Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 38
Luellin ofereceu uma resposta absurda à pergunta do homem idoso.
— Ela é a pessoa com quem vou me casar.
— O quê?
— O quê?
Ambos Rosenia e o homem perguntaram em uníssono. O homem olhou para ela envergonhado como se também tivesse sido pego de surpresa pela sincronia inesperada.
‘Bem, mesmo que me olhe desse jeito… Também não sei o que esse homem está pensando…’
Enquanto ela encarava o homem idoso, escutou a voz de Luellin reverberando calmamente acima de sua cabeça.
— Primeiro, precisamos oficializar o noivado. Oh, mas antes disso, devo fazer uma proposta de casamento oficial.
— Duque…
‘Está falando sério?’
Luellin viu a pergunta estampada na testa dela e, levantando as sobrancelhas, ofereceu uma pergunta em troca,
— Então, Rosenia não tem nenhuma intenção de casar comigo?
Entrando em pânico, Rosenia fez bico e respondeu.
— Bem, nossa relação não está num nível onde possamos discutir coisas cruciais como casamento…
‘Não nos conhecemos há pouquíssimo tempo?’
Ela acrescentou em sua mente. Luellin olhou para ela calmamente e sorriu.
‘O que, o que foi? Por que está sorrindo? ‘Por alguma razão, fico assustada quando ele sorri assim…’
Ela mais uma vez deu uma olhadela subconsciente para Luellin. Ele sussurrou em tom cordial.
— Você sabe, Rosenia?
— …?
— O quão grande é minha obsessão por você?
Ele dobrou o pescoço e aproximou o rosto dela a ponto que seus lábios quase se tocaram. Os olhos límpidos de esmeralda brilhavam com tanto desejo que não podia ser escondido.
— E você acha que vou te deixar ir embora?
— …
Rosenia estava tão sem palavras que apenas podia piscar. Como diabos ela poderia responder tal pergunta?
‘Esse cara… Realmente não entende o que significa “moderação”…’
Argh! Ela suspirou e balançou a cabeça. Não sabia como ele interpretaria essa reação, mas os braços de Luellin, que a seguravam, ficaram mais firmes.
Hesitando, olhou para ele de modo apreensivo, e, não surpreendentemente, um sorriso apavorante havia se formado nos lábios dele.
‘…Você realmente é o protagonista masculino? Por que cada vez mais se parece com um vilão?’
— Entendi. Então Rose pensa que eu devo deixá-la ir.
…De alguma maneira, parecia que ele havia entendido errado, então ela chacoalhou a cabeça. No momento em que abriu a boca para corrigi-lo, a voz irritante de Alex soou por trás.
— Urgh, por quanto tempo vão ficar fazendo isso?
‘O timing desse cara é realmente…’
Tendo perdido a chance de falar, ela apenas observou Luellin caminhar para o edifício principal da mansão ducal a carregando em seus braços.
Bem, no fim das contas, haviam olhos demais por ali. Não era um lugar adequado para discutir questões privadas.
‘Vamos resolver esse mal-entendido quando estivermos a sós.’
Ela pensou isso e esperou que uma oportunidade surgisse…
***
‘O que é isso tudo?’
Luellin havia sido levado por um secretário para resolver algumas pendências, e a pobre Rosenia havia sido deixada nas mãos das criadas da mansão ducal.
— Oh, céus, como sua pele é tão clara?
— É suave como seda.
— Nunca vi um cabelo dessa cor antes. É como a cor de uma rosa.
— Parece com a cor das rosas que o Duque mandou plantar no jardim…
— Oh, é verdade.
A essa altura, os rumores já deviam ter se espalhado pela mansão, e mesmo que não soubessem que ela era Rosenia Hill, as criadas a tratavam com bastante gentileza.
Pensou que receberia olhares frios e escutaria fofocas maldosas sobre si, mas, o que estava acontecendo…? Ela estava envergonhada.
— A Senhorita, já viu as rosas no jardim do Duque? Tem a mesma cor do seu cabelo.
— ….?
— Oh, parando pra pensar, a cor dos seus olhos também é rosa escuro, assim como uma rosa. É realmente misterioso e belo.
Rosenia já estava distraída com os elogios que pareciam não ter fim vindo das criadas, e agora estava ainda mais confusa sobre o que tinha escutado.
‘Luellin mandou que plantassem rosas do Ducado de Rayshin? E, a cor das rosas é igual a do meu cabelo? ‘Por isso que o aroma vindo do jardim me pareceu familiar…’
Ela sorriu levemente e se apoiou na lateral da banheira. Quando levantou o olhar, um teto enevoado por vapor apareceu.
‘Isso nunca aconteceu no livro original.’
Lavanda era a flor de verão do Ducado de Rayshin. A história original claramente dizia isso. E a flor favorita da heroína, Sierra, também era a flor de lavanda.
‘E, por isso, Luellin plantou mais lavandas no jardim dele.’
A estufa do jardim tinha sido reformada de modo que, mesmo quando não era verão, ainda dava para ver flores de lavanda. Realmente, ele era como o chefão de um jogo. Um verdadeiro protagonista masculino que faria tudo pela mulher amada!
Sim, o Luellin que ela conhecia era um homem de coração gentil que vivia apenas pela heroína, Sierra.
‘O que diabos está acontecendo?’
De repente, pareceu que tudo havia sido um sonho. O fato que Luellin havia confessado estar apaixonado por ela há muitos anos, ter arriscado a vida para encontrá-la, e que ela havia eventualmente se apaixonado de volta por ele e até mesmo terem fugido juntos…
‘Não parece real. Mas tenho certeza que é.’
Bem, se estivesse sonhando, seus 5 sentidos não estariam tão claros. Suspirou enquanto batia na água quente do banho com suas mãos. Um leve cheiro de lavanda encheu o banheiro.
‘De qualquer modo… Preciso contatar Adrian logo.’
A essa altura, ele podia estar planejando voltar para a Torre dos Magos e atacar o Ducado de Rayshin. Então ela precisava entrar em contato com Adrian rapidamente, antes que ele começasse algo…
Ela saiu da banheira e pediu às criadas.
— Terminei de tomar banho, então podem preparar uma roupa para que eu me troque? O mais rápido que puderem, por favor.
— Oh, claro.
As criadas sorriram suavemente e preparam tudo com rapidez, começando pela roupa de baixo. Elas eram de fato criadas bem treinadas da mansão ducal.
Após terem lavado o corpo dela e aplicado perfume, secaram bem seu cabelo e ajudaram na troca de roupas. Durante o processo, por alguma razão, os rostos das mulheres ficaram vermelhos. No começo, Rosenia não entendeu, mas logo percebeu a razão. Era por causa das marcas que Luellin havia deixado em seu corpo.
‘Isso é, realmente… Tenho que pedir a ele que não deixe nenhuma marca na próxima vez. Ah, mas mesmo que peça, não sei se ele vai escutar.’
Ela sentou na penteadeira, segurando com cuidado a barra de seu vestido azul. Então, as criadas vieram e rapidamente começaram a pentear seu cabelo com escovas prateadas.
— Senhorita, seu cabelo é tão macio.
— Parece algodão doce.
Enquanto escutava as palavras das criadas que estavam rindo e a elogiando uma após a outra, ela batia os dedos na superfície do espelho que a refletia.
Então, a superfície do espelho tremeu, e uma onda começou a se espalhar. Não demorou muito e pôde ver alguém que não era ela mesma. Não era ninguém menos que Adrian.
— Ah…!
— O, o que é isso?
Adrian se virou agressivamente ao ouvir as vozes surpresas das criadas. No momento em que os olhos deles se encontraram, Rosenia sorriu por reflexo. Era o resultado de seu treinamento durante a década anterior. O que, de algum modo, tinha se tornado um hábito.
Ela primeiro olhou para as criadas e as acalmou com uma voz tranquilizadora.
— Não é perigoso, então não se preocupem.
As criadas ficaram quietas como se tivessem se acalmado com a atitude dela, mas ainda olhavam para o espelho com desconfiança.
Bem, essa era a única maneira.
A expressão de Adrian, refletida no espelho, só podia ser descrita como “confusa”.
Ela cumprimentou Adrian com um sorriso constrangido.
— Oi, Irmão.
[…Você…]
A voz dele parecia raivosa mesmo pronunciando aquela única palavra. Os olhos escarlate dele estavam afundados e pareciam pegar fogo.
Além disso, estavam um pouco vermelhos, o que fez Rosenia pensar que ele havia chorado um pouco. Adrian Hill, o lobo solitário que ela conhecia, nunca faria algo assim.
[Você está na mansão do Duque de Rayshin?]
—Sim.
[Ficou louca?]
—Irmão, acho que você quem ficou louco, então vamos nos acalmar e conversar, certo?
Rosenia achou que havia falado de forma amigável, mas Adrian rangeu os dentes. Ele parecia muito bravo.
‘Acho que vou ceder um pouco mais a ele.’
Adrian deu um passo adiante na frente do espelho como se fosse usá-lo como portal imediatamente. Enquanto ele se aproximava, as criadas engoliram em seco.
Mas Adrian não cruzou o portal. Era porque não conseguiria fazê-lo a não ser que Rosenia permitisse. Essa magia funcionava dessa maneira.
[Rosenia Hill.]
—Sim, Irmão.
[Explique sua relação com o Luellin Rayshin.]
Adrian falou com uma voz que indicava a raiva reprimida que estava segurando. Era mais uma ordem que um pedido.
Mas a atitude de Adrian era mais racional do que ela tinha esperado. Pensou que ele ficaria tão bravo que explodiria como uma bomba. Talvez, depois de ser deixado sozinho, ele tenha refletido sobre as coisas.
‘Bem, o que foi dito deve ter sido bem chocante para ele.’
Rosenia suspirou. Ela fechou os olhos por um momento e então os reabriu devagar. Depois de organizar os pensamentos rapidamente, falou calmamente:
— Ele vai se casar comigo.
[O quê?]
— Então, hmm, nós vamos nos casar.
Adrian estava petrificado com a boca aberta como se estivesse sem palavras. Era a primeira vez que Rosenia tinha visto ele tão abalado, então ela ficou surpresa.
Depois de um minuto mais ou menos, Adrian murmurou, mexendo a boca devagar.
[…Aquele louco desgraçado…]
— …
[…Vou matá-lo.]
Os olhos de Adrian faiscavam com óbvia intenção assassina. Se Luellin estivesse em sua frente, o olhar dele teria o pulverizado de imediato. Rosenia falou tão calmamente como pôde para tranquilizar Adrian.
— Atacar o Duque de Rayshin não é uma boa escolha, Irmão.
[Eu não ligo.]
— Se houver uma guerra, o dano que nossa família vai sofrer vai ser enorme. Você sabe.
[Não importa quanto dano vamos sofrer, vou dar o troco em dobro, não, dez vezes mais.]
— …
Rosenia pensou que persuadi-lo com gentileza não ia funcionar. Queria evitar usar terapia de choque, mas não dava para evitar. Então, decidiu fazer do jeito difícil.
— Irmão, se os Hill atacarem os Rayshin.
Ela falou cada palavra e sílaba com clareza.
— Eu não pisarei na Torre dos Magos pelo resto da minha vida.
[…O quê?]
Após ouvir a declaração dela, Adrian arregalou os olhos e perguntou. Rosenia respirou fundo para soltar a última bomba. Ela precisava que Adrian entendesse os sentimentos dela com clareza.
‘É a única maneira de ele entender que estou falando sério.’
Olhando direto para Adrian no espelho, ela exalou devagar e abriu a boca.
— Eu gosto dele.
[O que acabou de dizer…]
— Eu quero ficar mais com ele, e conhecê-lo melhor. Não quero me separar dele por causa da coerção de meu irmão. Eu sinceramente…
[…]
— Luellin Rayshin, eu realmente gosto dele.
Era a primeira declaração que ela fazia para uma pessoa que nem mesmo estava presente.
Por detrás, Rosenia podia ouvir as vozes das criadas. Não sabia se elas estavam comemorando ou suspirando. De algum modo, ela estava com vergonha demais para checar, então apertou os punhos com força.
No espelho, a expressão de Adrian endureceu como se estivesse profundamente chocado. Depois de olhar para ela com essa inédita expressão por algum tempo, Adrian abriu a boca.
[…Na casa de férias]
— …
[O que aconteceu com aquele desgraçado?]
Rosenia abaixou o olhar, pensando em uma maneira apropriada de responder a pergunta. Depois de um tempo, pensou numa resposta aceitável e levantou a cabeça. No mesmo instante, a porta se abriu de supetão e alguém entrou.
— …!
— Rosenia?
Uma voz leve como a brisa de primavera a chamou. Luellin, que a viu sentada na frente do espelho, sorriu largamente e se aproximou dela.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.