Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 34
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- Capítulo 34 - Flor vermelha.
Não importava o quanto eu procurasse em minhas memórias, isso não estava na história original.
– Quando eu recebi o milagre, foi difícil para mim também. Havia muitos lugares de difícil acesso e complicados, eu tinha que ir em locais perigosos com frequência. Cada vez que fazia isso, imaginava o convento em que iria morar depois dos 26 anos.
Seraphie deu um sorriso suave como se fosse agradável só de pensar nisso.
– A freira Jo sempre dizia isso. Um convento no campo era um lugar lindo. Sempre havia flores e ventos suaves. Santos aposentados cultivam flores e ensinam crianças.
Parecia um lugar caloroso. Seraphie tirou o chapéu e me abraçou com força.
– Muitos Santos não gostam de se aposentar. Mas eu estava esperando ansiosamente por esse dia. Estava um pouco preocupada. Seria capaz de cuidar bem das flores? As crianças gostarão de mim?
– Elas vão gostar.
Não seria mais difícil odiar uma pessoa tão bonita e amigável?
– Será mesmo?
Os braços de Seraphie estavam quentes. Dei um tapinha nas costas dela. A Santa era uma pessoa muito lamentável.
‘Pura e honesta…’
Não sabia que na igreja, onde as pessoas faziam dinheiro sujo vendendo órfãos, existia uma política assim. Claro, havia algo sincero na doutrina, mas em todo mundo as pessoas interpretavam as coisas à sua conveniência. Na memória de Nina, o padre e a freira não eram pessoas tão boas.
‘Claro que ainda assim Nina gostava deles, mas eu não.’
É porque ela era inocente e estava com fome, além do mais, não sabia interpretar as coisas direito. O cabelo de Nina deve ter valido muito dinheiro, e eles ficaram com a maior parte.
‘E nesta situação, tem uma santa inocente. Eu sei que eles ganharam muito dinheiro às custas da Santa…’
Era tão conhecido que até Nina, uma órfã, sabia disso. A Catedral nunca enviou a Santa de graça. Não acredito que eles fizeram uma fortuna às custas de uma mulher adulta e a fizeram viver uma vida tão simples! Realmente inacreditável.
‘Quanto mais eu descubro, mas acredito que essa sociedade é perversa. Não consigo acreditar que Deus apoia esse grupo e eles são tão fortes.’
A Santa acariciou a cabeça de Nina. Desde a primeira vez que nos conhecemos, ela demonstrou uma intimidade estranha. Ela curou meu coração e sempre agia de forma tão fofa.
Não posso te deixar fugir, mas farei algo por você. Assim, não me sentirei tão culpada.
‘A propósito, as flores…’
Olhei em volta ainda nos braços de Seraphie. O quarto interno era espaçoso, mas a luz do sol não entrava bem.
‘Deve ter alguma flor que cresce com a luz da lua.’
Não podia fazer muita coisa pela Santa. Mas pensei que poderia ajudá-la a cultivar flores.
‘Vai ser um pouco difícil, mas…’
Seraphie me soltou e sorriu. Sorri junto e inclinei a cabeça. Ao lado dela, Mary estava puxando um alfinete de seu peito novamente.
– Vamos experimentar esse vestido de verão também!
Não pude impedi-la porque ela parecia feliz. Levantei os braços suavemente. Mary ergueu o vestido com familiaridade.
‘Seja paciente. Seja paciente.’
Se eu me sacrificar apenas um pouquinho, as duas ficarão felizes. Me deixei nas mãos delas. Logo um vestido novo veio de cima. Ele era de um fino tecido azul que parecia tão desconfortável quanto era bonito.
***
Trocar roupas não era um trabalho tão difícil, mas eu estava estranhamente cansada. Suspirei, jogando o cabelo para trás pensando em como tinha sido difícil aguentar. A brincadeira de boneca, que tinha começado desde de manhã, mal terminou quando chegou à noite.
‘Sua Majestade não vem hoje.’
Mary disse “obrigada pelo seu trabalho árduo” e disse-me para descansar. Saí cambaleando da sala como um soldado derrotado. Eu estava completamente esgotada.
– Preciso de arroz.
Necessitava também de um pouco de carne suculenta. Não sabia o que era o jantar desta noite, mas meu estômago clamava por comida. Precisava responder a esses gritos com justiça.
‘Só um pequeno descanso.’
Me agachei contra a parede. O soldado ao meu lado me olhou com uma cara estranha, mas acenou a cabeça quando eu sussurrei que estava cansada.
O restaurante ficava bem longe. Tive que restaurar minha resistência para continuar.
‘Devo levantar agora?’
Eu me levantei depois de um tempo. O soldado pareceu aliviado ao me ver sair.
‘Parece difícil ser quem protege.’
Um alarme soou fracamente. Virei a esquina pensando no que isso significava enquanto ouvia os dois bipes curtos. Na minha frente, vi uma senhora brigar com três soldados a poucos metros.
‘O-o que é isso?’
Olhei em volta. Era o corredor do quarto interno. Esse era o local em que ficava a Santa.
Era fortemente vigiado.
‘Quem é essa?’
Foi a primeira vez que vi essa senhora no castelo. Pensando bem, ninguém que vivia aqui usava um vestido assim.
‘Ela é alguém importante?’
Fiquei o mais afastada o possível e me retirei educadamente. Baixei ligeiramente a cabeça enquanto passava. Mas havia algo estranho nisso.
Os soldados pararam em uma fileira. Mas a senhora era obstinada.
– A senhora não pode fazer isso!
– NÃO ME IMPEÇA! EU SEI QUE ELA ESTÁ AQUI!
O soldado que a bloqueava voou com um vento forte. Fiquei realmente surpresa ao ver o soldado batendo contra a parede.
‘O que foi esse vento de repente?!’
O outro soldado armado foi pego em um instante e arremessado contra a parede. Então o restante disse:
– Rainha Sol! Isso nos forçará a usar magia!
– SAÍA! ACHA QUE SÓ PORQUE RICARDO SE TORNOU O REI, PODEM ME IMPEDIR?
Dois soldados novamente bloquearam o caminho da senhora. Um dos homens disse ao que se chocou contra a parede:
– Johnson! Apresse-se e avise o Lorde Jian!
– Sim!
O soldado cambaleou para longe gemendo. Ver isso me fez perceber que essa situação não era normal.
‘Preciso correr.’
O melhor a fazer era fugir dessa confusão.
‘Se eu correr agora vou me destacar. Vou correr assim que a senhora avançar.’
A senhora cruzou o corredor. Então gritou, tirando do caminho os soldados que a bloquearam várias vezes.
– DÊ PARA MIM! TRAGA A GAROTA DE CABELOS BRANCOS E OLHOS VERMELHOS NA MINHA FRENTE! COMO VOCÊ OUSA? TENTAR MEU FILHO??
O que isso significava?
Os soldados tentaram pará-la, mas acabaram sendo jogados na parede mais algumas vezes. E, eventualmente, perderam a consciência.
– DEPOIS DE CORTAR A SENTENÇA DE ALEX! AGORA ESTÁ PLANEJANDO OUTRA COISA INÚTIL? RICARDO! ESSA CRIADA DE SANGUE VULGAR OUSA BRINCAR COM A FAMÍLIA REAL!
Uma voz alta ressoou no salão. Pensei em um instante. Não tinha certeza do que significava, mas uma coisa era certa.
‘Preciso correr!’
Meus instintos me disseram. Comecei a correr sem olhar para trás. Meu corpo se moveu mais rápido do que eu pensava. Já estava correndo antes de recuperar o fôlego.
Mas não consegui nem dar muitos passos. Uma estranha rajada de vento atingiu meu tornozelo. Tentei desesperadamente seguir em frente, mas fui jogada contra a parede como os cavaleiros.
Tossi com o choque tão repentino. Era como andar de montanha-russa sem dispositivo de segurança.
Podia sentir o gosto de sangue na minha boca enquanto tossia.
– TEM SIDO ASSIM POR QUATRO ANOS!
Meu estômago doeu, mas desta vez o vento me arrastou. Tentei me agarrar no tapete, mas meu corpo continuou sendo puxado como se estivesse sendo sugado.
‘O que diabos está acontecendo??’
Não conseguia entender porque essa bagunça aconteceu de repente. Por que estou como uma poeira sendo aspirada por um aspirador de pó?
Olhei em volta, mas os soldados estavam todos desacordados.
Então, a energia parou. Só então olhei para a senhora que tinha me arrastado.
Era mais velha que a Santa. A mulher, com seu cabelo loiro firmemente amarrado, usava um vestido de veludo decorado com fitas.
Os olhos da mulher tremeram. Só então eu falei.
– Madame, não lhe conheço, mas é um mal-entendido…
– É você. Sim. Ouvi dizer que você estava aqui. Como se atreve a seduzir meu filho?
Do que diabos ela estava falando?? Quem eu seduzi??
– Acho que está enganada. Eu…
– NÃO ESTOU ENGANADA!
Uma rajada forte acertou meu rosto em um instante. Toquei minha bochecha com surpresa. Sangue vermelho escorreu pela minha mão.
– Vou fazer mingau de você.
Rajadas fortes de vento passaram de um lugar para o outro me cortando. Me agachei, mas não pude evitar. As roupas rasgaram e sangue escorreu de todos os cantos do corpo.
‘O-o que é isso? Por que ela está fazendo isso comigo? Quem é essa mulher? Mais do que isso…’
– Isso foi…
Meu peito estava doendo. Enquanto tossia, cuspi sangue. Sabia que essa mulher estava usando magia, porém não conseguia impedi-la.
De repente, as palavras de Beato vieram à minha mente.
– A família real normalmente nasce com muita mana. Eles aprendem desde o nascimento a diferença entre o poder deles e o dos outros.
Sangue continuava escorrendo pelos meus dedos. Olhei para a mulher que estava tentando me matar com os olhos turvos. Ela tinha um sorriso gratificante em seus lábios.
A filha da puta parecia feliz.
‘O que é isso…’
Iria morrer? Dessa forma? Em vão?
Não queria morrer. Terá sido um desperdício tudo que eu fiz. Não queria que isso acontecesse, mas não podia evitar. Estava terrivelmente desamparada.
A infeliz desembainhou a espada de um soldado caído. Eu sabia o que ela faria.
‘Você vai tentar me esfaquear.’
Meu corpo não se movia, mas tentei rastejar para longe. Talvez por ter parecido uma cena engraçada, a mulher riu.
– Você é uma desgraça!
Fui virada pelo vento e arrastada novamente. A mulher disse com a espada.
– Insetos devem morrer!
A espada brilhou como o sol. O ferro afiado cortou o ar.
Era difícil respirar. O momento se prolongou, era com assistir em câmera lenta. Terminei de inspirar e o momento se perdeu.
Nos olhos da dita cuja, estavam muitos rastros de sua loucura, além do reflexo de Nina.
‘Eu quero viver.’
Movi minhas pernas novamente. Um pouco, só um pouco, apenas um pouco mais. Queria evitar isso. Era uma pobre criança. Não podia morrer assim do nada. Uma vida sem valor e sem ninguém, era muito sofrimento.
E então, a espada que tentava me esfaquear, perdeu sua força no ar, caindo no chão do corredor.
‘Flor vermelha?’
Flores vermelhas surgiram ao redor da espada caída. As flores cobriram implacavelmente um lado do rosto da doida.
– ARGH! ARGH!
Ela de repente agarrou o rosto e gritou. Eu queria me arrastar para longe o mais rápido possível, mas meu corpo não respondia à minha vontade.
Senti o cheiro estranho. Às vezes, sentia esse odor quando secava o cabelo. Sabia o que era.
Quando a carne queimava, também emanava esse aroma assim.
– AAAAHHHHHHHHHHHHH!
A mulher cambaleou e gritou. Estava acontecendo bem na minha frente, mas senti como se ela estivesse muito distante.
Ouvi um som estrondoso. O rosto da biscate estava queimando.
‘Não era uma flor.’
A coisa vermelha era uma chama. Fogo que cobriu o rosto e cabelo dela.
Tinha um cheiro acre. A mulher estava delirando angustiada no corredor.
– Não ouse…
Ouvi uma voz baixa. Queria virar a cabeça mas não tinha forças. Eu conhecia o dono dessa voz.
– No meu castelo…
A rainha sol cambaleou com um rugido. Pisquei os olhos formigando. O sangue desceu pelos meus cílios e minha vista estava borrada.
Ele dobrou as pernas. Suas roupas cheias de jóias brilhavam. Cabelo branco balançava através do pano branco.
Alguns fios de cabelo fizeram cócegas nas costas da minha mão. Tudo que eu queria era segurá-los, mas não conseguia fechar os dedos.
Ele gritou para os soldados atrás dele.
– Chame o Dio! Rápido!
Meu corpo estava muito pesado. Pisquei, mas era difícil manter os olhos abertos.
‘É assim que eu morro?’
Tradução: Holic.
Revisão: Tsubaki.