionada por descobrir um novo fato, Rosenia perguntou, animada:
— Por acaso sabe qual é o nome da minha avó?
— Ah, pelo que eu soube…
Quando ele estava a ponto de responder…
Au! Au! Au!
Rosenia ouviu o som de um cachorro latindo em algum lugar e correndo pela grama.
Ela olhou impressionada, e então, algo grande pulou em Henry. Aconteceu num piscar de olhos.
— Ah…
Rosenia ofegou enquanto assistia a situação inesperada. Um cachorro muito maior que um lobo estava em cima de Henry enquanto balançava a cauda e lambia o rosto dele.
— Esse garoto, Carrota…! O que é isso, do nada!? Pare…!
Henry estava se debatendo desesperado tentando empurrar o cachorro de alguma forma.
Rosenia escutou os sussurros das criadas que os seguiam, parecendo estarem muito envergonhadas.
Parecia que seria difícil para Henry sair da situação. Rosenia pensou por um momento, e então decidiu ajudá-lo de uma forma que não machucasse o cachorro.
‘Mágica de distorção de gravidade é minha especialidade, afinal de contas.’
Assim que se concentrou e murmurou um feitiço mágico, o corpo do cachorro flutuou no ar como uma bolha.
O cachorro arregalou os olhos e enrijeceu. Ela controlou a gravidade e o desceu lentamente até a grama.
Quando terminou, o cachorro rapidamente se escondeu atrás de Henry, olhando para ela tremendo e com o rabo entre as pernas.
Com essa visão, quem passasse poderia mal interpretar, achando que ela estava praticando bullying com o pobre cachorro. Henry rapidamente se levantou e suspirou enquanto cuidava das consequências do feitiço.
— Carrota, sua coisinha travessa… Não corra por aí dessa forma…
Henry sussurrou enquanto se virava para Rosenia enquanto sacudia a grama de sua roupa.
Ele sorriu sem jeito, aparentemente envergonhado com a situação, e acariciou a cabeça de Carrota.
— Desculpe, ele é tão travesso.
Rosenia balançou a cabeça sorrindo.
— Não, não precisa se desculpar, foi você quem sofreu, tio.
Enquanto conversavam, Carrota tremia e a encarava. Sua aparência gigante e tímida era distrativa.
Rosenia perguntou, enquanto apontava para Carrota.
— O nome dele é Carrota?
— Haha, sim… Não é um nome que combine muito com ele.
Carrota era uma referência a Carrot (cenoura). Chamar um cachorro maior que um lobo de cenoura… Perguntou-se quem escolheu esse nome…
— Esse foi o nome que eu dei a ele.
— …Entendi.
Ela respondeu, dando um risinho. Henry felizmente não notou, e continuou a acariciar a cabeça de Carrota satisfeito.
‘Hmm…’
Rosenia também queria acariciá-lo. Seu pêlo era dourado brilhante, mas de perto, parecia um pouco ruivo. Como a cor de uma cenoura. Esse devia ser o motivo do nome Carrota.
‘À primeira vista, fiquei surpresa, já que você é tão grande, mas quanto mais te olho, mais te acho fofo…’
Rosenia perguntou a Henry enquanto se aproximava do cão.
— Posso tocar?
Henry respondeu alegre:
— Claro. Ele é muito amigável, sinta-se à vontade para tocar o quanto quiser.
‘Certo então.’
Rosenia aproximou-se um pouco mais e esticou a mão na direção de Carrota. Esperou um momento sem se mover, deixando que ele cheirasse a sua mão.
Estava preocupada de ele fugir, mas Carrota abaixou a cabeça levemente, como se estivesse dando permissão.
Então, Rosenia colocou a mão na cabeça do cachorro, sentindo cada movimento. Quando começou a acariciá-lo, Carrota levantou os olhos, a observando. Não importava por onde olhasse, ele parecia estar em estado de alerta.
— Não se preocupe, vou apenas te acariciar.
— Au…
Carrota latiu baixo como se respondesse as palavras dela. Parecia um latido tímido. Rosenia riu, achando engraçado.
‘Fofo.’
Todos os animais eram fofos, tanto os grandes quanto os pequenos. Ela estava acariciando Carrota calorosamente, e então ouviu uma comoção na direção das criadas.
Quando virou a cabeça para ver o que estava acontecendo, percebeu um homem se aproximando lentamente de longe.
Um homem que era bonito e alto mesmo distante. Havia apenas um homem tão bonito neste mundo, que aparecia brilhar debaixo do sol. Pelo menos até onde ela sabia.
No momento que Luellin Rayshin encontrou os olhos dela, começou a sorrir e caminhar mais rápido.
— Rosenia.
Finalmente a aproximando, ele sorriu brilhantemente e a abraçou.
Um aroma agradável emanava dos braços dele.
— Duque… E o trabalho?
Enquanto era abraçada apertado, ela perguntou, um pouco tensa.
Luellin afundou o rosto no ombro dela, respirou fundo como se estivesse sentindo o perfume dela, e respondeu com uma voz alegre.
— Eu cabulei.
— O quê?
Rosenia ficou sem palavras, sem saber o que deveria pontuar primeiro. A escolha de palavras dele que não era adequada para o Duque de Rayshin? Ou ele estar fugindo do trabalho?
— Senti tanto a sua falta que não consegui evitar.
— Eu poderia ter ficado sentada no escritório.
— Já é difícil o suficiente assim. Se eu te ver sentada no sofá ou numa cadeira no escritório, vou começar a ter muitos pensamentos…
— Pensamentos sobre o quê?
— Bem…
Luellin levantou a cabeça e se aproximou como se fosse beijá-la. Ele a olhou nos olhos e sussurrou muito baixo.
— Primeiro, vou ter que pedir para todos os meus homens saírem do escritório…
— …
— E então no sofá, na cadeira perto da janela, na mesa…
Rosenia rapidamente levantou a mão e cobriu a boca dele.
— O-ok. Eu entendi do que está falando, então pode parar!
Seu rosto estava queimando, e ela sentiu que iria enlouquecer. Perguntou-se se mais alguém tinha escutado.
Enquanto olhava ao redor ansiosamente, os olhos esmeralda de Luellin se curvaram como uma lua crescente. Então, ela sentiu algo molhado na mão que cobria a boca dele.
Tradução: Holic.
Revisão: Nopa