Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 27
Luellin acordou sentindo que algo não estava certo.
Assim que recobrou a consciência, levantou de um pulo e olhou para o seu lado. Rosenia não estava lá.
— Rose?
Chamou o seu nome e olhou pelo quarto como um louco, mas não houve resposta.
Luellin saltou da cama e saiu do quarto em seu robe.
Correndo por quase todo lado em busca de um traço de Rosenia, seus olhos se encontraram assim que ela entrou pela porta dianteira da casa.
Por um momento, houve um estranho silêncio entre os dois.
Com u suspiro de alívio, Luellin quebrou o silêncio. Aproximando-se dela de maneira descontraída, ele falou.
— Rose, foi dar uma caminhada? Quando eu acordei você não estava ao meu lado…
Não falou que tinha a procurado como um louco. Estranhamente, quanto mais se aproximava dela, mais tinha medo de revelar a sua obsessão.
— ….
— Rose?
Luellin perguntou, confuso porque ela apenas o encarava sem responder.
Uma sensação estranha e sinistra invadiu sua mente, mas em pouco tempo Rosenia deu um sorriso relaxado.
— Já levantou? Eu estava indo para a cozinha preparar o café da manhã.
Sua voz estava calma, mas Luellin viu suas mãos apertadas tremerem.
Algo devia ter acontecido, mas Luellin não achava que ela o contaria se perguntasse. Então, com um sorriso e fingindo que nada tinha acontecido, ele respondeu.
— Eu vou preparar o café da manhã, então você pode ir descansar na sala de estar.
No entanto, Rosenia negou firmemente com a cabeça.
— Não, eu vou fazer hoje. O duque tem cozinhado o tempo todo.
— Mas…
— Está tudo bem, pode relaxar.
Rosenia, que sorria como se traçasse uma linha, passou por Luellin. Mesmo que fosse uma curta distância, parecia que ela não queria alcançá-lo de jeito nenhum.
Foi tão estranho que Luellin ficou confuso. Até ontem, ela tinha tido uma atitude amigável com ele.
Então ele se perguntava o que diabos tinha acontecido. Sentindo como se uma parede tivesse se erguido, ele estava enlouquecendo mentalmente.
Pensou que Rosenia estivesse se acostumando com ele lentamente, como uma chuva fraca. Achou que com o tempo, poderia finalmente capturar o coração dela…
Isso era o que Luellin esperava.
—…
Olhando distraidamente para as costas dela se afastando, Luellin logo a seguiu com um olhar determinado.
Não podia deixá-la escapar de suas mãos dessa forma. Se não conseguisse ganhar o coração dela, ele morreria.
Para suprimir o acúmulo de mana, precisava do contato com o corpo de outra pessoa e se envolver profundamente. Mas ele não conseguia se imaginar conectando-se com outra pessoa além de Rosenia.
Ela era a única para ele. Preferiria morrer do que se entregar para outra pessoa e viver. No entanto, ele também não queria morrer. Se morresse, seu tempo com ela acabaria para sempre.
O pensamento de ela o esquecendo e conhecendo outro homem após sua morte fazia o sangue dele ferver e o enlouquecia. O fazia querer destruir tudo em sua frente.
Luellin nunca se viu como uma pessoa violenta, mas quando Rosenia estava envolvida e quando ele imaginava ela sendo levada por outra pessoa, ele sentia que poderia perder a razão e enlouquecer.
Rosenia agiu como se não percebesse a presença dele, no entanto, a expressão que ela tentava esconder era clara para ele. De alguma forma, ela parecia insegura e ferida.
Luellin cerrou o punho sem se dar conta assim que viu a expressão dela.
Uma imensa ansiedade e o desejo de alcançá-la se entrelaçaram dentro dele.
Mas neste momento, ele não conseguia externar tudo. Era necessário tempo e distância entre eles. Ele não queria arruinar o relacionamento que ele conseguiu com tanto esforço.
— Rosenia.
Chamando o nome dela, Luellin caminhou com cautela. Tomou muito cuidado, como se estivesse lidando com um pequeno pássaro, sem saber como ela reagiria.
Mesmo assim, Rosenia o olhou surpresa, deixando cair um tomate de sua mão. Luellin sorriu amargamente.
Desde o início, não pensou que seria fácil. Entrar no coração dela e fazer com que ela o amasse de volta estava sendo a tarefa mais difícil do mundo.
No entanto, Luellin queria que ela pelo menos se sentisse confortável com ele.
Swish.
Luellin se abaixou para pegar o tomate que rolou aos seus pés. Embora não houvesse um machucado apesar de ter caído no chão, achou que seria estranho comê-lo.
Rosenia estremeceu quando Luellin jogou o tomate no lixo. Mais do que o desperdício de comida, ela parecia estar mais consciente de cada movimento e gesto dele.
Seria bom se fosse devido à excitação. No entanto, as emoções que brilhavam em suas profundas íris rosas mostravam confusão e medo.
Luellin queria afastar essas emoções e ver o que ela tinha no coração. Queria saber o que ela estava pensando. Ela se encontrou com alguém? Outra pessoa além dele apareceu na casa?
‘…Ah. Não me diga que…’
Um pensamento cruzou sua mente.
Era um tiro no escuro, mas não era impossível. Mesmo que o Comandante dos cavaleiros não vazasse a informação, existiam muitas maneiras de descobrir.
Afinal, há quanto tempo o Duque de Rayshin tinha desaparecido? E para onde?
Haviam alguns servos que Luellin mantinha ao seu lado que eram espertos o bastante para descobrir a resposta para essas perguntas.
‘A questão é: quem diabos ela encontrou e o que ouviu? Foi o Alex?’
Ele era o único que Luellin acreditava que poderia estar mais interessado em ir à propriedade da família Hill do que qualquer outra pessoa. O ódio de Alex pelos magos estava além de seu controle.
Luellin, sem saber, estava se aproximando da resposta, mas logo a voz de Rosenia dispersou seus pensamentos.
— Pensei em fazer ensopado de frango e tomate.
— Ah…
Do ponto de vista de Luellin, Rosenia estava falando deliberadamente como se tudo estivesse bem. Como se tentasse esconder a confusão em sua mente.
No entanto, Luellin tinha percebido desde o início que a mente dela estava um caos.
Havia um sabor amargo em sua boca. Sorrindo casualmente, Luellin se aproximou da pia e lavou as mãos sorrindo para ela. Ele o fez de uma maneira extremamente educada.
— Vou ajudar também. Assim podemos terminar mais rápido.
— …Sim, claro…
Rosenia sorriu sem jeito e concordou com a cabeça. E por causa disso, o coração de Luellin afundou como se estivesse caindo de um penhasco.
Luellin percebeu quão preciosos eram os muitos sorrisos brilhantes que Rosenia lhe dera.
Era muito difícil apenas olhar para Rosenia e não estender a mão para tocá-la, enquanto ela se forçava a ficar perto dele, evitando contato visual.
‘…’
Enquanto preparava os tomates, Luellin teve um pensamento. Se tivesse um episódio de acúmulo de mana durante a noite, o que ela faria se ele estivesse à beira da morte?
O deixaria morrer?
Ou o salvaria novamente?
Só após o pôr do sol ele teria a resposta para sua pergunta.
***
À noite, sem falta, Luellin estava com febre alta.
Foi o momento perfeito que nem ele tinha antecipado.
Luellin olhou para o teto em transe e riu. Perguntou-se se deveria ir ao quarto de Rosenia e implorar. Ou, ele pensou, talvez devesse esperar para ver. Talvez ela ficasse preocupada com ele e viesse procurá-lo por si mesma.
Sinceramente, pensava que a probabilidade de o último acontecer era nula. Pensou consigo mesmo que, embora Rosenia fosse amigável com ele, não acreditava que ela se importava o suficiente para se preocupar com ele antes de ir para a cama.
Atordoado pela febre, recitou internamente.
‘Espero que goste de mim tanto quanto sou louco por você.’
Tinha consciência de quão fútil era seu desejo. Era um amor completamente unilateral. Mesmo assim, ele não se importou.
Não importava quanto tempo passasse, sua obsessão por ela apenas cresceria e o deixaria louco.
— Rosenia.
Luellin repetiu baixinho.
— Rosenia….
Chamando seu nome, desejou que sua voz a alcançasse como um milagre.
‘Sou um idiota.’
Repreendeu a si mesmo. Pensou que era um desejo que nunca se tornaria realidade.
Mas na terceira vez que ele disse o nome dela, inesperadamente um milagre aconteceu.
Click–
A porta abriu com um pequeno rangido, então um par de pequenos pés se arrastou.
O tempo passou lentamente. Não, pareceu lento apenas para Luellin.
Todos os barulhos ao seu redor desapareceram, e até mesmo a luz das estrelas fluindo pela janela se apagou. Seu coração, que parecia ter parado por um momento, começou a bater como louco.
Luellin arregalou os olhos e a olhou, para o milagre que tinha se realizado. O impossível havia acontecido.
‘Eu morri e fui para o céu?’
Estava tão aéreo que teve tal pensamento.
— Duque.
Rosenia sussurrou, de pé ao lado da cama. Luellin, incapaz de responder, apenas abriu a boca. Queria dizer algo, mas sua mente estava branca como um papel em branco.
— Como esperado… Sabia que isso iria acontecer.
Rosenia suspirou profundamente após verificar seu estado. O rosto dela estava cheio de ansiedade, preocupações, e afeição por alguma razão.
Luellin, que viu tudo, sem perceber derramou lágrimas. Seu coração estava cheio de emoções difíceis de expressar em palavras.
— P-por que você está chorando?
Confusa, Rosenia enxugou o suor frio da testa dele com um lenço. E em seguida limpou as lágrimas e colocou a pequena mão na bochecha dele.
Luellin, olhando distraidamente para Rosenia, cobriu a pequena mão com a dela.
— Rosenia.
Com um tom lânguido, chamou o nome dela.
— Rosenia…
Ela ficou em silêncio.
— Sim, duque.
Rosenia respondeu calmamente, ainda com um olhar complicado. No entanto, ela não afastou a mão dele.
Luellin ficou tão comovido com isso que pensou que poderia morrer sem arrependimentos. Mas naturalmente, ele não queria morrer.
Ela tinha ido vê-lo, então ele não queria morrer assim. Segurando a mão dela com força, ele implorou.
— Me salve…
— ….
— Por favor, me salve, Rose…
Tradução: Holic.
Revisão: Nopa.