Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 31
— Tudo que eu falei é a mais pura e honesta verdade.
Disse Luellin, passando a mão no cabelo dela.
Enquanto eles conversavam, Rosenia podia sentir o corpo dele esquentando novamente. Da mão que a tocava até o calor emanado pelo corpo dele, que estava próximo.
Rosenia tentou absorver o mana dele através de seu corpo, apenas ao encostar-se. Era necessário fazer isso aos poucos, para evitar acidentes. Apesar disso, não queria conversar sobre a situação enquanto sua mente estava uma bagunça.
Como uma cigarra, Luellin a segurava com força nos braços enquanto a olhava. Um sorriso satisfeito emergiu de seus lábios. Ele parecia gostar de segurá-la dessa maneira.
— A sua maneira de tentar lutar é uma graça, Rosenia.
— …
— Mas não acho que vá dar certo.
‘Essa boca maldita de novo!’
O encarando, Rosenia falou criticando.
— Então vamos organizar os fatos. Você esteve apaixonado por mim pelos últimos 8 anos…
Soava ainda mais esquisito quando ela dizia em voz alta. Ela simplesmente pensava em Luellin Rayshin como o protagonista mascunlino que um dia iria matá-la na história. Não podia acreditar que ele gostasse dela. Era algo muito pouco familiar, e que ela nunca esperaria.
…Era inevitável que Rosenia sentisse calafrios ao pensar no assunto. O homem pelo qual tinha se apaixonado no fim a amava de volta. Mas apesar de parecer genuíno, era impossível para ela se sentir feliz com isso. Não importava o quanto pensasse… parecia mais próximo de uma obsessão.
— …Então, para se encontrar comigo, você veio até aqui. E… não tinha nenhuma intenção de me usar?
— Sim, isso mesmo.
Luellin respondeu sem hesitar num segundo. Os olhos esmeralda dele olhavam diretamente para ela e pareciam bem honestos. Apesar de o que estava escondido detrás deles ser tão distorcido como sempre…
Rosenia não conseguia acreditar que um olhar tão puro pudesse conter essa pitada de loucura. Era realmente impressionante e assustador. Até mesmo agora, os olhos que a encaravam continham uma determinação e um desejo que faziam estremecer o coração dela.
‘Por quanto tempo ele vai ficar me olhando desse jeito?’
— Encontrei alguém no jardim hoje de manhã.
— Sim.
— Era um garoto com um bonito cabelo loiro. Estava de rabo de cavalo, e tinha uma espada na cintura. E minhas magias não funcionaram nele.
— …
— O menino falou que eu era a fraqueza de Adrian, e que alguém iria me sequestrar. Basicamente, foi o que ele disse. E eu entendi que essa pessoa seria você. Não importa o quanto eu pensasse, você era o único que poderia me levar desta casa.
Luellin arregalou os olhos e suspirou devagar. Então, com um olhar complicado no rosto, ele falou com certa dificuldade.
— Esse garoto é o Alex.
— Eu sabia! Ele é um de seus subordinados, não é?
— Não entenda errado. Alex é um de meus subordinados, mas eu não o chamei aqui. O que ele falou não é verdade. A magia de detecção de mentiras ainda está ativa?
A pergunta que Luellin colocou no final fez ela estremecer sem perceber. Era justificável que ela usasse o detector de mentiras nele, então porque isso a fazia se sentir afobada?
Como se tivesse visto um fantasma, Rosenia estava com medo desse homem que tinha percebido a magia secreta dela. Mais do que isso – ao não saber o que ele estava pensando, nem conseguia começar a imaginar a escuridão que havia na mente dele. Talvez por isso que às vezes se sentia feliz, mas às vezes tinha vontade de fugir para longe.
Como um herbívoro instintivamente fugindo quando via uma besta.
Esse homem era claramente um predador. E Rosenia tinha a estranha premonição de que, não importava o quanto ela tentasse fugir, acabaria nas mãos dele.
— …Eu desliguei a magia de detecção de mentiras. Agora eu terminei de confirmar que você estava falando a verdade.
— Entendo. É um feitiço muito útil.
— De qualquer modo, esse menino Alex entendeu errado a razão por você ter vindo aqui? É isso?
— Sim, isso mesmo. Alex me entendeu errado. Desde o início, eu só tinha um propósito. Eu queria te encontrar, queria estar em seu coração.
Sussurrou Luellin, abaixando sua cabeça na direção dela. Pensando que ele ia beijá-la, novamente ela puxou o corpo para longe. Ele fez um olhar de surpresa.
— Você está muito tensa.
— Não posso evitar. Inconscientemente, quero fugir …
— Por que você iria querer fugir?
Rosenia não conseguia dizer que era porque ela estava um pouco assustada. Se dissesse isso, estava com medo de que seria cruzar uma ponte da qual não haveria retorno.
— De qualquer modo, agora o mal entendido foi resolvido. Já que conheço sua situação, me diga o que você vai fazer. Adrian voltará logo.
Luellin a encarou enquanto ela desviava o rosto, evitando o olhar dele. Era muita pressão, então o coração dela encolheu e ela se concentrou em outra coisa. Olhar dentro dos olhos dele fazia a pele dela esquentar. Ela não sabia que o olhar de alguém pudesse fazer isso. Era a primeira vez que ela experimentava tal sensação.
— Rosenia, tem algo que eu quero perguntar antes que possamos discutir a questão do seu irmão.
— …O quê?
Rosenia perguntou quietamente, espiando Luellin. Ele sorriu de repente quando seus olhos se encontraram. E o pior, ele a puxou para perto e a beijou no rosto.
Rosenia simplesmente ficou petrificada e aturdida com o comportamento imprevisível.
‘Por que ele sempre me beija assim, do nada?’
— Rose, por que você chorou ainda agora?
— Ah…
‘Era isso que ele queria me perguntar?’
Incapaz de responder imediatamente, Rosenia desviou seu olhar. Então, ele levantou gentilmente o queixo dela e a encarou.
Rosenia tentou rolar os olhos para não olhá-lo diretamente, mas, em um ataque surpresa, ele mordeu os lábios dela.
— Argh!
— Não vai me responder?
— Ai…
Rosenia ia dizer ‘ai meu Deus’, mas ficou em silêncio. Não tinha sido o suficiente para doer, mas os lábios dela estavam formigando da mordida. Julgando pelas muitas noites que tinha passado com ele, concluiu que ele tinha leves tendências sádicas…
— Eu preciso mesmo responder porque chorei?
— Se não, vamos continuar nos beijando?
— Quê?
Luellin fechou os lábios e sorriu. Os olhos verdes dele cintilavam com maldade. Pensando que ele realmente iria atacá-la de novo, empurrou a cara dele para longe e falou.
— Vou contar. Porque chorei.
— Certo.
— A razão pela qual chorei foi… quero dizer…
…Surpreendentemente, era a vez dela se declarar.
‘É isso que chamam de colher o que plantou?’
Com leve arrependimento, Rosenia começou a falar baixo.
— Pensei que você estava me usando…. e fiquei triste.
— Ficou triste porque pensou que eu estava te usando?
— Não é óbvio?
— Por que é óbvio?
Quando Rosenia ficou afobada de novo com a resposta dele, ele gentilmente a acalmou. Apesar da diferença de idade deles ser pequena, ele ainda era mais velho que ela. Ou talvez fosse por ele ser um duque.
— Fiquei confusa porque você continuava sendo gentil comigo.
— Ficou?
— …Fiquei com raiva e desapontada pensando que essa gentileza tinha razões ocultas…
— Hmm…
Com um tom ansioso, Luellin penteou o cabelo dela com a mão. Ele parecia gostar de tocar o cabelo dela. Quando pensava nisso, ele parecia gostar de tocá-la em geral. Mesmo quando estava cansada e queria dormir, as mãos dele não paravam de tocá-la.
— Não posso evitar ser gentil com você o tempo todo, Rosenia.
— …
— Você é a única para mim.
— …Eu…
Rosenia manteve a boca fechada por um momento antes de perguntar.
— Você me ama?
— …
Luellin não respondeu e apenas sorriu, quieto. Ele não parecia surpreso nem envergonhado. Era como se tivesse imaginado essa situação por muito tempo.
Depois de um tempo, ele respondeu.
— Sim.
— …
‘Isso é tudo?’
Quando Rosenia olhou para ele com uma expressão indescritível, Luellin acrescentou.
— A palavra amor não é capaz de descrever o que sinto.
— …
— Será o quanto você queira que seja. Se quiser que seja amor…
— …
‘Que diabos ele está dizendo? Então não é amor, mas se eu quiser que seja amor, ele vai agir como se fosse? O quê?’
Se sentindo um pouco perdida, Rosenia olhou para ele e piscou. O rosto dele estava cheio de confiança mesmo tendo dito algo tão vago. Ela se sentia ainda mais confusa e só conseguia franzir a testa.
‘Será que é ok gostar desse cara?’
— Você não gosta de mim?
— Quê? Não, ao contrário…
— Agora que confessei meus sentimentos, e se você gosta de mim, posso enlouquecer por você honestamente?
— …Quê?
O medo que surgiu desse pedido foi quase instintivo. De fato, até agora, a obsessão dele já havia a assustado, mas não estava na sua potência máxima ainda…? O quão longe ele iria se fosse “honesto”?
Sentindo calafrios por alguma razão, Rosenia se esquivou sem perceber. Enquanto ela se remexia nos braços dele, ele alisou seu ombro e sussurrou.
— Na verdade, eu tenho medo. De revelar o quão louco sou por você.
— ….
— Porque você pode acabar me odiando.
A mão que tocava a sua bochecha estava quente. Sentindo ele queimar, ela se encolheu momentaneamente.
— Mas… Eu me decidi.
— …?
— Não posso fazer nada, mesmo que você acabe me odiando.
— Espera…
— Não posso te deixar ir, Rosenia.
O sussurro que tocou suas orelhas a deu calafrios. Tinha uma frieza na voz dele. O corpo contra o dela estava quente, mas ela tremeu como se estivesse no meio do inverno.
— Nada mudará quando seu irmão voltar para esta casa.
— Espera um minuto…
— Eu vou te roubar dele.
— O que está dizendo…
Antes que Rosenia pudesse perguntar, seus lábios se tocaram. Ela não conseguiu empurrá-lo dessa vez. No momento em que seus hálitos quentes se misturaram e suas línguas se enrolaram, o coração dela disparou e sua mente ficou em branco.
Esbaforida, Rosenia só podia aceitar esse homem, que a devorava como se sua alma dependesse disso.
E então, mais uma vez, o tempo passou, o suficiente para as estrelas se moverem enquanto os dois se derretiam nos braços um do outro.
***
De manhã cedo, o que a acordou da exaustão foi o familiar que atravessou a parede e entrou no quarto.
— Cain, cain…
— Você está agindo de um jeito estranho…
Murmurando isso para o familiar, que chorava ansiosamente, Rosenia se sentou. Esfregando os olhos e olhando ao redor, viu que Luellin dormia profundamente.
Rosenia se aproximou do familiar, com cuidado para não acordar Luellin. O familiar, que tinha a cauda abaixada, olhou para ela e levantou as orelhas, fazendo um barulho de desespero.
Shhh.
— Tem que fazer silêncio.
Quando Rosenia o alertou, em voz baixa, o familiar imediatamente entendeu e ficou quieto. No entanto, ainda se movia de um lado a outro ansioso, então girava como se quisesse dizer algo a ela.
‘…Será que, já?’
Um pressentimento sombrio percorreu sua espinha. Ela agarrou suas roupas e sentou numa cadeira, concentrando a mente. Em um segundo, pode usar magia para olhar à distância. Um enorme barco podia ser visto se aproximando do píer e ancorando.
‘Droga.’
A magia dela se dissipou. Ela correu para cama para acordar Luellin. Não havia mais tempo.
Adrian tinha retornado.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.