Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 24
— Rose.
— …
— Rosenia.
Luellin beijou a parte macia do pescoço dela enquanto chamava seu nome suavemente. Ficaram marcas parecidas com pétalas por sua pele branca. Ele as olhou satisfeito.
Com uma voz envergonhada, Rosenia murmurou.
— … Pare de olhar tanto.
— Não.
— E pra que ficar deixando essas marcas?
Perguntou Rosenia.
Luellin sorriu para ela.
Porque essas marcas significavam que ela pertencia a ele.
Luellin finalmente tinha Rosenia a seu lado, e não tinha nenhuma intenção de perdê-la novamente. De um jeito ou de outro, queria o corpo dela, sua mente, sua alma, tudo dela para ele mesmo.
Ele pensou que enfrentaria Adrian com prazer se precisasse. Não tinha medo do louco mestre da Torre dos Magos no fim das contas.
O que o assustava era perder Rosenia e ter que ficar longe dela.
Após vê-la novamente depois de 4 anos, ela estava tão linda que conseguia entender perfeitamente porque Adrian havia a escondido tão bem.
Coincidentemente, Luellin pensava da mesma maneira que o seu odiado rival. Ele também queria esconder Rosenia em algum lugar, onde ninguém a encontrasse.
Já adulta, Rosenia não era mais a garota que um dia foi, e qualquer um se apaixonaria facilmente por ela.
Luellin se sentia inseguro. Se alguém se aproximasse dela com a intenção de roubar seu coração, ele poderia matar essa pessoa.
Por isso, a queria toda para si mesmo. Queria que aqueles olhos olhassem só para ele. Para conseguir isso, daria até mesmo sua vida.
— Rosenia.
— …Estou com fome.
— Bem, vamos comer.
Com um sorriso no rosto, ele a alçou da borda da janela.
Enquanto a carregava escada abaixo devagar, ela murmurou que podia andar sozinha.
Seu corpo pequeno estava apertado nos braços dele e sua pele macia emanava calor. Cada sensação que ele sentia era tão magnânima que o coração dele se sobrecarregava de emoções toda vez que ela respirava contra ele.
Havia sido sempre assim, mesmo quando Luellin fingia sorrir despreocupado.
O coração dele ficaria abalado toda vez que ele a visse, por todo o resto de sua vida e por toda a eternidade.
No entanto, Luellin não ousava chamar isso de amor, porque o que ele sentia e pensava provavelmente era diferente da doce expressão “amor”.
O coração dele acelerava como o de um menino enamorado, mas abaixo disso, havia algo escuro e denso.
Os sentimentos que tinham se acumulado ao longo desses anos estavam trancados em um lugar afastado de sua mente. Eram tantos que seria doloroso para Rosenia suportá-los. Por essa razão, ele queria ir devagar.
— E, Rose…
— …?
Olhando para Luellin, que sorriu de repente, Rosenia inclinou a cabeça.
Então, com maneiras suaves e com a imagem do correto e honesto duque de Rayshin, Luellin arrumou o cabelo dela.
Depois, ajeitou a frente de seu vestido.
Colocou um garfo em sua mão e lhe serviu água.
Luellin sorriu.
Com uma expressão que não carregava nenhum traço de desejo.
— Por favor, coma.
— Ah… Sim… Obrigada.
Atordoada, Rosenia o olhou confusa.
Essa Rosenia, com uma expressão atrapalhada no rosto, era tão linda que Luellin não conseguia parar de sorrir.
‘Rosenia, minha Rosenia. Continue a não perceber nada. Simplesmente pense em mim como o honesto e virtuoso Duque de Rayshin. Você me deixaria se soubesse quem eu sou de verdade.’
Bebericando água com limão, Rosenia olhou para Luellin, que estava ao seu lado.
Eles foram caminhar pelo jardim de rosas da casa. As rosas, que estavam em seu florescer máximo, causavam uma visão espetacular. Era um cenário tão belo que parecia ter saído diretamente de um sonho.
A figura de Luellin, andando devagar nesse lindo cenário, o tornava ainda mais magnífico. Sua pele branca e suave como jade, sobrancelhas grossas, um nariz reto, e lábios pálidos com um leve sorriso…
‘…Ele é bonito.’
Mas o ponto alto de sua beleza eram os olhos verdes que faiscavam como esmeraldas. Esses olhos transparentes eram claros como o dia. Sua honestidade trazia uma camada a mais de profundidade a ele.
Rosenia se perguntou se estaria encarando demais. Ele olhou para o lado dela e sorriu gentilmente.
Quando Rosenia viu o sorriso, por alguma razão, sentiu um calor dentro de si. Enquanto fingia beber a água com limão, ele lhe perguntou amigavelmente.
— A água com limão está boa?
— Quê? Ah, sim. Está boa.
Respondeu Rosenia, incapaz de olhá-lo nos olhos porque ainda sentia calor por dentro. Ele sorriu feliz.
Essa água com limão havia sido preparada por Luellin em pessoa. Ele seguia fazendo coisas para ela. Sobremesas após cada refeição, lanches para ela comer após o banho, e essa água com limão para tomar durante o passeio no jardim.
A essa altura, Rosenia pensava que o hobby dele era cozinhar. O Duque de Rayshin como cozinheiro era uma combinação bizarra, mas as comidas feitas por ele eram maravilhosas.
Rosenia não sabia quantas pessoas haviam experimentado as comidas dele. No entanto, tinham certeza que não haviam sido muitas. Ela se sentia estranhamente bem sabendo que era uma delas.
— Não pretende plantar outras flores nesse jardim?
— Ah… Não sei? As decorações foram feitas de acordo com os gostos de minha mãe.
Era verdade. A razão pela qual o jardim tinha apenas rosas era por causa da preferência da mãe dela.
A mãe, que havia dado a luz a Adrian e a ela, era uma pessoa um pouco diferente, porém gentil. Ela havia desaparecido de repente quando Rosenia tinha 5 anos de idade.
Desde então, seu pai havia a procurado como louco, mas até hoje não havia notícias de sua mãe.
Se sentindo deprimida ao pensar nisso, ela tocou na superfície do copo onde gotas haviam se acumulado. Ela sentiu a água fria em seus dedos.
— Falando na mãe de Rosenia… Não é a dama Ilunia?
— Oh… V-você a conheceu?
— Claro que sim. Ela era uma das melhores cavaleiras do império antes de se tornar uma maga.
Os olhos dela se arregalaram com surpresa por Luellin saber tantos detalhes sobre sua mãe. Ilunia era uma excelente cavaleira, mas isso havia sido há tantos anos que poucas pessoas se lembravam.
Também, depois que Ilunia se casou com o pai de Rosenia e aprendeu magia, ela se tornou tão notória quanto o marido.
Pelo que Rosenia podia lembrar, sua mãe não era o tipo de pessoa que faria maldades… Ela achava que as informações deveriam ter sido distorcidas.
‘Ela era um pouco casca grossa, mas…’
Ilunia sempre tinha sido uma mãe gentil para Adrian e Rosenia. O tipo de mãe que fazia brincadeiras com seus filhos.
— Vista Adrian como uma menina e leve ele pra andar pela cidade.
Parando pra pensar, as brincadeiras de sua mãe eram basicamente fixadas em Adrian. O papel de Rosenia era olhar as caras engraçadas que ele fazia enquanto sorria nos braços de sua mãe.
‘Por alguma razão, sinto falta de minha mãe. Será que ela está viva? Se estiver, onde está e o que estará fazendo agora?’
— Rosenia, minha filha adorável. O Adrian te maltratou de novo?
Enquanto Rosenia se perdia nas memórias vagas, ouviu a voz de Luellin.
— Na verdade, o meu mestre é o irmão mais velho da dama Ilunia.
— …Quê?
Com essa declaração completamente inesperada. Rosenia encarou Luellin com os olhos arregalados.
A mãe dela era uma filha ilegítima de algum nobre. No entanto, ela nunca revelou o seu passado, então as pessoas apenas especulavam.
O seu pai e os magos da Torre não tinham nenhum interesse nas origens de sua mãe. Por isso, as relações familiares entre a família de Rosenia e a família da mãe dela eram inexistentes.
E agora, Luellin havia revelado que seu mestre era irmão da mãe dela!
‘Oh, meu Deus… Como isso aconteceu?’
Era uma coincidência enorme que o mestre de Luellin fosse irmão da mãe dela, e Luellin era o homem com quem ela havia passado sua primeira noite!
Lambendo os lábios, ela perguntou com cuidado.
— Posso perguntar o nome dele? Do seu mestre.
— O nome do meu mestre é… Henry Lovick.
— Hã, Lovick!?
—… Sim. O Margrave¹ Lovick é irmão de sua mãe.
‘Oh, meu Deus.’
Após ouvir o sobrenome Lovick, Rosenia pode entender porque sua mãe havia escondido suas origens.
Em todo o Império… Não, no continente de Eidos inteiro, se a família Hill era conhecida por seus magos, a família Lovick era famosa por produzir os mais fortes cavaleiros.
A maior diferença entre as duas famílias era que os Lovicks eram tornados cavaleiros pela família real e eram leais a esta, e os Hills, não.
Os chefes da família Hill tinham recusado receber títulos de nobreza por gerações. Eles ficariam presos aos deveres e obrigações de um nobre, e teriam que ser leais à família real.
No fim das contas, a família Hill não era leal a ninguém. Por isso agiam com arrogância quando queriam, já que tecnicamente, não eram nobres.
No entanto, o primeiro patriarca da família Hill tinha sangue real, então, naturalmente, eles tinham sangue nobre. As pessoas que odiavam a família Hill fingiam não saber desse fato.
‘De qualquer modo, Lovick…. Por isso que minha mãe não contou sobre sua família.’
Os costumes da família Lovick eram completamente diferentes dos da família Hill. Os Lovicks eram sempre corretos, agindo com virtude, e obcecados com a dignidade da nobreza.
Rosenia não podia acreditar que sua mãe era filha ilegítima de um Lovick. O fato de um deles ter uma filha fora do casamento seria um escândalo. Então era por isso que a mãe dela havia escondido.
‘Minha mãe, uma Lovick. Ela nunca falou sobre isso. Que tipo de vida ela viveu?’
Algo de realmente extraordinário deveria ter acontecido para que um Lovick honesto e correto produzisse uma filha ilegítima.
‘Qual será a história por trás do nascimento de minha mãe? Ela deve ter passado a infância no território dos Lovick, mas como ela terá vivido…’
Rosenia tinha muitas perguntas. Mas, a mãe dela, que poderia respondê-las, não estava lá.
— …
— …Rose, você está bem?
Luellin perguntou preocupado quando viu a expressão melancólica dela.
— Quê? Ah…! Sim, estou bem!
Rosenia respondeu com um sorriso como se tudo estivesse bem.
Ela não pensou que eles eram próximos o suficiente para compartilhar histórias tristes. Imaginou que seria um fardo para ele escutar. Não se importaria de contar, mas pensou que o deixaria desconfortável.
— Estou bem. Só pensei na minha mãe por um momento.
— …Já faz 15 anos que a dama Ilunia desapareceu.
— Sim. Meu pai ainda a procura, mas… Não sei. Não sei se algum dia a encontraremos.
Rosenia queria mudar de assunto. Então olhou ao redor, fingindo não perceber a presença de Luellin.
Então, um banco branco apareceu no seu campo de visão em meio aos arbustos de rosas.
Era o banco no qual Rosenia sempre se sentava toda vez que ia à casa de férias. Luellin ia falar algo, mas ela fingiu não perceber e correu para o banco.
— Rosenia?
— Venha aqui, Duque!
Rosenia sentou no banco e acenou. Abrindo espaço para que Luellin se sentasse, colocou seu copo de água com limão em uma mesa próxima.
Poucos segundos depois, Rosenia se virou e viu Luellin, que tinha chegado em algum momento, parado à sua frente. Ela se retraiu em surpresa.
‘Que, tão rápido?’
— C-como chegou aqui tão rápido?
— Pensei que você ia fugir, então te segui.
— ….?
Notas:
- Título medieval originalmente dado ao comandante militar responsável pela proteção de um território fronteiriços. Equivale a marquês.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.