Não é seu filho - Capítulo 73
“Humm.”
Antes de bater na porta de Kalia, Sheyman olhou o objeto que trouxe com seriedade.
“…Será que gostarão?”
O objeto era simples.
Uma jóia em formato de botão do tamanho de uma palma da mão e uma longa varinha pairava sobre ele.
O que era incomum, era que a varinha era curva como um salgueirão e tinha pequenas jóias azuis, da mesma cor do botão, na ponta dela.
Sem dúvidas, a sinceridade de Sheyman para essas coisas nunca foi simples. Ele não podia suportar não fazer nada para Kalia e o bebê.
Logo em que pensou no que fazer, lembrou que a esposa do lorde mencionou o “móbile”. Portanto, foi isso que ele criou ao longo da noite.
— Espero que gostem.
Ambos.
Sheyman, que sorria suavemente com antecipação, estava prestes a bater na porta de Kalia.
Saindo do quarto ao lado, Hemming o encontrou e gritou:
— Oh! Você não pode acordá-la. Acabou de ir deitar-se! Venha aqui.
Hemming, que o deteve apressadamente, empurrou Sheyman para o quarto de Shasha.
A babá, que sorria para Shasha, o reconheceu e o cumprimentou:
— Oh, o mago está aqui. Está aqui para ver o bebê?
— Estou aqui para ver ele e Kalia, mas… Kalia parece estar dormindo.
Sheyman respondeu, olhando para Shasha brincando nos braços da babá.
O bebê olhava ansiosamente o ar como se não soubesse o que ver.
— Sim, ela se encarregou do bebê esta noite. Hoje, Shasha está de bom humor. Quer carregá-lo?
Diante das palavras de Latricia, Sheyman hesitou por um momento. Incomodou-se de saber que Kalia cuidou do bebê a noite toda.
“Se eu soubesse, não teria feito o móbile e teria me ocupado com o bebê.”
Sheyman olhou imóvel para Shasha, que Latricia colocou em seus braços.
A sensação de um bebê muito pequeno se contorcendo pacificamente em seus braços era estranha.
Kalia havia falado que não, mas Shasha certamente era seu filho. No entanto, lamentava-se de não ter sido reconhecido como pai, mas a presença de Shasha era um grande prazer para Sheyman.
— Filho, logo me reconhecerão, então não incomode sua mãe até lá. Provoque a mim e faça brincadeiras comigo, entendeu?
Sheyman, que pegou a mão do bebê e a apertou de brincadeira, disse solenemente como um aviso.
Sem dúvidas, seus olhos estavam sorrindo, então não parecia assustador.
Shasha mordeu os lábios como se estivesse respondendo.
Sheyman, que o olhava com um sorriso silencioso, entregou à Hemming o móbile que trouxera.
— Tome.
— Oh, o que é isso?
Desde que Sheyman salvou a Hemming, ela estava sendo gentil com ele. Isso aconteceu porque ela havia decidido confiar nele.
— Um móbile. Porque os bebês gostam.
— Ah. Sheyman, você mesmo que fez?
Em resposta aos olhos brilhantes de Hemming, Sheyman tossiu um pouco tímido.
— Meu Deus, você fez mesmo!
— Uau, que adorável! Vamos instalar agora?
Latricia pegou rapidamente o móbile e o instalou no berço do bebê.
Enquanto isso, Shasha balançava a mão como se estivesse tentando pegar o cabelo de Sheyman.
— Não, isto não é um brinquedo.
Sheyman falou rígido com o bebê que nem sequer podia entender o que estava sendo dito.
Pode ver uns lindos olhos verdes claros com piscar de seus olhos.
Parecia ter um brilho dourado flutuando no centro de sua pupila.
Ao olhar os olhos verdes claros e dourados, o coração de Sheyman tremeu.
— Tem olhos lindos.
Enquanto Sheyman sussurrava em tom amável, o bebê franziu o cenho e o olhou.
Era a mesma expressão que Kalia fez outro dia.
“Que rosto de bebê macaco é esse?”
Sheyman caiu na gargalhada, enquanto segurava cuidadosamente Shasha.
Era tão lindo como uma pintura, segurando o bebê sob o deslumbrante sol da manhã.
Hemming e Latricia, que estavam hipnotizadas observando a cena, voltaram a si.
— Oh. Oh, céus! O móbile. Bem, vou colocar o móbile.
— Ei. Acho que seria bom colocá-lo aqui.
— Sim. Sim, sim, está bem. Aqui.
Era o homem mais bonito do Império.
Os corações das mulheres saltavam sempre que o viam brilhar sob a luz do sol.
Nem sequer era seu homem, mas ficavam emocionadas.
— Devo apertar este botão?
Hemming apontou para a jóia-botão e perguntou.
Sheyman, que assentiu com a cabeça, deitou Shasha onde ele conseguia ver bem o móbile.
Quando Hemming apertou o botão, uma luz colorida começou a brilhar sobre a cabeça do bebê.
— Uauuu!
— Oh meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Saiu uma canção emocionante e um grupo de luzes coloriu maravilhosamente o ar. Um pequeno espetáculo de fogos de artifício ocorreu sobre a cabeça do bebê. A luz giratória parecia dançar. Foi tão emocionante quanto um festival, tão chamativo quanto seria um.
— É genial!
A babá e Hemming olharam o móbile por um tempo como se estivessem em êxtase. Então, foi a Latricia que voltou a si primeiro.
Olhou Shasha debaixo do móbile por um momento e olhou Sheyman como se tivesse uma dúvida.
— Há algo que queira falar?
— Bem, acho que seja muito cedo para Shasha ter este móbile.
— O que quer dizer…?
— A luz é tão brilhante que não acho que Shasha consiga ver bem. Normalmente os bebês pequenos como ele geralmente só enxergam móbiles sem cores.
Diante das palavras de Latricia, Sheyman olhou Shasha e se deu conta de que o bebê não estava interessado no móbile.
Os olhos de Shasha vagaram pelo ar onde não estava o móbile e Sheyman se surpreendeu.
“Raios. Não posso acreditar que não consegui chamar a atenção do bebê quando sou elogiado por ser o melhor mago do Império. ”
Ele coçou a testa com um rosto jovial e envergonhado.
Latricia prontamente adicionou.
— Quando crescer um pouco mais, amará o móbile! A propósito, como pode fazer um móbile tão bonito em uma noite? É incrível!
Mas já era tarde para consolá-lo.
Sheyman esfregou sua testa por um longo tempo com um rosto pálido e tirou o móbile de seu lugar.
— Estarei de volta em 2 horas…
— O quê?
— Refarei-o, por isso, por favor, esperem.
— Ack! Não precisa fazer isso…!
Não, isso se tratava de seu orgulho.
Mesmo antes de Latricia terminar suas palavras, Sheyman já havia saído do quarto como o vento.
*****
Neste mesmo momento, na parte mais profunda da Floresta das Fadas…
A enorme sala de conferências, onde se reuniam os anciões das dozes florestas e seus reis se reuniam, estava muito barulhenta.
— Por que as fadas da floresta de Lohas desapareceram? Ouvi que um dos nobres de Lohas comercializa fadas. Não estaria relacionado a isso?
— Venda de fadas! Isso é incrível! Não importa quão silenciosos sejamos, isso não é algo que não deveríamos relevar?
Não é como se não houvesse comercialização de fadas até agora.
As fadas tolas e imaturas eram capturadas por mãos humanas e viravam objetos de entretenimento ou experimentos.
Sem dúvidas, a maioria eram elfos de fora da floresta, e o número era extremamente raro. Um ou dois por ano?
No entanto, o número de fadas desaparecidas superou a estimativa de 100 só neste ano.
Tudo isso aconteceu dentro de Lohas.
— O Império ficou arrogante só por que os humanos ganharam a guerra? Ou não devem estar satisfeitos só com as terras humanas…?
O ancião mais antigo, Canel, acariciou sua longa barba e falou em vão.
— Ancião mais velho! O que isso significa?
— É literalmente isso. Eu estava me perguntando se haviam revelado ganância, além da terra humana e até da floresta das fadas.
Sem dúvidas, o impacto de suas palavras não foi simples.
A sala de conferências, que era barulhenta, se calou. Uma voz pesada atravessou os murmúrios.
— Isso significa que os humanos estão tratando de iniciar uma guerra racial?
Foi Gannini, o filho do Rei das Fadas e ancião da Floresta Vermelha, quem falou com dureza.
Seus olhos pretos brilhavam intensamente sob seu cabelo cinza escuro.
Ao olhar esses olhos pretos, Canel falou com uma voz mais séria.
— Nunca é tarde demais para se preparar.
— Para que devemos nos preparar? Preparar para uma guerra racial? Para o que precisamos nos preparar agora é para revelar quem é o verdadeiro inimigo que está machucando as fadas.
— Não seja tão duro, Gannini. Só estou dizendo, é melhor estar preparado para qualquer situação.
Gannini abriu seus olhos e tentou ler a expressão de Canel, coberta pela barba branca.
Sem dúvidas não era fácil para uma fada de 200 anos de idade ler os pensamentos de um grande gigante que viveu mais que o Rei das Fadas.
A comoção da sala cresceu ainda mais devido à conversa dos dois.
Foi Hoa, anciã do Pássaro de cauda longa, que organizou o momento em que se expandia o barulho enquanto conversavam.
Bam!
— Bem, gente velha! Por que não ouvimos o rei agora?
Metade do cabelo branco e a outra preta, preso bem alto, ela falou beligerantemente e sorriu.
Como de costume, havia uma pedra cinza incrustada em seu punho, que havia golpeado a mesa.
As vozes das pessoas diminuíram com as palavras de Hoa, a irmã mais nova de Gannini e a terceira filha do rei.
Um pouco depois, em algum momento, a perturbação desapareceu por completo, e os olhos de todos passaram ligeiramente por uma cadeira enorme e se direcionaram ao rei que os olhava.
O Rei das Fadas, que não estava seguro do que pensar, permaneceu em silêncio por um tempo.
Tec, tec, tec~
O toque espaçado no apoio de braço era relaxado.
Neste momento, ele sorriu e disse algo como um raio vindo do céu.
— Sim, está na hora de quebrar o silêncio da floresta.
Todos os sons desapareceram como se a sala de conferências, que havia estado em tranquilidade, recebesse um balde de água fria.
Todos congelaram, como se esquecessem como respirar.
O primeiro que voltou a si foi Gannini.
Falou com urgência:
— Rei, quer dizer que também lutará em uma guerra racial?
Em seguida, como se tivesse voltado a si, Hoa perguntou com olhos brilhantes:
— Ah! Pai? É sério? Falou sério?
O primeiro sempre tratava o rei como um rei, exceto em ocasiões privadas, e a terceira, de alma livre, fazia o que queria sem se importar com ninguém.
Naturalmente, se revelou em nome do pai.
Kalekshia sorriu levemente e olhou para seus filhos.
Além desses dois, haviam Nua, a anciã da Quinta Floresta, o andarilho Tokan, e Puriosa, que estava protegendo sua mãe que adormeceu profundamente.
Pela média, era a família com menos filhos, mas Kalekshia foi abençoado com essas crianças.
Desde o mais velho até a mais nova perdida, todos eles eram seus queridos filhos.
— Bem…
Kalekshia olhou a audiência com um sorriso ambíguo que não era possível de ler.
— O homem que criou a quimera encontrada na Floresta de Noé tinha cabelo vermelho igual ao de rubis.
Viu alguns assustados. A maioria deles sussurravam e estavam surpresos.
— O-olhos vermelhos não são o símbolo dos demônios?
— Isso mesmo. Suas mãos e pés também foram afetados pela quimera do demônio.
Todos os rostos dos anciões da floresta empalideceram.
Já era conhecido o movimento para invadir a floresta usando núcleo de fadas.
O fato de que o corpo usado desta maneira seja uma quimera também era conhecido.
Sem dúvidas, era impactante saber que não só foi usado o corpo de uma fada, mas o de um demônio também.
Os olhos de Kalekshia, que olhavam a todos um a um, finalmente chegaram ao Canel.
— É o mais velho da família. O que acha?
Canel inclinou a cabeça em sinal de cortesia. O rosto coberto por longos cabelos brancos e a barba voltada para baixo.
— A vontade do Rei é a vontade do clã, e a vontade do Rei é a vontade da floresta. Tudo é como o Rei desejar.
O Rei sorriu lentamente como um leão quando se desperta de manhã.
Tradução: Kaon.
Revisão: Michi.