Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 58
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- Capítulo 58 - A crueldade de uma criada ibérica.
Eu realmente queria chorar. Era assim em outros países? Ou Ibéria era especialmente perigosa?
‘Agora entendo porque me olham com admiração.’
Quase morri duas vezes. As outras criadas eram afetuosas porque sentiam simpatia.
‘Não foi porque as dei flores.’
Não admira que criadas que eu nem conhecia me dessem conselhos. Achei que era porque tinha feito boas ações, mas o motivo era mais profundo.
‘Não quero mais ser uma criada.’
Um suspiro escapou. Realmente queria encontrar outro emprego.
Olhei em volta. A praça de tijolos coloridos estava bastante movimentada. Sentei num banco vazio. Ouvi uma música distante sendo tocada.
‘Foi divertido sair pela primeira vez.’
As três criadas estavam comigo. Elas me levaram a bons lugares, dizendo que eu precisava de muitas coisas.
‘Achei que só precisava de sapatos…’
Levantei ligeiramente a saia e verifiquei os sapatos novos que tinha comprado. Um artesão que por 100 anos fazia os sapatos das criadas o fez sob medida para mim. Porque ele levou em conta meu futuro crescimento, saiu um pouco mais caro, mas eu não tinha outra escolha além de comprar.
‘A palmilha foi grátis, é uma boa loja.’
Eram apenas sapatos comuns, mas eles eram mais confortáveis do que os usados no orfanato. O sapateiro olhou para meus sapatos gastos e disse “Isso é um lixo”.
‘Graças a isso, comprei dois.’
Encolhi os ombros. Usei todo o salário desta semana nestas compras, mas não me arrependi. Eu realmente precisava de creme para o rosto, óleo de cabelo, calcinhas e sapatos.
‘O que mais me surpreendeu foi que eles realizam entregas.’
A rua a qual as três me levaram vendia artigos específicos para criadas, talvez por isso fosse possível fazer entregas.
‘Apesar de que a segurança é bem rigorosa.’
Quando questionados sobre as compras serem extraviadas, eles responderam que isso nunca aconteceu antes. As criadas costumavam verificar se havia algo perigoso, mas as compras sempre chegavam.
‘Foi divertido.’
Saí para passear, e comi muitos lanches. Os espetinhos e sucos vendidos nas barracas eram deliciosos. Tentei pagar para todas o último suco que bebemos como agradecimento. Mas elas disseram que não precisavam porque estavam gratas pelas flores secas, então negaram.
‘Elas são realmente muito legais.’
A rua das criadas era muito agradável. Os vendedores eram gentis e a segurança era boa. Bati os pés no chão. Como os sapatos eram confortáveis, meus pés não doíam mesmo que eu fizesse isso.
‘Bem, as criadas possuem muito dinheiro…’
A rua parecia vender apenas itens de alta qualidade. Então, eu comprei tecidos bons de algodão. Claro, foi em um lugar que as três criadas me apresentaram também.
‘Elas são mestres das compras.’
Pensei que elas estavam no mesmo nível que eu, mas estava enganada. Elas eram tão superiores que eu nem me igualava.
‘Quando crescermos, vamos beber juntas.’
Meu fígado era muito bom quando eu era Lee Hwa-yoon, então como devia ser o de Nina? Esse corpo aguentaria beber bastante?
Lembrei-me do vinho diluído que Nina provou quando estava na Catedral. Tinha muita água, mas ainda dava pra sentir o gosto do álcool.
‘Estou ansiosa para isso.’
O pensamento de beber me fez rir alegre.
Depois de rir e caminhar por tanto tempo, elas voltaram para o castelo. Eu fiquei propositalmente. Havia outro lugar para ir separadamente.
‘Realmente quero ir lá.’
A biblioteca que Mary disse não ficava longe da praça. Imaginei uma pequena biblioteca, então me surpreendi assim que entrei. As prateleiras cheias de livros até o teto provocavam uma visão espetacular.
Olhei para o livro em meus braços novamente. Era um livro emprestado da biblioteca.
‘Por que Ibéria tem tantos livros?’
Havia várias pessoas na biblioteca. Crianças e bibliotecários iam e vinham.
‘A taxa de alfabetização é realmente boa.’
Quase todos os agricultores que conheci quando estava no orfanato da catedral não sabiam ler nem escrever. No entanto, as pessoas de Ibéria até mesmo podiam emprestar livros.
‘É um bom país.’
Para ser honesta, estava um pouco surpresa. Sério que a taxa de alfabetização era tão alta?
Sentei no banco e endireitei as costas. Me sentia tensa por ter visto muitas coisas. Ainda faltava muito tempo para o toque de recolher, mas me levantei porque queria caminhar de volta sem pressa.
E então, eu vi uma pessoa enquanto me alongava.
— Dio?
Vi o homem lendo um livro em um café perto da praça.
‘O que está acontecendo?’
Era um pouco fascinante. O cabelo que sempre estava mal amarrado, hoje estava bem arrumado. Além disso, ele vestia uma camisa preta que caía bem, não o uniforme branco de médico.
‘Ele é realmente um homem bonito.’
Não estava usando as luvas de sempre, mas manteve o monóculo. Eu o observei cuidadosamente com os braços cruzados.
‘Dou um 98 de 100!’
O homem sentado em uma cadeira da cafeteria com as pernas cruzadas e lendo um livro era como uma arte. Continuei olhando para ele, respirando pesadamente. Esse momento, que presenciei por acaso, foi tão precioso.
Me perguntei por quanto tempo fiquei olhando para ele assim.
Era hora de retomar meu caminho. De repente, Dio ergueu os olhos.
Então, nossos olhos se encontraram.
Eu ri sem jeito. O homem de monóculo franziu a testa para mim.
‘Devo correr?’
Mas eu ainda precisaria vê-lo na manhã do dia seguinte. Inclinei a cabeça ligeiramente como um pedido de desculpas, mas ele ainda parecia descontente.
Vou me desculpar quando o encontrar no próximo dia. Deveria ter me controlado, mas perdi a cabeça porque ele era tão bonito.
Estava prestes a dar a volta, mas Dio gesticulou para que eu me aproximasse. A pecadora não teve escolha além de obedecer. Aproximei-me dele silenciosamente.
— Por quanto tempo você ficou me olhando?
Dio apontou para onde eu estava antes. Sentei-me na cadeira com um sentimento de remorso.
— Não foi por muito tempo.
O homem me olhou com o queixo erguido.
— Talvez por um pouquinho de tempo.
— Deveria ter falado comigo.
— Você estava lendo e eu não queria interromper.
Dio balançou a cabeça. Ele não acreditaria mesmo que dissesse a verdade, já que eu era culpada.
Quando me sentei de frente para ele, o garçom se aproximou com um menu. Como nunca tinha comido neste lugar, não sabia o que pedir.
— Peça o chá “Leica”¹
— É gostoso?
— É doce.
A explicação foi curta, mas suficiente. Pedi o chá Leica e olhei para Dio. O cabelo ruivo bem amarrado ficava bem dele.
— Como você sabia que eu gosto de sabores doces?
— Você franze a testa toda vez que come algo amargo.
— Não tem ninguém no mundo que goste de coisas amargas.
Balancei a cabeça pensando que era impossível.
— Eu gosto.
Fiquei sem palavras.
Entendi. Era porque ele lidava com coisas amargas e acabou desenvolvendo seu gosto assim. Isso era a cara dele.
— Você emprestou um livro.
Coloquei o “A crueldade de uma criada ibérica” em cima da mesa. Ele franziu a testa para o título.
— Não acredite em tudo.
— Diz que é tudo verdadeiro.
Era um livro que enfatizava em grandes letras “Do fundo do meu coração, é uma história verdadeira”. Abri a folha de rosto e mostrei, ele ficou insatisfeito.
— É tudo verdade.
Espera, ele tinha acabado de me dizer para não acreditar em tudo. As pessoas não dizem isso sem motivo, seja honesto.
— Mas não é importante.
Ele estendeu a mão e pegou o livro. Então virou a capa e o fechou.
— Não há informações sobre o atual rei de Ibéria, não escreveram sobre ele.
— Sim, eu sei.
Sua testa franziu ainda mais e ele inclinou a cabeça.
— Você não parece saber nem mesmo o nome de Sua Majestade.
Desviei o olhar com um sorriso. Me senti culpada por algum motivo. Dio provavelmente ainda tinha mágoa de que eu não sabia o nome dele até pouco tempo.
‘Não preciso saber.’
Só existia uma pessoa nesse país chamada de Vossa Majestade. Realmente precisava saber o nome dele?
— As criadas passavam por situações perigosas por causa dos alucinógenos. Mas Sua Majestade não está intoxicada com alucinógenos.
Ele me devolveu o livro. Recebi com delicadeza e coloquei ao lado da mesa.
— Os reis ao longo da história usaram todo tipo de alucinógenos para suportar a dor. Mas o rei atual não é assim. Ele foi o único ao longo de toda a história de Ibéria.
Concordei com a cabeça. Há alguns meses ele tinha sequestrado a Santa. Então como o rei suportou a dor antes disso?
‘Ele apenas aguentou?’
Achei que era algo que ele faria.
— Respeito Sua Majestade. Graças a ele, viver em Ibéria é bom.
Já tinha ouvido coisas semelhantes de outras pessoas.
— Por ele, eu sacrificaria minha vida.
Abaixei a cabeça ligeiramente. Para ser honesta, não entendia esse tipo de lealdade porque eu era uma pessoa moderna. Mas para as pessoas aqui, o rei era como um deus.
‘Um deus responsável…’
Foi por isso que Ibéria se tornou um país bom com procedimentos meticulosos?
— A dor é tão forte assim?
— De acordo com os registros dos reis, é uma dor ardente por todo o corpo.
— Por que eles sentem dor?
O garçom trouxe o chá. Bebi um gole e era realmente doce. Minha sede aumentou, apesar de eu não ter feito nada demais.
— Existem muitas teorias.
Disse Dio, tirando o monóculo.
— O poder do rei não causa dor no momento em que o usa. Só aparece uma ou duas horas depois.
Acenei com a cabeça. Bem, se doesse no momento em que usasse a magia, seria difícil de lutar.
‘Mas eu realmente não usaria um poder assim.’
Você usa, sabendo que vai sentir dor. Era como um inferno programado.
— Por isso há muitas teorias.
— Em qual você acredita, Sr. Dio?
Ele respondeu apoiando o queixo.
— Eu acredito que é devido ao processo de recuperação da magia utilizada.
Não sabia nada sobre magia, mas achei que era um motivo plausível.
‘É por que confio na inteligência de Dio?’
Talvez, mas devido ao campo de atuação dessa pessoa, pensei que eu acreditaria mesmo se ele dissesse que uma pasta de soja fermentada era feijão vermelho.
Tomei outro gole do chá. O sabor doce permaneceu em minha língua.
‘Isso me lembra sobre o Mito de Ibéria que Beato me contou.’
— Depois disso, o rei que perdeu sua companheira, sofreu com uma dor terrível. Foi assim que surgiram os antigos reis de ibéria.
O rei que queimou sua única amada pelo país, comeu bem e viveu bem depois disso?
— Acho que as pessoas farão qualquer coisa pelo rei.
— É claro.
— Sim, eu não sabia.
Se soubesse disso, teria entoado o “O vôo do Dragão”² com todo o meu coração. Apenas pensei que ele fosse o homem mais bonito do mundo, não que ele fosse tão bom.
Bebi algo doce, mas minha boca estava amarga. Dio riu sem jeito.
— Como você está esses dias?
Agarrei a barra da minha saia com força.
— Sei que houve uma confusão.
Bebi o chá novamente. Não era pequeno, mas o copo já estava acabando.
— Até onde você sabe?
— Saberei o que você me disser.
Soltei uma risada. Essa foi realmente uma frase legal.
‘Quer dizer que você não acredita nos rumores e sim nas minhas palavras?’
Olhei para ele. O homem bonito era diferente em todos os sentidos. O monóculo ficava bem nele, mas tirá-lo também era bom.
— Está bem calmo.
A Santa, que encontrei novamente, me abraçou chorando e não me soltou até tarde da noite. Mary ficou me observando, caso eu mudasse de opinião, e a sardenta continuou me olhando feio.
‘A atmosfera na sala de espera é um pouco…’
Cada vez que a sardenta me encarava, Mary dava um tapa em seu rosto. Cada vez que ela era atingida, cambaleava, mas não parava de olhar para mim.
— Algumas pessoas me olham de forma feia.
Cada vez que via a sardenta apanhar, não sabia se devia interferir. Se eu dissesse para parar, então pararia, mas ela estava cheia de espinhos.
‘Finjo que não vejo, mas…’
Notas:
1. 라이카: Não tenho certeza de qual sabor é, procurei por todos os lugares e não achei resposta.
2. Capítulos 7 e 49 para referência.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.