Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 56
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- Capítulo 56 - Esta é Ibéria.
Talvez por isso, lembrei da minha mãe.
Quando quebrei a TV da sala enquanto brincava com meu irmão, minha mãe correu ainda segurando uma concha e primeiro verificou meu corpo. Foi a primeira vez que vi minha mãe tão nervosa perguntando se eu tinha me machucado e como estava me sentindo. Chorei pensando que seria repreendida.
‘Sinto sua falta.’
Especialmente hoje, sinto muito a falta da minha mãe. Ela estava preocupada comigo.
— Quando o irmão de Charlotte se tornou um cavaleiro, fiquei tão feliz…
Mary parecia uma mãe.
Era difícil para ela, por ser tão carinhosa. Exalei um longo suspiro. De alguma forma, sentia meu peito desconfortável.
‘Mãe, estou com tanta saudade.’
Meus olhos arderam com lágrimas por causa da memória de minha família. Mordi o lábio. Estava com raiva e queria odiar a sardenta, mas de alguma forma, me sentia triste.
‘Tenho inveja de você.’
Me perguntava o motivo de ela estar com tanto ciúme quando tinha um irmão mais velho que acreditava nela, apesar de ser mentirosa, e uma tia carinhosa.
‘Sou a vítima, e isso me deixa mais triste ainda.’
Sentei na cadeira com um suspiro. O vento entrou pela janela aberta, mas não levou embora minha frustração.
— O que você quer fazer?
O céu refletido na janela estava lindo. Sussurrei suavemente.
— Quer dar a ela outra chance?
Não olhei para ela, mas a sombra que refletia Mary na janela tremeu.
— Então dê outra chance.
Não suportei olhar no rosto dela.
— Mary, você vai ficar em dívida comigo, certo?
— Nina…
— Vou cobrar algum dia. Mas por favor, quero que os rumores estranhos parem. Não vou perdoar da próxima vez. E…
Uma risada amarga escapou da minha boca. Como Sua Majestade falou, eu era realmente mole.
— Você pode evitar que os dois irmãos façam algo comigo?
— Claro. Tenha certeza que sim.
A voz de Mary estava misturada com lágrimas. Calmamente me levantei da cadeira e me aproximei da bandeja. Quando abri a tampa, vi os alimentos que precisava provar.
Depois de terminar, saí silenciosamente da sala de espera. Mary ainda estava chorando às minhas costas.
Cumprimentei os soldados preocupados e segui pelo corredor. Não tinha feito nenhum esforço, mas estranhamente, tinha perdido toda minha energia.
‘Vou acabar desmaiando de novo.’
Meu corpo parecia fraco pelo estresse. Desculpa Nina, parece que fui negligente.
‘Tenho que comer carne.’
Carne era o melhor quando se estava para baixo. Pensando bem, já era quase hora do almoço.
‘Vamos comer, Nina.’
Não importava o quão difícil e triste fosse, precisava comer. Já tinha passado por isso uma vez e sabia.
‘Foi assim que eu aguentei naquela época.’
Minha mãe, meu pai e meu irmão mais novo.
Mesmo quando eles me deixaram em um instante, comi muita comida. Não sabia se iria conseguir comer, mas consegui.
‘Foi incrível sentir tanta fome quando minha família não estava por perto.’
Não há nada que não se possa fazer para permanecer viva. É assim que as coisas são.
Caminhei em silêncio até o refeitório. Meu coração estava pesado e dolorido, mas eu realmente não podia evitar.
***
O jardim ensolarado era lindo. Percebi enquanto admirava sentada no banco, balançando as pernas. Meu pé, que antes não tocava o chão, agora estava ligeiramente arrastando a ponta no solo.
Levantei as pernas e olhei para os sapatos. A saia azul marinho estava na altura da minha panturrilha. Era um vestido de criada, então bastava desfazer a costura da bainha que originalmente foi encurtada por ser grande, mas os sapatos velhos que eu usava desde o orfanato estavam, aos poucos, atingindo o limite.
Eles estavam agora apertados.
‘Tenho que comprar sapatos na minha folga.’
Perguntei às três criadas e elas me disseram que havia um bom lugar para isso. Elas até mesmo desenharam um mapa aproximado dizendo onde comprar coisas boas para alguém em período de crescimento, como Nina.
‘Sapatos são importantes.’
Considerando um risco de hérnia de disco e a saúde do tornozelo, era importante dar atenção ao que calçava. Eu não queria que Nina, que é tão bonita, tivesse problemas nas costas.
‘Mas antes disso, vou conseguir envelhecer com esse corpo?’
Olhei para o céu. Apenas pássaros cantavam no céu azul sem nuvens. Soltei um suspiro.
‘Nina, sinto muito.’
Parece que me tornei estúpida. Sinto muito. Estou perdendo a confiança esses dias.
— Eu sou mole?
A situação era estranha, ou estava tomando a decisão errada?
Olhei de novo para o jardim com o queixo apoiado na mão. As flores que tinham desabrochado estavam começando a murchar lentamente. Não havia flores que florescessem para sempre.
— É o mesmo com o interesse?
Lembrei-me de minha querida majestade. Tinha que admitir. Essa pessoa me tratava muito bem.
‘Quanto tempo dura o interesse?’
Meses? Anos?
Lembrei-me das palavras de Leo. O cavaleiro, que parecia triste, mas inteligente, disse as palavras assustadoras de que o rei continuaria comigo até morrer.
‘Vou ter que viver assim?’
Devo desamarrar meu cabelo e agir como uma louca?
‘Mas o rei é tão bom em me ler que vai descobrir tudo que eu fizer.’
Não sabia no começo, mas percebi depois de encontrá-lo tantas vezes. Era como se ele estivesse em minha cabeça. Não sabia se era uma habilidade como rei, mas sua perspicácia era acima do normal.
‘Eu realmente vou ter que pedir por ajuda?’
Devo oferecer 5000 de ouro ao cavaleiro e pedir por um noivado falso?
‘Mas o rei não vai perceber?’
Como aliado, ele era muito forte e útil, mas deve ser terrível tê-lo como inimigo. Além disso, havia muitas pessoas inteligentes ao redor dele.
‘Sinto que estou correndo sem sair do lugar.’
Não conseguia ver o que tinha à frente. Não sabia se a situação era escura ou clara.
‘Será que estou mesmo viva?’
Encostei a mão na minha garganta. Estranhamente, o mero pensamento de sobreviver gelou minha garganta. Em primeiro lugar, era claro que eu tinha sobrevivido. Não havia ajudado a Santa a escapar.
‘Mas está tudo bem viver de forma tão estranha?’
Em vez de sobreviver, parecia que eu estava presa em uma gaiola.
Fiz uma careta na luz do sol brilhante. Não conseguia enxergar meu futuro de jeito nenhum.
‘Se eu viver despreocupadamente, sinto que vou morrer de novo.’
Sempre que olhava ao redor, pensava que poderia aparecer outra pessoa louca como a Rainha Sol.
Suspirei pesadamente. Então, ouvi a voz de uma pessoa.
— Garotinha!
Já era uma voz familiar. Olhei para ele. O cavaleiro de armadura, que hoje parecia mais forte hoje, se aproximou e sentou ao meu lado.
— Mole!
Precisava de uma explicação. Como poderia entender se ele dissesse isso do nada?
‘Não, eu entendi?’
Sabia o que ele queria dizer.
Calmamente estiquei minhas duas mãos e baixei três dedos.
— O que é isso?
— Sétima vez.
Todo mundo estava reclamando comigo sobre como lidei com a sardenta. Meu querido rei, algumas criadas. Ouvi reclamações até mesmo de soldados no corredor.
Todos falaram como se estivessem esperando mais de mim.
— Oh, todos te chamaram de mole?
— Sim?
Honestamente, foi uma decisão muito suave. O vidro uma vez quebrado, sempre vai estar quebrado.
‘As pessoas mudam, mas só quando elas querem.’
Realmente achava que a sardenta podia viver com a boca fechada? Coloquei minha mão na cabeça e pensei sobre isso.
‘Uma língua solta sempre vai ficar solta.’
Mesmo que Mary a parasse, não tinha como vigiá-la 24 horas por dia, era impossível.
— Faça algo sobre isso, ok?
— Está tudo bem. Eu nem sabia o nome dela.
— Sim, por isso você é mole. Precisa cuidar das coisas direito.
Ri amargamente. Não sabia antes, mas agora entendia. Ibéria tinha uma ética de trabalho muito rígida. Até mesmo entre mercadores comuns e fazendeiros era assim, mas era especialmente mais forte com as pessoas que trabalhavam no castelo, tanto que parecia com as normas do tempo moderno.
— Eu sinto muito.
‘Hm?’
Fiquei intrigada com o pedido de desculpas repentino.
— Não consegui controlá-lo devidamente.
Ah, era sobre o irmão sardento.
Neguei com a cabeça. Nunca pensei que fosse culpa de Leo.
— Não foi sua culpa.
— Foi minha culpa. Fui complacente. Achei que devíamos apenas esperar para ver. Em primeiro lugar, foi errado deixar de lado quando ele falhou no período de exames da primeira vez. Não foi tão grave, então deixei passar.
A posição de chefe intermediário não parecia confortável.
Olhei para Leo apoiando o queixo. Não conseguia ver o rosto do cavaleiro com a cicatriz atraente no olho.
— Ele não foi selecionado de acordo com o procedimento?
— Ele era estranhamente compatível com o Grifo. Achei que o resto podia ser resolvido. Fui arrogante. Realmente não esperava um acidente como este.
Lembrei-me do cavaleiro novato do dia anterior. No início, o achei engraçado e ri.
— Posso fazer uma pergunta?
Baixei a voz com cuidado.
— Você acha que ele teria causado um acidente no futuro?
O cavaleiro estava perdido em pensamentos acariciando o queixo.
— Há uma boa chance.
— Entendo. Todos estão dizendo isso.
— Eu achei que poderia pará-lo. Confiei demais em minhas habilidades.
Ele baixou o braço e olhou para mim.
— Sua Majestade disse isso primeiro?
— Sim.
— Ele não te perguntou o que você queria fazer?
Fiquei surpresa. Como Leo sabia disso?
— Ele disse algo assim.
— Você recusou fazer qualquer coisa, não foi?
Ele tinha poderes sobrenaturais? Como sabia?
Leo sorriu um pouco da minha expressão envergonhada.
— Você deve ter feito isso.
Como diabos as pessoas aqui me conheciam tão bem?
‘Todos eles conhecem meus sentimentos melhor do que eu.’
Belisquei minha bochecha. Ele podia ler minha expressão novamente?
— Garotinha, uma pessoa não pode ser tão boazinha.
Leo balançou a cabeça e suspirou.
— É melhor cuidar disso de forma adequada. E se isso se repetir no futuro?
— Não foi nada demais, e…
Desenhei um X com meu pé encostando no chão. Se fosse na areia, teria ficado a forma do X, mas o mármore sobre meus pés nem mesmo ficou com uma marca.
— Eu queria que Mary me devesse um favor.
— Por quê?
— Bem, por que será?
— Garotinha, eu não ia dizer isso…
O cavaleiro de boa aparência olhou para mim. Seus olhos pareciam sérios. Então, não consegui desviar os olhos dele.
— Às vezes você parece uma criança que cresceu em um lugar muito seguro.
Fiquei surpresa. Pensei na Coreia, o país das minhas memórias modernas. A segurança lá era certamente muito melhor que aqui.
— O orfanato no interior era tão calmo assim?
Neguei com a cabeça. Podia parecer pacífico por fora, mas era como uma fruta podre.
— Então, por que você está tão relaxada?
Mordi o lábio. Não conseguia mentir para Leo.
‘Estou ficando louca.’
Senti o gosto de sangue do meu lábio. Finalmente percebi o que tinha feito de errado.
‘Vocês não conseguem entender meu jeito de pensar.’
O que devia fazer?
Esta não era a Coreia. Eu não conhecia as leis, não tinha uma casa e nem riqueza.
Olhei para minhas mãos. Não eram mais mãos ásperas.
‘Entendo.’
Esta é Ibéria. Eu me tornei Nina aqui.
Cerrei as mãos e abri novamente. Era maior do que quando acordei na carruagem, mas continuavam pequenas.
— Garotinha?
Leo segurou meu ombro e me sacudiu ligeiramente. Respirei profundamente, alternando entre ele e minhas mãos.
— Leo está certo.
Estava confusa antes, mas agora não tinha outra escolha a não ser admitir.
— Sinto muito, garotinha. Eu não deveria ter falado tanto, não sou bom em conversar…
— Não.
Balancei a cabeça. O cavaleiro estava realmente inquieto e constrangido.
— Não sei se o que estou fazendo é certo ou errado. Estou apenas fazendo o que acho que deveria fazer. Todos devem se sentir da mesma forma. Eu, Dio, o Grão-Duque e…
Não conseguia parar o cheiro de sangue dos meus lábios. Apenas olhei para o chão.
— Sua Majestade, também.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.