Obsessão inofensiva pelo cativante protagonista masculino. - Capítulo 11
Um pouco surpresa, Rosenia levantou o olhar e encarou Luellin. Ele estava sorrindo, mas por alguma razão isto a fez se sentir apreensiva. Talvez por isso a ideia de fugir tenha passado por sua cabeça.
Luellin era como uma grande força da natureza que estava além do seu entendimento. Ela sentiu como se ele fosse uma onda feroz, pronta para devorá-la.
Com passos incertos, Rosenia deixou claro que pretendia escapar. Então, Luellin a encarou e agarrou sua outra mão com força.
Rosenia olhou para ele com os olhos arregalados. A sombra grande e escura dele a cobriu. De algum modo, colocada entre a sombra e ao alcance dele, se sentiu encurralada.
Essa ideia a assustou de repente, e Luellin, que esteve calado até o momento, finalmente falou.
— Rose, você é…
— …
— Para mim, você sempre foi uma existência mágica.
Luellin anunciou com clareza, como para dar ênfase.
Rosenia piscou chocada, incapaz de entender o que ele quis dizer.
‘O que diabos isso quer dizer…?’
Ela simplesmente tinha perguntado se ele gostava do rosto dela.
Enquanto processava a questão, uma ideia passou pela mente dela.
‘Ah, será que….? Ele está falando do primeiro beijo que tivemos?’
Apesar de ser um pensamento imodesto, a mente dela já tinha chegado nessa conclusão. Ela abaixou a cabeça com o rosto corado. O seu pescoço estava quente e sentiu que estava enlouquecendo.
‘Parando pra pensar, aquele não foi o primeiro beijo dele? É impossível que o puro Duque de Rayshin já tenha beijado outra pessoa. Nós apenas nos beijamos por causa do acúmulo de mana, mas… Ainda assim, foi o primeiro beijo dele. Não só dele, mas o meu também.’
Esses pensamentos fizeram seu coração palpitar e ela não conseguia levantar o rosto. Tinha ignorado sua agitação até esse momento, mas no final, não teve escolha a não ser reconhecer.
‘Ahh, não posso. Eu realmente não posso… absolutamente não posso gostar desse homem, nunca.’
Com o rosto enterrado nas palmas das mãos e segurando a respiração, esperou seu coração se acalmar.
Mas naturalmente, Luellin não ajudou em nada no processo.
Em vez de segurar as mãos dela, o que ela conseguiu evitar por pouco, Luellin estirou os braços e gentilmente a abraçou.
O corpo dela tremeu com o contato da temperatura do corpo dele. Só então percebeu que a brisa marinha estava um pouco fria.
Enquanto o vento gelado passava por eles, a temperatura corporal alta de Luellin a permeou. O corpo dele estava tão quente que se perguntou se ele estava novamente com febre e por alguma razão isso a fez ficar nervosa.
Prendeu a respiração sem perceber, enquanto Luellin acariciou devagar suas costas com sua grande mão e falou gentilmente.
— Você não sabe, Rose.
— …
— Uma vez que se experimenta a magia pela primeira vez, a vontade é de nunca a deixar ir. Em vez disso….
Luellin abaixou a cabeça e seus olhos esmeralda a encararam, novamente tomados por uma estranha loucura.
Eram os mesmos olhos que a fizeram pensar que Luellin estava fora de si.
— Em vez disso, por que você não me deixou ali, na chuva?
— …?
— É, é verdade. Você teria me ajudado de qualquer forma. Eu sei.
O sorriso fraco dele passou por ela.
Luellin enterrou a cabeça novamente no ombro dela e a abraçou com força. De algum modo, isso a fez se sentir um pouco estranha.
Sentado ao lado dela em um restaurante, ela havia pensado que Luellin era uma gracinha, mas agora, ele parecia uma pessoa totalmente diferente.
Rosenia sentiu uma premonição indescritível. Ela coincidia com a sua vontade de fugir. Mas antes que pudesse pensar no assunto, o som da risada de Luellin entrou em seus ouvidos.
Logo, Luellin levantou o rosto e a beijou gentilmente. Com a cabeça leve, não conseguiu pensar em mais nada.
***
‘Sair da Torre dos Magos é perigoso…’
Rosenia repetiu esse pensamento em sua cabeça de novo e de novo. No entanto, o tempo continuou andando, e antes que ela percebesse, o sol havia se posto e era noite.
A condição de Luellin ainda estava boa, mas Rosenia não tinha certeza de quando ele ia ter acúmulo de mana novamente.
Felizmente, Rosenia conseguiu contê-lo com um beijo da última vez, mas ela não tinha certeza o quão longe teria que ir na próxima vez.
‘Se um beijo não for suficiente para suprimir o acúmulo de mana…O que eu faço? Espero que isso não aconteça, pelos céus, mas e se acontecer? D-desde que seja tarde da noite está bem… Agh! Não! O que eu estou pensando!?’
Achando que tinha enlouquecido, ela apertou a cabeça e bateu os pés. Sentiu que a sua sorte naquele verão estava particularmente ruim. Não podia acreditar que essa situação inesperada estava acontecendo!
‘Eu nunca vou ter esse tipo de relação especial com o galã da história!’
Rosenia pensou que deveria ter tomado cuidado desde o começo … mas agora ela já tinha o levado pra casa.
Mesmo com Luellin parecendo estar fora de si de várias maneiras, sentiu que a única que estava com problemas era ela mesma.
‘Ah, isso está me deixando louca. Vamos dormir por enquanto e esperar que amanhã tudo fique bem.’
Sentada no sofá da sala de estar com a cabeça enfiada no colo, ela ouviu o som de passos se aproximando.
Espiando, viu Luellin, que tinha acabado de tomar banho, vindo em sua direção com um sorriso.
‘N-não venha. Não venha pra perto de mim vestido com um roupão de nada mais!’
Rosenia pulou do sofá e correu para atrás do móvel.
Então, Luellin parou e olhou para ela gentilmente. Ela evitou seus olhos. Num tom como se tivesse sido injustiçado, ele falou.
— Eu me lavei e estou limpo agora, Rose.
— O quê? Não, isso…
Pensando que Luellin tinha entendido errado, sorrindo docemente, ela explicou.
— Eu não evitei o Duque porque pensei que estava sujo. Eu sei que se lavou.
— Então você não me evitou?
— Bem… Espera, não vem pra cá.
Luellin estava circulando o sofá tentando alcançá-la, o que ela tinha objeções a respeito. Ela escapou rapidamente para a direção oposta. Então, com olhos úmidos, falou.
— Por que fica se aproximando quando eu falei para não vir…!
— Eu quero ficar do seu lado.
— Por que quer ficar do meu lado!?
— Porque é bom?
A resposta dele a fez se engasgar e ficar sem palavras.
‘O que ele quer dizer com é bom? Não me diga, ele quer me beijar novamente!? Pelo o que ele falou antes, acho que realmente gostou de me beijar. Oh… não sei se devo rir ou chorar…’
— Mesmo que seja bom, fique por aí. No momento eu estou um pouco….
— …Você fica nervosa perto de mim?
‘Isso lá é uma pergunta?! Claro que sim! Esse cara não sabe o quão bonito e atraente ele é!?’
— Sim, eu fico muito nervosa, então não venha. Por favor.
Com essas palavras, Luellin pareceu parar para pensar por um momento, então sorriu levemente e falou.
— Eu entendo.
— …
‘O que ele quer dizer com “eu entendo”?’
— Então, Rose, não vou ficar do seu lado, assim, pode me fazer um favor?
Um favor? Rosenia piscou e olhou para ele, mas parou quando foi convencida por seus olhos honestos e assentiu. Acreditou que ele não iria pedir nada estranho. Não era qualquer um, mas o honesto e correto Duque de Rayshin.
Mas a fé dela foi esmagada rapidamente.
— Na verdade, eu tenho insônia. Então…
— …?
— Eu quero que você me coloque para dormir.
Rosenia ficou estupefata com essa afirmação.
‘Isso não dá na mesma que ficar do meu lado!?’
***
Uma luz fraca iluminava o quarto escuro.
Luellin estava deitado confortavelmente usando uma camisa casual e calças, após ter se trocado. Rosenia mal tinha conseguido fazer ele se vestir. Originalmente, ela ficou chocada e quase desmaiou quando ele disse que queria dormir pelado.
‘Não acredito que ele dorme sem roupa. Como a história pode ser tão vulgar?!’
Rosenia se lembrou que no livro original isso também ocorria. Luellin dormia nu em sua cama à noite.
‘Hohoho… pense coisas boas, pense coisas boas…’
Rosenia acalmou sua mente e corpo tentando não imaginar a cena.
‘Parando pra pensar, ele dormiu vestindo a túnica noite passada. Será porque levou em consideração que eu viria para acordá-lo pela manhã? Mas hoje ele decidiu que queria dormir pelado. Por que está fazendo isso comigo? Tenha sanidade só dessa vez.’
— Obrigado por fazer esse favor para mim, Rose.
Disse Luellin com um sorriso, deitado na cama e coberto com um lençol.
Talvez porque estivesse deitado e comportado, Rosenia pensou que, ao contrário do seu habitual, ele parecia inofensivo.
Para ela, Luellin era como uma bomba relógio ativada. Tinha a impressão de que ele estava deitado com os olhos brilhantes e fingindo ser ingênuo, então não podia abaixar a guarda.
Rosenia esticou sua mão trêmula e deu batidinhas no ombro de Luellin bem timidamente. Era ao ponto de que somente as pontas de seus dedos o tocaram.
Como se Luellin tivesse ficado ofendido por isso, uma ruga surgiu em sua linda testa.
— Acho que estou sentindo cócegas ao invés de sono, Rose.
— …
‘Esse “favor” é pedir demais!’
No entanto, Luellin era bonito, então Rosenia decidiu deixar passar. Ela gentilmente assentiu. Então ele riu como se tivesse achado engraçado.
— Fofa.
— … Só se apresse e feche os olhos.
Já tinha acontecido várias vezes de Luellin dizer algo perigoso assim sem nenhum aviso prévio. Esse tom brincalhão fazia o coração dela martelar como se fosse explodir. Ela decidiu que quando voltasse para a Torre dos Magos, iria criar uma pílula para acalmar corações para usar contra o duque de Rayshin.
— Rose…
Luellin fechou os olhos obedientemente, mas ainda murmurou o nome dela como se não tivesse nenhuma intenção de ir dormir ainda. Era como se estivesse recitando um feitiço.
— Rosenia, eu estou tão feliz no momento.
—…
—Não posso acreditar que o que eu sempre sonhei se tornou realidade.
Rosenia pensou que talvez Luellin sempre tenha desejado que alguém o colocasse para dormir.
‘Hmm, parando pra pensar, é compreensível.’
Luellin Rayshin era um órfão digno de pena, que tinha crescido sem nunca conhecer o afeto dos pais.
Sua mãe tinha saúde frágil e faleceu no parto, e seu pai teve um acidente após se apressar para chegar ao seu lado.
O bebê recém-nascido, que tinha acabado de perder os pais, foi criado por babás e empregados. O pobre menino tinha 7 anos de idade quando foi nomeado Duque pelo Imperador.
Até então, o monarca tinha governado no lugar do Duque, e felizmente, não era má pessoa. Talvez por isso Luellin Rayshin tenha crescido para ser mais correto e magnífico que qualquer outro, mesmo sendo um órfão.
O jovem Duque de Rayshin, que era famoso desde a infância, era bem conhecido por sua integridade, pureza e retidão. Não importava quantas belas mulheres tentassem seduzi-lo, ele apenas apertava suas mãos e agia com cortesia, nunca vacilando.
Então, por um tempo, até mesmo houveram rumores de que Luellin era um eunuco…
Tradução: Nopa,
Revisão:Holic.