Não é seu filho - Capítulo 87
— O quê?
— Falaram que é uma luva e meia que ajuda a ajustar a temperatura, com um urso de pelúcia que dança sozinho. Olha para isso ao invés disto. Se apertar aqui, pode deixar o bebê sentado. Tem uma bolsa de piquenique aqui. E se o fechar assim, pode colocar uma sombrinha nele, ou guardá-lo.
Enquanto ele explicava como usar o carrinho de bebê, seus olhos brilhavam.
— O que acha?
“Oh, é aquele mesmo olhar.”
Pareci com o de Sheyman, quando ele fez o móbil no outro dia.
Kalia riu em silêncio, abraçou Gannini e falou.
— Obrigada. É um presente muito bonito, tio.
Com essas palavras, Um sorriso maravilhoso surgiu no rosto da fada rude.
***
“O que houve?”
Derek pensou quando entrou em seu quarto e olhou para a janela atrás da cabeça de Sheyman.
Derek evitou os dois por que estava preocupado com o acidente da “colina tempestuosa” do outro dia.
Na verdade, ele se trancou em seu quarto e lamentou-se para seu amigo – o ovo de dragão.
De qualquer forma, Sheyman veio até ele, que estava se escondendo, porque percebeu sua ausência.
Ele ficou surpreso ao ver Sheyman entrando pela porta.
Seu coração saiu pela boca.
— Você está aqui para me matar? Meu testamento, que escrevi aquela vez, deve ser passado corretamente.
Quanto a Kalia, ela tinha uma terrível obsessão, então ele achou que ela não cairia na pegadinha.
Assim que Derek voltou da colina, ele escreveu seu testamento com um tremor de medo.
Ele estava tremendo por alguns dias, como um prisioneiro esperando pela execução.
Derek, que estava esvaecendo a alguns dias, de repente abriu a porta e o Sheyman entrou.
— E os ovo?
— Eu estou cuidando bem dele. Ele está próximo de perfeito e saudável, e chocará em uma questão de tempo. Estou esperando para injetar a última carga de mana, pois achei que seria melhor fazê-lo na Torre.
— …Entendo.
E foi isso.
Sheyman encarou o ovo de dragão e se aproximou da janela, perdido em pensamentos.
— Está pensando em como me punir?
Os pensamentos de Derek se voltaram para sua aparência decapitada.
Derek resolveu falar sobre a Torre para viver por mais um minuto.
— Recebi uma chamada da Torre. Em algumas áreas há um fenômeno de demonização. Bem, parece que um demônio morto arrancou seu coração de seu peito. Falaram que não conseguiram entrar em contato com você…
O olhar de Sheyman, que estava desfocado, olhando pela janela, virou-se para Derek.
— Conte mais.
— Não tem um grande alcance, então não teve um relatório detalhado, mas tem um relatório parecido vindo de uma filial mágica.
— É isso que está acontecendo?
— O primeiro relato disso foi postado nove meses atrás. Mas o corpo do demônio desapareceu no dia seguinte e a filial não prestou muita atenção a isso porque foi descoberto na exterminação do demônio.
Ao ouvir que é um demônio que arrancou seu próprio coração, a expressão de Sheyman se enrijeceu.
— E agora você conseguiu o corpo desse misterioso demônio?
— Bem, eu consegui o corpo de um. Alguns acham que é “aquilo” também, por isso preciso de sua opinião.
— Então é uma… quimera?
— Sim, senhor.
Os olhos de Sheyman brilharam sombriamente com a resposta de Derek.
LouisMond, que não tinha uma expressão boa, lhe veio à mente.
Quando disse que precisava dos dois. E agora, corpos de quimeras aparecendo aqui e ali.
“Será que algo de ruim está acontecendo?”
— …Pensando nisso, trinta anos atrás, um médico Imperial que fazia experimentos com quimeras foi expulso do Império.
Onde o médico foi?
Estaria vivo ou morto?
À princípio, o médico estava maluco.
Os animais eram costurados como bonecas, e ele trazia corpos e tentava combiná-los com os animais.
Ele tentou seguir com seus experimentos malucos em um laboratório imperial subterrâneo sem permissão.
Registros apontam que a família real descobriu depois e cortou as mãos e pés do médico e o expulsou do Império.
Esse foi o último registro sobre as quimeras.
Foi a voz trêmula de Derek que despertou Sheyman, que estava compenetrado na informação.
— Bem… Na verdade, eu não estava enxergando aquele dia… Oh, eu não fiquei interessado depois de saber a verdade.
— O que quer dizer?
Com sua cabeça erguida, Sheyman encarou Derek, que inventava desculpas.
— Se eu soubesse que era a senhorita Kalia, eu não…
— Oh, aquele dia!
Sheyman sorriu, encarou Derek e olhou para a colina vista da janela.
— Tudo bem, Derek. Acontece. Como Derek disse… Eu não sabia. Eu não sabia que era a Kalia.
Se eu pensasse que era a Kalia, seria uma história diferente, mas…
Bem, eu não queria dizer nada sobre isso porque eu não sabia.
Além disso, Derek fez o pergaminho que ajudou em seu amor.
Depois de encontrar Kalia de novo, Sheyman conseguiu ser mais simpático com Derek.
“Pergaminho… Que pergaminho! Ah!”
Sheyman, que coçava seu queixo, perguntou para Derek.
— O pergaminho que fez aquela vez…
— O quê?
— É… É aquele que é uma obra-prima. Feita ano passado.
— Oh, sim, aquele. O que tem ele?
— Ainda está na capital?
Derek, que inclinou a cabeça, confuso, confirmou olhando para o olhar incisivo de Sheyman.
— Sim.
Os lábios de Sheyman, que murmurava, se ergueram.
— Por quê? Ele não é um fracasso?
Derek que nem o olhou, coçou sua bochecha.
— A única condição para ativação é que ambos sintam algo, não é?
— Oh, sim, sim, porque não dá para criar algo de nada.
— Hummm
Sheyman ergueu as sobrancelhas. Ele andou de um lado ao outro, perdido em seus pensamentos.
— Então, tenho certeza.
— Bem… Eu já sabia.
— Mas a pouco tempo…
Ele esfregou seu rosto, irritado, murmurando.
Ele riu um pouco, balançou a cabeça e suspirou com certa ansiedade.
“O que raios está acontecendo?”
“Por que veio ao meu quarto para fazer isso? Poderia… ir embora?”
Ele teria lido a mente de Derek?
Com um movimento brusco, Sheyman se virou de repente e foi para a porta.
— De repente, tenho que chegar pessoalmente…
— Hã? O quê?
— Fique alerta.
— Hâ? ….Aham, entendido…
Bam!
Antes que Derek pudesse responder, Sheyman fechou a porta apressadamente.
Então, Derek, que foi deixado para trás, murmurou, perdido.
— O que está acontecendo…?
*****
— Desculpe, não tenho muito tempo, preciso ir.
Ganinni foi direto para a floresta, sem sequer tomar chá com a Kalia.
Depois de olhar os presentes que ele deixou, Kalia pensou na explicação que Ganinni deu.
— Meu pai não consiguirá te visitar por enquanto. Mas não se preocupe. Meus irmãos e eu visitaremos. Os meus irmãos se juntaram. Você poderá ver o andarilho, Tokan e a Nua, a anciã da quinta floresta.
— Bem, você sabe…
— O quê?
— Oh, vovô foi tão longe assim?
“O que foi isso?”
Kalia se sentia desconfortável sempre que falava “vovô”.
Ganinni riu dela e deu um tapinha em seus ombros.
— Acho que ele tem algo para fazer. Nem eu nem meus irmãos conseguimos ler sua mente, então nem tentamos adivinhar. Se esperar, ele voltará com seu sorriso típico.
Ele falou calmamente, mas Kalia descobriu um pequeno tremor nas pupilas de Ganinni.
— Minha irmã saiu assim que ouviu de você. Ela é quem mora mais longe, então tenho certeza que trará várias lembrancinhas raras. Já que mora num país com neve.
Kalia ganhou tantos presentes deles, que ficou surpresa só de pensar que poderia ganhar ainda mais.
Ela falou apressado antes dele sair.
— Voltarei para a capital em um mês.
— Hã? Por quê?
— Pensei em ajudar um amigo. E… eu prometi a ele.
— Entendo… Bem, não importa. Floresta das Fadas estão por todo lugar. Se tiver uma floresta, a distância é igual para nós.
Ele perguntou a Kalia.
— Por enquanto, os Doze Anciãos não sabem de sua existência. No entanto, eu planejo te apresentar oficialmente, assim que meu pai voltar.
— Mas eu não vivo na floresta.
— Não importa onde você mora. Eu e meu pai não planejamos tirar sua liberdade dizendo que somos seus parentes de sangue.
— …
— Mas esperamos que a floresta possa ser sua outra casa.
Kalia sorriu com as palavras de Ganinni.
— Então… Gostaria de visitar a floresta.
— Espere fazermos reformas para que possamos receber você e Shasha sempre.
Ele parecia antipático, mas ficava mais simpático à medida que o conhecia.
— À propósito… O ar aqui não é bom.
O demônio da Floresta das Fadas; a expressão incomum de Louis Monde e a misteriosa partida de seu avô.
— O demônio que vi na floresta… Com certeza, era uma quimera.
Tradução: Kaon.
Revisão: Michi.