Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 33
Os lábios de Adrian se curvaram em um meio sorriso.
— Oi, irmãzinha.
A voz dele sempre fazia o coração dela apertar. Era como o som de um jaguar feroz rosnando lentamente.
Rosenia, como um coelho na frente de um predador, congelou e sorriu sem jeito. Estava se debatendo se deveria receber Adrian com boas-vindas moderadas ou correr e abraçá-lo.
Se fosse exageradamente doce, ele poderia ficar desconfiado. No entanto, por outro lado, poderia ser eficaz. Afinal, ele sempre ficava muito feliz quando ela era afetuosa.
Após ponderar por um momento, Rosenia correu para Adrian com os braços abertos.
‘Não custa nada tentar. Vamos arriscar.’
Se ela fosse muito acolhedora, ele poderia suavizar o mau temperamento e relaxar.
— …!
Adrian estremeceu levemente quando Rosenia o abraçou. Ela ergueu a cabeça com seus braços o rodeando e sorriu ao olhar para ele. Então, falou gentilmente.
— Bem-vindo de volta, irmão. Eu estava tão entediada brincando sozinha.
— …
Quando Adrian olhou para ela com uma expressão muito suspeita no rosto, sentiu que seu plano havia falhado.
…Porém, não podia desistir ainda. Sorrindo inocentemente, ela sussurrou.
— Você não tem ideia de como era chato comer sozinha. Deveria ter estado aqui para conversar comigo. Mas agora que voltou, podemos comer uma comida deliciosa juntos. Certo?
— …
— Já tomou café da manhã? Eu ainda não. Se você também não, por que não comemos juntos? O que você quer comer, irmão?
Mesmo para Rosenia, sua voz tinha soado muito mais doce do que de costume. O suficiente para causar arrepios nela mesma.
‘Droga, exagerei?’
Rosenia encarou Adrian, estudando sua expressão facial. Ele a olhava de volta com um olhar perplexo.
Tak!
— Ai!
Adrian, que de repente deu um peteleco na testa dela, falou com uma voz fria:
— Você comeu algo estragado? Ou ficou louca por causa do calor?
— …
‘Seu desgraçado…’
Amaldiçoou Adrian internamente enquanto o encarava. O local onde sua testa tinha sido atingida pinicava.
— Deve haver uma razão para você estar agindo assim. Aconteceu alguma coisa?
Quando ele terminou de falar, Rosenia quase se encolheu como uma ladra pega em flagrante. Felizmente, conseguiu se controlar a tempo. Adrian teria captado cada reação dela, não importava quão pequena fosse.
Rosenia respondeu de maneira composta, desviando o olhar lateralmente para as rosas no jardim.
— Irmão, você voltou cedo sem nenhum momento de atraso, não foi? Além disso, olhe para as rosas. Desde que parou de chover, estão em plena floração. Não são bonitas?
— Essas rosas florescem todos os anos, não é nada novo.
Após zombar da colocação dela, Adrian caminhou em direção às roseiras.
Sua mão pálida, coberta pela luva de couro preto, se esticou em direção às flores em plena floração.
Tac.
Então, ouvi-se o som do delicado caule de uma rosa partindo. Adrian, segurando a flor em suas mãos, removeu magicamente os espinhos do caule e tingiu as pétalas de azul.
Em menos de um segundo, uma rosa azul foi criada. Ele voltou para Rosenia e a colocou na orelha dela. O orvalho nas pétalas umedeceu levemente sua pele.
— Fica bem em você.
— …
— Azul.
Os cantos de sua boca se ergueram, e logo a mão dele tocou a testa de Rosenia no lugar que atingira anteriormente.
‘O quê?’
Rosenia imaginou que ele estivesse incomodado por ter dado o peteleco.
— A propósito, por que você está usando uma roupa tão pesada?
Rosenia, sem perceber, estremeceu com suas palavras.
Mas, imediatamente disfarçou e fingiu indiferença, sorrindo. Não poderia revelar nunca o fato de Llewellyn estar escondido na casa deles ou o tipo de relacionamento que eles tinham.
‘Está tudo acabado se formos pegos.’
Com um ar confiante, respondeu.
— Não é um vestido bonito com os laços elegantes? Estava no armário, então decidi experimentar. De qualquer forma, o tempo nem está quente.
— Hmm…
Adrian resmungava com os olhos suspeitos, enquanto tentava ver através dela.
Rosenia sabia quase tudo quando se tratava de Adrian, então podia facilmente perceber que ele estava suspeitando.
Um suor frio escorreu por sua testa com a tensão. Enquanto ela o olhava com um sorriso no rosto, ele debochou e passou por ela.
Rosenia o seguiu. Adrian caminhou sem hesitar direto para a casa principal, olhando lentamente ao redor da varanda, como se procurasse um sinal de algo suspeito.
No entanto, Rosenia acreditava que ele seria incapaz de encontrar qualquer vestígio de Luellin, já que havia os removido apressadamente. Ela timidamente olhou para a expressão facial de Adrian. Ele passou pela porta da entrada e se dirigiu para a sala de estar.
Naturalmente, não havia vestígios na sala de estar também. Adrian ainda parecia desconfiado, mas relaxou um pouco já que não havia encontrado nada de errado.
Segurando um suspiro de alívio, Rosenia sorriu para Adrian. Seus penetrantes olhos vermelhos olharam para ela. Remexendo as mãos atrás das costas, ela falou como se tudo estivesse bem:
— Como você trabalhou tanto, quero cozinhar algo delicioso, então descanse aqui na sala um pouco. Eu volto já.
— …
— O que está olhando? É verdade que você trabalhou bastante, não é? Às vezes eu tenho que ser uma boa irmã.
Rosenia falou com tato, tentando desviar as suspeitas de Adrian.
Adrian a encarou com os olhos arregalados enquanto sustentava um sorriso vazio. Apesar de ele não ter feito nada, o corpo dela estremeceu novamente. Mal conseguiu controlar seu corpo enquanto apertava as mãos.
— Tanto faz.
Adrian falou, casualmente sentando no sofá.
Inclinando a parte superior do corpo contra o encosto, ele sentou com as pernas cruzadas. Sua figura parecia a de uma fera cansada.
Rosenia sentia que Adrian era muito mais ameaçador do que Luellin, embora fosse mais magro. Provavelmente era por causa da atmosfera forte que exalava.
Pedindo a Adrian que aguardasse um momento, ela saiu da sala de estar.
Rosenia mal conseguia respirar quando entrou na cozinha …
‘Ele ficará bem escondido no armário? Talvez fique um pouco abafado.’
Com a percepção de Adrian, Rosenia sabia que era impossível levar até mesmo um copo de água para Luellin. Ela tirou os legumes da despensa e começou a enxaguá-los e cortá-los.
‘Talvez eu devesse colocar sonífero na comida de Adrian…’
Por um momento, Rosenia teve uma ideia desavergonhada, mas logo desistiu.
‘Não importa o quão louca seja a situação, seria muito mais louco dar sonífero ao meu irmão para esconder meu amante… Amante?’
Quando percebeu como tinha se referido a Luellin, seu rosto ficou quente.
Era óbvio que Adrian ficaria ainda mais desconfiado se a visse assim, então ela rapidamente tentou desviar seus pensamentos em outra direção.
No entanto, enquanto estava cozinhando, Rosenia ficava lembrando de como Luellin preparava as suas refeições e isso fez seu coração acelerar. Não apenas isso, ela também sentiu as bochechas esquentarem.
‘Ah, acho que realmente enlouqueci.’
Com as mãos trêmulas, teve que ser cuidadosa para não cortar os próprios dedos. Depois de cortar as batatas e as cenouras e jogá-las na panela, ela rapidamente começou a preparar os outros ingredientes.
Rosenia ia fazer uma simples canja de galinha. Sentiu-se mal por Adrian por não poder cozinhar de todo o coração. Tentou fazer o seu melhor, mas sua atenção continuava se desviando…
‘Tanto faz, canja de galinha é gostosa não importa como se cozinhe…’
Rosenia não queria expor o fato de que todo o seu foco estava em Luellin.
Tak, Tak, Tak.
A faca de cozinha atingia a tábua de corte fazendo um som rítmico. Enquanto Rosenia cortava os repolhos num tamanho adequado, ouviu uma comoção vinda do andar de cima.
‘Hã?’
Parou e olhou para o teto. A voz de alguém, um barulho, um estrondo e…
Crash!
Um alto som de uma janela se espatifando.
Imediatamente, seu sangue congelou. Ela pousou a faca na tábua de corte e recuou lentamente. Seus olhos ainda estavam grudados no teto.
‘Não me diga que…’
Enquanto um pressentimento ruim lentamente crescia dentro dela, correu para fora da cozinha sem pensar duas vezes.
Adrian não estava na sala de estar. Rosenia passou pela porta da frente e foi para o jardim. Ela correu na direção do distúrbio enquanto olhava ao redor.
— Hic…!
Parou assim que uma cena que esperava nunca se tornar realidade chamou sua atenção.
Sob a janela quebrada, Luellin levantou-se dentre os pedaços do armário destruído. Olhando para a bagunça e seu corpo, ele franziu a testa. Murmurou algo, mas parecia que estava muito longe para ela conseguir ouvir.
Adrian ficou parado, olhando friamente para Luellin. Seus olhos eram ferozes como se olhassem para um inimigo mortal. Rosenia não achou que seria estranho se ele matasse Luellin imediatamente.
Tum-tum, tum-tum.
Seu batimento cardíaco irregular ecoou em seus ouvidos. A situação se tornou perigosa em menos de um segundo. Ela estava congelada no lugar e não conseguia se mover.
Como o vento uivante no inverno, a voz de Adrian reverberou.
— Por que esse lixo Rayshin está na minha propriedade?
Apesar de ter sido insultado, Luellin apenas riu, sem demonstrar irritação. A ponto de Rosenia se perguntar se ele estava louco.
— Isso mesmo, eu sou um lixo. O cachorrinho da Rosenia.
O rosto de Rosenia se contorceu em uma expressão estranha. Por um momento, havia esquecido a gravidade da situação.
Adrian era um vilão de sangue frio desde o início, enquanto Luellin, que Rosenia pensava ser o são duque de Rayshin, era na verdade um lunático. Em outras palavras, ela era a única normal dos três.
‘Dois cachorros loucos estão tentando encontrar uma oportunidade de morder o pescoço um do outro!’
Rosenia era a única que poderia deter esses lunáticos. Mas como? Tinha certeza de que nenhum dos dois a ouviria…
‘Dialogar com dementes é impossível. Devo apenas esperar uma oportunidade para nocautear os dois?’
O tempo estava passando enquanto ela considerava cuidadosamente suas opções.
— Você tem ideia do que está dizendo? Duque de Rayshin?
— Eu quis dizer exatamente isso, do fundo do meu coração. Por quê? Quer que eu repita? Sou o cachor–
— Silêncio.
Adrian cortou o comentário absurdo de Luellin.
Em pé diante de Rosenia, Adrian não recuou e olhou para Luellin como se fosse matá-lo. Ele diminuiu a distância lentamente.
— Não se atreva a dizer o nome dela com a sua boca.
— Ah… Sinto muito. Já falei esse nome com a minha boca mais de cem vezes. E Rosenia também.
Com as palavras do louco, Rosenia ficou tão tensa que não sabia o que dizer. E logo após, Luellin sorriu e continuou.
— Ela chamou meu nome. Muito carinhosamente.
‘…? Quando eu fiz isso?’
Enquanto Rosenia estava completamente surpresa, a bengala de Adrian atingiu Luellin violentamente no rosto.
Paft!
Imediatamente, ouviu-se um som assustador de carne se partindo.
— Hic.
Rosenia prendeu a respiração. Antes que o cambaleante Luellin pudesse recuperar o equilíbrio, Adrian o chutou.
Então, quando Luellin tentou se levantar, Adrian pisou em seu peito e o encarou ferozmente, como se estivesse prestes a matá-lo a qualquer segundo.
Uma voz fria e furiosa saiu dos lábios pálidos de Adrian.
— O que você…
— …
— O que você fez com a minha irmã?
Tradução: Holic.
Revisão: Nopa.