Como esconder o filho do imperador - Capítulo 21
Velian era leal do seu próprio jeito.
Ele sempre tinha a coragem para aconselhar Sua Majestade, o Imperador, sempre que necessário.
‘Uma criança herdar a pensão seria contra a lei… É melhor repensar essa ideia.’
Nesta situação, ele preferiu ficar em silêncio.
‘Bem, não posso evitar. De qualquer forma, ninguém pode se opor a Sua Majestade. No entanto, se houver algum problema, Lady Astella, a pessoa em questão, não aceitará essa decisão.’
E havia outro problema.
A expressão de Astella correndo pela chuva fria permaneceu em sua mente.
‘Não importa o quanto eu pense sobre isso, parece que há algo de errado com a criança. Ele está realmente doente?’
Não importa se é simplesmente uma doença crônica, mas se for uma doença contagiosa, há um problema.
Ele continuaria a acompanhar Sua Majestade, o Imperador, durante a viagem, mas e se a criança sofresse de uma doença suspeita?
‘Não sei o que é, mas suspeito que ela esteja escondendo alguma coisa.’
Velian pensou enquanto observava a paisagem do caminho.
Seria melhor investigar cuidadosamente.
***
A cena de uma floresta pacífica passou rapidamente pela janela.
A comitiva atravessava rapidamente a estrada da floresta.
Estava mais tarde do que o esperado, mas chegariam ao destino em mais três dias.
Astella suspirou, apoiando as costas no banco.
Depois de ficar nervosa por vários dias, ela estava cansada e sua cabeça estava pesada.
‘Mas já passou…’
Muita coisa aconteceu em pouco tempo, mas essa provação finalmente terminará em apenas mais alguns dias.
Mesmo em meio ao cansaço, uma sensação de alívio veio.
O cão deitado no chão levantou a cabeça quando ouviu o movimento de Astella.
Os olhos claros que pareciam bolas de gude a encararam. Astella sorriu amargamente para aquela cara fofa.
***
Foi bom usar seu avô para obter a permissão do imperador. Estava um pouco fora do plano que Kaizen e seu grupo estivessem juntos, mas era melhor do que passar um tempo com ele e ficar preso no Castelo de Maern.
De qualquer forma, ela poderá enviar Theor de volta desde que chegue ao Castelo Dentsu.
Mas assim que ela começou a se preparar para a partida, surgiu um pequeno obstáculo.
Pouco antes da partida, Astella cautelosamente
acalmou Theor, que segurou o choro.
— Temos que percorrer um longo caminho, mas não seria difícil para o cão? E a cidade natal deste cão é aqui.
Lágrimas encheram os olhos azuis de Theor.
— Sua Majestade disse que era um presente para mim…
Theor não era uma criança teimosa.
Ele geralmente era quieto e obedecia bem.
Ele sempre ficava convencido se Astella explicasse cuidadosamente o por que dele não deveria ser teimoso.
Mas desta vez ele não desistiu tão facilmente.
Theor chorou e abraçou o pescoço do cão.
A cena de uma criancinha segurando um cachorro era muito fofa.
Os criados que estavam se preparando para a praia notaram o que estava acontecendo e compartilharam sorrisos de pena.
‘O que eu devo fazer…’
Foi quando Kaizen, que saia do castelo, encontrou os dois e parou.
Parecia que ele rapidamente entendeu a situação ao olhar para Theor pendurando o cão com um rosto choroso.
Kaizen se aproximou deles e interviu.
— Por que? Eu dei este cão de presente para ele.
Astella ficou atordoada com a aparição de Kaizen perguntando qual era o problema.
Ela explicou a Kaizen a dificuldade de criar um cachorro.
— Porque Theor é muito novo, estou preocupada que ele não saiba cuidar do cão. E…
Kaizen não deu ouvidos e cortou suas palavras.
— Não haverá problema porque é um cão bem treinado. Apenas aceite. Aos cinco anos tudo bem ter um cachorro.
Astella percebeu que não poderia convencer Kaizen. Afinal, foi ele quem deu um cachorro como presente para uma criança de cinco anos.
Quando ela tentou explicar a essa pessoa porque ela não podia deixar uma criancinha e o cachorro grande sozinhos, ele não quis ouvir.
Ainda assim, Astella tentou refutar mais.
Enquanto Astella continuava a objetar, Kaizen disse com amarga zombaria:
— Agora você vai recusar o presente que eu dei à criança também?
Astella, que já havia recusado, perdeu a chance de refutá-lo.
Kaizen virou-se e acariciou o cabelo bem arrumado de Theor.
— Está tudo bem. Você pode ficar com o cão e criá-lo.
— Obrigado, Vossa Majestade!
Theor riu de alegria e depois olhou para Astella, que também assentiu sem muito esforço.
— Mas você deve ser legal, nunca o trate mal.
— Sim, eu vou cuidar bem dele!
Theor abraçou o cão com alegria. O cão sacudiu sua cauda fofa.
***
‘Bem, agora haverá a pensão, então eu posso criar um cachorro.’
Se ela ensinasse bem Theor, ficaria tudo bem.
Como não era possível voltar atrás, Astella decidiu pensar da maneira mais positiva possível.
‘Agora há um problema mais importante do que isso.’
Astella pegou o vidro de poção. A poção azul estava pela metade no pequeno frasco de vidro.
Quando ela foi levada pelos soldados de Kaizen, estava cheio.
‘Fiquei muito tempo no castelo.’
Ela estava planejando obter algumas ervas na floresta, mas desde o primeiro dia, ela não teve tempo para dizer que gostaria de ir à floresta.
Depois disso, choveu. Então ela não podia sair.
‘E Kaizen de repente levou Theor para a cabana de caça…’
Astella suspirou e contou nos dedos para descobrir quantas vezes mais teria que colocar a poção até chegar ao seu destino.
‘De alguma forma… parece ser insuficiente.’
O tempo restante é de três dias.
Isso significa que ela tem que pingar a poção pelo menos seis ou sete vezes nos olhos de Theor.
‘É fácil fazer a poção, mas se eu tiver a ingredientes…’
Os ingredientes eram ervas que podiam ser facilmente obtidas em qualquer lugar da floresta, mas agora Astella estava acompanhada do grupo do imperador.
A essa altura, não havia como dizer que ela iria à loja de remédios buscar ervas medicinais.
Mesmo que ela consiga ervas, ela não poderá fazer a poção na carruagem.
Astella vasculhou a caixa de remédios para checar os ingredientes e em seguida olhou para fora.
Uma estrada de floresta plana foi vista através do vidro transparente.
Com uma estrada plana no meio, havia árvores verde-escuras de cada lado.
Ela não tinha escolha a não ser sair escondida para a floresta quando a oportunidade surgisse.
Felizmente, o lugar para passar a noite era uma pousada perto da floresta.
Ela ouviu que uma aldeia também não estava longe da pousada.
O castelo que ela ficou ontem estava em lugar remoto.
No entanto, se for uma pousada perto de uma vila, será possível que ela saia por um tempo.
‘Tenho de dizer ao Theor para sair e ver a vila.’
Theor adormeceu no joelho de Astella.
Astella colocou um cobertor sobre o ombro de Theor.
Faltavam três dias para chegar ao Castelo Dentsu.
***
Chegaram na pousada ao pôr do sol.
Uma estalagem construída de pedra cinzenta erguia-se alta com o céu poente e a floresta escura de fundo.
Era uma estalagem velha e decadente.
Um velho que parecia ser o gerente da pousada cumprimentou o imperador com um nervosismo aparente..
O estreito jardim da frente estava cheio de servos e empregados carregando bagagens. Astella desceu da carruagem, pegou a
mão da criança, e entrou na estalagem.
Velian de repente chegou até o velho homem e perguntou:
— Tem algum farmacêutico por aqui? Alguém que conheça bem ervas medicinais?
***
Astella segurou a mão de Theor e subiu escadas sinuosas.
Depois de muito tempo subindo as escadas, avistava-se um corredor estreito e, no final, havia um caminho para o quarto.
— Por aqui, senhora.
A criada que guiava a sala abriu a porta de madeira. Havia uma grande sala com um teto alto. Paredes feitas de pedras cinza-escuras em todos os lados, e tapeçarias antigas estavam penduradas de um lado. Uma grande cama no centro, uma pequena mesa de madeira, cadeiras e um espelho na parede são todos os móveis.
Estava bem arrumado, mas era algo que poderia ter sido popular cerca de cem anos atrás. O quarto estava um pouco gasto para ser entregue ao cliente.
‘É a estalagem onde o imperador está hospedado, mas é uma pequena vila em um canto do império, então não parece estar em boas condições.’
Tradução: Harumi.
Revisão: Michi.