Esposa Perfeita - Capítulo 26

Min Yuan

- Vamos.

No interior da floresta, Choi Muyung havia deixado um pequeno conversível. Eles também avistaram uma mochila com provisões para a viagem. JoonHun abriu a porta do passageiro para Yuan. Assim que ela entrou, ele se dirigiu ao outro lado e sentou no banco do motorista.

- Droga, por que ele conseguiu um carro tão pequeno?

Comparado com os carros que estava acostumado a dirigir, esse carro parecia muito pequeno.

Mesmo ainda estando coberta de suor frio, Yuan não pôde deixar de rir. Achou hilário ver JoonHun encolhido no banco do motorista enquanto dirigia.

- Como você pode rir nessa situação?

Ele resmungou enquanto perguntava.

- Basta olhar para você.

- Bem. Contanto que esteja se divertindo.

O motor do carro roncou quando começou a se mover lentamente.

Quando saíram da floresta, enxergaram uma estrada de duas mãos. As colinas verdes pareciam ondular. Olharam ao redor, JoonHun girou o volante e começou a seguir a oeste.

Com as duas mãos entrelaçadas, Yuan revisou frequentemente o espelho retrovisor. Apesar de suas preocupações, não parecia que ninguém os seguia. Estava tudo bem? Realmente tinham conseguido?

De repente, escutaram sirenes.

O sangue sumiu do rosto de Yuan. Não conseguia falar. No início pensou que estava apenas ouvindo coisas, mas depois de ver o rosto de JoonHun, soube que definitivamente eram sirenes de polícia.

- Ai meu Deus.

Um gemido saiu dos seus lábios.

O que eles deviam fazer?

Ficando terrivelmente pálida, olhou para JoonHun. Ele também estava pálido. Essa foi a primeira vez que o viu neste estado. Tinham sido descobertos? Tão rápido assim? Como poderiam escapar dessa situação?

Tinham agido contra um banco suíço. Mesmo o menor erro traria enormes repercussões. Ela teria que enfrentar as consequências. JoonHun também.

- Pare o carro.

A voz de Yuan estava tensa. Surpreso, JoonHun olhou para ela.

- Você precisa escapar. Rápido!

Os olhos dele se estreitaram e a encarou. De repente, ele começou a rir.

- Min Yuan, controle-se.

- JoonHun! Agora não é a hora para ser assim!

- Eu não vou a lugar nenhum sem você.

A voz dele era firme.

- JoonHun! Não seja ridículo. Você não fez nada. Pare o carro agora mesmo. Eu sou a única que fez isso!

Ele estendeu a mão e agarrou a dela. Apertou tão forte que ela não conseguiu se soltar.

- Min Yuan. Me escute bem.

Ele virou a cabeça e a olhou. Milhares de emoções giraram em torno deles como um tornado, mas os seus olhos não vacilaram.

- Eu não vou a lugar nenhum. Nós dois decidimos fazer isso e nós dois vamos tentar sair dessa juntos. Não se preocupe.

- JoonHun!

Podia agora ver claramente o carro da polícia. Dois carros brancos com decalques laranja se aproximavam rapidamente deles. A mão de JoonHun apertou o volante.

Lágrimas surgiram em seus olhos. Era tudo culpa dela. Era sua culpa que Joonhun tinha sido arrastado para essa situação. O que iria fazer agora??

Pararam o carro. Um silêncio insuportável os pressionou. JoonHun estava segurando firmemente a mão de Yuan, e os carros da polícia continuaram a se aproximar.

Uiiioouuuu!

Conforme o som das sirenes os alcançou, os carros de polícia de repente passara por eles e continuaram seu caminho em alta velocidade.

‘O quê?’

Chocada, assistiu eles se afastando. Observou conforme os carros de polícia passaram pela colina, deixando poeira em seu rastro.

‘Não estavam… nos seguindo?’

- Haa…

Finalmente soltou a respiração. Em toda essa confusão, ela não conseguiu pensar devidamente. Acreditou verdadeiramente que eles estavam os seguindo. Olhou para JoonHun. Ele estava a olhando de volta com surpresa.

Enquanto seguravam a mão um do outro não conseguiram se mover. O silêncio se estabeleceu. Não sabiam quem iniciou, mas os dois começaram a rir.

- Hahahahahaha.

Riram como se estivessem insanos. Eles se lembravam do rosto pálido um do outro e não conseguiam parar de rir. Yuan nunca pensou que veria esse tipo de expressão no rosto de Seo JoonHun. Ele estava terrivelmente pálido. Claro, ela também.

Não importava o quão corajosos fossem… e pensar que tinham feito algo louco contra um banco suíço…. Quando escutaram as sirenes, realmente acreditaram que seriam presos.

- Seria problemático se nós dois fossemos parar atrás das grades.

JoonHun mal aguentou o riso conforme falava.

- Desculpa, JoonHun. Mas você tinha que ver seu rosto ainda agora… Pfft.

Ela sabia que não deveria estar rindo, mas tinha sido a primeira vez que tinha visto JoonHun tão assustado.

- Pensei que minha vida tinha acabado pelo azar de ter encontrado uma esposa como você.

- Você não está errado. Que falta de sorte ter encontrado uma esposa como eu.

- Está bem. Desde que você saiba disso.

Ele riu e ligou o carro.

Continuaram em direção ao oeste. JoonHun continuou segurando a mão de Yuan enquanto com a outra mão segurava o volante. Quase não haviam carros na estrada. As poucas cidadezinhas que passaram pareciam muito pacíficas. A lânguida luz do sol cobriu suavemente as várias florestas e planícies.

- Agora, vamos lavar as mãos de tudo isso, certo? Está tudo acabado?

JoonHun falou. Yuan virou a cabeça e olhou para ele.

- Se alguém te escutasse pensaria que nós fazemos isso sempre.

- Mas não é verdade? Pelo que eu consigo me lembrar, essa já é a terceira vez.

- O que você quer dizer?

- Já esqueceu? Dubai e PyeongChang. Uau, como você esqueceu isso? Eu realmente me casei sem saber o quão assustadora você era.

- Você está certo. Me desculpe, Seo JoonHun.

- Eu não sei como você conseguiu parecer tão gentil em nosso encontro matrimonial.

- Eu me preparei muito para isso…

- Isso me faz pensar que é a assim que muitos homens são enganados para se casar.

Pfft. Yuan começou a rir de suas palavras.

- Uma mulher que você pensa ser gentil e atenciosa acaba sendo tremendamente intensa.

- Está certo. Mas agora você já é um cumplíce. Fazer o quê?

Mesmo que estivessem rindo e conversando, Yuan ainda se sentia nervosa. Ainda que eles não tivessem roubado o dinheiro, e sim o transferido para a conta de Hong SeRyung, estava arrependida de ter arrastado JoonHun para isso.

- Não tem nada que eu possa fazer. Vou apenas deixar isso nas mãos do destino.

Ele olhou para ela e sorriu.

- Mas mesmo assim, foi divertido.

- O quê?

- Se não fosse por você, quando eu poderia experimentar algo assim? Fui hackeado, invadi a casa de outra pessoa e até mesmo defraudei um banco suíço. Sabia disso? Também deveria ser grata. Sou o único homem que aceitaria viver com alguém como você. Se fosse qualquer outro eles simplesmente diriam “uau, Min Yuan” e fugiriam para as colinas.

‘Ah meu Deus.’

Yuan explodiu em risadas. Nunca pensou que Seo JoonHun diria algo assim. Sempre sério e frio, finalmente pareceu um ser humano. Sabia que ele estava fazendo piadas para tentar acalmar os nervos dela. Grata, concordou entusiasmada.

- Claro, você é o único que pode lidar com alguém como eu.

- Verdade. Você precisa ser grata pelo resto da sua vida.

‘Pelo resto de sua vida’

O sorriso de Yuan vacilou ligeiramente. Pelo resto da vida? Conseguiria ficar com ele pelo resto da vida dela? Isso era possível?

O vento soprou pela janela do carro. Seu cabelo estava desgrenhado enquanto olhava para o rosto sorridente de Seo JoonHun. Yuan prendeu a respiração. Nunca tinha o visto assim antes. Ele sempre tinha uma expressão fria enquanto usava ternos sociais rígidos, mas agora o seu rosto parecia tão despreocupado.

- O quê?

Ele manteve os olhos na estrada quando perguntou.

- Você está profundamente comovida por ser capaz de viver com um homem bonito como eu pelo resto da sua vida?

- O que você disse?

Os lábios de Yuan se abriram em choque. JoonHun virou a cabeça e a olhou rindo. Os olhou dela se estreitaram ao ver o sorriso caloroso do marido pela primeira vez na vida.

Ele levantou a mão e acariciou a bochecha dela levemente.

O carro não parou e continuou se dirigindo rumo a Paris. Levaria sete horas na estrada. Estava tão nervosa que não queria comer nada, mas JoonHun parou no meio do caminho e a fez comer um pouco de sopa e beber água.

Pouco depois, JoonHun recebeu uma curta mensagem pelo telefone. “Concluído”. Não havia indicação de quem tinha enviado a mensagem. No entanto, tinham certeza de que era por parte de Eri e Derrick. Yuan encarou a mensagem por um longo tempo antes de levantar a cabeça e olhar pela janela do carro.

Finalmente chegaram aos arredores de Paris. Podiam ver o pôr do sol se pondo entre os prédios antigos cinza-ardósia. O sol parecia com um ovo vermelho alaranjado pendurado no céu.

Finalmente voltaram para a realidade.

A vista noturna de Paris pelo jato particular era linda. Parecia que as estrelas tinham sido salpicadas pelo céu. A torre Eiffel à distância estava brilhando como uma lembrança de uma loja de presentes. JoonHun estava sentado ao lado de Yuan enquanto olhava para os documentos que não tinha tido a chance de analisar.

Como era um voo particular, não tinha mais ninguém na pequena cabine. Este avião tinha um sofá amplo e confortável e até mesmo uma cama.

- Você está triste porque estamos indo embora?

Sem olhar para ela, JoonHun perguntou. Yuan desviou o olhar da vista fora da janela e negou com a cabeça.

- Não. Já estive aqui inúmeras vezes enquanto frequentava a escola na Inglaterra.

- Mesmo assim… Vamos voltar aqui de férias da próxima vez.

Sorriu sem jeito ao ouví-lo dizer “próxima vez”. JoonHun falou como se tivesse absoluta certeza. Falou “próxima vez” e “pelo resto de nossas vidas” tão fácil. Honestamente, Yuan não estava tão segura.

Ninguém sabia que tipo de situação surgiria uma vez que a bomba da transferência da conta explodisse na Coreia. Isso era diferente do que tinha imaginado. Não importa o quanto se preparasse, nunca poderia ter tanta certeza do futuro.

Não como Seo JoonHun.

Ela se lembrou da primeira vez em que se encontraram. Ele estava usando um elegante terno azul marinho. Um homem frio. Ficou aliviada com suas palavras e comportamentos frios. Sentiu que seria fácil se casar e se divorciar depois.

No entanto, ele nunca iria se divorciar dela. Disse que tinha sentimentos por ela, que estava apaixonado. Apareceu no bairro de PyeongChang e até mesmo a acompanhou ao banco suíço. Ele havia a acompanhado nessa missão perigosa.

Ela poderia deixar um homem assim? Poderia rejeitar esse homem? O sentimento de culpa que estava sentindo e que a fazia continuar ao lado dele.. era amor?

Não sabia.

Estava exausta por gastar todas as energias pensando na situação do Presidente Min.

- Por que você fez isso?

Ela elevou a cabeça e perguntou do nada.

- Hm?

- Apenas porque… disse que não iria se separar de mim… Então quando você….

Queria perguntar quando ele percebeu que tinha sentimentos por ela.

JoonHun a olhou antes de se recostar na cadeira. Um leve sorriso se formou em seus lábios.

- Quando? Não tenho muita certeza…

- Deve ter algum momento que você deve se lembrar?

- Me pergunto o que foi…

Ele inclinou a cabeça antes de dizer “pouso de emergência”.

- O quê?

- Acho que aconteceu durante o pouso de emergência.

‘Hã? Pouso de emergência?’

Yuan de repente percebeu do que ele estava falando. Isso aconteceu no ano passado quando o casal foi para a Rússia. Devido a uma falha mecânica, o avião tinha feito um pouso de emergência na pequena cidade mongol de Murun. Havia uma família de três pessoas que estava compartilhando a cabine da primeira classe com eles. A segunda filha da família começou a fazer uma confusão.

- Coloque o avião de volta no ar! Agora!

Uma aeromoça estava de joelhos na frente da mulher enquanto tentava explicar a situação. A senhorita gritou com raiva e bateu na aeromoça.

- Você sabe o quanto o contrato que estou prestes a assinar vale? Vocês irão se responsabilizar se algo der errado? O que você vai fazer? Coloque o avião no ar agora mesmo!

O motor estava quebrado e uma nevasca caía do lado de fora da janela. Mesmo sabendo que seria impossível o avião voar nestas condições, a louca continuou a gritar e espernear como uma criança de três anos.

No entanto, o status da aeromoça era inferior ao da mulher. Não, ela tinha uma posição tão abaixo que nem seria capaz de tocar na desgraçada.

- Senhorita, por favor, acalme-se e…

- Me acalmar? Parece que eu posso ficar calma nessa situação?

Plaft! A mulher puxou o punho e deu outro soco na aeromoça. Ninguém na cabine da primeira classe interveio. A violência em pessoa estava apenas extravasando sua raiva. Era apenas uma perturbação insignificante para eles.

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Tradução: Holic.

Revisão: Tsubaki.

Esposa Perfeita - Capítulo 26

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