Me tornei uma criada em uma novela de romance adolescente - Capítulo 24
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- Capítulo 24 - O mito de Ibéria.
Não tinha nada a ser feito. Não tive escolha a não ser voltar ao que eu estava fazendo antes.
Coloquei de novo o livro “Costumes de Ibéria” em cima da mesa.
O homem disse então:
– A primeira edição do livro “Costumes de Ibéria” é bem valiosa.
Olhei para o livro que Sabina me deu. Eu o recebi casualmente, mas era um presente valioso.
– Porque apenas a primeira edição contém o mito de Ibéria. Devido a ele ser polêmico, essa parte foi omitida da segunda impressão. Aqui está a parte.
Beato apontou para o meio do livro e me mostrou.
“Perguntou o grande deus mágico.
– Sacrificar uma pessoa pode salvar a vida de outras noventa e nove. Você mataria essa pessoa?
O homem respondeu.
-Terei prazer em matar um para salvar noventa e nove. E vou assumir a responsabilidade por matar essa pessoa.
O grande deus mágico respondeu.
-Você merece ser rei.”
Este era o mito de Ibéria? Inclinei a cabeça. Qual é o problema com essa história? As mitologias grega e romana são muito melhores escritas.
– O que você acha desse mito?
– Eu não gostei.
– Posso saber o porquê?
– Eu não gostei porque não entendi.
Pode ser normal para pessoas de alto escalão sacrificar uma pessoa para salvar noventa e nove. Na verdade, se eu pensasse nisso como um livro doentio, faria sentido. Porém, para o mito de fundação de um país era meio pobre.
– É muito duro. Como essa pessoa pôde dizer isso?
Ele decidiu que iria matar a pessoa simplesmente porque não era a vida dele, não é?
Quando inclinei a cabeça, Beato perguntou.
– Verdade? Então, como Nina gostaria que o rei respondesse nesse momento?
Espera, por que você está de repente testando minhas habilidades lógicas? Parece que estou em uma entrevista, senhor Beato.
– Eu sei que parece razoável matar uma pessoa para salvar noventa e nove. Mas como um rei, eu faria o melhor para salvar essa pessoa também. Não é essa uma resposta melhor?
Respondi ansiosamente, mas Beato ficou em silêncio. Ele calmamente olhou para o livro e sorriu.
– Nina é uma boa aluna.
Oh, querido senhor. Não, querido professor. Quando eu estava na escola, minhas notas eram boas.
– Na verdade, há uma passagem que não está nesse livro.
Beato sussurrou “Aproxime-se”. Era como um detetive revelando algum segredo.
‘Mas Mary vai conseguir ouvir de qualquer forma.’
Quando eu olhei ligeiramente para ela ainda tricotando, recebi uma resposta.
– Atualmente estou tendo dificuldades em ouvir pequenos ruídos.
Ela mentiu na cara de pau. Quando a sardenta resmunga baixinho consigo mesma, Mary diz imediatamente para ela não falar bobagem e parar de fazer barulhos inúteis.
‘Bem, ela está querendo dizer que vai deixar passar.’
Aproximei-me de Beato. Ele sussurrou no meu ouvido.
– O rei recebeu o poder mágico e voltou para a sua casa. Quando ele esperou que sua amada viesse ao seu encontro, então ele percebeu. A vítima que o deus disse para ele sacrificar era a sua companheira.
Meu Deus, essa era uma história sem nenhuma misericórdia.
– Se ele quebrasse a promessa com o deus, não sabia que maldição iria receber. Com medo da vergonha que iria passar, o rei ofereceu a sua companheira em uma fogueira.
Ele não apenas a matou como também a queimou. O rei mítico estava se tornando cada vez mais horrível.
– Depois disso, o rei que perdeu sua companheira sofreu com uma dor terrível. Foi assim que surgiram os antigos reis de Ibéria.
Eu finalmente entendi. Esse mito tinha algo a ver com a magia do rei. Ele tinha um grande poder como um deus, mas estava sofrendo de uma dor terrível porque era humano.
‘Então, onde a Seraphie se encaixa?’
O atual rei de Ibéria não sofria com as dores por causa da Santa. Então, o que isso quer dizer?
‘Você está dizendo que a Seraphie é sua companheira?’
Mas a santa era um milagre que podia curar qualquer pessoa. Ela podia curar todo mundo, não apenas o rei.
‘Então, todos os reis da história ficariam bem se sequestrassem uma santa.’
Você acha que se mantivermos uma boa relação com a Catedral talvez uma colaboração possa ser estabelecida?
Minha cabeça estava tendo ideia complicadas. A propósito, tudo bem com a Santa? A Catedral está quieta pelo momento, mas não acho que ela vai permanecer assim para sempre.
‘Acho que vai haver uma grande guerra com Ibéria. Eu preciso começar a pensar em como vou passar por isso.’
A igreja procurará a Santa incansavelmente, e Ibéria vai escondê-la com todas as suas forças.
‘Devo começar a me preparar para a guerra?’
Fiquei triste porque pensei que deveria começar a empacotar alguns itens de emergência a partir de hoje.
‘Nina, quero que você viva bem. Mas a julgar pelo mito da fundação, este país está errado desde o início de sua história.’
Acho que é um bom país no geral, mas tem algo muito estranho acontecendo aqui.
Como devo me preparar para uma guerra? Devo converter meu dinheiro para ouro imediatamente? Se eu me tornar uma refugiada, a segurança vai ficar instável, devo aprender a lutar a partir de hoje?
Enquanto pensava em mil ideias, Beato disse:
– O que você acha Nina?
Realmente parecia uma entrevista de emprego. Respondi com um suspiro.
– Você colhe o que semeia.
O professor cobriu a boca e sorriu friamente. Eu não conseguia entender o que diabos era tão engraçado.
– Nós fizemos uma interpretação semelhante.
Ele era um estudioso, se tivesse alguma ideia nova ele usaria para seu próprio benefício.
Beato me entregou o “Costumes de Ibéria” de volta. Recebi o livro e o coloquei sobre a mesa.
– Nina é uma pessoa interessante.
Ele acariciou minha cabeça com um sorriso gentil.
– Acho que entendi um pouco porque Sua Majestade se importa com você.
Beato voltou a ler o livro dele. Balancei a cabeça ao ver ele lendo.
‘Tenho certeza que ele se importa, mas é só porque me tocar é refrescante.’
Um calafrio correu pelas minhas costas. De repente uma memória surgiu em minha mente.
Uma voz baixa sussurrando no meu ouvi. Olhos vermelhos brilhando sob os cílios ligeiramente abaixados.
– Vou cuidar de você, então fique ao meu lado por muito tempo.
Meu rosto começou a arder inexplicavelmente. Tentei acalmar o calor agitando minha mão como um leque.
‘É apenas porque você tem um rosto bonito…’
É contra as regras ser encantador e bonito. Tenho que me controlar! Não posso ser enganada pela beleza do rei! É uma armadilha!
Balancei a cabeça e esvaziei a mente.
***
A cortina balançou e a luz do sol entrou. Tentei segurá-la com as mãos mas não consegui. A janela estava aberta e o vento estava forte. Esperei que ele parasse, mas o vento continuou soprando.
Eu não conseguia segurar a cortina. Isso me deixou triste.
Lágrimas caíram sobre a moldura da janela. Os pontos escuros aumentaram gradativamente devido à umidade.
Eu não conseguia parar de chorar. Então a situação permaneceu assim.
Escutei uma voz nas minhas costas.
– Posso ler um livro às vezes aqui? A biblioteca está muito movimentada atualmente e é barulhenta.
Eu me virei lentamente e olhei para ele. Era o Beato. Ele sorriu brilhantemente para Nina.
– Toda vez que eu venho aqui, Nina está chorando. As outras criadas te incomodam muito?
Então me dei conta. Essa não era a minha memória.
‘É uma memória da Nina.’
No momento que percebi, meu coração se encheu de melancolia. Era uma cena tão triste que parecia que meu coração estava se despedaçando.
– Eu…
A voz de Nina era difícil de ouvir. No momento em que respirei fundo, meu peito doeu e eu abri os olhos.
– Ah!
Eu acordei de um sonho. Olhei em volta para me certificar de onde eu estava.
O quarto no extremo sul permanecia o mesmo. O uniforme de criada e o meu livro estavam bem acomodados sobre a mesa. Saí da cama coçando a cabeça. Ainda estava escuro, faltava um pouco para o amanhecer.
Era o mesmo lugar em que eu adormeci na noite passada.
– Nina…
Peguei os chinelos ao lado da cama e fui até a janela. Quando baixei a cortina, o brilho do nascer do sol entrou direto na sala.
Fiquei olhando pela janela com os braços cruzados. O lindo e triste nascer do sol ainda durou por um tempo.
O mundo era lindo, mas eu continuava suspirando sozinha. Eu me agachei e sussurrei.
– Você gostava do Beato?
Eu não sabia. Quando esse sentimento começou? A história original era centrada em Seraphei e no rei, então não havia muito sobre a Nina.
– Foi por isso que meu peito doeu.
Nina ficou tão triste de ver novamente a pessoa que ela gostou.
Murmurei enquanto olhava para a janela.
– Minha Nina é tão lamentável.
Foi uma vida curta de 15 anos, cheia de lágrimas. Eu me levantei novamente. O Castellium ao amanhecer era uma cena incrível, mas não pude evitar.
Lembrei-me do que Beato disse no meu sonho.
– Posso ler um livro às vezes aqui? A biblioteca está muito movimentada atualmente e é barulhenta.
A voz dele estava diferente de como ouvi mais cedo. Ele ficou mais romântico como se estivesse flertando. A novidade me fez rir um pouco. Era ridículo mas fofo.
– Então é assim que as coisas são…
Eu realmente não conseguia entender como isso aconteceu. Balancei a cabeça e tirei o pijama. O ar fresco da madrugada me fez sentir bem.
– Vamos ter um bom dia hoje.
‘Vamos nos animar hoje também, Nina.’
Estendi a mão para o uniforme de criada enquanto sussurrava isso. Uma parte do meu coração doía, mas tentei ignorar. Mesmo que esse fosse um sentimento de Nina, eu só queria esquecê-lo.
***
Assim que terminei meu café da manhã, Mary me disse para não ir para o quarto interno hoje. Quando perguntei o motivo, ela me disse que o rei não dormiu no quarto ontem a noite.
‘Então quer dizer que ele não vai todos os dias.’
O rei não adoecia a menos que usasse a sua magia. Portanto, não havia motivos para ir ao quarto de Seraphei.
‘Mas espera, o que está acontecendo entre eles?’
Parecia uma relação seca e profissional. O rei só dorme com o braço amarrado ao de Seraphei enquanto ela só reza e não liga pra nada. As vezes ela pedia para que ele a deixasse ir, mas acho que até disso ela já desistiu.
‘Acho que o relacionamento ardente deles não está progredindo? É por minha culpa?’
Acariciei meu pescoço. Ele ainda estava no lugar adequado.
– Minha expectativa de vida está aumentando?a
Se fosse olhar positivamente, eu diria que sim, mas precisava pensar bem antes de concluir algo. Além disso, eu já quase morri uma vez.
– Eu não sei.
Minha vida está ficando mais longa ou mais curta? Balancei a cabeça e abri a porta do laboratório. Ainda estava uma enorme bagunça de livros, enquanto o ruivo misturava várias e várias ervas.
Sentei-me na cadeira com familiaridade. Ele nem mesmo olhou para mim, apenas disse uma palavra.
– Coma.
A fruta já me era familiar. Acho que vou sentir coceira hoje. Mastiguei a fruta com determinação. Coceiras familiares surgiram na ponta dos meus pés.
– Coma isso também.
O homem verificou a erupção no meu rosto e me deu um remédio em pó e água.
– Não é nada estranho de novo, né?
– Esse é melhor.
Era duvidoso, mas não havia jeito. O pó era tão amargo que bebi toda a água do copo. A porta se abriu e outra pessoa entrou.
– Ah, você está aqui também.
O cavaleiro de armadura se aproximou. O ruivo que quase não tinha se movido até então disse com uma carranca na cara.
– Leo, você precisa de algo?
– Huh? Eu não.
– Então por que você veio ao laboratório?
O cavaleiro de cabelo curto disse com um sorriso amigável.
– Eu só queria falar com a criança e com o Dio.
O ruivo balançou a cabeça e suspirou. A visão me lembrou do Beato que veio para a sala de espera ler livros para evitar o barulho.
Pode ser estressante para ele que o laboratório se torne barulhento.
Professor Beato, você vem para a sala de espera hoje? Quão barulhenta é a biblioteca para você preferir se refugiar com as criadas?
Tradução: Holic.
Revisão: Holic.