Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 33
- Home
- Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente
- Capítulo 33 - Isso é trapaça!
A rainha guardava um rancor terrível. Por que diabos ela o odiava tanto?
– Ela matou o coelho quando meu irmão estava fora do castelo por um tempo para supervisionar os cavaleiros. Usou a desculpa de alimentá-lo muito.
– Por que ela o matou?
– Tenho certeza que ela ficou com raiva, porque eu não poderia ser o rei.
Sua personalidade era um lixo. Normalmente você deveria se desculpar, mas ela mentiu até o fim dizendo que foi excesso de alimento.
– Se meu irmão te chamou de coelho…
Ele tocou levemente as flores do jardim. Uma pétala amarela tremeu por um momento em sua mão e parou.
– Ele vai cuidar de você.
Foi um sussurro mas ouvi bem.
Uma brisa fresca soprou em minha testa. Balancei a cabeça, mas o Grão-Duque apenas riu amargamente e evitou meu olhar.
– Meu irmão é gentil com os subordinados.
Tenho que certeza que sim. Na história original ele era assim. E tratou Seraphie bem.
Mas isso se aplicaria a mim também? Só pensei que não era uma subordinada dele.
As flores balançavam com o vento. Enquanto olhava para eles, o Grão-Duque agarrou minha manga levemente.
– Nunca quis ser o rei de Ibéria.
Me virei para ele.
Seus olhos verdes brilhavam. A mão segurando a manga deslizou ligeiramente para o pulso. Estava muito consciente da temperatura do corpo dele tocando o meu.
– Olhando para você, pela primeira vez na minha vida… (N/T: Ele quis algo N/R: Mas gente, não rolou nenhum jantar e ele já quer pular pra sobremesa, esses adolescentes de hoje…)
Não pude dizer nada. Queria falar alguma coisa, mas meus lábios não se abriram.
O que devo dizer em uma situação assim?
Palavras de conforto? Demonstrar surpresa? Agradecer?
Era difícil transmitir o que estava sentindo em palavras.
– Parece que você vai chorar agora.
– Eu…
– Sinto muito, só queria transmitir à você como eu me sinto.
O garoto loiro balançou a cabeça levemente. Podia sentir que ele estava organizando seus pensamentos enquanto olhava para as folhas esvoaçantes.
– No meu caminho para cá, realmente queria te perguntar uma coisa.
Acenei com a cabeça ao invés de responder.
– Qual o seu nome?
Ri um pouco. Entre as criadas, meu nome já era bem conhecido. Mas o Grão-Duque não tinha como saber. Talvez ele descobrisse se voltasse ao dormitório. (N/R: ainda se diz apaixonado. To perplexa…)
– Me chamo Nina Cage. Sou órfã, e recebi o sobrenome Cage. Não sei meu sobrenome verdadeiro. Fui para a catedral quando era muito novinha.
O Grão-Duque beijou minha mão levemente como resposta.
Seus lábios roçaram as costas da minha mão. Não importava o que significava, a sinceridade do garoto foi transmitida.
– Alexon Selek Iberia. Meus amigos próximos me chamam de Alex.
Não podia fazer nada por esse menino. Mas pensei um pouco sobre isso e resolvi arriscar.
– Posso te chamar de Alex também?
Falei cuidadosamente, mas a resposta que recebi foi animada.
– Ficarei mais que feliz se assim o fizer.
Alex sorriu brilhantemente. Era um sorriso infantil que nunca tinha visto antes. O fundo de pétalas voando e o menino sorridente era uma paisagem tão bonita.
Olhando para a cena incrível, perdi o fôlego. Lentamente admiti.
‘A história original mudou.’
Não era mais o “Pássaro Enjaulado” que eu conhecia. Esse homem que usou Nina para ajudar Seraphie a escapar não era mais o mesmo.
Não tinha percebido antes, mas estava grata pela mudança.
– Obrigada, Alex.
Dessa forma, o que eu posso mudar? E o que mais já mudei?
Agarrei a mão de Alex e a apertei ligeiramente. O menino caminhou ao meu lado.
– Vamos dar um passeio pelo jardim, Alex. É a minha primeira vez aqui.
– Vou te guiar.
Seus passos eram leves. Olhei para cima. O sol já estava se pondo. O céu vermelho do pôr do sol era lindo demais.
O vento continuava soprando. Quando passei a mão no meu cabelo esvoaçante, uma pétala roçou meus dedos.
– Vermelho…
Era da cor dos olhos do rei e de Nina.
A pétala voou sem eu conseguir pegá-la. Apenas sorri para minha mão vazia. Era típico dele também desaparecer assim.
Havia uma montanha de coisas em que pensar, mas agora a pessoa ao meu lado era mais importante.
Alex agarrou minha mão e saiu correndo. Sorri e acompanhei o ritmo dele.
* * *
O Grão-duque que ajudava Seraphie tinha mudado. Agora, a Santa bonita e gentil não poderia mais fugir do castelo. A expectativa de vida de Nina devia ter aumentado um pouco.
Mas o que aconteceria comigo agora?
‘Não faço ideia!’
Não estaria nessa condição se soubesse. Qual o sentido de saber a história original? Ela já mudou completamente!
‘Em primeiro lugar, o conteúdo original era bem pobre, então não tinha uma informação completa. Se eu conhecesse o futuro, teria quase morrido com uma hemorragia cerebral? Claro que não!’
Haa…
‘Não sei nem o que vai acontecer em 5 minutos, imagina um futuro distante…’
Na vida, não tinha como saber nem mesmo um passo à frente. Nunca imaginei que estaria numa situação assim antes de vir para cá.
Suspirei suportando as cócegas no meu nariz.
– Bem, Santa…
– Não. É um castigo.
Tentei falar, mas fui cortada. Juntei as mãos e implorei por perdão, mas Seraphie não amoleceu. Pelo contrário, falou de maneira tão amável que só tornou as coisas piores.
Você realmente não se importa com os métodos que usa. Ameaçando e clamando com essa cara, Santa. Isso é trapaça!
– Bem, quero colocar logo minhas roupas – Eu disse desesperadamente.
– Não!
Seraphie sorriu brilhantemente colocando uma grande fita na minha cabeça. Olhei para Mary, mas ela estava ocupada escolhendo roupas.
– Devo trazer mais roupas?
– Oh, por favor. Eu queria umas roupas de verão.
Mary baixou a cabeça assentindo e disse à sardenta para trazer mais roupas. A garota olhou para mim, que estava vestida em roupas de renda, e desapareceu pela porta.
‘Por que você está me encarando?’
Acha que estou feliz?
– Nina, quer experimentar esse agora?
A Santa pegou um vestido de veludo e sorriu.
– Não, o que está acontecendo com você?
A Mary respondeu a pergunta que eu fiz à senhora Santíssima. Ela pegou um vestido no meio da montanha de roupas.
– Encontraram um monte de roupas durante a limpeza do castelo. Parecem ser de princesa, mas não há nenhuma princesa neste castelo.
– Parecem ser roupas caras. Eu posso mesmo estar vestindo isso??
– Tenho permissão da Sabina.
A Santa sussurrou, tirando o vestido que eu estava usando.
– É um castigo.
– Sinto muito. Por favor, me perdoe.
– Sabe há quanto tempo estou te esperando? Como você pôde não aparecer mais?
A razão pela qual não tinha visto a Santa por tanto tempo foi porque não tinha um motivo. O rei não foi para o quarto interno, então não tinha porque eu vir.
– Mary! Mary…
Você disse que eu não precisava vir! Por favor me ajude!
Mas a criada experiente tinha o coração de gelo. Ela disse, enquanto pegava um novo vestido.
– Que tal esse agora?
– Oh, que lindo! Nina, o próximo é esse!
As duas estavam em um ritmo bom. Mary arrancou os alfinetes perto do meu peito como se já estivesse esperando.
– Levante os braços.
Ninguém ligou para os meus choros e tiraram o vestido por cima da minha cabeça. Quantas camadas internas eu deveria usar? Me senti como um presente embalado em uma dúzia de embalagens coloridas.
‘Não sei se sou eu ou o tecido se movendo…’
O espartilho cor de jade apertava cada vez que eu tentava respirar. É incrível como as princesas conseguiam se vestir assim. Acredito que a pessoa que inventou isso deveria ser punida.
– O anterior era pior. Isso não é nada. Esse aqui é muito mais simples.
Agarrei a manga de Mary e disse seriamente.
– Não, não vou usar nada assim. Por que devo usar um vestido tão desconfortável?
Não foi a criada quem respondeu. A Santa falou com uma voz bela como a de um pássaro.
– Isso é porque eu quero experimentar!
Seraphie deu a volta, colocando o vestido no meu corpo. A imagem refletida no espelho era bonita, mas eu não estava feliz.
– Então você deveria usar.
– Oh meu Deus!
Seraphie sussurrou enquanto desatava a grande fita.
– A Santa deve ser humilde. Não posso usar nada disso.
Então, está fazendo outra pessoa experimentar? Não acha que tem algo errado nisso?
Estava prestes a dizer isso. Mas Mary começou a falar:
– Nina, às vezes você deve ficar em silêncio enquanto trabalha como uma criada.
Ela me disse gentilmente para calar a boca e obedecer. Assim já é demais. Então é isso, me tornei uma boneca. Ela impediu até mesmo qualquer rota de fuga que eu planejasse.
Suspirei pesadamente e deixei de resistir.
Precisava lidar com isso. Não tinha nada que pudesse fazer.
– E não é tão ruim experimentar algo assim pelo menos uma vez. Nina é famosa hoje em dia.
Fingi que não ouvi e ri sem jeito. Quando meu encontro com o Grão-Duque vazou, aonde quer que eu fosse, escutava sussurros. As três criadas que traziam minha água do banho também me perguntaram o que tinha acontecido.
Minha resposta foi simples e clara.
– O grão-duque logo retornará para sua terra.
Foi uma reunião de despedida, não aconteceu nada. Depois de dizer isso, uma criada me disse que a propriedade do grão-duque ficava na borda do país e não tinha nada de especial. Era uma informação realmente desnecessária, mas eu concordava.
‘Para começar, deve haver só um grão-duque no país.’
O título era uma desculpa para mandá-lo embora da capital. Não sei porque Sua Majestade poupou a vida do grão-duque apesar dele ser insignificante.
‘Ele realmente fez isso por ser o irmão dele?’
Não achei que ele iria poupá-lo, apesar do grão-duque ter baixado a cabeça antes.
‘Não importa o que Alex fizer, sempre vai estar andando em gelo fino.’
O menino estava levando uma vida mais difícil do que eu, que me tornei uma boneca de vestir.
‘Ele é uma boa criança…’
Mas ser bonzinho não é sinônimo de sobreviver. Uma família real com alguém ameaçando a sucessão ao trono é complicado.
Balancei a cabeça e afastei esses pensamentos. De qualquer forma, não havia nada que eu pudesse fazer.
– Nina, você é tão linda!
Sem conhecer o que se passava pela minha mente, a Santa escolheu diligentemente um vestido diferente. renunciei minha resistência e deixei que ela brincasse comigo como uma boneca.
‘Você parece feliz.’
Seraphie realmente estava gostando de trocar as roupas. De repente, tive um pensamento estranho.
‘A Seraphie na história original era feliz?’
Por algum motivo, achei que ela não fosse. Seraphie foi muito amada, mas era amor verdadeiro?
‘Se você pensar sobre isso, não era amor que Seraphie queria.’
Bonita e simpática, mas porque era uma Santa foi raptada e teve que viver assim.
‘Quando o amor floresceu, foi ainda mais estranho.’
Foi como uma Síndrome de Estocolmo.
Parando para pensar, nunca pensei realmente no que significava ser uma santa. De qualquer maneira, a história original tinha sido distorcida.
– Bem, senhora.
– Sim? Nina, vamos tentar esse.
Seraphie sorriu brilhantemente segurando um grande chapéu. Ela me deu um tapinha no ombro dizendo que eu era uma boa menina, quando inclinei minha cabeça a ela obedientemente.
– Os Santos se aposentam? – Perguntei com cuidado.
Ela respondeu, arrumando minha franja:
– Sim Nina, a Santa pode fazer isso depois dos 25. O milagre passa para a próxima Santa e a anterior vai para um pequeno monastério.
Fiquei surpresa. Nunca imaginei que a vida de um santo fosse assim.
O que significa? Os santos se aposentam assim tão rápido? Por que 25 anos? Isso é tão jovem.
‘Tinha alguma coisa sobre isso no livro?’
Tradução: Holic.
Revisão: Tsubaki.