Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 38
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- Capítulo 38 - Vossa Majestade não pode me dar isso.
Ele cortou minhas esperanças com um único golpe. Sua Majestade disse sem se importar.
– É onde eu fico.
– Hic!
Fiquei tão surpresa que soltei um som estranho.
Não, ele deve estar louco! Por que me colocou para dormir aqui? Tem a enfermaria e o meu quarto! Por que me colocar pra dormir em um lugar como este?!
‘Minha reputação!!!’
Agarrei o lençol com força. Agora que os rumores tinham diminuído um pouco… Iriam voltar?
‘Estou ferrada. Totalmente ferrada!’
Não sabia nem que desculpa dar. Eu diria “Meu Deus! Quando acordei, estava na cama do rei. Claro, nada aconteceu!”…
‘Quem vai acreditar nisso?’
Mesmo quem só estiver de passagem vai acrescentar palavras maliciosas nessa afirmação.
– Por que você ficou pálida?
– Vossa Majestade, por que estou aqui?
Tem um lugar incrível chamado enfermaria! Onde existem enfermeiras competentes e excelentes médicos!
O rei franziu a testa e deu um tapinha no meu nariz.
– Você é meu coelho favorito.
– Essa não é a questão!
– Então qual é?
Fiquei sem palavras. Pensando bem, estava esquecendo algo importante.
‘Por que você me trouxe aqui?’
Ninguém podia entrar no quarto do rei. Talvez esse fosse o lugar mais seguro de Ibéria.
Eu o encarei. O rei segurou meu nariz e me balançou para frente e para trás, tentando mudar o meu olhar mal humorado.
Eu queria perguntar impulsivamente.
‘Com licença, Majestade. Você gosta de mim?’
Virei minha cabeça e ele me soltou, mas felizmente, nada saiu da minha boca. Suspirei de alívio enquanto pegava no meu nariz.
‘Esse homem não é o Grão-Duque!’
O garoto bonito estava bem, mas Sua Majestade não! Alonguei as pernas depois de saber o lugar em que estava deitada.
‘Vamos ficar calma. Ele me salvou, me alimentou, cuidou de mim, mas ainda é o rei.’
Mas estava curiosa.
Se eu perguntasse, o que ele responderia?
– Vossa Majestade.
Então perguntei algo que já sabia a resposta.
– O que sou para a Vossa Majestade?
Pensando bem, algumas pessoas perguntavam dessa forma. Era evasivo o suficiente, mas ainda era difícil de responder.
‘Majestade, como estamos relacionados?’
– Você é um coelho.
Era a resposta esperada.
Ele acariciou minha bochecha com cuidado. Eu respirei fundo. Estava esperando algo diferente? Estranhamente, senti um gosto amargo.
Ele me respondeu, eu já sabia que seria assim. Sabia que ele diria que sou um coelho.
– Naquela época, fiquei desamparado quando o perdi. Aos poucos, ele foi ficando sem forças e tive que vê-lo morrer.
Ele deve ter amado muito o animal que a rainha Sol matou. Bem, ainda me lembro de meu cachorrinho que viveu por 15 anos.
‘Mas um cachorro é um cachorro, e um humano é um humano.’
O que já tinha morrido não podia voltar. Mesmo quando eu segurava a foto da minha família e chorava não adiantava, o que tinha sobrado em minhas mãos era a realidade.
– Nina Cage.
Uma voz familiar sussurrou em meu ouvido. Ele estava tão perto.
– Te trouxe aqui porque eu quis.
Não foi uma resposta ruim. Por algum motivo senti vontade de chorar.
– Não se preocupe com coisas inúteis.
‘Mas Majestade, esse é o castelo.’
Não era inútil se preocupar com a reputação. Eu queria me dar bem com as pessoas aqui. Não é como se eu estivesse morando sozinha.
– Achei que você não morreria envenenada como o coelho…
Ri amargamente. Sim, pensando bem, Nina não seria envenenada por ser a capacidade de detectar venenos e se curar, mas tinha perdido muito sangue.
‘É incrível como sou azarada.’
Olhei para meu pulso machucado. Pensando bem, achei que todo o meu corpo estava dilacerado.
Estava tudo bem, mas um pouco curiosa.
– Como você me curou?
Arregacei as mangas mas não vi nenhuma cicatriz. Me recuperei sozinha como na vez em que tive uma hemorragia cerebral?
– O pássaro a salvou.
Meus ombros tremeram em surpresa.
‘Ah meu Deus, Seraphie?’
Quantas vezes a Santa já me salvou?
‘Mesmo que não possa te ajudar a fugir, Seraphie, vou fazer tudo o que puder para te ajudar!’
Vou dar toda a minha lealdade para a senhorita Santa.
‘Você é uma verdadeira Santa, que ajuda mesmo sem receber nada em troca.’
O rei franziu a testa com a minha expressão. O homem era bonito mesmo fazendo esse tipo de semblante.
‘Entendo porque ele era descrito como um homem absurdamente bonito. Com o rosto assim, não importa que expressão ele faça, continua incrível.’
Fiquei tão fascinada com a beleza dele, então ele balançou a cabeça e agarrou meu nariz.
– Eu salvei sua vida.
‘Não, você acabou de dizer que foi a Santa!’
– Se me alimentar bem, vou lhe seguir aonde for.
O rei balançou meu rosto duas vezes e me soltou. Não doeu porque o agarre foi leve. Murmurei tocando meu nariz.
– Então, dê-me a melhor comida.
Me arrependi assim que disse isso. O que estou fazendo?
‘Devo estar louca’
Nina, sinto muito. É minha culpa. Acho que enlouqueci após quase morrer algumas vezes.
Não podia olhá-lo no rosto.
Ouvi uma pequena risada. Lentamente olhei para ele. Realmente, não conseguia acreditar.
‘Ele está sorrindo.’
O rei sorriu levemente. Não foi uma gargalhada, mas ele estava realmente rindo.
‘Ele era alguém que sabia rir?’
Belisquei minha bochecha porque não conseguia acreditar.
‘Foi do seu agrado? O que é tão engraçado?’
O senso de humor de sua Majestade era estranho. Não importava o quanto eu tentasse entender.
Ele riu por um longo tempo, e então acariciou minha bochecha novamente.
– Coelho.
– Sim…
– Basta comer a comida que eu te der.
Balancei minha cabeça. Era isso que eu queria ouvir.
– Tem que me dar o melhor. Coelhos também tem que comer bem.
– O que você quer?
Uma voz baixa sussurrou no meu ouvido. Eu sorri. Queria responder honestamente que queria uma barra de ouro, mas o que aconteceria se eu dissesse isso?
Já sabia sem precisar tentar. Esse homem era um rei. Ele também era alguém que poderia fazer qualquer coisa por Ibéria.
– Nada.
Ele era uma pessoa que se afastava bruscamente após se aproximar um pouco. Olhei para o seu lindo rosto. Acho que agora entendia. Meu querido rei era alguém bom para apenas apreciar de longe.
– Na verdade, também não preciso de boa comida.
– É estranho que este coelho não queira nada.
– Bem, talvez mesmo se houver algo que eu realmente queira…
Eu ri, então me forcei a controlar minha expressão facial.
– Não acho que Vossa Majestade pode me dar.
Seu rosto endureceu. Fiquei tão envergonhada que rapidamente comecei a dar desculpas.
– O que eu quero é um pouco difícil.
– O que é?
Eu queria sobreviver, mas essa não era a resposta adequada. Vasculhei minha cabeça desesperadamente. Mas não saiu nada.
– Família.
A resposta que saiu soou ridícula até mesmo para mim.
– Eu gostaria de ter um irmão mais velho como Sir Leo, ou um mais novo como o Grão-Duque.
Uma de suas sobrancelhas levantou. Apressei-me em dar uma desculpa.
– Alguém bonito e confiável.
‘Ferrada. Estou completamente ferrada. O que devo fazer?’
– Também seria bom ter uma irmã mais velha como a senhorita Santa.
Quanto mais desculpas eu dava, pior se tornava a situação.
‘Se tornou um absurdo completo.’
Nina, sinto muito. Meus neurônios ficaram estranhos depois de desmaiar algumas vezes. Me tornei uma idiota total.
O rei se levantou silenciosamente do seu assento. Ele se levantou e disse apenas algumas palavras.
– Você ainda é jovem.
‘Graças a Deus, Nina é jovem.’
Eu ri desesperadamente. Achei que precisava rir para superar a situação.
– Descanse um pouco.
Sua Majestade disse isso e se virou caminhando. Ri sem jeito até ele desaparecer completamente.
Ouvi a porta fechando.
‘Ele se foi. Ele realmente se foi.’
Suspirei de alívio e puxei o lençol para cobrir a luz.
‘Ah, então quer dizer que não posso voltar para o meu quarto…’
Esqueci de perguntar isso. Não consegui descobrir nada útil e só fiquei falando besteira.
Comecei a lutar, chutando o lençol. O que diabos eu disse antes?!
‘Como isso acontece? Devo estar louca!’
Quando pensei novamente na conversa, só consegui concluir que estava condenada. Depois de lutar na cama contra um inimigo invisível por um tempo, me acalmei recuperando o fôlego.
‘Mas não é uma mentira completa.’
Seria bom ter um irmão mais velho como o Sir Leo, e um irmão mais novo como o Grão-Duque. Sir Leo sempre sorria agradavelmente, e Alex cuidaria de mim.
Balancei a cabeça e passei a mão na minha bochecha. Então me dei conta de algo importante.
‘Meu corpo está bem agora?’
Me levantei e estiquei os braços. Estava um pouco deprimida, mas era bom poder se mover livremente.
– É estranho.
Conclui que não haveria problemas em voltar a trabalhar se eu me alimentasse bem.
‘É o poder da Santa ou é porque Nina é resiliente?’
Não sabia a resposta. Deitei na cama. Fora a minha condição física, estava estranhamente cansada.
‘Vamos descansar.’
Abracei o lençol e fechei os olhos. Ele disse que eu fiquei inconsciente por 3 dias, mas tudo que eu queria era voltar a dormir.
***
O quarto do rei foi incrível no primeiro e no segundo dia. Mas no terceiro, eu não aguentava mais.
‘Quero voltar para o meu quarto!’
Me senti confinada em um quarto luxuoso. Era tão doloroso não ter nada para fazer.
‘Eu quero comer.’
Eu disse que queria comer, mas a enfermeira apenas negou com a cabeça. Quando eu quase morri, meus ossos perfuraram os órgãos internos, então disseram que eu tinha que jejuar por três dias, apenas tomando uma água com gosto estranho.
Curiosamente, a água saciava minha fome, mas as pessoas precisavam comer.
‘Quero comer uma carne suculenta.’
Pensando bem, eu estava indo para o refeitório antes de tudo acontecer. Acho que naquele dia também estava desejando carne, então por que eu ainda não tinha comido o que queria?
‘Sinto sua falta, carne. Onde você está agora? Sabe como eu me sinto? Sinto sua falta toda vez que respiro. Não posso viver sem você.’
Havia outra coisa que eu queria além de carne.
– Quero sair.
Suspirei e saí da cama. Além disso, o rei não voltou mais. Quando perguntei da enfermeira, a resposta foi que ele estava ocupado.
– Não podemos simplesmente ir para a enfermaria?
Por que estou sendo mantida aqui? É muito luxuoso, não consigo me acostumar. Como posso descansar em um lugar assim? Como uma criada pode estar aqui?
– Não entendo.
Pulei da cama resmungando. Estava tão entediada que rodei o quarto uma ou duas vezes, mas já não aguentava mais, estava farta.
Foi então que ouvi a porta abrir.
– Uma criada?
Estava morrendo de tédio, então era ótimo ver as pessoas entrando. Eu disse com um grande sorriso.
– Bem, senhora. Já se passaram três dias. Posso comer agora?
Mas a pessoa que entrou foi inesperada. Organizei meus pensamentos rapidamente. Os lençóis estavam espalhados e meu pijama amarrotado.
O menino veio até mim desamparado. Sorri sem jeito para ele enquanto arrumava minha gola.
‘Veja quão áspera minha pele está.’
O menino também estava uma bagunça. Alex caminhou devagar. Lembrei dele sorrindo brilhantemente e meu coração doeu.
Ele falou com cuidado.
– Eu sinto muito.
Neguei com a cabeça. Nunca o culpei.
– Sou o responsável por minha mãe vir ao castelo.
Isso foi um pouco inesperado. Alex cerrou o punho com força. Ele continuou suas palavras como se estivesse vomitando algo doloroso.
– Não tem ninguém de confiança ao meu redor. A maioria das minhas criadas são leais à minha mãe. Eu sabia que elas iriam contar tudo que eu fizesse.
O menino olhou para mim. Eu não consegui rir ou falar nada.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.