Como esconder o filho do imperador - Capítulo 188 [FINAL]
Astella tinha muita experiência no preparo de alimentos. Um menu simples pode ser elaborado com habilidade a qualquer momento.
—Hannah, saia um pouco da cozinha.
Felizmente, o palácio da imperatriz estava equipado com uma pequena cozinha além da cozinha oficial.
Era um local para preparar refeições para as empregadas.
Astella trouxe as criadas e foi lá rapidamente preparar alguns pratos simples.
Ela decidiu preparar uma sobremesa, um doce de pêra cozida, torta de frutas, biscoitos simples e vinho.
Felizmente, os ingredientes importantes estavam prontos de antemão. Havia sobras de frutas cozidas, geleias e bolos, para economizar tempo.
Quando ela terminou de cozinhar, olhou a bandeja feita por ela.
Bolo doce de morango com calda dourada. Biscoitos com sabor de manteiga. Peras agridoces em conserva com suco doce.
Também foi servido um vinho perfumado que combinava bem com a sobremesa.
— Deve ter tido dificuldades para fazer tudo isso… Eu teria te ajudado se tivesse me contado antes.
Hannah falou baixinho enquanto movia as sobremesas feitas por Astella.
— Não. Eu queria fazer isso sozinha.
—…
Hannah parecia um pouco insatisfeita, mas não disse nada de ruim sobre Kaizen.
Depois do jantar com as crianças, Astella serviu as sobremesas na mesa do quarto. Ela arrumou as lindas sobremesas em uma linda tigela e um pequeno vaso com taças de vinho e flores perfumadas.
Ela os decorou assim e esperou, mas Kaizen não veio. O dia acabou e a hora de dormir passou, mas ele não apareceu.
‘Ele realmente não vem?’
Normalmente, ele enviaria um criado com antecedência se não fosse visitá-la.
A essa altura, Astella já havia perdido a paciência e estava prestes a enviar uma mensagem para entrar em contato com o Palácio do Imperador.
—Vossa Majestade a Imperatriz, Sua Majestade o Imperador…
Hannah abriu a porta e anunciou a chegada do Kaizen.
Kaizen estava atrás dela.
—Astella.
—Vossa Majestade.
Astella, que já o esperava há muito tempo, levantou-se da cadeira com o semblante alegre.
No entanto, Kaizen entrou com uma expressão rígida.
Hannah olhou para as costas dele, abaixou a cabeça e fechou a porta com um olhar leve.
Kaizen caminhou em direção à mesa onde Astella estava, e embora não demonstrasse por fora, parecia não estar muito confortável com a situação.
Astella parecia ter uma pequena caixa de papel nas mãos.
— Sinto muito pelo que aconteceu hoje. Eu não deveria ter ficado com raiva.
—Quê?
Kaizen suspirou profundamente e disse:
—Também pedirei desculpas à Duquesa e ao Zeke mais tarde.
De manhã, ele ficou muito bravo e foi embora. Parece que ele mudou de ideia e se arrependeu de suas ações.
‘Mais uma vez foi você quem se desculpou primeiro.’
Astella deu um sorriso amargo.
—Eu queimei os papeis.
Kaizen apenas olhou para ela em silêncio.
—Foi isso que te deixou com raiva, certo? Desculpe. Eu deveria ter me livrado disso.
—Não.
Kaizen lembrou-se do momento em que os dois escreveram tal acordo. Naquela época, a Astella tinha todo o direito de solicitar esse contrato.
Porque ele a estava forçando a se casar com ele sob o pretexto de Theor.
Ele tinha que agradecer a Astella por decidir ficar ao seu lado apesar de tudo o que aconteceu naquela época.
O olhar de Astella mudou-se para a mesa. Kaizen ficou surpreso ao ver a comida e a bebida na mesa.
—Você estava bebendo?
—Não, eu estava esperando por Vossa Majestade.
Astella fugiu de seu olhar ao sentir suas orelhas queimando.
—Não é grande coisa, mas eu mesma o preparei. Para quando você chegasse.
Kaizen olhou para a mesa com olhos surpresos.
Havia tortinhas, biscoitos e doces coloridos.
— Você fez isso?
—Sim.
—Por quê?
—…
Astella franziu a testa com sua pergunta.
– Por que você acha?
Kaizen percebeu que havia colocado esse tipo de devoção para tentar resolver o que havia acontecido durante o dia.
—Obrigado. Eu deveria ter vindo mais cedo.
Uma careta de arrependimento cruzou o rosto de Kaizen. Quando Astella olhou para ele, se perguntou se ele tinha trabalhado muito hoje.
Ele entregou a ela a pequena caixa de papel que segurava na mão.
—Tome.
—O que é isso?
— Eu fiz isso… para dar para você.
Era um tom de total falta de confiança.
Astella pegou a caixa com olhos questionáveis e abriu-a rapidamente. Ela esperava que algo como joias aparecesse.
Mas o que saiu da caixa foi algo que ela nunca teria imaginado.
—Isso é… é papel?
Astella perguntou, olhando para a garrafa de vidro na caixa.
Havia pequenas flores coloridas de papel em uma garrafa de vidro do tamanho de um vaso normal.
Eram pequenas flores feitas de papel brilhante. Várias dezenas de flores do tamanho de uma unha enchiam a garrafa de vidro.
Astella já tinha visto algo assim antes. Quando era jovem, viu seus amigos fazerem pássaros e estrelas de papel e colocá-los em garrafas de vidro.
Astella queria fazer também, mas desistiu porque achou que seria muito trabalhoso.
Agora Kaizen apareceu com uma garrafa de vidro cheia de flores de papel. Astella perguntou novamente, com um olhar cheio de suspeita.
—Você mesmo os fez?
—…Sim.
Kaizen evitou seu olhar, um pouco envergonhado.
Quando ele olhou para o rosto surpreso de Astella, sentiu suas orelhas começarem a ficar vermelhas.
Quando ele estava decidindo que presente dar a Astella, Fritz primeiro fez perguntas.
—O que você quer fazer?
Kaizen de repente se lembrou de Estella e Zeke, que estavam fazendo colares de flores.
Naquele momento, ele só sentiu ciúme de Zeke por causa da atenção de Estella, mas quando recuperou os sentidos, seu coração se comoveu com a cena.
Para ser exato, ele achou a cena infantil fofa e natural, então refletiu sobre o que aconteceu no passado.
Para Kaizen, o passado sempre foi uma algema pesada e dolorosa.
Embora ele e Astella tenham crescido juntos, não existiam lembranças tão amigáveis e agradáveis.
Astella sempre quis brincar com ele no jardim ou na estufa, mas Kaizen sempre rejeitou seu pedido, dizendo que odiava brincadeiras infantis.
Ele disse, amargamente arrependido.
— Quero fazer algo que pareça uma flor.
— Uma flor?
— Bem… As mulheres geralmente gostam de flores.
Ele se sentiu desconfortável de alguma forma, então Kaizen falou o mais calmamente possível. Por outro lado, ele estava preocupado.
‘Flores… como eu poderia fazê-las?’
Ele nunca tinha feito colares de flores no jardim.
No entanto, não poderia sair para o jardim e fazer um agora.
Não seria uma cena muito estranha o Imperador fazer correntes de flores com o seu cunhado no jardim do palácio imperial?
Além disso, um colar feito de flores murcharia depois de um dia.
Vendo Kaizen franzir a testa, Fritz ponderou por um momento e disse.
—Hmm… Já vi mulheres fazerem flores de barro antes.
Ele estava falando de uma arte extremamente árdua de misturar pó com água de rosas, amassar, fazer flores com ela e depois até cobrir com pó vermelho.
Dessa forma, ficaria completa uma linda flor com um aroma encantador.
Kaizen nunca fez uma arte tão difícil. Na verdade, nunca tinha feito nada com barro.
Embora não tivesse experiência, Kaizen estava confiante. Ele pensou que poderia fazer isso.
Ele ordenou que seu assistente procurasse os materiais. O ajudante trouxe apressadamente os ingredientes com um olhar curioso.
No entanto, não foi surpresa que Kaizen não fosse bom em fazer formas de massa, e ao contrário do esperado, fazer flores com massa macia e pulverulenta era incrivelmente difícil.
Ao amassar a massa para fazer as pétalas, se colasse uma a uma e desse a força errada, as pétalas se desfariam rapidamente.
Mesmo que várias pétalas estivessem presas ao caule da flor, se ele tocasse incorretamente, ele esmagaria os cantos.
Kaizen percebeu pela primeira vez que fazer algo com argila era muito difícil. Estella e Theor sempre faziam animais e flores de barro.
Depois de apertar as pétalas dezenas de vezes, Kaizen finalmente abandonou a arte do barro.
Ele levou três horas para desistir. A essa altura, Fritz também parecia arrependido.
—Majestade, sinto muito, mas tenho que ir ao Ministério do Interior.
—Não.
Kaizen cerrou os dentes e respondeu, esmagando a 52ª pétala.
Ele percebeu que Fritz havia feito essa sugestão para zombar dele.
Mas Kaizen queria completar este ‘presente cuidadoso’.
E se ele quisesse que esse presente ficasse pronto no tempo que lhe restava, ele precisava absolutamente de Fritz.
—Eu não posso fazer isso. O que mais há?
Kaizen jogou fora a massa e pediu uma alternativa.
Fritz suspirou e sugeriu que eu fizesse com papel porque não tinha mais tempo.
—Se dobrar pequenas flores de papel e colocá-las em uma garrafa de vidro, ela vai gostar. Talvez você devesse…
Ele disse que viu seus amigos darem esse tipo de presentes durante sua adolescência.
Fritz não confiou na própria proposta, mas Kaizen gostou da opinião.
Limparam a massa, pegaram papel colorido e tentaram dobrar as flores.
Dobrar flores com papel era difícil além da imaginação, mas ainda assim era melhor que o barro.
Pelo menos as pétalas não eram esmagadas em um instante só porque se tocava errado em um canto.
Kaizen aprendeu como fazer isso depois de vários fracassos.
E estava ocupado porque também tinha que lidar com trabalhos urgentes no meio da confecção de flores de papel.
Kaizen conseguiu encher o pote de flores com a ajuda de seus assistentes, Lannis e Fritz.
Fritz fez uma expressão de arrependimento e Lannis olhou para eles sem entender por que estava fazendo isso, mas os dois dobraram o papel com diligência.
Sentado entre eles, Kaizen demonstrou grande concentração e dobrou as flores de papel.
—Ahahaha!
Astella, que ouviu toda a história, imediatamente começou a rir. Ela riu, cobrindo a boca e curvando a cintura.
—Não ria.
Kaizen falou com uma voz insatisfeita.
Fritz provavelmente iria rir por muito tempo contando essa história com seu avô materno, o Marquês Carlenberg.
Astella olhou para a garrafa de vidro de uma forma engraçada.
‘Mas é impressionante que ele tenha feito isso ele mesmo.’
Astella acariciou a garrafa de vidro e colocou-a sobre a mesa. Os dois sentaram-se frente a frente com a mesa entre eles.
Kaizen tomou um gole de vinho e provou a torta de morango.
O sabor de morangos frescos misturados com creme doce encheu sua boca.
— Está delicioso.
—Você não vai comer primeiro?
Astella se perguntou se ele já havia jantado. Ele não estava contendo sua fome para se apressar em lhe dar o presente?
—Estou bem.
Kaizen disse que estava tudo bem, e continuou cortando o bolo. Afinal, ele parecia estar com fome.
Kaizen provou lentamente as peras agridoces em conserva e disse, como se estivesse um pouco comovido.
—É muito bom. É a primeira vez que como uma sobremesa tão deliciosa.
— Não é porque você não jantou?
— Não. É realmente uma delícia.
Kaizen esvaziou todas as tigelas e disse com um sorriso.
— Já faz muito tempo que não experimentei sua comida.
— Que bom que gostou.
Foi a primeira vez desde que foram para o território que ela preparou comida e a compartilhou com ele.
Kaizen ergueu uma taça de vinho e sorriu encantadoramente.
—Eu te disse. Eu gosto de tudo que você me dá.
— Da próxima vez posso te dar muito sal.
Astella respondeu com calma, mas por dentro ela se sentiu tocada, gostou disso, achou que talvez devesse fazer isso mais vezes.
Ela pensou que estava sendo muito indiferente. Todo esse tempo, Kaizen cuidou da princesa e trabalhou no Palácio Imperial.
A garrafa de vidro que ele trouxe foi colocada ao lado da mesa. A luz da lareira refletia na garrafa de vidro e uma sombra brilhante a rodeava.
Astella pegou a garrafa de vidro e olhou as flores dentro.
Quando olhou novamente, o papel de que as flores eram feitas brilhava suavemente.
Astella percebeu tardiamente qual era o papel.
Este papel era feito com pó de pedras preciosas. Era um papel caro que servia apenas como decoração para presentes especiais.
Ele havia feito flores com esse papel caro.
—São flores muito caras.
Ela se perguntou quanto papel Kaizen havia desperdiçado para fazer tantas flores. Mas não queria estragar o clima apontando esse fato.
Kaizen, que estava comendo tortinhas, respondeu com indiferença.
—Não são feitas de joias de verdade…
Astella ouviu e sorriu silenciosamente e negou.
—É mais bonito que joias.
Flores de papel feitas pelo Imperador. Ela pensou que algo assim era inédito na história do Império.
—Você gostou?
—Claro. Esta é a primeira vez que recebo um presente como este.
Astella olhou para a garrafa de vidro com um olhar amoroso. Embora feitas com habilidade desajeitada, eram flores únicas.
Quando pensou em Kaizen lutando para fazer isso, certamente parecia que cada pétala de flor continha sua sinceridade.
Quando ela era jovem, tinha inveja dos amigos trocando esses pequenos presentes.
Depois de se casar novamente e restabelecer o relacionamento, ela recebeu todos os tipos de joias e enfeites de Kaizen como presentes, incluindo uma estufa e um palácio.
Mas nunca imaginou que receberia um presente como esse. Kaizen largou o garfo e olhou para Astella e a garrafa de vidro e sorriu.
A luz suave do lustre lançou um brilho quente no rosto feliz de Astella.
De repente, Kaizen pensou novamente em Estella e Zeke, que estavam fazendo colares de flores juntos no jardim.
Ele e Astella poderiam ter crescido assim?
Foi apenas um sonho vão, mas Kaizen pensou um pouco.
Imaginou fazer colares, colher flores e brincar no jardim com a jovem Astella.
Mas foi apenas uma ilusão. Quando criança, Kaizen perdeu a oportunidade de criar lembranças felizes com ela.
Se pudesse voltar no tempo, Kaizen teria feito colares de flores para a jovem Astella e lhe dado inúmeras flores em papel colorido.
Se ao menos ele pudesse retroceder todo o tempo que desperdiçou…
— Farei mais quando você quiser.
O passado era irreversível, mas o que ele podia fazer era valorizar cada momento que passava com Astella.
Os olhos verdes claros olharam para ele e sorriram calmamente.
—Então farei bolos e biscoitos em troca das flores de papel. Embora eu não tenha confiança para fazer isso todos os dias.
Kaizen se inclinou sobre Astella e a beijou levemente na testa.
Então ele lentamente colocou seus lábios nos dela e se beijaram calorosamente.
Foi um beijo adorável e doce, tão doce quanto flores de papel e sobremesas.
<FIM>