Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 23
Luellin pensou.
Se ele não pudesse ver Rosenia novamente, não tinha certeza se poderia seguir vivendo.
À medida que os anos passaram, os sentimentos dele se transformaram em uma obsessão.
Na realidade, o próprio Luellin não sabia explicar seus sentimentos.
Era um tipo de afeição, um anseio, uma obsessão.
O que estava claro era que não conseguiria continuar vivendo se não pudesse vê-la.
Toda vez que pensava que nunca mais a veria, a mente dele divagava para os seus momentos juntos. Isso estava o deixando louco. Viver havia se tornado um inferno. Originalmente, ele achava a sua vida um pouco entediante, mas ela havia se transformado em algo bem pior após conhecer Rosenia Hill.
‘Aquele Adrian Hill desgraçado.’
Luellin culpava Adrian por tudo. Abandonando sua dignidade como o Duque de Rayshin, ele havia enviado várias cartas educadas para Rosenia, mas todas haviam sido ignoradas.
Um dia, tomado pela raiva, Luellin enviou uma proposta de casamento à Rosenia, sem consultar nenhum de seus vassalos.
Luellin sabia que era loucura, mas agir como louco havia se tornado a norma para ele.
[Se deseja entrar para a história como o primeiro noivo a comparecer ao próprio casamento após virar um cadáver, pode continuar a dizer que quer se casar com a minha irmã.]
Essa foi a resposta completa enviada por Adrian Hill. Não havia uma única linha escrita por Rosenia. Luellin já esperava isso.
‘Rosenia…’
Tinha certeza absoluta que ela nem sequer sabia que ele existia.
‘Não, ela sabe quem eu sou. O Duque de Rayshin, pelo menos.’
Há quatro anos, os seus olhares haviam se encontrado no salão de banquetes, então Luellin pensou que ela saberia ao menos reconhecer o rosto dele. No entanto, isso era tudo. Ele não significava nada para Rosenia Hill.
E o fato de que isso não mudaria fazia com que ele enlouquecesse cada vez mais.
Algumas vezes, Luellin simplesmente tinha ataques de pânico ao ser acometido por seus anseios. Durante esses momentos, nem ele mesmo se reconhecia.
Mas não conseguia evitá-los.
— Rosenia ficará na casa de férias?
— …Sim, senhor.
E então, após quatro anos desde aquele verão, Luellin se dirigiu ao sul novamente, armado de uma pequena esperança.
Assim que ele chegou, uma cortina de chuva se derrubou do céu enevoado.
***
Luellin estava perdido em seus pensamentos debaixo da chuva forte.
Os quatro anos nos quais ele não pode ver Rosenia pareciam que nunca tinham existido. Ele se encaixava perfeitamente na expressão “viver como um morto-vivo”.
Quanto ela havia crescido nesses quatro anos?
Qual seria sua altura agora, e o seu cabelo estaria mais comprido? Seu rosto jovial estaria mais maduro?
O quão mais linda Rosenia estaria?
Luellin estava contente com a própria aparência debaixo da chuva.
Parecendo tão desolado, ele pensou que certamente ganharia a simpatia de Rosenia.
‘Eu a encontrei transformado em cachorro, e ela definitivamente era uma pessoa muito gentil. Ela certamente não ignorará o quão miserável eu pareço estar, debaixo dessa chuva.’
Luellin sorria para si mesmo, quando então…
—…?
De repente, sua cabeça latejou dolorosamente. Ele percebeu que não era mero nervosismo por estar prestes a se encontrar com Rosenia.
Sentindo uma dor perfurante, Luellin rangeu os dentes e apertou o peito do lado esquerdo.
Urgh.
Luellin percebeu que estava totalmente sem ar, e caiu de joelhos no chão.
Algo estava estranho.
‘Essa situação, provavelmente…’
— Lembre-se, Vossa Graça.
— Sim, mestre.
— Até completar 25 anos, será capaz de dominar o seu acúmulo de mana apenas com sua própria magia, mas depois disso, será necessário usar outro método.
— Outro método…?
—Alguém precisará absorver o mana que fica colidindo com o seu poder divino. A maneira de absorver é….
— …
Naquele momento, ele havia ficado sem palavras.
Luellin sorriu resignado, se dobrando sob a dor que o queimava.
Isso tinha que acontecer justo agora, entre todos os momentos.
A febre que começou a subir, o mana que parecia queimar suas veias, e a sensação de que cada músculo e nervo de seu corpo estavam gritando.
Luellin ofegou por ar enquanto caia no chão. Ele já sentia muita dor, mas sabia que aquilo era apenas o início. Não conseguia entender porque estava passando por um episódio de acúmulo de mana quando não havia completado 25 anos ainda.
‘Meu mestre se enganou?…Não, ele não é o tipo de pessoa que se enganaria. Então isso… Será que pode ser obra de Adrian Hill?’
O portão de ferro estava aberto. Era estranho que o portão, que até então sempre esteve cerrado fortemente, estivesse totalmente aberto. Luellin havia pensado que Rosenia talvez tivesse esquecido de fechá-lo.
Não havia esperado uma armadilha.
Apesar de que o ano anterior havia sido calmo, Adrian Hill aparentemente havia continuado o vigiando, mantendo o olho em Luellin. Ele sorriu friamente.
No momento em que cruzou o portão, Luellin notou algo diferente no fluxo de mana. Era algo estranho, mas tão leve que ele não pensou muito no assunto. O fluxo de mana sempre havia sido algo imprevisível.
‘Mas, isso….’
Não esperava que isso fosse desencadear um acúmulo de mana.
Naturalmente, Adrian Hill havia feito alguma coisa na área. Quando Luellin se aproximou, o mana dentro dele começou a ficar descontrolado.
Sabia que se ninguém o ajudasse, no estado que se encontrava, iria provavelmente morrer.
‘Antes que isso aconteça, eu conseguiria contatar meu mestre e meus cavaleiros. Mas…. assim não me encontrarei com Rosenia.’
Tap, tap, tap!
Luellin escutou passos delicados de alguém correndo no chão molhado.
O coração dele, que latejava dolorosamente, começou a tremer. Sabia de quem eram esses passos. Ele acreditava que era o destino.
‘Rosenia… Ela está aqui.’
Com a cara plantada no chão molhado, seus lábios formaram um sorriso.
‘Maldito Adrian Hill… Se ele quer que eu escolha entre morrer ou desistir, prefiro a morte.’
Parcialmente louco, Luellin teve tais pensamentos.
‘Se eu nunca mais puder vê-la, qual é a diferença entre morrer e não significar nada para ela?’
Então, decidiu ficar e deixar tudo nas mãos dela.
‘Desse momento em diante, minha vida está à cargo dela. Mesmo que eu morra, não a culparei.’
Estava determinado a arriscar sua vida por Rosenia.
De um certo modo, pensava que estaria tudo bem morrer. Não, ele estava contente. Poderia morrer ao lado dela.
Squish.
Os passos constantes pararam na frente dele. Ele podia sentir o seu olhar o examinando cuidadosamente.
Luellin finalmente havia recebido a atenção dela.
Naquele momento, Luellin Rayshin estava extremamente feliz.
***
Era pouco depois das nove da manhã e Rosenia ainda estava complemente adormecida.
Luellin estava deitado imóvel ao seu lado, olhando o rosto dela com adoração.
— Hmm…
Enquanto Rosenia começava a despertar, Luellin caminhou até as cortinas e as abriu.
No entanto, a luz do sol que adentrou o quarto era tão clara que ele se preocupou que pudesse ferir os olhos dela.
Por isso, deixou a janela aberta, mas fechou as cortinas novamente.
Dessa maneira, evitou que a luz entrasse, mas permitiu a entrada do doce aroma das rosas do jardim.
O cheiro das rosas pareceu fazer o nariz de Rosenia se contorcer. Ela respirou fundo. Logo, suas pálpebras se levantaram lentamente.
—…?
Olhando para o teto e piscando, Rosenia estava perdida no mundo dos sonhos por um momento.
Mas logo recobrou os sentidos e olhou ao redor. Então, seus olhos encontraram os de Luellin, que estava de pé próximo à janela.
— Duque…?
Ainda meio dormindo, Rosenia o chamou. Luellin, de forma serena, respondeu apenas com um sorriso.
— Ah, há quanto tempo está acordado? Que horas são agora?
Rosenia perguntou constrangida, cobrindo os seios com o cobertor. Ela quase havia se levantado sem hesitação.
— São 9h45 da manhã.
Admirada, Rosenia falou.
— Oh! Você acordou cedo de manhã!
Rosenia parecia feliz com esse fato. Em vez de se aproximar dela, Luellin lhe estendeu uma mão. Era um sinal claro de que queria que ela fosse até ele.
Mas enquanto Rosenia hesitava e não se levantava, Luellin, com um sorriso terno, se aproximou dela.
— N-não venha!
— Por quê?
— B-bem… Eu não estou vestindo nada no momento….
Por um momento, Luellin pareceu confuso pelas palavras dela. Ela percebeu tarde demais a falha em sua lógica. Eles já haviam visto os corpos nus um do outro.
Com uma expressão solene, Luellin fez uma sugestão.
— Por que não passamos o dia inteiro nus? Pense nisso como um jardim do Éden. Talvez assim nós nos acostumemos aos corpos um do outro.
Rosenia ficou boquiaberta com a ridícula sugestão.
— Quer me matar de vergonha?
— Está com vergonha?
— Óbvio!
— Entendo. Pensei em uma ideia ainda melhor.
— …?
Rosenia inclinou a cabeça, pensando no que ele poderia estar falando. Então, Luellin, que havia se aproximado em algum momento, a agarrou.
— Ah!
Rosenia, que foi erguida de repente, soltou um grito agudo. O seu corpo macio e desnudo refletia a luz do sol.
Com grande cuidado, Luellin a vestiu com um vestido e a carregou para a janela.
— Por que a janela…
Rosenia perguntou com uma voz perplexa, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto Luellin abria as cortinas amarelas.
Logo, os olhos de Rosenia se arregalaram diante da vista que surgiu.
As rosas, que eram apenas brotos até o dia anterior, agora estavam completamente em floração.
— Uau, as rosas… Elas finalmente se abriram…!
Os olhos dela brilhavam com admiração. As rosas abertas balançam ao vento, deixando seu aroma se espalhar pelo ar.
A brisa matinal entrou pela janela aberta, carregando o doce odor das flores. Rosenia sorria enquanto lentamente fechava seus olhos para apreciar melhor o aroma.
— Esse cheiro me faz sentir melhor toda vez que o sinto.
— É mesmo?
— Sim.
Rosenia olhou para ele com um grande sorriso. No entanto, pouco depois ela sentiu-se enrijecendo e abaixou sua cabeça envergonhada. A culpa era do olhar intenso que ele lhe lançava.
— P-por que me olha desse jeito?
— Porque você é bonita.
— Ah, é mesmo…
Rosenia murmurou, se perguntando como alguém como ele, possuidor de uma beleza mortal, podia falar assim de outra pessoa. Ela fez um bico, o que Luellin achou tão adorável que não pode se conter.
Ele a carregou um pouco mais acima, levantou sua cabeça e a beijou nos lábios.
Smack.
A beijando suavemente, Luellin lambeu e então mordeu o seu lábio carnudo um pouco, o suficiente para que não doesse. Ela soltou, numa voz desconcertada.
— A essa hora da manhã….!
— Vai ser só um beijo.
— …!
— Você não vai querer comer? Afinal, Rosenia está sempre faminta.
Com essas palavras, que mais pareciam uma provocação, Rosenia ficou vermelha como se tivesse acabado de ser derrotada. Luellin achou que sua aparência trêmula era adorável. Queria colocá-la de volta na cama à essa altura, mas se controlou.
Em vez disso, se sentaram no parapeito da janela e se beijaram por um longo tempo.
O beijo tinha sabor de rosas. Luellin sentia como se estivesse ficando bêbado com o dulçor. Não, talvez ele já estivesse bêbado.
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.