Como esconder o filho do imperador - Capítulo 39
‘Eu não me importo de verdade, mas vamos ter problemas se ela ficar irritada demais e colapsar’, Florin pensou.
— Sim, você está certa.
A marquesa concordou com a filha, cansada da raiva.
***
A marquesa caminhava pelo caminho do jardim.
Ela estava com dor de cabeça e irritada por causa de Astella e queria esfriar a cabeça com o ar fresco.
O jardim era silencioso à tarde.
A clara luz do sol logo envolveu calorosamente o jardim.
Um lírio-do-vale branco florescia no canteiro de flores, desaparecendo à luz do sol e exalando um perfume fresco.
A marquesa, que estava olhando ao redor do jardim, notou uma criança escondida entre as flores amarelas ao longe e parou.
O menino que ela conheceu no anexo de Astella um tempo atrás estava brincando no canteiro de flores.
— Por que ele veio até aqui?
A criança correu pelas flores amarelas que enchiam o canteiro de flores.
— Ele parece não ter modos.
A criança, que estava vagando pelo canteiro de flores, se ajoelhou e acariciou um grande pacote de pele dourada.
A marquesa não podia vê-lo de longe, mas provavelmente era um cachorro grande com pelo dourado.
Lá estava Astella à distância. E ao lado dela está o Imperador.
Mesmo à distância, era uma atmosfera amigável.
´Está enganando Sua Majestade, mulher astuta!´
A marquesa observou o que os dois estavam fazendo por um momento.
Astella, que veio com o imperador, chamou a criança no canteiro de flores.
Quando a criança saiu do canteiro, ela gentilmente acariciou sua cabeça.
‘… ela disse que ele é seu sobrinho?’
Ela não tem certeza, mas ouviu que a criança era parente por parte de mãe de Astella.
Diz-se que Astella o criou sozinha desde que ele era um bebê. Talvez seja por isso que Astella parecia cuidar dele como seu próprio filho.
Uma criança correndo no jardim e Astella olhando para ele com carinho.
Enquanto a marquesa olhava para eles, uma ideia veio à sua mente.
Era uma ideia inteligente o suficiente para a marquesa de mente pequena pensar.
— Você aí!
A marquesa chamou a empregada.
Era uma empregada que conhecia há muito tempo.
Com a ponta de seu leque, ela apontou para Theor brincando perto do canteiro de flores ao longe.
— Pegue esse garoto secretamente.
— Perdão?
A empregada ergueu a cabeça, surpresa.
— Mas ele é um convidado de Sua Majestade…
— Não se preocupe. Eu vou precisar dele só por um tempo.
A marquesa decidiu se vingar contra Astella usando a criança.
‘Eu definitivamente vou fazer você pagar.’
‘Eu vou ver você prantear e chorar.’
O imperador com grande poder não podia ser tocado, então ela estava tentando descarregar sua ira contra Astella.
***
Astella deu banho em Theor e voltou ao quarto de seu avô.
— Por que você disse coisas estranhas para Sua Majestade?
Astella perguntou-o um pouco irritada.
— Ele vai entender mal, vovô.
O marquês estava sentado à janela tomando chá.
— Deixei-o me entender mal. Afinal, ele já pensa que eu era um velho arrogante.
Ignorando as repreensões de sua neta, ele bebeu o chá sem pressa.
Então ele viu o rosto zangado de Astella e se desculpou novamente.
— Não seria melhor para mim se eu for mal interpretado? Dessa forma, seria natural para ele pensar que eu expulsei a mãe da criança por causa de status.
Não estava totalmente errado. Se o Marquês der a impressão de que ele é uma pessoa gentil e de mente aberta, sem se importar com status, Kaizen poderia suspeitar da história do nascimento de Theor.
Seria difícil explicar, começando por ter expulsado a mãe assim que o bebê nasceu.
Astella suspirou e sentou-se em frente ao avô.
— Sinto muito. Por minha causa, você está em um mal-entendido.
Astella sempre sentiu muito pelo Vô.
Desde o momento em que descobriu que estava grávida, ela continuou recebendo ajuda dele, e agora ele está sofrendo tanto por causa dela.
Ela não podia deixar de se sentir culpada.
Além disso, seu avô se tornou cúmplice disso e estava se arriscando com Astella.
— Se é para proteger você e Theor, não me importo de ser mal interpretado.
O sol da tarde enchia o jardim visto pela janela.
As pétalas que adornavam o canteiro de flores exibiam suas cores coloridas na luz solar.
O Marquês disse calmamente enquanto olhava para a paisagem pacífica
— Eu tive apenas dois filhos, mas todos eles estão mortos. Meu neto Sigmund também está morto, então agora só me restam você e Theor.
Astella, que estava ouvindo em silêncio, respondeu:
— E meu irmão, Fritz?
— Ele sequer fala comigo. Um pirralho…!
Quando o marquês foi incriminado e expulso, o Duque de Reston rapidamente separou-se dele, dizendo que sua esposa havia morrido e que o relacionamento com ele também havia sido cortado.
Como resultado, os dois se tornaram inimigos e Astella e seu irmão não podiam ver seu avô materno com muita frequência. Ainda assim, Astella escrevia cartas para seu avô.
No entanto, seu irmão mais velho, Fritz, cortou o contato com seu avô a comando de seu pai.
‘Parando para pensar, nós não nos vemos desde que saí de casa.
Os dois se davam muito bem. Eram irmãos próximos.
Fritz é um homem sincero e capaz.
Quando jovem, dedicou-se para estudar dia e noite, e à medida que crescia, ele trabalhou incansavelmente. Há seis anos, quando Astella se divorciou e deixou a capital, Fritz a perseguiu até a porta da frente da mansão e parou Astella.
— Onde você está indo? Não faça nada estúpido, peça perdão ao pai.
Naquele momento, Astella desistiu de esperar algo de seu único irmão.
Ela não precisava do afeto de um irmão reprovador, sem uma única palavra de consolo para sua irmã que voltou para casa depois de apenas um dia de casamento.
Depois disso, eles não se viram por seis anos.
Ela ouviu que Fritz também deixou os Cavaleiros Templários quando seu pai decaiu, mas ela não foi informada de como ele está se saindo desde então.
E nem queria saber como ele está.
‘Nunca mais vamos nos ver, de qualquer forma.’
Mesmo que fosse a capital, ela não tinha intenções de ver sua família.
O marquês, olhando para fora da janela, abaixou a xícara de chá e perguntou:
— E então, por que o imperador veio visitá-la de repente?
— Ah, isso…
Astella passou as palavras de Kaizen para seu avô.
— Ele te disse para atender ao baile? Ele não parecia ter uma personalidade tão cortês.
— Não é grande coisa.
De qualquer forma, o baile era uma boa oportunidade.
‘Para ganhar a permissão rapidamente, será melhor perguntar quando ele estiver com pressa.’
É melhor pedir por decisões rápidas sem dar tempo para conversas longas cheias de perguntas.
Então dessa vez, Astella decidiu pedir a permissão do imperador no salão de baile.
— Você está bem…?
Perguntou seu avô com olhar preocupado.
Astella sabia sobre o que ele estava preocupado.
Ela era a ex- imperatriz que foi afastada. Além disso, sua família perdeu o poder.
Estando diante de outras pessoas ela ouviria cochichos desagradáveis.
— Claro.
Desde que ela consiga enviar Theor, o resto não importa.
Após observar sua neta cuidadosamente, o marquês suspirou.
— …Eles se parecem.
Astella olhou na direção do avô ao ouvir sua voz séria.
Um sentimento amargo permeava os olhos azuis de seu avô.
— Depois de vir aqui e ver o imperador, eu compreendo. Eles se parecem muito. É surpreendente que outras pessoas não tenham percebido.
— …
Houve uma época.
Astella desejou que Theor não se parecesse com Kaizen.
Dizem que crianças no ventre nascem contra os desejos dos pais.
Astella sorriu escondendo os pensamentos amargos.
— Seu pai pode reconhecê-lo.
A voz do marquês estava cheia de ansiedade.
— Seu pai é uma das pessoas mais astutas e espertas que eu conheço. Ele também tem olhos bons. Poderá reconhecê-lo assim que o ver.
Astella pensava o mesmo.
Theor se parece muito com Kaizen quando era mais novo.
E seu pai, Duque de Reston, esteve observando Kaizen crescer desde que era recém-nascido.
‘O que aconteceria se ele visse Theor?’
E ao lado dele, Astella.
A ligeira perspicácia de seu pai poderia notar tudo assim que o ver.
As coisas ficariam piores se seu pai descobrisse.
Era muito mais assustador do que ser descoberto por Kaizen.
Tradução: Harumi.
Revisão: Bússola.