Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 15
Rosenia naturalmente escolheu o banho.
Partir pro rala-e-rola novamente segundos após acordar seria loucura! Ela poderia morrer se fizessem aquilo novamente!
— A temperatura da água está boa?
Perguntou Luellin com uma voz cortês, parado ao lado da banheira. Era uma postura completamente honesta, de modo que Rosenia não conseguia acreditar que aquele era o mesmo homem que a atacara na noite anterior.
— O quê? Ah, sim…
Rosenia ainda conseguia sentir o hálito e toque dele por todo o seu corpo. Ela se abraçou. Memórias da noite passada continuavam a ressurgir em sua mente, tornando difícil encará-lo adequadamente.
— Você usa esse sal de banho com frequência?
Perguntou Luellin, segurando um sal de banho de rosas escarlate em sua mão. Continuando a fingir que ele não existia, Rosenia respondeu timidamente.
— Isso foi o Adrian… meu irmão que comprou pra mim. Não é bonito? Cheira bem, também.
— Hm.
Enquanto Rosenia respondia com uma voz animada, Luellin olhou para os sais de banho por um momento depois de voltar a olhá-la e jogá-los na cesta de produtos.
— ?!
‘Ele não ia colocar esse dentro da banheira?’
Afogueada, Rosenia olhou para Luellin com os olhos arregalados.
Então, Luellin sorriu para ela e catou um sal de banho de lavanda. Era recém comprado e estava lacrado.
— E quanto a esse aqui?
— Esse… Fui eu que comprei.
— Entendi.
Luellin assentiu satisfeito e desembrulhou os sais de banho. Eles começaram a se dissolver devagar na banheira.
‘O quê?’
Rosenia estava sem palavras, incapaz de entender a reação dele. Não era a primeira vez que isso acontecia.
‘Entendê-lo é tão difícil quanto adestrar o Adrian…’
A banheira logo ficou tingida com uma cor violeta, e o rico odor de lavandas se espalhou pelo ar.
Essa era a primeira vez que usava esse produto, mas o cheiro era melhor do que tinha imaginado, então, se sentiu satisfeita.
Com olhos fechados e apreciando a fragrância, ela de repente sentiu uma mão em seu ombro.
Assustada, Rosenia abriu os olhos e moveu o corpo. Quando os olhos se encontraram, Luellin piscou seus lindos olhos e riu.
— Vou te lavar. Fique parada.
— O quê? Não…
Respondeu Rosenia, envergonhada.
‘Não creio que ele quer me lavar! Sou só eu ou parece que ele tem segundas intenções?’
A mão dele escorregou pelo ombro dela. Ela se assustou e se retraiu fortemente.
— E-espera um minuto!
— …
Enquanto Luellin agarrava o pulso dela e a olhava nos olhos, ele inclinou a cabeça como se perguntasse o porquê.
‘Esse cara…’
A essa altura, Rosenia percebeu que Luellin estava usando seu lindo rosto como um instrumento para aplicar um golpe nela. Ainda chocada, ela respondeu.
— Ei, não faça isso logo de manhã.
— Do que está falando? Só estou tentando te ajudar a se lavar.
‘Ha, não me faça rir! É assim que se comporta alguém que só quer ajudar!?’
De alguma forma, Rosenia conseguiu afastar a mão dele, que estava grudada em seu corpo, e então continuou.
— Posso me lavar sozinha, então, pra fora!
— Rose, você odeia que eu te ajude?
— Não, não é isso que eu quis dizer!
— Se não é isso, então por que não quer minha ajuda?
‘Esse cara… Ele é tão eloquente com as palavras.’
Rosenia estava tão atônita que simplesmente deu um tapinha para afastar a mão dele.
— Eu quero me lavar sozinha. Preciso de um tempo pra pensar. Então por favor, saia…!
— …
O recusou desesperadamente com os olhos fechados, até que, um momento depois, sentiu a mão de Luellin se afastar.
Tomando uma olhadela escondida, ela o viu olhando-a com uma faísca de arrependimento.
‘Eu não vou me render, mesmo com esse olhar!’
Rosenia o encarou, se abraçando defensivamente. Luellin, que finalmente desistiu, suspirou profundamente e falou com uma voz vagarosa.
— Eu realmente queria te ajudar a se lavar…
— …
— Então eu não posso. Na próxima vez, então…
‘Próxima vez?’
Sem saber porque Luellin havia dito aquilo, ficou com os nervos à flor da pele enquanto ele dava meia-volta e saia do banheiro.
Click.
Luellin saiu e fechou a porta.
Rosenia ficou sentada em choque por um tempo, mal conseguindo se acalmar enquanto soltava um suspiro profundo.
‘Na próxima vez… Então ele ainda pretende me ajudar algum dia desses! Esse cara, que pediu que eu o colocasse para dormir, quer me ajudar a me lavar?’
Era uma verdade difícil de engolir.
‘Mas afinal, depois da noite passada, agora eu sei com certeza que ele gosta de ficar agarrado.’
Rosenia corou com esse pensamento repentino.
‘Droga!’
Não conseguia acreditar que havia descoberto os gostos do Duque de Rayshin após uma noite!
‘Sério, não era nem pra ter acontecido… Ainda bem que usei uma magia contraceptiva antes que nós começássemos ontem à noite.’
Então, não havia o risco de uma gravidez indesejada.
Na noite passada, e então durante a madrugada… Assim que pensava em quanto tempo mais duraria, Luellin novamente se esquentava, e não havia tempo para descansar. Rosenia tinha perdido as contas de quantas vezes eles tinham tido relações.
‘Poderia ter sido perigoso se eu não tivesse usado a magia contraceptiva.’
Gentilmente tocando a superfície da água com as mãos, ela suspirou profundamente.
Quanto à magia contraceptiva, nunca imaginou que precisaria usá-la durante a vida, mas mesmo assim tinha a aprendido.
‘Nunca pensei que dormiria com o protagonista… Uh, o que é isso?’
Olhando para seu peito, arregalou os olhos. Haviam manchas vermelhas por todos os lados, como se ela estivesse com alergia.
‘… Não pode ser…!’
No momento em que percebeu o que as manchas eram, o rosto dela se tornou vermelho. Ela submergiu na água e se debateu com força.
‘Ugh, isso é loucura, sério! Por que ele tinha que deixar essas marcas!?’
O puro e honesto Duque não era diferente de um animal. No entanto, ninguém acreditaria nela se contasse que “o” Duque de Rayshin virava uma besta à noite!
‘… Não me diga que terei que passar a noite com ele de novo hoje? Já que eu contive o seu acúmulo de mana, deve ficar bem por enquanto… Mas e se não ficar? Oh, não! Se eu tiver que fazer aquilo de novo, vou morrer! Aquele cara… Ele não tem ideia do que significa fazer as coisas com moderação.’
O corpo dela tremeu dentro da cálida banheira.
‘E… Ainda não escutei a razão. Eu devia ter perguntado a ele porque estava desmaiado na propriedade da família Hill totalmente sozinho.’
Luellin tinha de repente começado a beijar a palma de sua mão como louco…
Relembrando daquele momento, Rosenia sentiu calafrios na espinha. Não importava como pensasse no assunto, tinha tido a sensação de estar sendo devorada. Também, naturalmente, aquela não havia sido a única sensação..
Suas bochechas coraram novamente com a memória do que havia acontecido até o amanhecer passando em replay em sua mente. Ela enterrou o rosto nas mãos e murmurou.
‘Ele está me enlouquecendo. Sério…’
***
Com um humor complicado de várias maneiras, Rosenia saiu após terminar o banho… E então encontrou Luellin parado timidamente, segurando uma toalha e esperando por ela.
‘O-o quê?’
Rosenia o encarou e se aproximou da penteadeira. Ele a seguiu devagar.
Por alguma razão, a maneira como Luellin a seguia a fez se sentir péssima. Sentia como se seu pescoço fosse ser mordido.
‘Arg, por que ele está vindo pra mim, de novo!?’
Rosenia sentou-se na penteadeira segurando as lágrimas. Refletido no grande espelho, seu rosto tinha uma expressão estranha.
Tap.
Luellin ficou parado atrás dela. Naquele momento, ela ficou nervosa e engoliu em seco. Com um tom educado, ele perguntou.
— Posso secar seu cabelo? Rose.
— …
Pensando nisso, Rosenia teve uma epifania. O fato de que ele às vezes usava linguagem formal, às vezes informal.
‘Bem, quanto mais louco que ele se encontra, menos educado se torna. Noite passada…’
— Você está tão linda agora.
‘… Falar isso tão casualmente…’
Pensando nisso, Rosenia ficou um pouco estupefata. Com um olhar de soslaio, ela tentou roubar a toalha das mãos dele, mas rapidamente foi bloqueada.
— Por favor, deixe que eu o seque, Rose.
Era um tom de quem não receberia um “não” como resposta. Apesar de Luellin estar sorrindo, Rosenia de algum modo pressentiu que se dissesse não, ele iria fingir ser digno de pena e a enganar novamente.
E ela estava certa de que tolamente cairia na dele de novo.
Vendo a vida passar diante dos seus olhos, deu um suspiro profundo.
‘Ok, protagonista, faça como quiser…’
Rosenia se forçou a assentir com a cabeça.
— Obrigado, Rose.
Com um largo sorriso, Luellin começou a secar o cabelo dela devagar com a toalha macia.
‘Ele não vai arrancar meus cabelos porque não controla a própria força, certo?’
Rosenia queria perguntar, mas surpreendentemente o toque dele era bastante profissional. Ao ponto em que ela se sentiu sonolenta.
— Está bom?
— … Sim.
— Vou continuar fazendo isso sempre de agora em diante, então.
— Aí já é um pouco…
‘Vamos nos despedir em breve de qualquer modo.’
Com um olhar travesso, Luellin sorriu e parou de secar o cabelo dela.
Depois de olhar para ela calado por um tempo, Luellin disse em voz baixa.
— … Parece que você não acredita nem um pouco em mim.
— …?
‘Do que ele está falando, do nada? Eu não acreditei nele? E isso não é óbvio? Quem confiaria num lunático!?’
Depois de morder os lábios, ela respondeu.
— Confiança é algo que surge aos poucos numa relação, certo? Nós… acabamos de nos conhecer.
— …
— Eu passei a noite com Duque somente para corrigir o acúmulo de mana. Não tenho nenhuma outra intenção…
Rosenia falou tudo que queria dizer, mas logo lhe ocorreu que teria sido melhor não fazê-lo.
Porque, ao contrário de como era sempre, a expressão de Luellin, a encarando naquele momento, era gelada.
Tradução: Nopa
Revisão: Holic.