Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 26
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- Capítulo 26 - Flores e compras compulsivas.
– Sério? Mas você ainda precisa de uma toalha.
A criada era gentil. Eu realmente queria me enfiar debaixo da terra, mas eu estava nua e na banheira.
– Não faça isso. E também não fique aí em pé. Sente-se e relaxe. Estou tão envergonhada que poderia morrer.
As criadas riram como se eu tivesse dito algo engraçado. E então, a garota que me entregou a toalha falou, jogando água no meu pescoço.
– Não seja tímida. Este é o nosso trabalho.
– É como dar banho na minha sobrinha. E é bom ter um tempo para descansar.
– Isso mesmo!
Elas disseram isso e se sentaram na minha cama, olhando para fora pela janela que estava com as cortinas abertas. Apesar do que eu disse, elas estavam muito tranquilas.
Uma delas sentada na cama me perguntou:
– A propósito, onde você conseguiu essas flores?
– Eu as recebi pelo acidente. Não sei o que significa.
– Incrível. Elas parecem ter custado muito caro.
– Sim, mas eu preferia ter recebido o dinheiro.
Quando balancei minha cabeça, as criadas riram.
– É verdade.
– Está certo! As flores são bonitas, mas inúteis.
– Não são muito úteis, na melhor das hipóteses dá pra secar. Eu faço isso às vezes.
Ah, então tem uma utilidade. Bati palmas na banheira. Era realmente inesperado.
– Vocês gostam de flores secas como presente?
– Uma bolsinha com flores secas? Claro que todo mundo gosta. O perfume dura muito tempo.
Afundei o queixo na água e olhei para a montanha de flores. Eu pensei que precisaria jogá-las fora, mas felizmente agora elas tinham um propósito.
‘Tenho muito tecido e agulhas, então tudo que preciso fazer é encontrar linha?’
O quarto sul era grande e espaçoso, e o sol estava forte. Pensando bem, era o ambiente ideal para secar as flores.
– Saquinhos com flores secas?
– Hm… Infelizmente nunca fiz isso antes, mas seria um desperdício jogar as flores fora.
– Eu vou te ajudar com o corte!
Olhei para elas sem acreditar. Achei que apenas Lara e Juicy fossem anjos, mas elas também tinham um coração suave como seda.
– Obrigada. Eu realmente não tinha pensado nisso.
– O quê? Não se preocupa. Graças a você, estamos felizes por fazer uma pausa todos os dias.
– Vou trazer chá a partir de agora. Vamos tomar juntas. Você tem xícaras de chá aqui?
Este quarto tinha apenas uma cama e as trouxas de nina. Pensando bem não havia nem cabide para as roupas. Enquanto eu balancei a cabeça, elas olharam ao redor e disseram.
– Não tem nada aqui.
– Por que eles te mantêm nesse quarto solitário?
Enquanto lavava meu rosto com a água morna, disse:
– Ainda não sei como conseguir o salário semanalmente e nem onde comprar as coisas. Ouvi dizer que você pode sair no seu dia de folga.
Chocadas com as minhas palavras, uma criada largou a toalha e gritou.
– Ah meu Deus!
– Você não sabe onde comprar as coisas, como é que você vive assim?
– O que você quer comprar? Conheço muitas lojas boas. Quando é seu dia livre? Se coincidir com o meu, podemos sair juntas!
Foi uma curta conversa, mas consegui aprender bastante sobre elas. As três criadas que trouxeram a água do banho eram sinceras e bondosas.
– Se eu fosse você, compraria lençóis com renda.
– Se fosse eu, teria colocado um armário aqui e decorado com lindas xícaras de chá.
– Acho que colocaria outra cadeira também.
Parecia que eu estava vendo a velha Lee Hwa-yoon. Pensando bem, eu era assim também.
‘Eu era uma compradora compulsiva.’
Assim como para se livrar do álcool você tem que bebê-lo, para fazer a economia circular é preciso gastar dinheiro. Não sei quanto era o salário semanal de uma criada, mas aceitei essa gentileza do fundo do meu coração. Mesmo que não dê pra comprar uma casa agora, preciso juntar bastante para um dia conseguir.
– Agradeço por sua ajuda. Por favor me diga quais as lojas que vendem produtos bons e baratos.
Elas disseram que eram especialistas nisso e que bastava dizer o que eu estava procurando. Fechei meus olhos com uma onda de felicidade.
‘Estou muito grata ao Grão-Duque.’
Eu o praguejei por me dar algo inútil, mas inesperadamente foi de grande ajuda.
‘A propósito, por que ele me deu flores?’
Molhei meus ombros com a água quente.
‘Será que foi isso?’
Parando para pensar, o Grão-Duque era um homem e Nina era uma mulher. Ambos eram tão jovens que eu tinha esquecido, mas havia algo por trás.
Um homem dando flores a uma mulher.
‘Também não sou idiota.’
Olhei para as flores caídas no chão. Elas eram coloridas e ostentavam uma beleza natural.
‘Primeiro teve a proposta estranha, e agora essa coisa sem sentido?’
E se ele fizer uma segunda proposta dizendo que devo aceitar porque tenho um status inferior?
Mergulhei e levantei a cabeça na água com uma careta. Eu ainda estava com raiva só de lembrar daquela época. Nina é uma criança preciosa. Como ele ousa fazer uma proposta tão superficial para uma garota tão boa?
‘Não importa o quanto eu esteja desesperada por sobreviver, não quero isso!’
Eu não queria nem pensar em ter como namorado um Grão-Duque tão imaturo. Não sei se era comum as pessoas aqui serem assim, mas minha Nina só deve se preocupar em se alimentar e viver bem.
‘Preciso conversar com ele mais uma vez.’
Tinha que perguntar o que diabos essas flores significavam. Eu deveria falar com o inimigo. Sob qualquer circunstância, esse diálogo deveria acontecer.’
‘Mas nem mesmo olhe para o meu rosto se for para falar bobagens.’
O cavaleiro pode trazê-lo novamente, e então posso chantageá-lo. Por ser um Grão-Duque, ele deve ter o próprio território e deverá ir embora algum dia.
‘Mas por que o rei deu a ele um posto tão alto?’
No romance ‘Pássaro enjaulado’, ele era um rei de sangue frio. Fora Seraphei, o resto ele tratava como poeira que rolava sob os seus pés. Claro, ele era generoso com um servo que fosse competente, mas esses eram bem poucos.
Não importava o quanto eu pensasse nisso, um Grão-Duque frágil não parecia se encaixar nessa descrição.
‘É porque ele é estúpido?’
No entanto, ele não tinha filhos, então se o rei morresse, o Grão-Duque ocuparia o seu lugar no trono.
‘Há momentos em que coisas insignificantes são de ajuda.’
Você está o deixando livre porque ele não significa nada? Eu murmurei derramando a água quente no meu pescoço.
– Primeiro precisamos conversar.
– Hã? O que você quer dizer?
Um dos anjos se virou para mim ao ouvir meu murmúrio. Eu balancei minha cabeça com um sorriso.
– Não é nada.
– Sério?
As criadas voltaram ao que estavam fazendo anteriormente. Eu calmamente saí da banheira e me enrolei em uma grande toalha. Olhei para elas novamente, arrumando meu cabelo molhada.
‘Teria sido bom se minha acomodação fosse um quarto para quatro pessoas…’
Eu aprenderia muito sem precisar perguntar. Foi a primeira vez que senti falta da conversa fiada e histórias do dia a dia.
‘É muito melhor ter alguém.’
Enquanto enxugava meu corpo nu com uma toalha, orei para que minhas acusações de espionagem fossem logo resolvidas.
***
O importante relatório passou pelas mãos do rei. Ele distribuiu os papéis relevantes ao acaso na mesa comprida. Vários relatórios sobre a segurança da fronteira, precipitação nas províncias, conclusão da ponte, e o novo reagente desenvolvido foram espalhados.
Ele colocou o último documento analisado na mesa. Os problemas que não tinham sido solucionados foram abarrotados em uma parte dos não-resolvidos.
Sabina trouxe uma xícara de chá para o rei. Ele a pegou e deu um gole. A dama arrumou os papéis na mesa casualmente.
O escritório estava sempre silencioso. Os dois mal falavam. Eles trabalhavam assim há anos.
– Vossa Majestade está cansado?
Mas isso não significa que não haja diálogo algum. Ele balançou a cabeça.
– Um corpo mágico não se cansa.
– Mas Vossa Majestade ficou acordado a noite toda ontem.
– Só consigo dormir ao lado da Santa. Você sabe que é assim desde que ela veio.
Ele acariciou o ombro com a sentença do rei. Era a marca que o tinha dado o poder de um deus, mas ao mesmo tempo o jogou no inferno.
Ao receber isso, ele perdeu o sono. A neuralgia e a sensação de queimação eram dolorosas, mas as noites eternas em claro eram piores.
Ele murmurou com o queixo na mão.
– Preciso do coelho.
Sabina ficou surpresa e deixou um papel cair. O papel fino esvoaçou um pouco sobre a mesa.
– Vossa Majestade quer dizer Nina Cage?
– Me sinto bem ao abraçá-la. Por que você está tão surpresa?
O rei sorria continuamente. Ele era uma pessoa brincalhona com os seus assessores. Isso não mudou desde que ele era um príncipe.
– O que o coelho tem feito?
Cabia a Sabina fazer um relatório sobre Nina Cage. Ela pegou a parte mais importante do relatório de vigilância e passou para o rei.
– Ela não fez muito. Apenas foi ao Dio como sempre, e depois conheceu o Beto, que Vossa Majestade encontrou da outra vez.
– Ela é um coelho que vive em silêncio sem causar problemas.
– Mas tem algo mais a ser reportado.
O rei acenou para que ela continuasse.
– O Grão-Duque a deu flores.
– Para o coelho?
– Ele deu à Nina Cage seis buquês grandes.
O rei se recostou e riu. Ele esperava uma comoção quando o pássaro chegou, mas depois que o coelho veio, ele sentiu que o palácio se tornou uma bagunça.
– Ele gosta do coelho?
O rei riu ao lembrar do seu irmão. Parando para pensar, ele não o via há anos. Na memória do rei, seu irmão era um garotinho que estava sempre o seguindo.
– Nina Cage deu as flores para as criadas que passavam pelo corredor.
Isso foi bastante inesperado. Ele imaginou uma pequena criada distribuindo flores. Era estranhamente agradável imaginar ela choramingando com aquele corpinho.
– Estão dizendo que Nina Cage é estranha, mas gentil.
Foi engraçado dessa vez. O rei riu por um longo tempo, apoiando o queixo em uma das mãos.
– Você é tão eficiente quanto dizem.
– Vossa Majestade, estou honrada.
– Não é difícil ser popular? Ela não tem criadas que a adoram?
Ele estava vendo dessa forma? Sabina balançou a cabeça.
– Há uma razão para eu ficar em silêncio. Eu tinha medo de favorecer o coelho e surgir alguma maldade inútil direcionada ao pássaro. Mas o coelho é tão fofo.
Sua reputação estava ruim há um tempo. Também se falava muito sobre quem era Nina Cage de verdade. Mas quando souberam que ela quase morreu, as coisas se acalmaram um pouco.
‘Ela deve ser muito azarada’
Tem havido uma estranha opinião de simpatia sobre o futuro da criança que viveu por tão pouco tempo e já estava com muito azar. Além disso, ela não queria nada. Apenas segurava seu cabelo curto se perguntando o que diabos estava acontecendo com ela.
Uma criança honesta e educada com certeza seria amada. E também, ela sorria fácil e era inteligente. Nina Cage se preocupava muito pelos outros.
Ela era uma boa criança. Extremamente adorável.
– Tem certeza de que Vossa Majestade se importa com isso?
– Ela é fofa o suficiente. E as criadas te escutam. Sabina, você até mesmo disse a mim, o rei, para não fazer nada inútil, existe alguma criada no castelo que rejeitaria uma ordem sua? Mesmo que você resolvesse os intimidar severamente, ninguém diria nada.
O rei iria tratar a criança como desejasse. E é claro, como de costume, ele usaria tudo que estava disponível para cumprir sua vontade.
– A criança está indo bem.
– Com certeza vai ficar tudo bem com o coelho porque ela é fofa.
– Por quanto tempo você vai mantê-la?
O rei sorriu e puxou os papéis diante de seus olhos.
– Não sei porque tenho que definir um período.
Sabina baixou a cabeça como se entendesse e recuou. Mas a criada que o acompanhava por tanto tempo sabia a verdade.
‘É a primeira vez que você está tão feliz…’
“Eu a mantenho para usá-la”. Ele não estava dizendo a verdade, mas também não estava mentindo.
– Você sabe que está fazendo uma expressão estranha?
Nina Cage parecia mais o olho da tempestade do que a Santa que estava sendo mantida presa em uma jaula. Mas a criança estava vivendo bem sem saber de nada.
Sabina suspirou profundamente. Não parecia que algo estava mudando, mas sem dúvida algo grande estava acontecendo. E ela não podia fazer nada para impedir isso.
Tradução: Holic
Revisão: Holic