Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 17
O rosto de Rosenia instantaneamente esquentou. Enquanto lutava para se desvencilhar dos braços de Luellin, ele a segurou forte e a beijou na bochecha.
Beijo.
‘Esse cara é realmente…!’
Rosenia estava prestes a perder a paciência, mas Luellin pareceu voltar a si e falou em voz baixa.
— Eu não vou voltar para o castelo. Ainda não.
‘Por que não!? Agora que a condição dele melhorou, deveria ir pra casa! Por que ainda está aqui!? Na casa do inimigo, ainda por cima! A essa altura, se o Adrian voltar mais cedo…!’
— Ainda não, porque ainda não causei uma impressão no seu coração tão profundamente quanto eu esperava.
— …?
Rosenia teve sentimentos confusos ao ouvir essas palavras.
‘Por que razão ele quer que eu goste dele?’
Só então Rosenia percebeu que Luellin não tinha nenhuma razão oculta.
‘… Espera, não há outras razões? Isso é…’
— …
‘Pode ser que existam. Parando pra pensar…’
Rosenia tinha achado estranho que Luellin tinha desmaiado no meio da propriedade privada da família Hill para começar, e era muito suspeito que ele não tivesse nenhum empregado consigo ou não tivesse preparado nenhuma medida de prevenção para o acúmulo de mana.
‘Esse comportamento amigável comigo, talvez seja por alguma razão diferente’.
— …
Tal pensamento fez seu sangue congelar. O coração dela disparou por uma razão que não era excitação, e de repente, se sentiu com fôlego curto.
Rosenia empurrou Luellin com um olhar gélido. Dessa vez ele a deixou ir sem tentar segurá-la.
— Rose.
Luellin chamou seu nome. Ela o encarou calada, e se afastou um pouco. A expressão dele endureceu.
— …Duque, vá comer o seu jantar. Vossa Graça ainda não comeu nada.
— Não, eu já comi.
— Que bom ouvir isso… De qualquer modo, não estou me sentindo bem agora… Vou para o meu quarto descansar. Obrigada pela comida.
Luellin estirou os braços como se fosse segurá-la, mas antes mesmo que pudesse alcançar, ela lhe deu as costas e saiu correndo.
Quando Rosenia chegou no segundo andar e entrou em seu amado sótão, mal podia respirar.
Com um suspiro, Rosenia se aproximou da cama e se deitou. Por um tempo, sua cara ficou enterrada no lençol, então ela se virou e ficou deitada de costas, olhando para o teto.
A luz entrava pela grande janela, iluminando todo um lado da parede e o teto.
‘Queria poder superar a noite passada.’
Não era como se Rosenia odiasse esse relacionamento com ele. De fato, o problema era que era bom demais. Ao passar a noite com ele, ela se sentiu um pouco desiludida com si mesma, com uma parte de sua mente racionalizando que tudo era para salvar a vida dele.
No entanto, era difícil manter essa atitude desinteressada. Não só para ele, mas para si mesma.
—Cain, cain…
Um choromingo interrompeu sua contemplação. Em algum momento, o familiar, que tinha entrado no sótão atravessando a parede, estava chorando para ela debaixo da cama.
— O que foi, quer outra bola de mana?
Rosenia se levantou e sentou-se próxima ao familiar, chocada com sua gulodice.
Era um pouco irritante, entretanto, promessa é promessa, então Rosenia ia preparar uma bola de mana para ele, mas então o familiar jogou uma bolha transparente para ela.
— Isso é… do Adrian?
As bolhas transparentes eram o método usado por magos para entrar em contato uns com os outros à longa distância.
Rosenia tocou a bolha com a ponta do dedo. E então, da bolha estourada, saiu a voz de Adrian.
[Voltarei em dez dias a partir de hoje. Foi mais rápido do que esperei. Até lá, não se meta em problemas e se cuida.]
‘… Dez dias!?’
Um empecilho tinha acabado de aparecer no plano, a deixando em alerta. Ela nem mesmo queria imaginar o que aconteceria se Adrian retornasse antes que ela pudesse mandar Luellin embora…!
‘E-estou completamente ferrada.’
Rosenia sacudiu a cabeça com força enquanto fazia uma bola de mana e jogava para o familiar.
‘Se são dez dias, então eu tenho uns 7 dias de sobra.’
Nesse meio tempo, Rosenia precisava fazer Luellin cair em si para que então pudesse contactar sua família.
‘Se não der certo, não vou ter escolha a não ser contactar sua família em segredo…’
Luellin tinha falado diversas vezes que não voltaria ao castelo, o que a estava deixando louca.
‘A família dele sabe? O fato de que o mestre deles está meio maluco no meio da cova do inimigo e sofrendo de acúmulo de mana!? E até mesmo dormindo com a filha do inimigo, arg!’
Essa confusão estava virando um inferno na terra para ela. Ela pensou que talvez o mundo inteiro virasse um caos se esse escândalo vazasse para o público.
‘É melhor responder pro Adrian primeiro.’
Rosenia criou uma bolha transparente rosa escuro e colocou sua voz dentro. Fingindo soar tão normal quanto possível, ela agiu como se nada tivesse acontecido.
[Dez dias, voltará mais cedo do que imaginei. Que bom que poderei ver meu irmão mais rápido. Estou muito bem, então não se preocupe!]
Mesmo Rosenia tendo soado pretensiosa… ela sabia que Adrian ficaria feliz em ouvi-la dizer “Que bom que poderei ver meu irmão mais rápido.” Ela tinha certeza disso.
‘Ótimo, não soou nada suspeito.’
Rosenia colocou a bolha transparente na boca do familiar, o que a faria ser transportada até Adrian.
‘Uns 7 dias de hoje… tenho que ficar alerta. Não posso confiar completamente em Luellin.’
Tirando o fato de que o coração dela tremia toda vez que o via e que a condição dele parecia estar melhor, ela não conseguia dizer se ele tinha ou não motivos ocultos.
‘Ele está fingindo estar fora de si, ou realmente está. Está ficando mais e mais confuso.’
Rosenia desejou poder ler a mente de Luellin, mas ele era um homem muito difícil de entender.
Além disso, a magia para espionar dentro da cabeça de outra pessoa, ou seja, leitura de mentes, não funcionaria em alguém como Luellin. Ele tinha sido treinado para se defender desse tipo de magia mental desde que era pequeno.
Então, Rosenia não tinha escolha a não ser ficar de olho nele e suspeitar de tudo.
‘Fala sério… Não tem romance nenhum nisso.’
De um modo, Luellin pode ter sido algo como um primeiro amor para ela. Ela se sentia muito triste de ter que encarar a realidade dessa forma.
***
Em algum ponto ela adormeceu na cama, e só acordou quando estava anoitecendo.
O sol estava se pondo e a escuridão tinha começado a aparecer. Piscando os olhos distraída, parou quando sentiu algo estranho.
Tinha algo encostando em seu corpo…. Era muito firme para ser a cama, no entanto ainda era algo quente e macio.
‘O que é isso…?’
Ainda sonolenta por ter acabado de despertar, Rosenia levantou a cabeça. Então, o rosto de um homem entrou em seu campo de visão. Era um rosto bonito com olhos brilhantes, claramente visíveis mesmo com a pouca iluminação do quarto.
— …
Olhando para aquele rosto, Rosenia abraçou o corpo quente que estava encostado no seu.
— …
Então, o dono do corpo se retraiu consideravelmente.
‘Ah, pra quê. Fica parado.’
Ainda meio dormindo, Rosenia se enterrou mais nos braços confortáveis. Então, ouviu um pequeno suspiro de um ponto acima de sua cabeça.
Logo, uma grande mão deslizou devagar de trás de sua cabeça até suas costas.
— Você me rejeitou mais cedo…
— …
— Está fazendo isso porque não acordou completamente?
‘O que é esse barulho?’
Os olhos dela piscaram, vagos. Não conseguia pensar, talvez por não estar totalmente consciente.
— Sério, você mexe comigo toda vez. Desde que te vi pela primeira vez, Rose.
— …?
— Por que não me deixou morrer… Então você poderia ter ficado tranquila.
— …
— Mas você me deu o seu consentimento. E eu disse claramente que não ia te deixar ir.
O homem, que segurou seu queixo e o levantou gentilmente, abaixou a cabeça devagar.
Rosenia apenas encarou o homem, sem a menor ideia do que estava acontecendo.
Não demorou muito para que seus lábios se juntassem. Completamente unidos, os seus fôlegos fluíam um para o outro, se misturando.
Sentindo tudo, da sensação quente e arrepio subindo por sua espinha, aos braços do homem com um calor imensurável em seus olhos, ela finalmente caiu em si.
‘Luellin…!’
— Heup…
Rosenia o empurrou com um tapa no peito, e, inesperadamente, ele retrocedeu obedientemente.
Mas Rosenia ainda estava dentro de seus braços e sentia como se fosse se queimar com o calor corporal dele.
‘É óbvio que ele me quer. Naturalmente, que se dane. Mas, por que….’
Rosenia se perguntou se seria pela química entre eles. Ela não sabia dizer se era boa ou não porque a noite anterior tinha sido sua primeira vez.
‘E quanto a ele? Ele tem experiência? E, por que está aqui no meu sótão?
Desesperada por ar, Rosenia perguntou.
— Duque…
— Sim, Rose.
— Eu tenho uma pergunta.
— Vá em frente.
— Por um acaso…
Rosenia engoliu a saliva e continuou.
— Você tem experiência?
Houve um momento de silêncio.
Não demorou muito até que Luellin falou.
— …Isso…
— …
— O que isso quer dizer?…Não entendi.
Luellin respondeu com uma cara aparentemente envergonhada. A voz dele também parecia trêmula. Rosenia não sabia se estava imaginando coisas, mas de algum modo ele parecia bravo.
Rosenia perguntou mais uma vez da maneira mais educada possível, esperando que ele não se zangasse.
— Então, além de mim, você já dormiu com outras mulheres-
Antes que Rosenia pudesse terminar, Luellin agarrou os seus pulsos. Ela se retraiu na hora pelo choque.
— D-duque?
— …
Luellin olhou para ela ferozmente. Era um olhar que queimaria alguém. Ela ficou tão chocada que ficou sem palavras.
— Rosenia, para você, quem diabos…
— …
Luellin cuspiu as palavras com uma expressão frustrada, e então suspirou profundamente. A maneira como ele olhava para ela parecia conter ressentimento.
— Quem diabos pensa que eu sou?
— Hã… Ah, o super popular Duque?
— ….
—vVocê foi muito popular no banquete do palácio real.
Rosenia pensou que talvez uma ou duas mulheres ali tivessem lhe chamado a atenção…
‘Mas será que isso aconteceu? Não? Ele só tem olhos para a protagonista feminina? Mas para um abstêmio, as técnicas dele eram muito boas! Eu fiquei totalmente à mercê das mãos dele…! Se ele não tem experiência, então ainda faz total sentido que ele tenha familiaridade com o assunto… Ah, certo. Acho que tinha algo assim na história original-’
— Você esqueceu o que eu falei?
— O quê?
— Tenho certeza que eu disse. Você é a minha primeira.
‘Ah, parando pra pensar.’
Rosenia piscou os olhos distraída enquanto repassava suas memórias.
— Você é a minha primeira, Rose.
‘Então ele falou algo assim…’
Tradução: Nopa.
Revisão: Holic.