Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 32
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- Capítulo 32 - Você foi a primeira pessoa a me proteger.
– Sinto muito por ter entendido errado e pensado que você era a mulher do meu irmão.
Ri um pouco. Na verdade a mulher do rei era outra. Uma Santa mais bonita, cativante e de bom coração.
– Meu irmão não poderia ter feito isso, mas duvidei um pouco.
Isso tinha a ver com o nascimento do rei? Olhando para trás, todos falavam isso. Eu não entendi antes, mas agora eu sabia.
– Por que não perguntou a Sua Majestade ao invés de a mim?
O Grão-Duque balançou a cabeça ligeiramente e se curvou.
– Meu irmão é difícil.
É verdade. Concordo Grão-Duque. O rei era tão rígido quanto bonito.
‘É como um quebra-cabeças.’
Era difícil saber como ele era de verdade. Foi muito cansativo tentar entendê-lo.
– Que tipo de homem ele é?
Metade da minha pergunta foi por impulso. O Grão-Duque ergueu o olhar para o jardim. Suas pupilas verdes tremeram ligeiramente.
– Meu irmão é o rei de Ibéria. Minha mãe me disse para ser rei, mas eu sabia desde a primeira vez que o vi… Que meu irmão seria o rei.
Senti uma nostalgia, a imposição dos familiares não era brincadeira. Não sei se a pior pressão é a de fora ou de dentro da família.
– Eu sou da família real.
Não, por que está dizendo isso outra vez? Queria dizer que não aguentava mais. Parecia um cavalo criado para se exibir.
– Sou forte por causa da magia, mas meu irmão era realmente diferente. Se houvesse uma pessoa perfeita para ser rei, pensei que esse seria o meu irmão.
– Por que? – Perguntei com cuidado.
– Ele pode fazer qualquer coisa por Ibéria. – O Grão-Duque sussurrou baixinho.- Não posso fazer isso. Pensei que tinha sido sorte quando meu irmão se tornou rei.
Era um menino que se conhecia melhor do que eu pensava. Como esse garotinho mudou e escapou com Seraphie?
– Minha mãe pensou que eu havia ficado desapontado.
Balancei a cabeça, entendendo-o.
– Não. Eu não fiquei.
Nesse caso, acho que o Grão-Duque salvou a vida da rainha Sol. Poucas pessoas sabiam que esse menino tinha feito isso.
– Acho que você escolheu bem em uma situação perigosa.
– Isso é realmente verdade? Eu sou um membro da família real impotente, mas realmente queria salvar minha mãe. Isso era tudo que eu podia fazer.
Era tão estranho. No momento que ouvi o Grão-Duque, lembrei da história original. No livro, ele disse quando escapou com Seraphie.
“- Sou um membro da família real impotente, mas quero que você escape. Isso é tudo que eu posso fazer.”
Pensei que ele só tinha dito isso a Seraphie, mas, inesperadamente, essa situação já tinha ocorrido antes.
‘Isso aumentou a probabilidade de sucesso?’
Se encaixava perfeitamente, mas a situação é ridiculamente diferente. Era complicado, mas a conclusão se tornou evidente.
‘Isso está me matando!’
Se eu quiser comer bem e viver bem, tenho que considerar todos esses detalhes? Achei que minha cabeça fosse explodir.
– Desistir é uma escolha. Eu sei que sou lamentável.
– Na vida, também existe essa opção.
Gentilmente bati no ombro dele.
– A vida é um longo caminho a ser percorrido Grão-Duque, esse pequeno momento não é tudo.
Foi uma decisão digna de aplausos para alguém com apenas dezesseis anos. (N/T: Aqui ela tá se referindo a ele desistir de brigar pelo trono para salvar a mãe dele, se ficou confuso). Se meu rival fosse o rei, eu iria para casa imediatamente fazer minhas malas. Como era possível vencer “isso”?
Seus olhos se abriram muito, achando minhas palavras estranhas.
– Você não quer ser um rei. Quer apenas proteger sua mãe, não é? Alcançou seu objetivo.
Foi uma boa resolução sem sangue.
– Já ouvi muitas coisas semelhantes, mas…
Ele segurou minha mão com força.
– Mas é a primeira vez que ouço isso de alguém que tem mais ou menos a minha idade.
Senti um calafrio por um momento. Era algo muito precoce para Nina dizer.
‘Acho que é estranho alguém com 15 anos dizer isso.’
Devo dizer algo infantil agora mesmo? Mas o que uma adolescente normalmente fala? Não consigo me lembrar porque foi há muito tempo.
Então, de repente ele falou:
– Eu me desculpo com você.
O garoto loiro apertou minha mão direita com as duas mãos.
– Peço desculpas pela minha entrada descuidada no seu quarto e por minhas palavras rudes. Eu finalmente entendi. Não sabia naquele momento, porque não tinha visto a cena completa.
Foi um pedido de desculpas sincero, então fiquei um pouco sem graça.
– Só depois de ouvir o sermão do Dio e do Leo, é que entendi que foi minha culpa.
Pensei nos dois aristocratas que apenas riram. Os amaldiçoei por me tratarem como uma palhaça, mas eles estavam trabalhando mais duro do que eu pensava.
‘Vocês estão fazendo eu me sentir culpada!’
Apenas reclamei sem saber.
‘Vocês tem que me avisar que vão fazer isso…’
Então eu teria agradecido primeiro.
Apenas pude responder francamente:
– Obrigada por se desculpar.
Na verdade, ele poderia apenas ter dado a compensação sem resistir. Mas a criança falou que estava errada por conta própria.
– Não precisa me agradecer. Foi minha culpa, então é natural pedir desculpas.
– Há muitas pessoas que nem isso fazem.
O rosto dele ficou mais vermelho quando dobrou o joelho para mostrar cortesia.
Senti meu coração flutuar. O menino na minha frente era tão adorável.
‘Eu não sabia que ele seria tão fofo sendo honesto.’
Estou tocada, Grão-Duque. Não me emociono facilmente, mas isso me desmoronou.
Agora que o menino me deu forças, era hora de eu, que vivi mais do que o dobro da idade dele, tirar a sorte.
Quanto mais direto melhor. Sorri pra ele.
– Você gosta de mim?
A boca dele se abriu e sua cabeça inclinou.
– Bem, isso é…
Eu esperei pacientemente. O som de pássaros cantando entre o perfume das flores me alcançou.
– É minha primeira vez também, então…
Então você gosta? Não é?
Olhei em volta vagarosamente.
O céu estava azul e o vento era bom. Vislumbrei as nuvens, jogando meu cabelo bagunçado para trás.
– Por que você gosta de mim?
Isso era estranho. O primeiro encontro não foi normal e o subsequente também não foi agradável. Mas por que ele se apaixonou tão facilmente?
‘É por isso que não percebi.’
Nunca pensei que você gostaria de mim.
– Eu…, eu sou forte porque sou da realeza.
De novo esse negócio da família real, mas desta vez eu estava disposta a esperar. O menino loiro balançou a cabeça e disse, cerrando os punhos.
– Você foi a primeira pessoa a me proteger.
Do que ele estava falando? Eu o protegi? Quando foi isso?
Quando vasculhei minha memória, lembrei de protegê-lo quando os livros caíram.
‘Ah meu Deus!’
Eu ia pedir desculpas mais tarde! Só fiz isso para me vingar! Não caia nessa!
– Bem, sinto muito. Foi só porque fiquei com medo de levar uma bronca mais tarde.
Me desculpei apressadamente. Isso me fez sentir pena do menino que começou a gostar de mim por um farsa. O mundo é cruel Grão-Duque, não se deixe enganar!
Mas o garoto loiro tinha a mente simples.
– Eu sei.
– Sim?
– Nem Leo nem o Dio fariam isso por mim. Mas eles disseram que você se desculparia se me ouvisse dizer isso.
Ele abriu a mão, impotente.
– Foi uma boa oportunidade para refletir. Desde o início…
O garoto não conseguia levantar o rosto.
– Eu te achei bonita…
Desta vez fiquei com vergonha. Tentei acalmar meu rosto balançando a mão como um leque, mas não adiantou.
– Quando descobri que você estava ferida, fui até a enfermaria.
Eu não sabia disso. Ele foi me visitar?
– Eu fui e vi meu irmão lá.
O Grão-Duque falou calmamente, mas minhas mãos tremeram. Na verdade, não consegui acreditar. Por que o rei foi até lá?
‘Por que não recebeu apenas um relatório?’
Por que? Estava preocupado? Não pode ser. Existe algum motivo para ele ir até a enfermaria por mim? Para se sentir refrescado? Deve ter alguma outra forma melhor para isso. Se a esposa de bambu quebrar, podemos apenas jogá-la fora.
– Meu irmão me perguntou se eu tinha deixado o coelho naquele estado.
– O-o que você disse?
– Foi minha culpa, então eu respondi que sim.
O que diabos aconteceu enquanto eu estava à beira da morte?!
– Meu irmão te acalmou com uns tapinhas. Então ele saiu após dizer “você pode assumir a responsabilidade?!”.
Agarrei meu cabelo. Finalmente entendi o que não entendia de jeito nenhum!
‘É por isso que você disse pra eu não morrer!’
Pensei que fosse uma conversa estranha no meio da noite, mas tinha um motivo!
Estava confusa. Recuperei o fôlego e organizei meus pensamentos.
‘Preciso me acalmar. Vamos mostrar a firmeza de um adulto. Anime-se. Você consegue!’
– Eu queria assumir a responsabilidade. Então perguntei às pessoas ao meu redor. Ouvi que a família real se responsabilizava dessa maneira, então disse coisas estranhas à você. Peço desculpas novamente. (N/T: Quando ele pediu para ela ser amante dele. N/R: safado, vai achando q é fácil assim…)
Balancei a cabeça. Quando ouvi isso pela primeira vez, quis dar-lhe um chute no joelho, mas recebi um pedido de desculpas e entendi o que o motivou a fazer isso, então minha raiva derreteu como a neve.
– Por que você seguiu esse conselho?
Alguém disse isso ao nosso lindo Grão-Duque!
– Eu era ingênuo. Disseram que você ficaria grata se eu dissesse isso.
– Quem disse isso?
– Foram as criadas que cuidaram de mim.
Suspirei pesadamente. Realmente, eles dizem cada absurdo. Como poderiam falar isso para um garoto de 16 anos.
‘Seria melhor usar sua fofura.’
Era mais eficaz se ele usasse sua aparência do que dizer essas bobagens. Olhei para o garoto com os olhos tristes.
Seu cabelo brilhava no sol. Sua pele era clara como uma folha.
‘Ele está mais bonito.’
Como podia ser tão lindo? Na verdade, ele era mais bonito que as flores do jardim.
– Bem, temos muitos mal-entendidos estranhos.
Como as coisas se distorceram assim? Respirei fundo. De alguma forma ele parecia muito azarado.
– Não recebo muitos conselhos bons das pessoas que me rodeiam.
Ele desviou os olhos ligeiramente para uma estátua branca. Meu coração doeu sem motivo ao ver seu olhar pesado.
– Meu irmão está cercado de pessoas boas. Às vezes invejo isso.
Sua fala estava repleta de amargura. Peguei a sua mão porque sentia pena. Ele a apertou de volta.
– Tem uma coisa que realmente quero te perguntar.
– Pergunte qualquer coisa.
– Qual é a sua relação com o meu irmão?
Nossa, meu Deus. Isso foi muito repentino.
Suspirei pesadamente. Vejamos, qual a relação entre o rei e eu? Eu também queria saber.
– Ele disse que eu sou um coelho.
Ele inclinou a cabeça com as minhas palavras. Foi muito fofo de ver, mas por dentro eu estava aflita.
Como devo explicar isso? Incontáveis palavras giraram em minha cabeça, metade era apenas palpite meu.
– Sua Majestade criou um coelho quando era mais novo e disse que era parecido comigo.
– Ah, eu me lembro! Um coelho com pelo branco e olhos vermelhos.
– Você sabia?
Ele assentiu.
– Sim. Às vezes eu ia até o meu irmão e o via com ele. Meu irmão amava muito o coelho.
– Ouvi dizer que ele morreu por ser alimentado demais.
O menino baixou a cabeça no mesmo instante. Ele disse gentilmente, soltando minha mão:
– Não, não foi por ter se alimentado demais.
Ergueu subitamente a cabeça e olhou-me no rosto.
– O coelho morreu envenenado. Minha mãe o matou.
Era apenas um coelho, mas fiquei repentinamente triste. Por que ela o matou? Tudo que um coelho fazia era mastigar folhas de repolho e cocô.
‘Foi porque o rei o amava?’
Tradução: Holic.
Revisão: Tsubaki.