Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 21
Adrian Hill e sua irmã apareceram quando o banquete já estava adiantado. Era como se tivessem confiança no fato de que seriam a atração principal.
As únicas pessoas que reprovaram tal atitude foram aqueles que tinham conexões profundas com o Ducado de Rayshin.
A maioria dos nobres de 20 e poucos anos, sem saber da dinâmica de poder que acontecia por baixo dos panos, queria causar uma boa impressão no mestre da Torre dos Magos. Eles pensavam que, se tivessem uma boa relação com a torre, os benefícios valeriam a pena.
O mesmo se aplicava ao orgulhoso príncipe herdeiro, que, sentado à mesa, tentava desesperadamente se aproximar do mestre da Torre dos Magos.
Além disso, já tinha um tempo que o príncipe herdeiro ficava lançando olhares para a filha mais jovem da família Hill, que estava quieta ao lado de seu irmão. As intenções dele eram claras devido à sua expressão.
— …
Luellin, não se sentindo bem, molhou a garganta com champanhe, O coração dele estava apertado por alguma razão. Não parecia ser pelo fato de que teve o azar de encontrar o mestre da Torre dos Magos em pessoa.
Na verdade, as palpitações estranhas começaram quando a irmã dele, Rosenia Hill, entrou no salão de banquetes.
Luellin tinha que admitir com honestidade. Rosenia Hill era uma mulher muito bela. Ele tinha visto muitas coisas bonitas neste mundo, e ainda assim estava fascinado por ela.
Não, não era como se fosse algo recém-surgido.
Sem perceber, Luellin estava perseguindo a imagem de Rosenia. A mesma garota que tinha visto no jardim de rosas quatro anos atrás. Rosenia Hill, a princesa da Torre dos Magos, algo que ele já sabia há muito tempo.
Para ele, a distante memória do jardim de rosas naquele dia ensolarado de verão era apenas uma névoa do passado.
Luellin se sentia estranho quando pensava naquele dia de tempos em tempos, mas além disso, não sentia nada em particular.
‘De qualquer modo, por que ela chama tanto a atenção?’
Luellin chutou que Rosenia teria cerca de 17 anos agora. O corpo dela, que havia começado a mostrar curvas bem definidas, era tão elegante como um cisne. Os seus braços eram delicados e suas mãos eram pequenas. Sua pele parecia macia e lisa, e suas bochechas tinham um sutil tom de cor-de-rosa. Ela era incrivelmente adorável.
O seu cabelo cor-de-rosa estava meticulosamente trançado para revelar o seu delicado pescoço. Era fino o suficiente para ser envolvido com uma única mão.
Luellin podia ver uma curiosidade inocente em seus olhos brilhantes de rubi enquanto olhava ao redor. De tempos em tempos, o olhar dela encontrava o do irmão, e ela fechava os olhos suavemente e sorria.
Assim que Luellin viu o seu sorriso, segurou a taça de champanhe com mais força. As pessoas ao redor dele continuavam falando, mas ele não escutava uma palavra.
Distraído por Rosenia, havia percebido uma coisa.
Rosenia estava recebendo atenção demais nesse banquete.
As damas a olhavam como se fosse uma bela joia, enquanto os homens faziam o mesmo, porém com animação e desejos impuros em seus corações.
Por alguma razão, Luellin achou isso tudo terrivelmente desagradável. Seu humor não estava bom, mas não conseguia dizer o porquê, então continuou bebendo.
Quando o príncipe herdeiro ofereceu a mão à ela, sem nenhuma preocupação em relação aos seus status, Luellin desejou poder quebrar aquela mão.
Ele estava ficando louco.
Não conseguia evitar o fato de que a esse ritmo, enlouqueceria.
‘Mas que diabos, eu… Por quê?’
Luellin mordeu os lábios enquanto tentava se acalmar. Enquanto isso, Rosenia Hill aceitou a mão do príncipe após hesitar um pouco.
O príncipe herdeiro a guiou até o salão de bailes. Uma valsa ressoou, e um candelabro brilhante iluminou os dois.
O coração de Luellin martelava como louco enquanto assistia a cena. Ele queria correr até lá e separar os dois.
As pessoas ao seu redor comentavam que eles formavam um belo casal, mas ele pensava exatamente o oposto. Sentia-se como se estivesse dentro de um terrível pesadelo.
Luellin sentia como se tivessem lhe roubado sua coisa mais preciosa. Era uma sensação estranha. A memória daquele dia, que era apenas uma névoa, de repente ficou clara.
O cheiro do jardim de rosas, as ondas de cabelo escarlate, a fonte perolada, o banco branco, as gotas de água escorrendo do copo de limonada, a garota no vestido azul cochilando com um fino livro em sua mão.
A garota da memória dele era essa dama. Rosenia Hill.
Pela primeira vez, a rosa secreta da Torre dos Magos havia sido exposta ao mundo. O mestre da Torre dos Magos estava orgulhosamente mostrando sua amada irmã.
‘… Por quê?’
Por quê? Luellin pensou. Rosenia havia ficado escondida todo esse tempo, então por que agora? Por que ele não a manteve escondida?
Luellin se virou para Adrian Hill, incapaz de entender o que ele estava pensando. Ficou surpreso com a vista que encontrou, mas ele conseguiu se recompor.
Adrian encarava o príncipe herdeiro como se quisesse o retalhar em pedaços enquanto ainda mantinha um sorriso nos lábios.
Apesar de seus olhos parecerem extremamente ameaçadores, sua boca estava sorrindo. E que sorriso.
— …
Luellin olhou sem expressão para Adrian, depois voltou para Rosenia e o príncipe herdeiro. A valsa estava se aproximando do final.
A barra do vestido azul de Rosenia esvoaçava, espalhando-se como pétalas, enquanto ela girava. Em um certo momento, o príncipe herdeiro, fingindo que estava dando suporte às suas costas, deu uma ligeira mão-boba.
‘Esse bastardo…’
Luellin se surpreendeu com as palavras rudes que sem perceber havia dito para si mesmo, mas não conseguia tirar os olhos de Rosenia.
Para ele, perder sua racionalidade completamente seria um sério problema. No entanto, não podia evitar de continuar a olhar.
Luellin manteve os olhos nela. Estava tão inquieto como um homem que tinha deixado uma jóia preciosa no meio de uma rua lotada. O príncipe herdeiro beijou as costas da mão de Rosenia.
A valsa acabou, e os dois se cumprimentaram lindamente como um casal de um conto de fadas. Os lábios do príncipe herdeiro ficaram na mão de Rosenia por um bom tempo.
Luellin inconscientemente pensou.
‘Vou me livrar desse desgraçado….’
Luellin aparentava estar calmo apesar de sua mente estar cheia desse tipo de pensamento. Era dito que quando um homem enlouquece, sua verdadeira natureza aparece. Parecia ser esse o caso.
Era uma sensação desagradável estar pensando a mesma coisa que Adrian Hill, mas Luellin realmente queria esmagar o príncipe herdeiro.
Não, não somente ele, mas todos que estavam olhando para Rosenia.
Luellin pensou que era o único a poder mantê-la através da memória do belo jardim de rosas daquele dia.
Mas depois de ele se acalmar, o caos surgiu novamente. Os olhos dele e de Rosenia se encontraram brevemente enquanto ela procurava por seu irmão.
— …
Rosenia olhou diretamente para ele com os olhos arregalados. Ele pensou que jamais seria capaz de esquecer o momento em que os olhos dela, parecendo joias vermelhas, o olharam. Ele teve essa sensação em seu coração.
Os olhos dela permaneceram nele por um bom tempo. A expressão dele mostrava uma leve admiração por baixo do susto.
As bochechas dela pareciam ligeiramente mais vermelhas do que antes de Luellin olhar para ela. A mão dele tremeu como se tentasse tocar suas adoráveis bochechas rosadas.
Rosenia então olhou para outra direção. Assim que o olhar dela o deixou, ele sentiu uma sensação de perda estranha como nunca antes em sua vida.
As mãos dele estavam fechadas com força.
Luellin então pensou que gostaria de manter aqueles olhos nele por mais um tempo.
Mas Rosenia não voltou a olhá-lo.
Adrian Hill rapidamente deixou o banquete com Rosenia, e então as pessoas começaram a se juntar em grupos de dois ou três para fofocar sobre o jovem mestre da Torre e sua irmã.
— Parando pra pensar, ambos estão em idade de casar, não é?
— Hmm, é mesmo?
No momento em que Luellin escutou tal conversa, quase estraçalhou a taça de champanhe em sua mão.
As pessoas que repararam no olhar severo do Duque de Rayshin pensaram que devia ser porque ele odiava os magos da Torre.
Alguém se aproximou de Luellin preocupadamente e falou.
— Eles ficam fofocando tão alegres, estão cegos pelos benefícios da Torre dos Magos. Se esqueceram de suas dignidades como nobres. Aliás, a família Hill nem mesmo é nobre, eles somente têm poder.
— …
—Todos estão enfeitiçados só porque a irmã é bonita, mas ela é uma maga Hill no fim das contas. Como se pode esperar classe e moralidade…
— Sua boca.
Luellin o interrompeu calmamente.
— Feche-a.
Incapaz de acreditar nas palavras que haviam saído dos lábios do Duque de Rayshin, o homem piscou vagamente e perguntou.
— …Como?
Luellin não respondeu, mas assentiu de forma indiferente e foi embora.
O homem ficou para trás atônito, olhando enquanto as costas de Luellin iam se afastando.
***
O Duque estava estranho.
Os trabalhadores do Ducado de Rayshin não podiam parar de pensar nisso após o banquete real.
O mestre deles era conhecido por seu caráter impecável. Mas, ultimamente, Luellin estava agindo de forma incomum. Ele ficava olhando para a janela com um olhar perdido ou murmurando coisas incompreensíveis para si mesmo.
O fato mais chocante era que Luellin havia começado a procurar por livros de receitas e de fotos de doces.
— Esse parece mais fácil de fazer do que eu tinha imaginado.
Os seus ajudantes olharam em choque quando pegaram Luellin murmurando isso para si mesmo enquanto folheava um livro fino.
Ficaram muito desconcertados, mas então pensaram que o Duque devia ter adquirido um novo hobby.
— Ele deve estar entediado. Acontece com todo mundo, certo?
Eles se sentiam mal que tal coisa já estivesse acontecendo com o jovem duque, que ainda faria 18 anos e tinha um futuro brilhante à sua frente. No entanto, ainda estavam aliviados que pelo menos seu hobby não era nada perigoso. Pensando assim, se tornou fácil para eles ignorarem a questão.
No entanto, o problema foi que o comportamento excêntrico de Luellin não parou por ali.
Em algum momento, ele começou a colecionar objetos azuis ou cor-de-rosa. Dentre eles, vários eram laços e acessórios feitos para mulheres.
Os ajudantes se perguntaram porque Luellin colecionaria tais coisas. Não apenas eles, mas seus professores também. Não importava o quando pensassem no assunto, era esquisito.
E não era só isso. No mês de maio, Luellin chamou o jardineiro com uma expressão determinada e lhe deu ordens alarmantes.
No dia depois do qual o jardineiro saiu do escritório do Duque com uma expressão confusa, o jardim do Ducado de Rayshin estava cheio de rosas escarlate. Uma rosa que normalmente não crescia ali.
A flor que marcava o verão em Rayshin era a lavanda. Esse fato era tão natural quanto o céu ser azul.
Mas, como um convidado inesperado, as rosas haviam dominado o Ducado. Era uma rosa bem específica, também. Somente Luellin sabia que aquele tom era exatamente a cor dos olhos e do cabelo de Rosenia.
Após as rosas escarlate serem plantadas no jardim, Luellin passava muito tempo olhando pela janela.
Encarando a paisagem, de repente se lembrou dos brilhantes e belos olhos de rubi da dama que se parecia com aquele roseiral.
No momento em que fechava os olhos, lembrava-se do seu sorriso, com dentes brancos faiscando entre seus belos lábios, e a fita azul flutuando atrás da barra de de seu vestido.
A memória mais brilhante, bela e deslumbrante daquele dia no banquete.
‘Minha Rosenia.’
— …
Quanto mais pensava nela, mais sentia sua falta.
Ele sentiu falta dela ontem, sentia falta dela hoje, e sentiria falta dela amanhã.
Sem ela ao seu lado, Luellin ficaria apenas preso às lembranças e se perderia em meio ao desespero.
— Como faço pra te encontrar…
— Perdão?
Perguntou um conselheiro, respondendo aos murmúrios de Luellin. A resposta dele foi incoerente.
— Maldito Adrian Hill, fica ignorando minhas cartas.
— Ignorando… Como? Espere, quem? Adrian Hill??
O conselheiro quase desmaiou antes de se recompor. O ignorando totalmente, Luellin continuou a murmurar para si mesmo.
— Não há maneira de enviar uma carta diretamente à Rosenia. Não creio que todos os caminhos estão realmente bloqueados. O mestre da Torre dos Magos pretende manter sua irmã trancada ali para sempre?
— …
— Um momento, Vossa Graça?
As mãos do conselheiro tremeram enquanto as esticava na direção de Luellin.
‘Hill, ele fala da família Hill? Mas quem mais poderia ser, senão eles?’
Era a primeira e única família composta de feiticeiros loucos.
— Não tem nada que eu possa fazer? Conselheiro? Você é inteligente, então deve ser capaz de pensar em algo.
— N-não, eu…
— Eu fui um idiota. Naquela hora… Deixei minhas emoções me levarem naquele banquete.
— ….
— Eu devia ter falado com ela, já que era minha única chance. Não, deveria tê-la sequestrado…
As palavras que saiam da boca de Luellin não pareciam ser murmúrios febris. De fato, ele soava bastante sincero.
O conselheiro estava apavorado com tal declaração.
Suando profundamente e tremendo, ele olhou Luellin com uma expressão grave.
O Duque havia enlouquecido.
Tradução: Holic.
Revisão: Nopa.
ABlossom
Meu senhor né, o cara viu ela duas vezes e ficou obcecado… Se fosse vida real eu fugia 🚩🚩🚩🚩
Obrigada pela tradução 🥰🥰🥰