Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 55
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- Capítulo 55 - Você deveria se desculpar.
Ri amargamente. Claro, sempre que ela me intimidava, eu tentava revidar, mas também era verdade que me tornei um pouco indiferente.
‘Mas deve ser bom ser a sardenta. Ter um irmão mais velho que sempre vai acreditar nela.’
Estou sozinha no mundo, mas ela tem um irmão mais velho e uma tia, por que ter ciúmes de mim? Tudo que eu tenho são 5000 de ouro.
— Foi você quem pediu a melhor comida.
Mordi meus lábios ligeiramente.
A memória dele era boa. Respondi em um segundo.
— Eu mesma vou caçar, preparar e comer a melhor comida.
Era mais problemático se acostumar com a comida que os outros lhe davam.
— Mas se eu não puder evitar, vou comer a comida que Vossa Majestade me der de bom grado.
Era estranho dizer isso quando eu já era funcionária dele. No entanto, lealdade era lealdade, e precisava ser demonstrada.
— Você vai se arrepender de não escolher uma punição.
Concordei levemente. Claro que vai ser cansativo se ela descobrir que o irmão foi demitido por minha causa.
— Eu suponho que sim.
— Não entendo.
Respondi com um grande sorriso.
— É por isso que Vossa Majestade é o rei, e eu sou um coelho.
Nem todos podem viver como você. As responsabilidades de Sua Majestade e as minhas eram diferentes. Sou uma criada agora, então não preciso de muitas coisas.
— Não gosto disso.
O rei franziu as sobrancelhas e me deu um tapinha no nariz. Eu esfreguei o nariz e ri. Não pude usar essa chance, mas fiquei grata por Sua Majestade ter me perguntado.
‘Será que um dia vou me acostumar com esse homem?’
Isso é uma coisa boa? Ou ruim? Talvez ainda fosse cedo para saber.
***
A história do cavaleiro dos grifos que não reconheceu Sua Majestade e foi demitido se tornou famosa. De manhã até a hora do jantar, o refeitório ficava barulhento sobre esse assunto.
‘Não acho que haja nada sobre mim.’
Ouvi o boato enquanto comia frutas que não conhecia. Não havia nada de errado sobre Nina, mas a história do cavaleiro estúpido que nem usava armadura circulava por aí.
‘Leo deve estar passando por muita coisa.’
Em momentos como esse, os chefes intermediários¹ passam por momentos mais difíceis. Rezei pela paz de Leo enquanto mastigava a carne.
‘Eu deveria me desculpar, certo?’
Suspirei um pouco. Não sentia pena da sardenta, nem do irmão. Estava pensando na Mary.
‘Você tem me tratado tão bem…’
E então transformei o seu sobrinho, que tinha um futuro brilhante, em um homem desempregado.
‘Não, isso é por causa dele!’
Se não tivesse me xingado em primeiro lugar, isso não teria acontecido.
A carne estava suculenta e deliciosa, mas eu não tinha apetite. Me levantei segurando o prato. Mas como tinha me forçado a comer, ele estava meio vazio.
‘Tenho que comer bem.’
O corpo jovem de Nina precisava de nutrição adequada.
‘Deveria me exercitar?’
Já andava muito, mas sentia que fazer alguns exercícios de força me ajudariam a ser mais saudável.
‘Como a luz do sol está forte fora do castelo, deveria fazer alguns exercícios de ginástica na sala da extremidade Sul?’
Andei devagar, lembrando dos exercícios que fazia quando era Lee Hwa-yoon. Estava quente, mas uma brisa fria soprava.
O corredor estava livre, com apenas alguns soldados segurando lanças. Inclinei a cabeça para os soldados conhecidos, e eles gentilmente responderam.
‘As outras pessoas me tratam normalmente.’
Sardenta, o que há de errado com você?
‘Também é incrível o irmão dela ter perdido o emprego por conta da própria língua.’
No entanto, era verdade também que ele não teve sorte. Se Nina fosse apenas uma criada normal, não teria sido nada um cavaleiro xingá-la.
Aconteceu isso porque eu era próxima do rei.
‘Foi uma coincidência, mas ele também tomou uma péssima decisão.’
Encarei minhas mãos. Elas ainda eram pequenas, mas estavam crescendo. Nina estava crescendo rápido.
‘Nina, ainda estou um pouco fraca.’
Como isso tinha acontecido? Nessa situação caótica, o que deveria fazer para me alimentar e viver bem?
Quando cheguei na sala de espera, o soldado me parou. Fiquei envergonhada por um momento, mas logo soube o motivo. Ouvi a voz da sardenta na sala de espera.
— Tia, isso é demais! Por que está a protegendo?
— Você está dando desculpas até o fim. É inteiramente culpa do seu irmão por não conseguir ser um cavaleiro!
— Por que isso é culpa dele? É culpa dela!
Ela estava falando de mim?
Os soldados balançaram a cabeça e falaram em voz baixa.
— É melhor você entrar um pouco mais tarde.
— Há quanto tempo está acontecendo?
— Já faz um tempinho.
Suspirei profundamente fora da porta. A irritação da sardenta podia ser ouvida por todos os lados.
— Sinto muito. É barulhento, não é? Sem querer….
— Não é sua culpa. Não se preocupe com isso.
— Originalmente, foi tudo culpa dele. Se um soldado for estúpido, nós que sofreremos.
Parecia que eles conheciam bem os fatos. Bem, com ele gritando daquela forma, todos que treinavam ouviram.
Tirei as frutas do meu avental. Estava guardando para comê-las na sala da extremidade Sul, mas achei que seria melhor dar a eles.
— Mesmo assim, sinto muito.
Eles aceitaram as frutas. E então, o som vazou novamente.
— Você prometeu para a minha mãe cuidar de mim antes de ela morrer. Como minha tia pode fazer isso?
— Eu não deveria ter feito um favor à sua mãe.
— Tia!
— Não grite! Eu não sou surda! É tudo culpa minha. Pare de ser assim! Este não é o seu lugar!
Os cavaleiros balançaram a cabeça enquanto comiam a fruta que eu lhes dei. Fiquei envergonhada sem motivo.
— Eu posso trabalhar! Posso cuidar da Santa!
— Você não consegue fazer nenhuma tarefa sem a minha ajuda! Está tão confiante sem motivo! É por isso que não tenho escolha além de te comparar com a Nina!
‘Não é uma boa forma de educar fazendo comparações, mas essa não era a casa dela, e sim um local de trabalho.’
Me agachei perto da porta. Esperei em silêncio que as coisas melhorassem, ouvindo os soldados comerem as frutas.
Quando essa discussão iria acabar? Queria saber.
— Você é má! Sabe o quanto eu a odeio!
— Acha que devo fazer todas as suas vontades? Pare com isso! Não deveria ter te trazido para o castelo!
— Ela é uma vagabunda! Quantos homens já não seduziu?
Fiquei chocada. Do que ela estava chamando uma criança de 15 anos?
‘Uau, que absurdo.’
Quando arregalei os olhos muito surpresa, os soldados me deram tapinhas no ombro. Exalei um pouco. Senti uma dor no estômago.
‘Os boatos estranhos sobre mim devem ser culpa da sardenta.’
Coloquei a mão na testa. Por que diabos essa garota era assim?
— Nina, sei que você está aí fora! Entre.
Me levantei, sacudindo o avental. Os soldados sussurraram “aguente firme”. Inclinei a cabeça suavemente, dizendo “obrigada”.
Abri a porta com cuidado. Vi Mary dobrando guardanapos e a sardenta. O que deveria dizer nesta situação? O ambiente estava muito pesado.
‘Minha barriga dói.’
A sardenta me olhava ferozmente. Eu não podia perder, então apenas sorri.
Mary suspirou suavemente.
— Sinto muito, Nina.
Olhei em silêncio para a sardenta. A criança que bufava com lágrimas nos olhos, segurava o avental com força.
Uau, que incrível. Quem visse, pensaria que ela foi uma vítima de injustiça;
— Charlotte, você deveria se desculpar.
— Ei!
— Descobri o seu nome ontem.
De repente, o rosto dela ficou vermelho. Mas eu tinha muito a perguntar.
— Por que você fez isso?
— O que?
— Você me intimidou desde o início. Por quê? Do que você não gostou tanto?
Encarei a criança esperando uma resposta.
— Existe algum motivo?
Certamente havia pessoas que intimidavam outros sem motivo. Mas não parecia ser o caso aqui.
‘Deve ser porque Nina é estrangeira e órfã.’
Não tinha nada além de mim mesma, então as pessoas sentiam pena.
‘Eu odeio isso.’
Por que você vive assim, sardenta? Se continuar fazendo isso, vai ter dificuldades. Você já está enfrentando as consequências.
— Você, que está sendo protegida por um homem, não tem nada…
Uau, ela continuava me chamando indiretamente de vagabunda. Realmente pensava em mim assim.
Mary soltou o guardanapo. Então se aproximou da sardenta e deu um tapa na bochecha dela com a palma da mão.
Slap.
O som da carne sendo atingida preencheu meus ouvidos. Olhei para Mary. A velha senhora não parava de bater na bochecha da sobrinha.
Slap.Slap.
Eventualmente, a sardenta caiu.
— Mary…
Achei que já fosse suficiente, então parei Mary. Ela gritou respirando pesadamente.
— Pare com isso! Saia!
— Tia!
— Saia!
A sardenta correu chorando. Mary cambaleou quando a porta se fechou. Eu a ajudei a sentar em uma cadeira.
— Eu sinto muito.
Ela segurou minha mão respirando com dificuldade. Balancei a cabeça. Sabia como Mary se sentia.
‘Eu tive experiências semelhantes.’
Quando era Lee Hwa-yoon, coloquei o filho de um parente em um emprego decente e me meti em problemas. Aprendi então que não deveria indicar pessoas de maneira imprudente.
— Sinto muito por você.
— Não, eu…
— Achei que ela tinha feito algo, mas não sabia que era tão sério. A culpa é minha. Pensei que se a repreendesse, ela pararia.
Mary tirou a tiara de criada e a colocou sobre a mesa. Ela estava muito cansada. A entreguei um copo com água.
— Minha irmã mais nova morreu há três anos. Ela pegou uma doença pulmonar e não resistiu.
— Não sabia que você tinha outros parentes.
— Eu não era muito próxima da minha irmã quando ela estava viva. Sou solteira e tinha dinheiro guardado, então achei que poderia assumir a responsabilidade e criar os filhos dela.
Ela esvaziou o copo que dei e suspirou profundamente.
— Fui arrogante. Não consegui assumir a responsabilidade por duas pessoas.
— Você foi uma boa pessoa.
— Eu disse para ela não contar mentiras, mas ela causou esses incidentes…
Mary cobriu o rosto. Eu não pude dizer nada.
— Por quê?
— Ela adora a Santa.
Era um pouco surpreendente, mas compreensível.
A sardenta trabalhava muito para Seraphie.
— Mas a Santa só se importa com você…
Eu ri sem jeito. Foi como o esperado.
‘Ela ficou com ciúmes.’
Não sabia antes o motivo, mas agora entendi. Ela estava fazendo algo inútil.
— A mãe da criança se parecia com a Santa.
— Ela deve ter sido uma grande beleza.
— Sim. Então, ela ficou com ainda mais ciúmes de você.
A sardenta não era mais velha que Nina? Parecia ter pelo menos dezesseis anos. Como ela poderia agir como uma menina de sete anos que tem ciúmes do amor da mãe?
Balancei a cabeça. Não achava que esse fosse o motivo.
— Ela bateu em minha cabeça antes mesmo de eu me encontrar com a Santa.
— Oh, meu Deus, sua cabeça?
— Sim, ela simplesmente não gostou de mim desde o princípio.
Notas:
- O cavaleiro é o subordinado. Leo é o chefe intermediário. O rei é o chefe.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.