Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 36
- Home
- Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente
- Capítulo 36 - Para viver como uma criança.
Queria vê-la mais uma vez, então ele foi até lá. Estupidamente acreditou nas palavras enganosas de sua mãe que estava tudo bem, e criou um momento para se encontrar com a garota. Tentou negar a realidade, apenas queria passar um tempo junto a ela.
Não desejava muito. Só esperava que pudessem voltar ao tempo agradável de antes.
‘Não a cobicei porque ela era sua.’
Apenas queria passar um tempinho com ela.
Seus dedos rasgaram o seu ombro. Estava sangrando, mas não sentiu dor.
– Achei que poderia viver sem saber de nada.
Porque tinha salvado sua mãe. Então achou que não precisava mais fazer nada. Tinha ido para uma zona rural, mas era mais agradável que o castelo abafado e pesado.
Em primeiro lugar, nunca desejou poder. O menino tinha medo de outras coisas além do trono. Coisas como o conflito com a igreja também eram assustadoras.
Ele realmente não queria ser rei. Mesmo que não fosse por sua mãe, o trono de Ibéria parecia algo completamente desconhecido. Era como o sentimento de olhar para um abismo profundo. Perceber que estava olhando para algo incompreensível.
Tudo isso era assustador.
– Então eu desisti.
Esperou o dia em que sua mãe morresse. Ela já estava envelhecendo. Ainda assim, era difícil odiar alguém do seu próprio sangue, porque ela era apenas humana.
– Irmão, não conheço o meu lugar?
O rei não respondeu. Ele limpou cuidadosamente a bochecha da criada.
Tocá-la ainda transmitia um sentimento bom.
Quando a sensação esquecida voltou, decidiu que não queria mais perdê-la.
O rei se aproximou, apoiou os ombros da garota e a ergueu. A criada, que ainda estava inconsciente, mexia-se como uma boneca sem vida.
– Disseram que ela precisaria ser alimentada com Mana porque está muito tempo sem consciência.
O garoto, seu irmão mais novo, estava apertando o ombro. A sentença nesse lugar já tinha desaparecido. Alexon não conseguia mais usá-la. O único poder que tinha era o do vento, que tinha herdado de sua mãe.
O rei criou o Mana na palma de sua mão. Uma luz azul surgiu e sua mão se encheu de pequenos cristais. Tudo isso era o poder e bênção do rei, mas também era uma maldição.
– Irmão…
O cristal era branco, mas o sabor era muito amargo. Ele encostou o cristal na boca da criança.
O resto em sua mão desapareceu no ar. Tocou a pele da criança e se aproximou. Sentiu uma pequena respiração.
Então, colocou o cristal dentro da boca dela.
Os lábios dela tocaram seu dedo. A sensação foi rápida, mas estranhamente, sentiu-se satisfeito. Na verdade, ele sempre se sentia assim ao tocar o coelho.
Era como sentir cócegas e o coração acelerava. Havia uma estranha satisfação e sede ao mesmo tempo. Era estranho para ele, mas não era ruim.
Não tinha o hobby de colecionar coisas estranhas. No entanto, não havia razão para desperdiçar algo que estava ao seu alcance.
Esperou que o cristal derretesse e ela o engolisse. A criança não resistiu ao sabor amargo, apenas o aceitou bem.
Tudo isso era extremamente doce. A criança que não reclamou era adorável. (N/T: como que ela não iria aceitar se ela tá DESMAIADA? Cuidado, vacilão, Polícia Federal já tá na tua cola).
– O coelho como grã-duquesa…
Ele não queria que isso acontecesse. Mesmo se a criança o quisesse, não tinha intenção de desistir.
Foi a primeira vez que sentiu que ser muito poderoso era agradável. Que estranho pensamento. O mais divertido era que ele se sentia assim pelo coelho.
– Ir, irmão…
Quando a criança engoliu todo o Mana derretido, o rei olhou para o irmão mais novo. Os olhos verdes estavam cheios de lágrimas.
– Alex, eu apreciei você.
Mesmo antes de a sentença do rei chegar a ele, o filho da Rainha Sol se ajoelhou e jurou lealdade. Quando viu o menino implorando para que sua mãe fosse salva, achou o comportamento menino adequado.
– Quando você me implorou para salvar sua mãe, teve que permanecer com a rainha.
Se fosse ele, teria cortado o laço e prendido a mãe. O grão-duque devia ter deixado que ela enlouquecesse, morresse ou sumisse. Se não fizesse isso, seus votos perderiam força e seu juramento não seria nada.
Mesmo seu sacrifício seria em vão, então qual era o ponto?
– Quando eu tinha a sua idade, estava sendo caçado.
Não sentia frio por causa do fogo mágico, mas passou muitos dias difíceis por causa da fome. O próximo dia não estava garantido, viver era mais difícil do que simplesmente morrer.
– Ela ainda é minha mãe.
– Você é da realeza.
O menino tinha esse hábito.
– É um erro pensar que uma vida normal é permitida para a família real.
Desde o nascimento, esse era o único caminho a se seguir, então não havia escolha. Para eles, o lugar em que estavam era como uma areia movediça com cheiro de sangue podre.
– Já sou uma criança desagradável que não se tornou rei para a minha mãe.
– Mesmo que você se tornasse rei, ainda precisaria enfrentar a sua mãe.
Alex ficou pasmo. Não tinha pensado nisso.
– Nunca pensei nisso dessa forma.
A primeira vez que o viu, o rei pensou que seu irmão era como ele. Então a mãe superprotetora parecia ter uma atitude estúpida e desnecessária.
– As forças que se aproximaram da Rainha Sol são lixo. Seria um milagre você se tornar um bom rei com esse tipo de escória.
Ele colocou a garota inconsciente de volta na cama. Ela não gemeu, nem nada.
– Para viver como uma criança, viva como uma criança.
Alex mordeu os lábios e conteve as lágrimas.
– Se você quer ser egoísta, então viva assim.
A única razão pela qual pessoas semelhantes a lixo se aproximaram foi porque ele não tinha esperança em si mesmo. Por isso sua mãe ficou louca.
Deve ser o mesmo com as pessoas boas ao redor do seu irmão.
– Mesmo que você feche os olhos para tudo, não se esqueça da sua posição. Você é da realeza.
O menino cerrou o punho.
Seu irmão estava certo. Havia pessoas que contavam à sua mãe tudo sobre ele. Porém, nunca pensou que sua mãe invadiria o castelo com sua magia.
Ele foi complacente. Então o resultado foi esse. Por ser estúpido, uma pessoa saiu ferida e sua mãe teve o rosto queimado.
– Por que me mantém vivo?
Se ele fosse morto, com certeza as esperanças de sua mãe cairiam por terra. Seria a vitória perfeita para o seu irmão.
O rei riu.
– Eu sou o rei de Ibéria, assim como você é membro da família real.
Ele acariciou a cabeça da menina.
– Se eu morrer de repente, você não será o rei?
O garoto olhou para suas unhas ensanguentadas. A imagem de sua mão cheia de sangue era feia.
Só então ele entendeu porque ainda estava vivo.
– As pessoas de Ibéria vivem do milagre do rei. Esse posto não pode ficar vazio. Até um rei sem poder é útil para Ibéria.
– En-entendo.
O príncipe baixou a cabeça. Novamente, sentiu que seu irmão era como o rei do mito.
Um rei que podia destruir até mesmo seu único amor pelo seu país.
– Peço misericórdia pela minha mãe.
– Você vai lidar com isso?
O menino balançou a cabeça. Seu cabelo loiro brilhou na luz vermelha.
– Irmão, por favor. Você não vai mais ouvir sobre mim.
– Bem, vou trancá-la na torre.
– Por favor.
O menino que aceitou o cativeiro de sua mãe, baixou a cabeça e se curvou. O rei franziu a testa. Seu irmão ainda era muito jovem.
A vida para a Rainha Sol sem vestidos e jóias seria um inferno. Quando fosse solicitada a escolher entre ficar presa em uma torre ou morrer, ela escolheria o último sem pensar duas vezes.
‘Será melhor matá-la…’
Apenas porque colocou sua vida em risco, não significava que ela queria morrer. Ela queria tanto poder. Seria pior que a morte para uma rainha assim viver com a pele queimada.
O menino caminhou devagar. E por fim, virou a cabeça novamente antes de sair. Uma pequena voz reverberou no silencioso quarto do rei.
– Por que um coelho?
Podia sentir os olhos do rei sobre ele. O grão-duque disse com um sorriso amargo.
– Parece com o coelho que minha mãe matou com veneno, mas…
Sua voz tremeu, mas o menino não parou.
– Mas o que está na cama do meu irmão é uma garota, Vossa Majestade.
O rei não respondeu. O príncipe sussurrou baixinho.
– Ela é minha garota preferida. Eu não tinha o direito de gostar dela desde o início…
O rei desviou os olhos com indiferença. Os olhos fofos e as grandes pupilas dela se pareciam ao do coelho que tinha morrido anteriormente.
O menino deixou o quarto. Sabina apareceu pela porta aberta.
Ela fechou a porta silenciosamente. O rei passou os dedos na bochecha da garota na cama. Um agradável frescor fluiu por seus dedos.
– Eu pensei que esse fosse um coelho que não podia ser envenenado.
Então, ele pensou que ela não morreria como o coelho anterior.
No entanto, esse coelho era azarado e estava envolvido em todo tipo de acidente. Ela poderia ser confinada em uma gaiola e comer apenas a comida que lhe fosse dada, mas estranhamente, parecia que estava escapando de suas mãos.
Ambos, pássaro e coelho, estavam em uma gaiola perfeita, mas as coisas não pareciam estar indo bem.
Estava ao alcance de suas mãos, e não tinha motivo para perder. Não queria que o que existia entre eles fosse tão fraco.
– Já passou muito tempo, Nina.
Nina Cage ainda estava quieta. O rei tocou no nariz dela. Um coelho calmo não era ruim, mas ele preferia um coelho em movimento.
– Vamos, levante-se.
O coelho ainda estava dormindo. O rei desceu da cama. Ainda havia tempo, e ele não se importava em esperar.
***
A torre era fria e úmida mesmo durante o dia. O último andar era ensolarado, mas as escadas estavam escuras e com teias de aranha.
Odiava esse lugar. Não gostava disso, mas já estava aqui há anos. Goste ou não, não tive escolha além de me adaptar.
Lembrei-me de quando cheguei pela primeira vez.
Chorei e gritei porque queria sair. Mas não havia ninguém para responder ao meu clamor. Bati na porta, mas minhas mãos só sangravam. Nada mudou, mesmo quando perdi a voz.
Quanto tempo tinha passado?
Todos os dias pareciam iguais. Foi apenas depois que cheguei à torre que tudo ficou sem cor e luz, não importava o quão desesperada eu estivesse.
Sentei-me sob o sol e olhei para fora. A pequena janela deixava apenas um rastro de luz entrar.
Quando desisti de tudo, uma pessoa falou comigo.
‘Por que que agora?’
O homem ainda estava subindo a torre. Os passos eram fracos, então sussurrei baixinho.
– Obrigada, Beato, mas você não precisa mais vir.
– Nina…
Senti um leve vento entre meus dedos. Eu não sabia porque ele, que não tinha força física, viria a este lugar escuro todos os dias por mim.
– Está tudo bem agora, eu sei que vou morrer.
Não havia como retribuir o favor.
Ele era um homem gentil. Por ser gentil, perdeu sua riqueza. Seria bom se ele simplesmente ignorasse tudo isso, mas ele guardava um afeto inútil.
– Não, Nina. Estarei aqui até o fim.
– Você não precisa. Beato, está tudo bem.
Ergui minha mão para o sol. Uma luz dourada cobriu as costas da minha mão.
– O rei já escolheu quem vai me matar, certo?
A luz estava quente e um pouco triste.
– A Santa se esqueceu de mim, e agora alguém virá me matar.
Beato estava chorando. Balancei a cabeça. Não precisava fazer isso.
– Quem é? Um cavaleiro?
Me imaginei sendo esfaqueada por um homem de armadura.
Então pedi sinceramente.
– Não me veja morrer, Beato. Não quero permanecer como um pesadelo para você.
Era injusto, mas eu não queria isso. Ele tinha sido o único a me tratar bem.
– Quando eu vou morrer? Se eu pudesse…
Baixei minha mão estendida e fechei os olhos. Me senti à vontade porque não podia ver nada.
– Espero que seja um dia ensolarado.
Porque eu não queria mais ficar no escuro úmido.
Tradução: Holic.
Revisão: Yenny.