Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 4
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- Capítulo 4 - Vale a pena viver neste lugar?
Ibéria era um país com mais formalidades do que eu esperava. Tive que passar por muitos processos antes de poder encontrar Seraphine, a protagonista da novela.
‘Não sei se o veneno está fazendo efeito ou não, então só me resta esperar o resultado.’
Me acordaram no quarto que estou dividindo com 5 ou 6 criadas, e me trouxeram aqui assim que vesti o uniforme de criada que recebi. Em um local empilhado de reagentes coloridos, um homem que parecia um médico me olhou com os óculos brilhantes.
Na novela, Nina era uma empregada que apareceu de repente, jamais imaginei que existissem esses procedimentos. Além do mais, nunca disseram nada sobre uma carta de introdução. Em vez disso, eles me deram drogas que eles próprios produziram.
Graças a isso, sofri com dor de barriga por uma hora depois de consumir uma erva medicinal para o estômago, e dormi por meia hora depois de tomar pílulas para dormir. O médico por fim me alimentou com uma fruta que me causou coceira e ficou me observando.
Senti coceira por todo o corpo e arregacei as mangas para mostrar meus braços com urticária.
– Isso é interessante, você está se curando mesmo com o veneno se espalhando rapidamente.
Não consegui mais aguentar, então cocei minha pele, mas o médico parou minha mão.
– Se você coçar vai ter uma cicatriz. Não tem cura para isso, então tente aguentar.
Você me fez comer isso sem um plano! Me torci, segurando as lágrimas. Eu já sabia disso, mas a vida de uma criada real era igual a de um rato de laboratório.
– É um fruto de uma árvore oleaginosa, o antídoto ainda está em desenvolvimento. Estou aliviado, esse antídoto já estava se tornando uma dor de cabeça. Se não tiver nada para fazer, me ajude às vezes.
Eu não quero. Por que deveria? Você é maluco?
O que o doutor de cabelos vermelhos disse soou como uma sentença de morte. Cerrei os punhos, aguentando a coceira. Sempre que os óculos que ele usava brilhavam no sol, eu queria esmagá-los com um martelo.
– Impressionante. As erupções já desapareceram. Ela não tem poder curativo próprio. Interessante como o poder sagrado é diferente da magia.
A urticária realmente melhorou, mas a coceira não. Olhei para o homem me contorcendo toda.
– Qual o seu nome?
– Nina Cage.
– Você disse que era da Catedral certo?
– É um orfanato da Catedral em Cinerifil.
Ele inclinou a cabeça, e casualmente arrancou alguns fios do meu cabelo curto.
– Ai!
– É realmente essa cor.
O que! Seu bastardo louco! Limpei as lágrimas causadas pela dor repentina.
– Ah, desculpa. Pensei que era pintado. Enfim, alguém te chamou, pode ir. Sua habilidade é real.
Ele acenou para eu sair como se estivesse se livrando de algo incômodo. Uau, que horrível. É realmente como se eu fosse um rato de laboratório. Me virei silenciosamente e saí, enxugando minhas lágrimas. Isso é tão cruel. Não foi nada demais, mas perdi todas as minhas forças.
‘Lunático. Espero que você fique endividado e tenha demência’.
Lee Hwan-yoon frequentemente amaldiçoava assim na Coreia do Sul. Não sei como funcionam os endividamentos aqui, mas desejo que ele se meta em um bem feio e seja assaltado.
‘Que idiota!’
Eu teria te dado se você me pedisse para puxar dois fios. Você é pior que um cachorro.
Praguejei por dentro, mas fechei a porta cuidadosamente. Quando saí do laboratório, o guarda que estava esperando falou:
– Espere, alguém vai vir para te guiar.
Respondi com um sorriso e com olhos inchados:
– Sim, obrigada.
O soldado abriu os olhos, como se sentisse pena da criança chorando. Ele trocou a lança de mão e acariciou minha cabeça. Com um toque gentil, fiquei um pouco sem graça e cocei minha bochecha. As pessoas aqui pareciam querer acariciar a cabeça quando viam algo novo e fofo.
– Quantos anos você tem?
– Tenho 14 anos.
– Você tem quase a mesma idade que meu sobrinho. Quando você chegou em Ibéria?
– Eu cheguei ontem. É meio estranho, porque é minha primeira vez.
O soldado tirou comida da armadura. Minha boca estava amarga porque só tomei drogas e veneno. Não sabia o que era mas aceitei.
Estava um pouco duro, mas consegui mastigá-lo. A textura era como um pão duro mas o sabor era doce.
– Ibéria pode não ser familiar, mas não é um lugar ruim. Diomede certamente é uma pessoa incrível.
O nome do cara de óculos parece ser Diomede. Mas e daí? Devo memorizar o nome desse bastardo porque ele é um pouquinho inteligente?
De qualquer forma, sorri e balancei a cabeça.
– Sou uma criada. Então é necessário verificar meu corpo.
Bem, do ponto de vista público, Ibéria parecia agir justamente. Era interessante, porque a Catedral era muito antiquada.
‘Poderia ser a ciência aqui mais desenvolvida do que a Idade Média….”
A Idade média que eu vi em livros de História era tão suja e incivilizada, mas pelo menos o orfanato da Catedral das memórias de Nina não era.
Não conhecendo o que ocorria no meu coração, o soldado falou:
– Você é madura mesmo sendo jovem.
Porque esse corpo também tem uma personalidade de 30 anos. Ainda assim, não tenho um transtorno mental. Está coexistindo pacificamente. Sério, meu corpo é incrível.
Enfim, receber elogios é bom. Eu sorri franca e amplamente.
– Sou sortuda de vir para o castelo. Nunca pensei que iria trabalhar em um lugar assim.
– Se você persistir nesse lugar, ele vai se tornar seu lar. Anime-se. Eu também não sou daqui, mas vou morrer aqui. Tenho uma família e em breve me tornarei pai.
Olhei para o soldado acariciando minha cabeça. Um homem de barba grossa sorria enquanto pensava no seu bebê que vai nascer.
‘Uau, eu quero fazer muitas perguntas.’
Um estrangeiro pode se adaptar e viver bem nesse lugar? Vale a pena? E quanto aos imóveis? Quanto é o seu salário mensal? E anual? Que tipo de dinheiro eles dão a você? Qual é a unidade do dinheiro?
Mas se uma criança perguntar algo assim, ela vai ser capturada como espiã e enviada para a prisão. Eu escolhi em minha mente o que uma menina de 14 anos diria.
– Meus parabéns! Espero que seja uma criança saudável.
– Obrigado. Também espero que seja, mas estou preocupado.
O soldado parecia feliz mesmo com a preocupação. Concluí que este homem barbudo era um vencedor na vida.
‘Aqui está o meu modelo’
Quero me dar bem com esse soldado. Alguma coisa me diz isso. Tenho que conseguir a todo custo!
– Você está sempre aqui? Tudo bem se eu te visitar às vezes?
– Hm? Eu? Estou aqui em dias ímpares, mas você vai poder vir? As criadas não são tolerantes com algumas coisas.
– Deve haver um dia de folga. Quando for este dia, as vezes vou usá-lo para te visitar.
Não virei de mãos vazias, trarei qualquer coisa. Esse homem parece uma boa pessoa.
‘Não vou me aproximar muito, só um pouquinho.’
Tenho que fazer amigos. As informações são muito escassas e eu estou um pouco solitária. Mas não posso me envolver muito, porque se algo der errado com a Nina, eles poderiam se prejudicar.
– Não tem problema por mim… Ah, a criada está vindo.
Era a criada que me mostrou onde eu ficaria no castelo interno noite passada. Fiz uma reverência ao soldado e corri até a outra criada.
Ela franziu a testa levemente para mim.
– Isto está me matando. Por que tenho fazer isso? Você já memorizou a planta do castelo?
Eu ri sem jeito. Cheguei ontem e é muita coisa. Se você memorizar a planta baixa em um dia, não seria suspeito?
– Bem, apenas o refeitório.
– Você é estúpida? Memorize logo. Você acha que eu deveria ficar te guiando?
Uau, você é tão cruel. Se não quer fazer isso, reclama com seu chefe. Por que você está fazendo isso comigo?
‘Nina pode ser uma espiã, então está recebendo tratamento especial, mas que porra tem de errado com ela?’
Talvez os superiores não me querem deambulando por aí. Vai ser difícil você ser promovida por não conseguir entender as intenções dos chefes.
Sorri para a criada. Uma garota com cabelos castanhos e sardas. Ela também era jovem.
‘Talvez 16 anos?’
Não importa o quanto eu olhe, ela tem o pavio curto, isso se dá ao fato dela ter um trabalho problemático.
– Vou memorizar rápido.
Vou memorizá-lo porque não é tão difícil. Olhei pelo caminho com os olhos bem abertos. As cortinas vermelhas, os pilares do corredor, etc, entraram desesperadamente na minha cabeça.
– Ela está respondendo agora? De onde essa problemática surgiu?
Quando que eu fiz isso?
De repente, um punho voou sobre minha cabeça. Houve um som muito doloroso. Olhei para a criada espantada. Mais surpresa com o som, não houve muita dor.
‘Uau, parece que não existem direitos da criança.’
Você está me agredindo porque não gosta de mim? Uau, isso é abuso. Quanto tempo faz que não me batem? Não lembro de ter apanhado muito na escola, mas aqui sou tratada assim.
A criada estava segurando o pulso após me bater.
‘Nina tem uma cabeça de ferro.’
Não estava mais doendo, mas fiquei um pouco triste.
‘Bem, isso é normal.’
Este é um mundo diferente, e Nina não era daqui. Não é que eu não achei que seria difícil, apenas fui momentaneamente enganada porque Sabina era uma moça tão gentil.
– Por que sua cabeça é tão dura?
E daí?
Fiquei calada. Então suspirei e olhei para ela.
‘Vou destruir você, pode esperar.’
Se eu fizer um bom trabalho e for promovida, vou te colocar debaixo dos meus pés, e se for jogada na prisão, vou dizer que você é minha cúmplice. Vamos ver como vai se comportar quando estiver fodida.
– Se apresse criada.
Eu sorri casualmente.
– EI!
– Vou memorizar rápido e parar de te incomodar.
Crianças que descontam sua raiva nos mais jovens e fracos deveriam pisar em merda. E se você parecer fraco nesse tipo de situação, os agressores vão agir pior.
‘Não vou te perdoar, sardenta!’
Mesmo que eu deixe os outros em paz, vou morder você. Por acaso você sabe porque eu tinha o apelido dentes de tubarão quando era Lee Hwa-yoon? Não vou te deixar ir mesmo que eu quebre meus dentes. Além disso, alguém precisa perder!
Podia ouvir um murmúrio pelas minhas costas, apertei meus dentes e continuei memorizando o caminho. Só vi o caminho uma vez, mas felizmente a cabeça da Nina funcionava bem. Era fácil de entender quando repassei algumas vezes em minha mente.
Passando pelo castelo externo, entrei no castelo interior. Depois de uma curva complicada, subi uma escada.
Depois de andar por tanto tempo, a sardenta parou de andar. Uma vista esplêndida apareceu no fundo.
‘Você está aqui’
Eu pensei que sabia quem estaria neste lugar.
‘Seraphie’
A santa. Seraphie. A protagonista desta novela.
A porta se abriu e o soldado se afastou. Entrei cuidadosamente, mas a sardenta continuou na porta.
‘Sou a única que vai entrar.’
Lembrei da primeira cena da novela. Seraphie, que passou uma noite platônica com o rei, chorava porque queria ir embora. Então, uma pequena criada chegou e lhe entregou um copo de água.
Eu a vi quando passei pelos dois guardas ameaçadores. Seraphie estava chorando como no livro.
Os braços expostos através do tecido eram tão finos. Os cabelos loiros platinados estavam bagunçados, mas brilhavam no sol.
Era como ver uma obra de arte. Sua beleza era incrível, não importa qual expressão ela tivesse no rosto. Então, mesmo que ela estivesse chorando, era como uma cena de filme.
Me aproximei dela com cuidado. Quanto mais perto chegava, melhor conseguia vê-la.
Consegui observar seus olhos verdes e sua pele branca. As lágrimas escorrendo pelos seu cílios molhados eram como jóias.
– Quem é você?
Nina riu. Dobrei o joelho para a minha deusa e a mostrei cortesia.
– Por favor, me chame de Nina.
Para a Nina que veio neste quarto pela primeira vez, não tinha como saber que essa pessoa é uma santa. Então, apressadamente peguei o copo de água da mesa. Bebi um pouco primeiro.
– Bem, senhora, me tornarei sua criada de companhia.
Entreguei-lhe o copo de água, mas Seraphie não bebeu. Ela me olhou de cima a baixo.
– Pela cor do seu cabelo, não parece ser daqui. De onde você é?
Tradução: Holic.
Revisão: Tsubaki.