Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 43
- Home
- Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente
- Capítulo 43 - As flores caem para você.
– Menino, você está realmente bem?
O velho cavaleiro deu um tapinha na cintura do menino. O menino loiro sorriu como se nada tivesse acontecido, mas o cavaleiro balançou a cabeça.
– Você é muito magro, não importa o quão duro eu pareça. Onde cresceu para ter tão poucos músculos? Passou fome?
Essa expedição estava com falta de pessoas. Rutte foi forçado a trazer um soldado, e esse era o menino.
Ele era muito jovem e pequeno. Sua habilidade era tolerável, mas aquela coisinha não iria suportar a dura vida de uma expedição.
O cavaleiro continuou dando tapinhas nas costas e coxas do menino. Era tão fino que parecia que ia quebrar.
– Deixe qualquer coisa comigo. Eu consigo.
O menino disse com um olhar confiante, mas o velho cavaleiro não se sentiu muito seguro.
– Você tem um rostinho lindo e se candidatou para uma vida de expedicionário. É melhor para você ficar na capital, não?
Infelizmente, ele não podia seguir o conselho do cavaleiro. O menino sorriu e amarrou uma corda. Mas o nó continuou se afrouxando porque ele não era acostumado a fazer isso. O velho cavaleiro balançou a cabeça e gesticulou.
– Dê para mim. Eu farei isso.
– Ensine-me, por favor. Eu vou aprender.
– Você está parecendo suspeito. Acho melhor não. Diga-me garoto, por que se inscreveu para essa expedição?
O menino se afastou e riu amargamente.
Era verdade, ele parecia realmente suspeito pensando bem nisso. Um soldado que era desajeitado e não conseguia nem dar um nó.
O que ele deveria dizer? Teria inventado uma boa desculpa com antecedência se soubesse que isso ia acontecer.
Agora já era tarde. O menino ponderou um pouco.
– Minha mãe sofreu um acidente e foi colocada na prisão.
Não era necessariamente uma mentira.
– Oh não! O que ela fez? Vendeu alucinógenos?
– Isso também, mas ela quase matou uma garota na rua.
O velho cavaleiro amarrou habilmente a corda e desceu da carroça. O menino saltou também. Ele usou seu poder após muito tempo. O vento na ponta de seus pés reduziu seu impacto com o solo.
Todo esse vento podia ser usado sem uma sentença.
– Por que?
O garoto encolheu os ombros.
– Não teve um motivo. Acho que ela estava apenas com raiva.
Ele não tinha revelado sua identidade. O velho cavaleiro pareceu bastante surpreso.
‘Você acredita em mim. É mais ingênuo do que eu pensava.’
– Oh meu Deus!
Ouvindo a exclamação do cavaleiro, relaxou os ombros. Estava muito tenso porque era muito difícil mentir. O menino prendeu a respiração e ergueu os olhos. Podia ver o céu azul.
A estrada se arrastou diante dos seus olhos por meio dia. Embora ainda não tivesse deixado a capital, era um cenário diferente do que ele viveu toda a sua vida.
Não havia castelos nem mansões. Era apenas uma floresta densa.
Ele respirou fundo. O cheiro de madeira era refrescante.
Não havia Grão-Duque ou família real aqui. Não havia Alex, apenas Al.
Olhou para o cavaleiro novamente. O rosto do velho estava cheio de curiosidade. Ele respondeu com mais franqueza.
– Acho que ela estava ficando louca. Essa menina era minha amiga predileta.
– Não é motivo para tanta raiva. Então ela sobreviveu?
O menino sorriu e acenou com a cabeça. O seu irmão capaz conseguiu salvar a criança sem problemas. Naquela época, ele nem sabia que a menina estava ferida.
‘Você é meio incrível.’
Al encolheu os ombros. Quando ele solicitou participar da expedição com a identidade oculta, seu irmão apenas aceitou. Não disse nada sobre ele se manter saudável, nem perguntou quando retornaria.
– Que coisa! Você está sorrindo, então ela deve estar viva!
– Tenho que ganhar muito dinheiro para cuidar da minha mãe.
– A multa deve ter sido alta. Como você pagou?
Então, alguém chamou o nome do menino e ele não conseguiu responder à pergunta do cavaleiro. Al se afastou acenando.
– Acenda essa coisa! Tenha cuidado.
Ele acenou com a cabeça concordando. A lâmpada decorada com um grande Grifo acendeu com uma luz laranja.
– É a chama do rei?
– Nossas vidas correm perigo durante a expedição. É realmente difícil sem ela.
Al carregou cuidadosamente a lâmpada. Quando saiu com ela firmemente presa na carroça, percebeu uma pequena comoção. Soldados a caminho da fronteira carregavam e poliam algumas coisas com diligência.
Era um mundo que ele não conhecia. Já tinha visto muitos grupos se preparando, mas foi a primeira vez que ele fazia parte de um.
Al baixou a cabeça e voltou ao velho cavaleiro.
– Garoto! Voltando ao assunto anterior. Como você pagou a multa?
O cavaleiro perguntou, dando um tapinha nas costas do menino. Al respondeu com um sorriso.
‘Preciso mentir.’
– Meu irmão pagou.
– Você tem um irmão?
– Eu tenho um irmão muito inteligente. Ele é mais velho e nossas mães são diferentes.
Eles eram tão distintos. Desde o nascimento, de onde eles começaram e o caminho que iriam seguir era diferente. Às vezes, estremecia só de pensar em tudo que seu irmão passou.
‘Não foi uma boa jornada.’
Se dissesse que o respeitava muito, seu irmão riria dele?
Provavelmente seria chamado de tolo. Seu irmão só se importava com as coisas relacionadas à Ibéria. Tudo em sua vida girava em torno do país.
O cavaleiro suspirou e acariciou a cabeça de Al com força.
– Há muitas histórias assim.
– Tenho que pagá-lo de volta. Peguei emprestado por causa das circunstâncias.
– Então, o que sua amiga predileta disse a você?
O menino riu amargamente. Uma garota com cabelos loiros platinados e lindos olhos vermelhos veio à sua mente.
No começo, ela chamou sua atenção pela aparência. Mas depois de um tempo, só queria ficar junto a ela. O que ela diria se soubesse que ele gostava de cada momento que passaram juntos?
‘Ela diria que sente muito’
Com seu lindo rosto com uma expressão de desculpas, baixaria a cabeça. A menina era uma criança boa e honesta. Isso era o que ele mais gostava nela…
Al estava perdido em pensamentos, até que os soldados começaram a gritar “Olhem para o céu!”
– É um Grifo!
Soldados que pensaram que poderia ser um ataque, ergueram as armas. No entanto, após verificar o céu, rapidamente baixaram. O velho cavaleiro olhou para cima e disse sem rodeios:
– É o Sir Leo. Qual o problema? Esqueceu de me dar algo?
A criatura gigante ficou no ar contra o sol. Al e o velho soldado fizeram sombra com a mão.
Sob o céu azul, a criatura bateu suas enormes asas.
‘Então eu lhe causei problemas.’
Sir Leo era um grande cavaleiro. Ele fez um pedido inútil para tal pessoa. Só foi possível porque era o Grão-Duque, mas ele não entendia isso na época.
– O que é isso?
Os soldados murmuraram. Algo estava caindo do céu.
Um soldado com capuz verde estendeu a mão para pegar. Todos pararam o que estavam fazendo e olharam para o céu sem hesitar.
– Pétalas de flores?
Pétalas secas pousaram suavemente na palma de suas mãos. Como outros soldados, Al ergueu o braço e pegou uma. A pétala em sua mão era vermelha como os olhos da menina.
Sentiu um suave vento frio soprar. Seu cabelo desgrenhado balançou diante dos seus olhos.
A pétala em sua mão era de uma flor que conhecia.
Al beijou levemente a pétala.
‘Essa pequena é louca e adorável.’
A voz dela veio à sua mente.
– Você sabe o que significa andar no caminho de flores?
Foi sua primeira vez ouvindo isso. Alex riu um pouco.
– É um termo muito usado no orfanato que eu estava. Significa não sofrer, ter uma vida sem dificuldades. É isso que eu sempre desejo para você.
‘É você. Você está borrifando pétalas em mim.’
As pétalas caíram no chão. Alex criou uma brisa suave com sua magia. A pétala vermelha em sua mão voou de volta para o céu.
Elas voaram como borboletas. Sabia que não conseguiriam chegar até a menina.Sabia que as pétalas não transmitiriam a ela como ele se sentia.
Lembrou-se do homem que a segurava com força e não queria abrir mão dela. Al disse com um sorriso.
– Você quer acreditar que é apenas um coelho.
Se sentiu bem depois de falar isso. Foi como abrir uma caixa de tabu. Al sorriu amplamente.
– Meu irmão é surpreendentemente um covarde, Nina!
O velho soldado o olhou estranho. O menino sorriu e fez o vento fluir novamente.
– Eu vou voltar! Me espere!
O Grifo, que havia se virado na direção do sol, voltou para a capital. Al sorriu e virou a cabeça. O velho ponderou se o menino estava louco, mas apenas riu.
Por algum motivo, sentia suas costas leves. Achava que agora podia fazer qualquer coisa.
Quando o Grifo estava completamente fora de vista, os soldados voltaram a caminhar, pisando no caminho de flores enquanto sussurram entre si. Al os seguiu.
As flores eram perfumadas como a menina. Ele estava tão feliz com isso.
***
O cavaleiro saltou levemente da criatura gigante. O ato levantou muita poeira, mas não se importou. Deu ao Grifo um punhado de Mana como de costume. A criatura os pegou com seus dentes afiados e mastigou o que recebeu.
– Muito bem, Lily.
A criatura respondeu seu companheiro de longa data com um grito agudo. Leo a acariciou suavemente sob o pescoço. Ela piscou e fechou os olhos com o toque.
– É bom estar de volta depois de muito tempo, não é?
A criatura balançou a cauda alegremente. Apesar de ser um ato inofensivo, era perigoso porque ela era muito grande.
– O castelo é um pouco abafado, quer ir mais longe da próxima vez?
O grifo arregalou os olhos. Leo, que a acompanhava há anos, percebeu só de olhar. Sua colega queria desesperadamente voar por uma longa distância.
Enquanto acariciava seu pescoço por um longo tempo, um soldado apareceu correndo.
– Lorde Leo!
– Oh, por favor, cuide de Lily.
Leo se despediu do grifo. A criatura amuou-se com suas palavras.
Ela sempre foi adorável. Quando a conheceu, era tão feroz que foi difícil domá-la, mas agora, era mais confiável que qualquer outra pessoa no campo de batalha.
O cavaleiro se afastou com sua capa cinza esvoaçando. Uma garota de cabelos loiros se aproximou correndo de longe. A menina de quinze anos parou na sua frente e respirou fundo.
Correu tão rápido que seu cabelo estava uma bagunça. Ela falou agarrando o braço do cavaleiro:
– Con-conseguiu?
Leo sorriu e olhou para a criança. Os olhos vermelhos pareciam preocupados.
– Garotinha, não sabe que os cavaleiros sempre cumprem suas promessas?
Ela ficou aliviada e um sorriso apareceu em seu rosto.
‘Essa coisinha é tão fofa.’
Leo acariciou sua cabeça sem se dar conta.
– Oh, o que devo dizer quando os soldados perguntarem? A governanta da família Bensel espalhou flores no ar…
– Sinto muito por lhe causar problemas.
O cabelo de Nina era macio. Devia ser por isso que muitas pessoas acariciavam a cabeça da criança. Leo disse com um toque suave:
– O que devo pedir?
A expressão da criança mudou drasticamente como se tivesse comido algo azedo. Sua aparência honesta era tão fofa que ele caiu na gargalhada.
– O que?
– Você disse que faria qualquer coisa, certo?
A criança não conseguiu manter contato visual, talvez por estar envergonhada.
‘Que outros pensamentos interessantes existem nessa cabecinha?’
Leo retirou as mãos da cabeça dela antes de se viciar.
– Garotinha, sei que estou dizendo isso só agora. Mas você não deve falar palavras assim tão facilmente.
Ela acenou com a cabeça.
– Desculpe, Leo está certo. Foi estúpido da minha parte dizer isso. Estou aliviada de ter sido para você.
– O que acha que eu quero?
Os olhos vermelhos piscaram. Ela era inteligente, mas dessa vez não parecia ter ideia.
– O que você quer?
– Eu não sei. Estou satisfeito com comer e dormir.
– Para início de conversa, não tenho muito dinheiro!
– Então não há nada que possamos fazer. Pague-me com seu corpo.
Os ombros da criança tremeram, provavelmente de surpresa.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.