Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 39
Rosenia não entendia o porquê, mas as criadas olharam para Luellin com os rostos assustados, como se tivessem visto um fantasma.
Ela inclinou a cabeça, perguntando-se o motivo de tal reação, mas antes de que tivesse tempo para pensar, Luellin parou em sua frente, a olhando de cima.
Ele era muito alto, então ela tinha que levantar a cabeça para ver seu rosto. Quando seus olhos se encontraram, os olhos esmeralda dele curvaram-se como luas crescentes.
— Você tomou um banho.
— Ah, sim… Eu estava suja com toda a poeira da luta mais cedo.
— Você cheira a lavanda.
— Isso, Duque…
Ele pegou uma mecha de seu cabelo e sentiu a essência, enquanto Rosenia o encarava sentindo-se envergonhada. Adrian talvez estivesse os assistindo também.
Rosenia deu uma espiada no espelho, apenas para encontrar Adrian com um ar aterrorizante, como se fosse o rei demônio saindo do inferno.
‘Hic… A-agora não é hora de fazer isso!’
Rosenia deu dois passos se afastando de Luellin. Ele ergueu uma sobrancelha e se aproximou. Então, ela se afastou novamente e balançou a cabeça com um olhar determinado no rosto.
Percebendo que ela continuava olhando o espelho, Luellin também o olhou de lado e murmurou um “Ah” assim que percebeu.
Ele lentamente se virou e encarou o espelho com uma postura rígida, sem hesitar. No entanto, em seu rosto tinha um sorriso distorcido o bastante para provocar seus oponentes.
‘Por favor, não irrite o Adrian!’
Ela deu a Luellin um olhar de alerta enquanto o beliscava na barriga. Ele estremeceu e retornou um olhar tímido. Ela piscou os olhos, confusa.
‘O que é isso…? Por que você está sendo tímido? Não me diga que está mal interpretando eu te beliscar com segundas intenções…’
Esperava que ele entendesse suas intenções e impaciente desviou o olhar entre Adrian e Luellin alternadamente.
Os dois continuaram se encarando por um tempo. Então, após um longo tempo, Luellin falou primeiro.
— Adrian Hill.
[…]
— Eu convido você e o Cloud Hill para a mansão do ducado de Rayshin.
‘O quê…?!’
Rosenia encarou Luellin com a boca aberta em choque. Ele sorriu quando seus olhos se encontraram. Seu rosto estava perfeitamente calmo.
‘Você quer convidar o Adrian e o meu pai?’
Não havia precedentes do Duque de Rayshin convidando o chefe nem os membros da família Hill para a sua mansão. Desde sempre, a relação entre as duas famílias era algo como “vai ser bom se eles não declararem guerra primeiro”.
‘O que diabos você está pensando?’
Rosenia piscou repetidamente e desviou o olhar para o espelho. Assim como ela tinha reagido, Adrian também tinha um olhar cheio de confusão.
[Você está louco, Duque de Rayshin?]
— Mas é claro… que sou louco. Eu faria isso se não fosse?
Com os lábios curvados, ele respondeu descaradamente à pergunta que Adrian lançou com raiva. Luellin parecia muito irritante mesmo para Rosenia, que gostava dele. Não queria que ele fizesse esse tipo de expressão na frente do seu irmão, que já estava muito zangado.
Adrian começou a gargalhar e então sorriu friamente. Seus olhos encaravam Luellin sem nenhuma expressão favorável.
[Se você vai convidar meu pai e eu para falar bobagens, então não vou.]
— Ah, sério? Mas…
Luellin respondeu amargo para a colocação de Adrian.
— Rosenia iria querer que a família viesse.
[…?]
‘O quê? Por que está me envolvendo nisso do nada?’
Quando Rosenia olhou para Luellin perplexa, ele franziu a testa e como se dissesse “concorde com as minhas palavras”. Era realmente absurdo, mas ela decidiu deixar as coisas seguirem por hora. Não sabia o que ele estava planejando, mas era melhor do que os Hill e os Rayshin entrarem em guerra.
Olhando nos olhos de Adrian, Rosenia tentou falar da maneira mais plausível que pôde.
— O Duque está certo. Quero que meu irmão e o meu pai venham para o Ducado de Rayshin.
[Huh…?]
— É melhor resolver isso conversando do que com uma luta, não é? Acredito que essa possa ser uma boa oportunidade para unir as duas famílias. Certo, Duque?
Mentiras contínuas continuavam a sair da boca de Rosenia, concordando com as palavras absurdas de Luellin. Com sua última pergunta, ele sorriu e concordou. Seus olhos que encaravam Adrian friamente, tornaram-se extremamente gentis quando se voltaram para ela.
— Como Rosenia disse, o que eu desejo é harmonia, não inimizade entre as duas famílias. Espero que você possa entender meus verdadeiros sentimentos, Adrian Hill.
Assim que ele terminou de falar, Adrian estalou a língua, como se apesar de não achar engraçado, não fosse mais tão avesso à ideia. No entanto, ele parecia incerto do que fazer. Rosenia aguardou ansiosamente a resposta de Adrian.
Após certo tempo, ele abriu a boca.
[Certo.]
— ….
[Vou aceitar esse convite.]
— Essa é uma boa escolha.
— Sé-sério, Irmão?
Assim que Adrian respondeu, Luellin e Rosenia falaram ao mesmo tempo. Adrian a olhou com um rosto irritado, e então imediatamente adotou uma expressão complexa. Ele suspirou e então falou com a voz ainda fervendo de raiva.
[Até mais, Rosenia Hill.]
— Hiic…
Rosenia estremeceu involuntariamente quando Adrian a encarou por um momento e então cortou a mágica abruptamente.
A imagem de Adrian no espelho desapareceu como uma miragem, e foi substituída pelo reflexo de Rosenia e Luellin lado a lado.
Rosenia encarou sua imagem no espelho, piscando confusa, e então virou o rosto para Luellin. Ele sorriu e falou:
— Não se preocupe, Rosenia.
— …
— Vai dar tudo certo.
Tinha muito a falar para ele, mas se controlou por terem muitos olhos os observando. Ela deu uma olhada no rosto das criadas e falou cuidadosamente.
— Gostaria que nós dois ficássemos a sós por um momento.
— ….!
Talvez a interpretando errado, Luellin arregalou os olhos e corou. As criadas ficaram chocadas com a expressão de seu mestre e soltaram pequenas exclamações.
‘Desde cedo… As criadas têm reagido estranho… Como diabos o Luellin é normalmente?’
Afastou o olhar das criadas e voltou a atenção a Luellin novamente. Calmamente esperou pela sua resposta, mas ele não disse nada. Apenas ficou parado com o rosto corado, sem saber o que fazer.
Eventualmente, ela ficou frustrada e colocou as mãos nos ombros dele, repetindo as palavras com um tom sério.
— Quero que fiquemos a sós, Duque.
— Rosenia… Não esperava que você fosse tão atrevida.
Ele mal-interpretou as intenções dela, mas graças a isso, as criadas se retiraram rapidamente, deixando os dois sozinhos no quarto.
— Primeiramente, devemos nos sentar?
O que ela queria era sentar cara a cara no sofá ou na cadeira, mas Luellin ainda mal-interpretando, sentou na cama. Rosenia a olhou perplexa. Ele parecia tão envergonhado como um recém casado.
‘Você realmente é sem noção…’
Quanto mais o conhecia, mais tornava-se consciente dos lados inesperados dele. Inicialmente, pensava que ele era apenas um duque bonito e justo.
Rosenia tossiu algumas vezes e lentamente se aproximou. Enquanto ela sentava-se ao seu lado cuidadosamente, ele a olhava com expectativa com as suas mãos longas e graciosas repousando no próprio colo.
Sentiu-se mal por desapontá-lo, mas a razão pela qual queria ficar sozinha com ele era para ter uma conversa séria. Não era o momento adequado para atos amorosos entre um casal. Evitou o olhar de Luellin e abriu a boca.
— Você vai realmente enviar um convite oficial para o meu pai e meu irmão?
— …Sim, eu vou.
— O que vai falar para eles?
Desapontado que a situação caminhou numa direção diferente do que esperava, o rosto de Luellin tornou-se sombrio. Ele a olhou com uma expressão triste e respondeu com uma voz sem vida.
— Vou falar que meus sentimentos em relação a você são sinceros.
— …
— Vou informá-los que com certeza me casarei com você.
— …
— Tomarei a iniciativa em propor uma reconciliação entre as duas famílias.
Era uma resposta direta. Rosenia concordou como se esperasse essa resposta, mas parou quando um pensamento surgiu em sua mente. Um que persistia em sua mente, continuamente a deixando desconfortável.
— Rosenia?
— Ah… Bem, eu…
Luellin a chamou quando percebeu sinais de desconforto nela. Rosenia contorceu as mãos no colo e tentou falar.
‘Bem… Não é grande coisa, posso apenas perguntar?’
Ela sabia que não exigiria muito esforço, então sorriu brilhantemente e afastou suas pequenas preocupações. No entanto, não conseguia encará-lo nos olhos e lentamente abriu a boca.
— Duque, se…
— …
— Se um dia aparecer alguém que possa torná-lo um ser completamente divino…
— ….
— Assim como comigo, você também vai–
— Rosenia.
Antes que ela pudesse terminar as palavras, ele a interrompeu. Luellin suspirou levemente, fechando os olhos, e então os abriu novamente. A expressão incomum fez Rosenia enrijecer os ombros e apertar a bainha do vestido. Seu coração estava acelerado.
— Apenas imaginar outra pessoa além de você… Eu…
— …
— Eu não sentiria a mesma coisa que sinto quando te vejo.
Luellin falou com a voz calma. No entanto, atrás da cortina calma, por trás dos olhos profundos e ondulantes, havia algo dinâmico e inquieto, ameaçando se libertar. Não era difícil adivinhar do que se tratava.
— O que você sente quando me vê, isso…
— Sim.
Ela se afastou instintivamente, como se fosse fugir dele novamente. No entanto, não conseguiu se mover um centímetro e logo se descobriu presa nos braços de Luellin.
Com ambas as mãos a cercando, ele lentamente se aproximou a olhando. O coração dela disparou, fazendo com que desviasse o olhar. O ar parecia ter pesado num instante.
Por fim, Luellin sussurrou tão próximo que ela conseguia até ver o formato de sua íris.
— Você é a única que eu desejo, Rosenia Hill.
Tradução: Holic.
Revisão: Nopa.