Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 37

Abri meus olhos com a visão turva. Recuperei o foco depois de piscar algumas vezes. Mas ainda não conseguia enxergar bem.

Tentei mover os dedos, mas eles estavam rígidos. Meu corpo não parecia como se fosse realmente meu.

Estava com sede, mas minha voz não saiu. Tinha apenas um pensamento em minha cabeça.

‘Estou viva?’

Senti um aperto na garganta e fiz um pequeno som. Era um som crepitante, não parecia uma voz.

Então, alguém ergueu meu ombro e colocou um copo de água na minha boca. Ela tinha um gosto estranho, mas bebi desesperadamente.

Alguém disse para eu beber devagar.

Quanta água tinha sido? Limpei a garganta e consegui fazer um som. Felizmente, não era mais o som estranho de antes.

‘Oh, isso é meio comovente.’

Quando finalmente consegui dobrar um dedo, minhas pernas também se moveram. Movi os dedos dos pés e exalei. Só então pude ver os arredores.

‘Onde estou?’

Era um lugar decorado com cortinas vermelhas. Não conseguia ver muito ao redor porque estava escuro, mas era o suficiente para identificar algumas coisas.

Se eu estava viva, não deveria estar na enfermaria ou em minha acomodação na ala sul? Não era outro quarto interno com a Santa, certo? Se fosse isso de novo, meu coração tremeria tanto de vergonha que eu morreria.

Tentei falar de novo. O som era áspero, mas consegui cuspir algumas palavras.

– Já se passaram três dias.

Ouvi uma voz baixa. Conhecia o dono dessa voz.

Movi meu pescoço rígido na direção do som.

‘De jeito nenhum…’

O rei absurdamente bonito estava sentado ao lado da cama.

‘Devo desmaiar de novo?’

Por que ele está aqui? Espera, onde estamos? Que cama é essa? Já se passaram 3 dias, espero não ter passado todo esse tempo aqui.

Inúmeras perguntas surgiram em minha cabeça. Mas havia apenas uma conclusão.

Eu queria desmaiar de novo.

– Esse é um olhar estranho.

O rei cutucou meu nariz como se não tivesse gostado.

Tentei levantar o braço em um único movimento. Foi difícil no começo, mas não desisti.

O que tinha acontecido comigo?

Lembrei-me do rei olhando para mim. O sangue derramado no chão rapidamente voltou à minha memória.

Fechei os olhos, mas meu corpo tremia. O cheiro de sangue e a lembrança da dor me invadiram. Era difícil respirar. Queria me acalmar, mas não conseguia.

Então, meu ombro foi puxado com força. O mundo escureceu rapidamente e senti um corpo familiar.

– Não fique nervosa, coelho.

A voz era suave. Agarrei a bainha da manga no rei.

Por quanto tempo ficamos assim?

O rei pegou minha mão e sussurrou.

– Você quase morreu.

Balancei a cabeça.

Sim, eu quase morri. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer.

Respirei fundo. Não sabia que alguém me abraçar quando estava confusa me acalmaria tão rápido.

‘Isso é problemático, mas…’

Mas como havia algo confiável assim, seria melhor usá-lo. Fechei meus olhos nos braços do rei. A temperatura corporal era boa. Talvez fosse por causa do frio. Continuei apertando sua manga.

Ele não disse nada até que meu tremor melhorasse. Lentamente, minha respiração se acalmou.

– Estou realmente viva?

Minha voz ainda parecia rachada. Mas consegui perguntar.

Minhas pernas e meus braços se moviam. Claro que estava viva. Além disso, bebi água antes. Estou com a cabeça lotada de pensamentos, mas não pareço mais tão doente agora.

– Você deve ter se esquecido de minhas palavras de que não deixaria o coelho morrer.

Eu ri baixinho. Pensando bem, no meu aniversário, ganhei como presente a declaração de que ele não me deixaria morrer.

– Mas o coelho não parece acreditar muito em mim.

Me desculpa. Você realmente salvou minha vida.

– Vossa Majestade me salvou, não foi?

Como você conseguiu me salvar? Estava tão machucada, como consegui sobreviver? Tinha certeza que morreria.

Ele apertou mais meu ombro. Por que isso? Ri um pouco.

– Obrigada.

Movi meu dedo novamente. Ele se moveu com mais flexibilidade do que antes.

‘Estou viva.’

Estava realmente viva. Não tinha morrido.

Lembrei-me do cheiro de carne queimada, então exalei fundo. Não havia esse cheiro aqui.

– É minha culpa que você se machucou.

Olhei para cima lentamente. Não sabia o que esse homem estava falando.

A luz vermelha brilhou nas feições delicadas do rei. Perdido em pensamentos, ele era ainda mais bonito.

– No castelo, dois alarmes curtos são usados para indicar que o local deve ser evacuado.

Busquei a memória antes de sair do quarto interno. Pensando bem, ouvi um sino.

– Alguns dos cavaleiros foram drogados.

O que isto significava?

– As criadas de Alex abriram a porta por dentro. Por isso, a Rainha mãe ousou entrar no meu castelo.

Lembrei-me da mulher com flores vermelhas no rosto. A velha, que gritava freneticamente com um vestido extravagante, parecia tão assustada.

Se ele demorasse apenas um pouco, eu estaria morta. Ela realmente ia cravar a espada.

Meu corpo estremeceu novamente. O rei suspirou e deu um tapinha no meu ombro.

– Não fique nervosa.

– Isso é involuntário.

A batidinha constante era agradável. Me sentia tão protegida estando nos braços de alguém.

Me senti como uma verdadeira coelhinha.

‘Espere um minuto…’

Era aconchegante. O cheiro era bom e era confortável. Sua Majestade, podemos ficar assim mais um pouco? É tão bom ter alguém para abraçar depois de sua família ter morrido.

‘Não, na verdade havia abraços.’

Meus parentes me abraçaram muito, dizendo que sentiam pena sempre que os encontrava. Eu tinha um namorado naquela época também. Claro, era tudo porque eles tinham segundas intenções.

Abri meus olhos.

‘Vamos sair daqui, Lee Hwa-yoon.’

Sua majestade tem uma personalidade tão bonita. É tão confortável que achava que ficaria viciada. E se eu continuar desejando isso no futuro?

O mundo, sendo protegida nos braços do rei, era confortável. Mas não podia ficar aqui.

– Ibéria é um país forte, mas também é um país de alucinógenos.

Levantei a cabeça e saí dos seus braços. Ele acariciou minha bochecha e falou.

– Os reis anteriores usaram vários alucinógenos para esquecer a dor da magia. Deveria ser usado apenas pela família real, mas como sempre, está disponível a todos. Nós reprimimos o uso de drogas, mas a verdade é que elas ainda circulam.

Os cavaleiros ficaram inúteis após serem drogados? Mas definitivamente houve um soldado que parou a rainha.

– Sinto muito.

Balancei a cabeça.

– Não foi sua culpa.

Teria sido triste se eu tivesse sido usada e morta. Mas parecia um acidente.

– Ela é a rainha Sol?

Lembrei-me da mulher que tentou me matar. Na hora, senti arrepios por causa do medo, mas agora já era um pouco suportável.

– O que ela usou foi magia, não foi?

O vento torceu minhas pernas livremente. Lembrei-me que Alex tinha me dito que a família real era forte.

Senti-me como uma presa na frente de bestas.

– Ela é forte. Se tornou rainha sob grandes expectativas por causa de sua forte magia.

O rei me deu um tapinha no ombro novamente e me acalmou suavemente.

‘Estou bem agora…’

Este homem tratou Nina como uma criança a ponto de eu achar que já era demais.

‘Ah, pensando bem, Nina realmente ainda é muito jovem.’

Achei que fosse um tratamento infantil, mas era adequado. Sorri levemente. Estava confusa com a minha idade depois de quase morrer tantas vezes.

– Profetizaram que quando um rei de fogo e uma rainha de vento se unissem, um príncipe forte nasceria.

– Por que não nasceu um bebê?

– Também não sei. Uma criança nasceu tão facilmente de uma empregada, mas para a rainha parecia impossível. Existem várias teorias, mas não foram investigadas em detalhes. De qualquer forma, Alex nasceu tarde demais.

Pensei no príncipe loiro. Fiquei arrepiada pensando que a velha era mãe do lindo menino de olhos verdes.

– O que aconteceu com a Rainha Sol?

– Está presa em uma torre.

Torre? A torre do oeste?

Umidade e um vento frio vieram à minha mente. O vento e o musgo em minha mão me deixaram confusa.

Era tão solitário que eu realmente só queria que acabasse logo. Era tudo que desejava. Odiava o lugar.

Fechei minha boca. Um gemido estranho escapou.

‘Nunca fui nessa torre.’

Mas me lembrava como se já estivesse lá no passado.

Pensei que era um sonho. Um sonho que tive enquanto estava inconsciente. Mordi o lábio.

‘Essa é uma memória de Nina que não estava no livro, certo?’

Enterrei a memória desesperadamente.

‘Nina, sinto muito. Mas se eu pensar nisso agora, vou ter um ataque de nervos. Espere um pouco. Vou pensar nisso mais tarde, quando ficar melhor.’

Prendi a respiração por um longo tempo, até que o rei falou.

– Está tudo bem.

Olhei para ele em vez de responder. Ele alisou minha bochecha com a testa franzida.

– Está tudo bem, a tranquei na torre. Minha magia domina a torre oeste. Agora, a Rainha Sol não pode sair de lá.

Ele achava que eu estava com medo por causa dela.

‘Na verdade, a torre em si é mais assustadora que a Rainha Sol…’

Meus olhos ardiam. Cerrei o punho. Minhas unhas cravaram na minha palma, mas o medo não desapareceu.

– Você não vai se machucar mais.

Ri um pouco.

‘Como você saberia disso? Sabe majestade, depois que me tornei Nina, desisti completamente dessa parte. Ai meu Deus, quantas vezes eu já me acidentei ou adoeci desde que vim para Ibéria?’

Ele deu tapinhas no meu ombro ao me ver sorrir.

– Você não acredita no que eu digo.

– Eu também não queria me machucar.

Não sabia que era tão difícil viver assim.

– Isso nunca vai acontecer de novo.

– Bem…

Balancei minha cabeça.

– Não é tão fácil assim. A vida é imprevisível, Vossa Majestade!

Especialmente para Nina, não era possível saber o que aconteceria à frente. Não importava o quão cuidadosamente vivesse, o resultado continuava o mesmo! Apenas tomando banho, quebrei a cabeça, e de novo, quase morri andando em um corredor.

O rei me deu um tapinha no nariz e disse:

– Você se tornou falante.

– Eu sei. Agora sou assim.

Eu sei que não deveria agir assim. É o mesmo que pisar em gelo fino. Mas qual é a dessa energia estranha?

‘O mundo é assim.’

Não posso simplesmente fingir estar bêbada e ir embora?

‘Claro que não.’

Rapidamente refleti sobre mim mesma.

‘Sinto muito, Nina, acho que estou louca.’

Claro, tenho que levar uma vida cuidadosa, mas tem tanta coisa acontecendo que só tenho vontade de me libertar.

– Não sei o que você está pensando com essa cabecinha.

Eu ri sem jeito.

‘Não é nada, majestade, é assim que as pessoas pensam.’

Limpei a garganta novamente, o som saiu bem suave dessa vez.

– À propósito, onde estamos?

Olhando em volta, percebi uma insígnia colorida. O dossel e as cortinas estavam sobrepostos de um lado, então era difícil ver o lado de fora. Dei uma puxada no lençol.

‘A cama é grande.’

Era realmente uma cama que uma pessoa podia rolar à vontade. Achei que a cama do quarto interno era grande, mas essa era muito maior.

– É a parte mais oriental do castelo.

Continuei olhando para a cama. A cabeceira era decorada com águias com pés de leão.

‘Isso tudo é ouro?’

Brilhava tão fortemente que parecia ser. Seria bom pegar um desses e vender. Quem dormiria em um lugar tão chique?

Nesse momento, uma ideia sinistra passou pela minha cabeça.

– Eu… … Vossa Majestade…..

‘Não, certo? Por favor, diga que não! Bela Vossa Majestade. Pode me punir por pensar em algo estranho!’

 

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Tradução: Holic.

Revisão: Yenny.