Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 52
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- Capítulo 52 - Mantenha os olhos em mim.
Fiquei um pouco confusa.
O que eu deveria fazer? Permanecerei ao seu lado. Tinha mais alguma coisa que ele queria?
— O que Vossa Majestade quer?
— Não se encontre com o pássaro.
Fui pega de surpresa. Por que ele estava me dando essa ordem? Não conseguia entender.
‘Isso é tão importante assim?’
Eu sentia a falta dela. Mas parecia ser melhor continuar não a vendo se isso a permitisse dar uma caminhada.
— Não posso evitar. Então não vou vê-la.
Senti um sabor agridoce, mas não havia outra alternativa. Pensando bem, ela salvou minha vida duas vezes e isso era tudo o que eu podia fazer por ela.
— Oh, não. O pássaro vai chorar se souber disso.
Podia ouvir a risada do rei.
— O pássaro adora o coelho, mas o coelho é surpreendentemente frio.
Não tive escolha a não ser repetir.
— Estou em uma posição de subordinada.
— Entendo.
Não parecia que minha querida Majestade tinha entendido de verdade. Olhei para frente novamente. O céu azul acima de Ibéria era pacífico.
Mas por que não podia me encontrar com ela?
— Posso perguntar o motivo?
Ele puxou um pouco a corda, ajustando a direção do Grifo.
— Nina Cage, você é mole.
Eu?
Isso foi inesperado. Não, espera. Então seria melhor se eu fosse egoísta?
‘Você quer dizer que eu sou fraca?’
Fiz algo sem perceber?
Não conseguia entender por que ele me chamou de mole.
— Você fará qualquer coisa pelo pássaro.
Balancei com a cabeça. Na verdade, era o oposto. Mantive distância de Seraphie ao invés de me aproximar.
— É perigoso te deixar perto da Santa. Você não vai deixar ela escapar, mas…
Sua voz baixa foi sobreposta pelo vento.
— Não poderá recusar um pedido para ir com ela.
Espera. Eu?
Ponderei o que o rei disse. Se Seraphie pedir para eu escapar com ela, vou ouvir?
Neguei com a cabeça. Confirmaria se fosse verdade, mas definitivamente não era.
‘O que? Você acredita que Seraphie e eu fugiremos daqui?’
Além disso, como fugiremos? Os dois soldados a protegem bem. Não seria impossível sem usar algum truque?
E havia o motivo mais importante.
— Vossa Majestade, não gosto da Catedral.
Respirei fundo. O vento frio bagunçou meu cabelo. Só de pensar nos dias passados, meu coração apertava.
— Muitas pessoas queriam me adotar como “filha”.
Essa era a memória de Nina. Um dia a criança foi chamada pela chefe das freiras que sempre dava doces a ela. A pequena Nina abriu uma grossa porta de madeira pensando no sabor do doce que receberia.
‘Quantas pessoas haviam lá?’
Dez. Eles observaram abertamente Nina, desde o andar até a respiração, a partir do momento em que ela entrou na sala. A freira disse, colocando uma mão no ombro de Nina.
— O que acham? É uma criança saudável. Vejam. Ela é jovem, mas bonita. Essa cor de cabelo é rara, e os olhos são mais ainda.
Fiquei arrepiada. Queria fugir, mas minhas pernas não se moveram.
Me senti sufocada só de pensar nisso. Cerrei o punho sem perceber.
— A Catedral é um lugar de loucos.
Estava cheia de maníacos e abertamente envolvida em tráfico humano. Não importava o quão angelical Seraphie fosse, essa era a verdade.
— Vossa Majestade sabe o que isso significa, certo? Eu odeio a Catedral. Voltar para lá é pior que um pesadelo.
Ele ficou em silêncio. Para ser sincera, não sabia se o rei acreditaria. Mas eu realmente odiava aquele lugar.
‘Me sinto mal só de pensar nisso.’
Mesmo que eles sejam corrompidos, como podiam ter atitudes tão perversas?
Esperei pela resposta do rei. Então, ele disse algo inesperado.
— Entendo porque Sabina se apegou ao coelho.
Fiquei surpresa novamente. Por que ele estava citando minha chefe do nada?
— Sabina também tem uma forte antipatia pelo Papa.
— Posso perguntar o porquê?
— Ouvi que ela tem um passado semelhante. Então Sabina realmente odeia a Terra Santa.
Lembrei-me de quando tinha acabado de entrar no Castellium. Eu apenas falei porque não queria ser suspeita de espionagem, mas acabou que foi um movimento sábio.
‘Algum dia, realmente quero beber com você’
Se ela quisesse falar mal do rei e da Catedral, realmente poderia beber até o amanhecer.
O Grifo subiu ainda mais no céu. Um campo de trigo verde foi sacudido pelo vento. De repente ele se inclinou um pouco para a direita, mas eu não estava com medo, porque todo o meu corpo estava fortemente amarrado.
— Majestade, não tenho para onde ir.
Falei francamente. Estava chateada porque achava que estava passando por muitas coisas injustas, mas confessei a ele abertamente.
— Por que eu iria para a Terra Santa? Gosto de comer, me vestir bem e dormir aqui.
Ouvi uma risada nas minhas costas.
Certo. Pode rir. Meu coração se partiu pela minha confissão sincera se tornar uma piada para minha querida Majestade.
— Quero viver bem aqui.
— Isso é inesperado.
Por que ele achava isso? Eu penso assim desde o começo. O que ele entendeu tão mal?
— Ibéria é uma terra de fugitivos.
A corda, que estava esticada para a direita, logo voltou a apertar. Enterrei o rosto no pelo fofo do Mosca.
— O Papa expulsou quem possuía mana. Os que não tinham para onde ir, juntaram-se um a um na terra abandonada.
A voz baixa foi espalhada pelo vento. Abri os olhos e olhei para baixo. As copas de árvores verdes brilhavam ao sol.
— Mas era muito difícil. Não era uma terra abandonada à toa. Haviam muitos monstros à solta, e era difícil até mesmo fazer uma fogueira. Então eles aprenderam a usar magia desesperados.
Era diferente do Mito de Ibéria que ouvi de Beato. Escutei em silêncio.
— Não foi até que os pilares de fogo e nuvens fossem erguidos que eles puderam viver em paz. E decidiram entregar a sentença para a pessoa mais forte.
Isso era um pouco estranho. Então, se você for o mais forte, pode se tornar o rei?
— Sentenças geralmente envolvem laços de sangue. Eu a tenho por ser da família real. Quando o rei anterior morreu, me tornei o novo rei porque tinha o mana mais forte, mas não seria assim se houvesse alguém mais forte que eu.
Pensei em Alex. Quão forte o menino bonito era?
— Bem-vinda à Ibéria.
Olhei de volta para ele. O homem jogando o cabelo para trás era tão lindo.
— Vou te dar uma recompensa por ser honesta.
O Grifo de repente deu meia volta. O vento forte fez eu fechar os olhos.
— Vou permitir que você se encontre com o pássaro.
O vento continuava soprando forte e eu não conseguia abrir os olhos. Esperei que se acalmasse, mas ele continuava forte.
‘Por que você permitiu agora?’
Não conseguia entender. Mas não parecia estar mentindo.
‘Não sei mais.’
Ele era um homem muito difícil. Poderia ser uma desculpa se ele fosse alguém cheio de caprichos. No entanto, o rei não era assim.
‘Não sei como lidar com você.’
Será que me acostumaria se passasse mais tempo com ele?
Não, mas antes disso, o que esse cara pretendia fazer com Nina?
Era verdade que ele se importava? E se fosse uma desculpa para me usar para algo?
‘Uau, isso me magoa um pouco.’
Achei que seria triste se isso acontecesse. Por mais inesperado que fosse o relacionamento, era doloroso pensar que alguém mais poderoso me usou.
‘Vou te xingar.’
E se for apenas por causa da sensação de friozinho?
‘Meu coração dói.’
Não tinha mais para onde fugir. Já estava deprimida, embora fosse apenas uma suposição em minha cabeça.
‘Talvez não seja isso, não vamos pensar muito longe.’
Esfreguei a testa contra o pelo suave. Pelo menos ele não iria me matar, já que me salvou.
‘Que homem tão difícil.’
Não sabia se gostava ou odiava ele. Só de dar um passo para frente e para trás já era difícil.
Sem saber como eu me sentia, ele sussurrou nas minhas costas.
— A razão pela qual não deixei você se encontrar com o pássaro é por sua culpa.
Como assim?
— Por que sou muito mole?
Acha que farei tudo o que ela pedir?
— Ouvi dizer que seu poder e o da Santa colidem.
Meus ombros tremeram de surpresa. Mas ela não tinha me curado? Eu me recuperei da doença cardíaca e do ataque da Rainha-mãe graças a Seraphie.
— Talvez seja esse o motivo de você ter desmaiado.
— Existe alguém que reage negativamente ao poder de um Santo?
— Não sei, mas se você pensar sobre isso…
Vi a muralha cinza de novo. O Grifo desceu lentamente.
— Sua própria existência é rara.
Engoli saliva. Isso era algo a se pensar.
‘Eu não repelia a magia do rei, e mesmo quando ele tocava, se sentia refrescado, mas colidia com o poder da Santa?’
Não era possível.
‘Além do mais, a capacidade de detectar venenos não é mais uma característica diferente?’
Uma nuvem de poeira se levantou e fechei os olhos. O rei desceu suavemente do estribo. Os soldados correram e desarmaram a tira que me prendia.
Olhei para minha mão quietamente. Tinha crescido um pouco, mas ainda era uma mão pequena.
— O que eu sou?
Cerrei e abri a mão. Não havia nada de especial quando entrei no corpo de Nina pela primeira vez.
— A Catedral pode saber. Mas o importante é que eles te enviaram para mim.
Nesse momento, a palavra “espião” apareceu na minha cabeça. Cerrei o punho com força. Senti que iria começar a suar frio.
‘É realmente a raiz de todo o mal, a Catedral.’
Por que Nina? Esse era um assunto que eu deveria pensar bem.
— Bem, Majestade.
Quando me libertaram da corda, ele me agarrou pela cintura e me levantou. Então me colocou lentamente no chão.
— Mantenha os olhos em mim.
A bela testa do rei franziu em desaprovação.
— Nunca se sabe. Basta ficar de olho. Mesmo em um castelo, há momentos em que ninguém está olhando. Acho que é melhor ser monitorada do que ser suspeita.
Ele virou a cabeça e riu. Olhando os ombros largos tremendo, apertei os olhos.
‘É uma questão de vida ou morte, por que você está rindo?’
Ele riu por um longo tempo antes de olhar para mim. Seus olhos inclinados em um sorriso não eram frios. Em vez disso, eram tão quentes que dava vontade de continuar olhando para ele.
— Meu coelho é tão adorável.
— Bem, Majestade. Não estou falando palavras vazias.
— Você realmente odeia a Catedral. É quase uma pessoa de Ibéria.
Era uma honra. Então, como eu já sabia, não iriam mais continuar me vigiando? Não tinha certeza. Devo continuar sendo uma criada cuidadosa para não levantar suspeitas? Não queria ser executada por acharem que sou espiã.
‘Achei que tinha evitado o final original. Mas parece estar mais próximo do que eu pensei.’
Não havia nada diferente, mas realmente achava que tinha passado pela fase crítica.
Esfreguei o meu braço. Estremeci ao pensar na Torre Oeste. Não podia deixar Nina voltar para lá.
— Vou assumir a responsabilidade.
Ele levantou meu rosto e me deu um tapinha nas costas casualmente. Suspirei e decidi desistir de andar por hoje.
‘Pelo que você vai assumir a responsabilidade?’
A vida de Nina? De uma possível espiã?
Ele falou enquanto eu inclinava a cabeça em completa ignorância.
— Não sou tão relaxado a ponto de confiar na Catedral. Portanto, você pode ficar tranquila.
Por que ele estava tão confiante? Com licença, Majestade. A Santa fugiu no livro original debaixo do seu nariz. Não sei como ela fez, mas Nina rompeu toda aquela vigilância e a Santa conseguiu escapar.
— Não me sinto tranquila.
Eu me sentia uma besta perigosa. E não importava o quão cuidadosa fosse, o enredo original viria como o destino.
— O coelho não confia em mim.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.