Não é seu filho - Capítulo 90
— Vai fazer eu sentir como se fosse real? Como?
Sheyman sorriu para ela, enquanto ela o olhava e perguntava.
“Por que parece ser perigoso?”
Sheyman, que olhava para Kalia, guardou a mamadeira e confortou Shasha.
Como Kalia havia ensinado, Sheyman deu tapinhas nas costas do bebê e ele arrotou de maneira fofa.
Desse jeito com o Shasha no ombro, ele se levantou, foi em direção à Kalia e falou:
— Quando o bebê dormir.
— Quando o bebê dormir?
— Aham.
Nesse momento, o sonolento Shasha resmungou, esfregando sua bochecha nos ombros de Sheyman.
Sheyman o acalmou e Shasha rapidamente sossegou e apoiou-se com sua bochecha.
Sheyman sussurrou para Kalia, bem baixinho:
— Vou te mostrar depois. Será realístico.
— O que quer dizer com realístico? Que inferno.
— Shhh, Kalia. Silêncio.
Ao ouvir Kalia, Sheyman levantou seu dedo indicador e colocou sob seus lábios.
— Vou colocá-lo para dormir. Poderia fazer silêncio?
O olhar meigo, porém ríspido, fez Kalia rir da cena absurda.
— Não acho que seja uma boa ideia usar magia do sono no bebê.
Ela ouviu a voz ansiosa de Sheyman.
Enfim, Sheyman cantou uma canção de ninar e deu tapinhas nas costas do bebê.
O bebê adormeceu como se estivesse enfeitiçado pelo som suave.
O problema é que Kalia, que estava assistindo, fechou seus olhos também.
“Bem… Não acho que deveria dormir. Mas Sheyman falou para dormir mais.”
Seus olhos, que piscavam lentamente, finalmente se fecharam.
Ela viu Sheyman carregando o bebê e afagando-o, mas quando acordou de novo, Sheyman estava colocando Shasha no berço.
“Shasha dormiu?”
Kalia fechou seus olhos lentamente, divagando sobre isso.
— …Kalia.
Quando abriu seus olhos de novo, Sheyman estava sussurrando seu nome, acariciando sua bochecha.
— Kalia.
Ao som de seu nome, Kalia abriu seus relutantes olhos e olhou para Sheyman.
— Está acordada?
— … Você é muito carinhoso.
— Quer voltar a dormir?
Seu toque não poderia ser mais macio.
Era uma intimidade à qual Kalia tinha dificuldade em se acostumar.
Ela sorriu com os olhos meio fechados e respondeu.
— O que raios é isso?
— Já que eu expliquei com palavras e você disse que não parecia real.
— Então, você vai explicar com seu corpo?
Era uma piada, mas não houve resposta.
Nesse momento, o sono começou a desaparecer.
— Sério?! Com seu corpo?
Isso a despertou.
Kalia olhou para Sheyman com seus olhos, que antes estavam sonolentos.
O belo rosto que a fitava parecia estranhamente amoroso nesse momento.
O olhar de Kalia se direcionou para os lábios fechados de Sheyman.
“Pensando nisso, agora a pouco… Na sacada.”
Seus lábios ficaram secos involuntariamente e seu pomo de Adão coçou.
Sheyman, que estava quieto, falou se explicando:
— Coloquei um mudo no berço.
— Mudo?
O lugar mutado não era incomodado com barulhos por um certo período de tempo.
Em outras palavras, para o bebê, Sheyman e Kalia continuariam quietos, não importa o quão barulhento eles fossem.
Porém, os barulhos de dentro do lugar mutado podem ser ouvidos do lado de fora, à critério do mago que lançou o feitiço.
“Aliás… Por que Sheyman bloqueou o barulho?”
— Você sabe… O que fizemos na sacada mais cedo…
— Aham.
— Deveríamos continuar?
Kalia, sem palavras, encarou Sheyman.
Sheyman ficou a encarando sem sinais de vergonha.
— Era isso que faria para me fazer perceber que me ama, Sheyman?
— Parece que já sabe minha resposta.
Quando ele perguntou com um sorriso, Kalia ficou atônita.
— Deveria continuar ou não?
Seus lábios sussurrando eram tentadores.
“Como pode ter lábios tão bonitos e apetitosos?”
Se isso fosse um sonho, ela teria comido esses lábios tempos atrás. E beijado aquela clavícula que se estendia abaixo de seu longo e pálido pescoço.
“Não posso fazer isso se não for um sonho? Por quê?”
Os longos cílios de Kalia estremeceram e ela molhou seus lábios, que estavam secos.
“Estou com sede.”
“Minha boca está seca.”
“Me lembro do doce toque que senti algumas horas antes.”
“Por que não…?”
Kalia esticou seus braços e os passou pelo pescoço dele.
— Você não quer?
Não importa o quanto pensasse nisso, não havia motivos para não o fazer.
Sheyman estava pedindo seu consentimento e seu coração já o aceitou.
— Sheyman.
— Sim.
Kalia se aproximou de seu pescoço, e ele respondeu:
— Já sabe da minha resposta. Quer dizer…
Então, antes de seus lábios se encostarem, ela murmurou em voz baixa:
— Quero, Sheyman.
*****
Os lábios se tocaram repetidas vezes.
As duas carnes que haviam se esfregado apenas na superfície dos lábios, se sobrepuseram e eventualmente se envolveram uma na outra.
Ao contrário de suas palavras e ações impulsivas, eles devoravam os lábios um do outro com cuidado.
Respiração, lábios se tocando, e gradualmente se expandindo na membrana mucosa de ambos.
Ficou claro que tudo era uma ação consciente de ambos.
Como resultado, os dois ficaram quentes e logo não tiveram escolha senão parar para respirar.
— Kalia.
Sheyman a chamou e seu doce hálito fez cócegas nela.
As pálpebras de Kalia que estavam fechadas, abriram rapidamente.
Haviam muitas palavras em seus olhares emaranhados, porém ambos não conseguiam falar.
Eles apenas mordiam e lambiam seus lábios repetidamente, para se certificar de que o calor era real.
Kalia sentiu os lábios de Sheyman voltarem para sua nuca.
Lábios úmidos passaram pela sua nuca, e cada vez que eles passavam, um som estranho ocupava os arredores.
Era estranho, quente e sexy.
Kalia se lembrou de encontrar o Shaman em seu sonho alguns meses atrás.
Para ser exata, o sonho daquele dia estava estranhamente emaranhado com Sheyman.
Uma intuição.
O toque dos lábios que a tocavam várias vezes era muito similar ao daquele sonho.
Era um sonho, mas era tão vívido que ela não conseguia esquecer e continuava pensando nele.
Quando ela sorriu um pouco sem perceber, Sheyman, que a olhava, parou de beijá-la e a encarou.
— No que está pensando? Está pensando em outra coisa, não?
O toque de Sheyman, que começou em sua orelha, seguiu pela sua bochecha até alcançar seus lábios.
Kalia riu, enquanto levantava uma sobrancelha e parava o toque de Sheyman.
— Oh, não. Não é isso.
— Se não é isso, o que é?
— É…
“Deveria dizer ou não?”
“Eu te encontrei em um sonho, nele nós éramos bem próximos e você insistiu que eu voltasse.”
“Como será que Sheyman reagiria?”
Kalia brincou com a orelha de Sheyman, assim como ele fez com a dela.
Então, ela o puxou, levou seus lábios ao ouvido dele e sussurrou:
— Eu sonhei com você. No sonho… Lembro que foi parecido com o agora.
Neste momento, Sheyman ficou paralizado.
Ele a olhou, atônito, e caiu em gargalhada.
Foi algo involuntário, como se não pudesse evitar.
— Ha… haha!
Kalia ficou envergonhada com a reação excessiva de Sheyman.
“Tudo que eu queria…. Minha nossa… A reação… Não era…? O quê?”
Kalia ficou confusa sobre o que Sheyman pensou que era, imaginando se ele ficou envergonhado por ela ter tido tal sonho.
Se não for isso, a situação ficaria estranha.
Pois essa explosão de gargalhada foi inesperada.
— Por que está rindo assim?
Quando Kalia perguntou, Sheyman beijou-a, segurando suas bochechas.
— …..!
Foi completamente diferente do beijo de antes.
Em um puxão abrupto, Kalia abraçou o pescoço de Sheyman.
Era uma emoção diferente da que sentiu antes.
— Hmmm.
Suas respirações estavam irregulares, parecia que não tolerariam nenhuma lacuna.
Kalia reagiu, beijando-o apaixonadamente sem saber o porquê.
O beijo de Sheyman era doce e neste momento era tão satisfatório que ela não queria pensar em mais nada.
Depois que eles mudaram de direção e se degustaram algumas vezes, Sheyman caiu.
Huf huf
Como se nada tivesse acontecido, Sheyman encontrou os lábios de Kalia de novo.
— Tive esse sonho.
— O quê?
— Eu queria tanto te ver que achei que estava delirando…
Sheyman sorriu contente.
— Mas acho que não.
Seus olhos dourados brilhavam.
Ele beijou os olhos de Kalia, mergulhado em felicidade e chamou seu nome em pranto:
— Kalia, Kalia. Estou enlouquecendo, minha Kalia.
Era como se cantasse seu nome.
Kalia estremeceu com o beijo de Sheyman, que percorreu todo o seu rosto e pescoço.
Era tão bom que seu coração batia como louco e seu beijo era atormentador.
“Acho que deveria provocá-lo mais.”
— Sheyman.
— Quê?
Kalia o abraçou e o puxou para cama.
— …!
Num instante, Kalia que subiu em Sheyman, lambeu seu lábio e o olhou.
— Quer continuar enrolando?
Ela agarrou seu colarinho e o puxou, levantando seu tronco, e sussurrou em frente a seus lábios.
— …Vai entrar em encrenca.
Então seus lábios devoraram os dele.
Logo, como Kalia queria, o calor preencheu o quarto.
kijarinha
Vocês são incríveis!
Obrigada pelo capítulo!