Como esconder o filho do imperador - Capítulo 169 [FIM DA HISTÓRIA PRINCIPAL]
O grupo ficou quase 15 dias na mansão do avô materno.
Astella ficou muito feliz, mas já fazia tanto tempo que ela pensou que poderia estar causando transtornos ao avô.
Mesmo assim, seu avô materno tratou o grupo do Imperador sem nenhum inconveniente.
Felizmente, não houve nevasca forte como no primeiro dia depois disso.
Assim que a neve acumulada na estrada foi removida, Theor ia todos os dias para a velha casa brincar.
Astella também não tinha nada para fazer na mansão, então ela seguia Theor todos os dias com Kaizen.
Os três passavam o dia inteiro brincando juntos no quintal como família.
No último dia antes da partida, os três foram juntos para a antiga casa. Naquele dia, o vovô também foi com eles.
─ Não há problema em ficar mais um pouco.
─ Estamos incomodando você há muito tempo. Temos que voltar agora.
─ Lamento saber.
Astella sentiu o mesmo. Também foi uma pena sair de lá e ficar separada do avô por um tempo.
Mesmo assim, ela decidiu ser otimista.
─ Nos veremos novamente na primavera.
Ela também podia voltar outra hora se houvesse oportunidade.
Astella finalmente fez as malas e entrou na carruagem, voltando para Theor e Kaizen, que estavam brincando no quintal.
─ Ambos estão exagerando. Apenas façam uma pausa por um momento.
Kaizen, Theor e Panqueca estavam brincando com bola no quintal coberto de neve.
─ Planejei fazer uma pequena pausa caso Theor se sentisse cansado.
Kaizen balançou a cabeça, dizendo que eles estavam bem. Enquanto conversavam, Theor correu com Panqueca para o fundo do quintal.
─ Às vezes Theor parece ser mais saudável que eu.
─ Você está muito cansado?
Kaizen sorriu levemente com a pergunta preocupada de Astella.
─ Estou bem. E você?
Astella pegou uma toalha de mão com um leve sorriso no rosto. Ela enxugou o suor da testa de Kaizen.
─ Embora esteja cansado, estou muito confortável e feliz aqui, então não sinto que estou realmente cansado.
Esta devia ser a razão pela qual todos vieram brincar. Quando você está tão feliz, não consegue se sentir cansado ou exausto.
Mesmo que os três tenham ficado cansados quando voltaram para a mansão, eles se sentiram bem.
Já era noite, o sol estava inclinado na beira da montanha. Não havia ninguém além dos dois no pequeno jardim no pôr do sol.
A neve branca no telhado ficou tingida de vermelho pelo brilho.
Astella olhou para os flocos de neve amarelos e pensou.
‘Esta felicidade não teria existido se as coisas não tivessem acontecido como aconteceram.’
Graças à ajuda de seu avô e de Gretel, e aos esforços desesperados de Astella, ela sobreviveu seis anos nesse lugar.
Foi também graças à paciência e carinho de Kaizen que ela conseguiu perdoá-lo e encontrar a felicidade, afinal.
Kaizen virou-se para Astella, que observava o pôr do sol.
─ Vamos voltar?
Astella segurou a mão dele com um leve sorriso.
─ Sim, Vossa Majestade.
Ele acreditava que desta vez poderia retornar ao palácio imperial com muito prazer.
* * *
A primavera na capital chegou muito mais rápida do que no leste.
Cerca de um mês depois de Astella retornar à capital, o gelo começou a derreter e as flores começaram a brotar. A felicidade daquela primavera passou com uma calma excepcional.
─ Theor, você deve tomar cuidado para não desviar o olhar.
Astella olhou pela janela e suspirou. Theor, que estava montando um pônei no quintal do jardim, viu-a e cumprimentou-a.
─ Mãe, estou bem.
─ Mas você ainda tem que segurar as rédeas com força.
Assim que o frio passou, Theor começou a praticar seriamente a equitação.
Serbel, olhando para Theor, aproximou-se de Astella.
─ Sua Alteza o Príncipe Herdeiro é surpreendentemente cauteloso, então não precisa se preocupar.
─ Mesmo?
─ Para ser honesto, ele nunca caiu. Mesmo que ele se mova rapidamente, ele sempre toma cuidado para não se bater demais. Ele nasceu com uma personalidade cautelosa.
Serbel falou como se Theor tivesse alguma semelhança com Astella.
‘Bem, é Kaizen quem é bom nessas coisas, sem se importar se seu corpo está machucado.’
De qualquer forma, seria bom que Theor tivesse uma personalidade cautelosa.
Serbel se aproximou de Astella desde o último incidente.
Kaizen ainda parecia um pouco desconfortável, mas não se incomodou em dizer nada.
Astella perguntou a Serbel com um sorriso.
─ O Conde Ecklen está saudável? Eu não o tenho visto ultimamente.
─ Sim, durante o inverno, esteve ocupado com a reorganização dos cavaleiros. Ele disse que mais cedo ou mais tarde passaria pelo Palácio da Imperatriz.
O diário que Astella leu na casa de sua mãe no inverno veio à sua mente por um tempo e depois desapareceu.
Ela lutou para tirar a memória da cabeça. Às vezes era melhor apenas colocar algumas coisas na parede do tempo.
Astella, olhando para Theor por um momento, ela de repente se lembrou e perguntou novamente a Serbel.
─ Como está a vida de Lord Velian? Você recebeu alguma notícia?
─ Ele…
Serbel balançou a cabeça ligeiramente por um momento.
─ Ele sempre manda uma carta longa toda vez que a situação é difícil, mas acho que ele está fazendo um bom trabalho.
─ Entendo.
Astella respondeu com indiferença.
Embora tenha sido exilado, ele não teria problemas com alimentação e vestuário, uma vez que era um funcionário administrativo.
Podia ser difícil. Mas tudo ficará bem se nada acontecer.
* * *
Antes que ela percebesse, a primavera havia passado e o verão havia começado.
À medida que o tempo esquentava, boas notícias chegaram.
Gretel, que foi para o sul do país, voltou para a capital. Theor, que desceu do cavalo, correu como um tiro.
─ Tia Gretel!
Gretel abraçou Theor e ficou um pouco surpresa.
─ Vossa Alteza, cresceu muito!
─ Tia Gretel, senti sua falta.
Theor agarrou-se a Gretel e não saiu do lado dela por um tempo. Ela abraçou Theor e tirou as garrafas que trouxera.
Depois que a plantação de ervas nas montanhas do sul foi iniciada, Gretel ficou lá o tempo todo.
Felizmente, diz-se que o cultivo está indo bem.
─ É um alívio que as flores desabrocharam rapidamente.
Gretel disse isso e colocou sobre a mesa um remédio feito com as ervas para desintoxicação que ela havia plantado no inverno.
Deve ter sido difícil cultivar ervas nas montanhas. Gretel parecia ter perdido muito peso e parecia cansada.
Astella pegou a garrafa de suas mãos e inclinou a cabeça na direção de Gretel.
─ Obrigada, Gretel, nunca esquecerei esta graça.
─ O que está dizendo? Claro que isso iria ajudá-la. É também para salvar o Imperador.
Gretel acenou e sorriu abertamente. Astella perguntou com um sorriso.
─ Meu irmão também voltou, certo?
─ Sim, o Duque realmente me ajudou muito.
Fritz visitou Gretel há algum tempo para conferir a plantação.
─ Como está Sua Majestade?
─ O mesmo de antes.
Kaizen ainda parecia bem. Ele não parecia doente ou cansado.
Astella imediatamente pediu a Kaizen que fosse até elas.
Depois de um tempo, Kaizen chegou. Ele também deu as boas-vindas a Gretel.
─ Senhorita Gretel, muito tempo sem te ver.
─ Vossa Majestade.
Kaizen tomou uma dose do remédio que Gretel trouxera.
Ela fazia Kaizen beber um frasco de remédio todos os dias. Depois de beber sete garrafas em uma semana, Gretel examinou Kaizen.
Felizmente, os resultados foram encorajadores.
─ Como resultado desta verificação, observa-se que o veneno está ficando cada vez mais fraco.
─ Isso é verdade?
─ Sim, não desapareceu completamente, mas se continuarmos tratando, mais cedo ou mais tarde desaparecerá sem deixar vestígios.
Astella estava tão feliz que estava prestes a chorar.
─ Vossa Majestade, estou muito feliz.
Astella ficou tão emocionada que as lágrimas foram intensas, Kaizen ficou bastante preocupado e a acalmou.
─ É graças a Gretel e a você. Gostaria de dar uma recompensa à senhorita Gretel. Diga-me o que você quer.
─ Sim, obrigada, Vossa Majestade o Imperador. Bem, deixe-me pensar um pouco mais sobre isso.
Astella ficou muito aliviada.
Kaizen a repreendeu, enxugando as lágrimas de Astella que vazaram em seus olhos.
─ Estou mais preocupado com você do que comigo. Você parece muito cansada todos os dias. Você está ficando mais magra a cada dia que te vejo.
Astella enxugou as lágrimas e rapidamente recuperou a compostura.
─ Acho que é porque tenho muito trabalho me preparando para os eventos da primavera.
─ Hannah será responsável pelos preparativos.
Astella sorriu e gentilmente o empurrou.
─ Está tudo bem. Agora retorne ao Palácio do Imperador. Ainda não terminou seu trabalho.
Kaizen parecia descontente, mas Gretel também estava com ela, então ele não teve escolha a não ser recuar.
Seus olhos ainda eram profundamente amorosos quando ele olhou para Astella.
─ Voltarei à noite.
─ Sim, estarei esperando.
Astella o mandou de volta e se aproximou de Gretel, que estava arrumando a bagagem.
─ Gretel, preciso te pedir um favor.
─ O quê? O que está acontecendo?
Astella disse a ele em voz baixa. Gretel respondeu com alegria.
─ Não se preocupe. Tenho medicamentos aqui para confirmar.
De repente, Astella se perguntou por que Gretel estava carregando tal remédio.
Mas ela sentiu como se estivesse fazendo algum tipo de experimento, então não precisou perguntar.
Depois de um tempo, Gretel voltou.
Astella sentou-se calmamente perto da janela, olhando para o jardim onde novos brotos estavam surgindo.
As flores perfumadas e as folhas verdes embelezavam lindamente o jardim.
Uma longa memória veio à mente.
Seis anos atrás, quando soube da existência de Theor, sentiu-se confusa e assustada.
Ela se lembrou de ter que fugir de cidade em cidade, preocupada em perder o filho.
Naquele momento, ela estava grata, mas preocupada com a presença de Theor. Mas desta vez foi diferente.
Astella tocou a parte inferior do abdômen com cautela.
Ainda não havia sinais, mas havia uma nova vida crescendo nela.
Esse fato a deixou extremamente feliz.
E desta vez havia mais uma pessoa que ficaria feliz.
Foi depois do pôr do sol que Kaizen voltou.
Como sempre, ele foi procurar Theor.
Theor estava brincando no jardim novamente hoje.
Depois de ver Theor, Kaizen foi procurar Astella.
─ A Imperatriz está em seu escritório.
─ Ainda?
Por que ela ainda estava lá quando o sol se põe? Ela parecia cansada pela manhã, e ele disse para ela fazer uma pausa.
Ao abrir a porta, viu Astella olhando pela janela.
─ Astella?
Kaizen entrou enquanto olhava para Astella perplexo. Ela lentamente se virou para ele. Então sorriu.
─ Majestade, tenho algo para lhe contar.
Kaizen se aproximou dela com uma expressão muito séria. Ele parecia preocupado que algo grande tivesse acontecido.
─ O que está acontecendo?
Astella respirou fundo por um momento e disse:
─ Acho que teremos um bebê.
Kaizen parou de andar.
Astella sorriu e tocou a parte inferior do abdômen. Há alguns dias, ela sentiu que algo estava errado com seu corpo.
Ela tentou chamar o médico imperial, mas Gretel chegou e ela pôde perguntar.
Astella continuou falando com um olhar um pouco envergonhado.
─ Pedi a Gretel que me examinasse antes de ir ao médico imperial. Ela disse que estou grávida.
Enquanto continuava sua explicação, ela evitou o olhar de Kaizen. Se sentiu assustada e envergonhada sem motivo.
Mas, por outro lado, se perguntava como o Kaizen reagiria.
‘Ele está feliz, certo?’
Eles estavam profundamente apaixonados. Kaizen também amava Theor.
Ela pensou que ele ficaria satisfeito. Mas não houve resposta.
Quando o olhou com atenção, percebeu que os olhos vermelhos e frios estavam vazios e endurecidos.
‘Por que não disse nada?’
Ao tentar perguntar, Kaizen abraçou Astella.
─ Vossa Majestade?
A envergonhada Astella o chamou. Neste momento, uma voz baixa e trêmula soou.
─ Obrigado, Astella.
As palavras curtas foram preenchidas com profunda sinceridade.
─ ….
Houve um sentimento que foi transmitido sem necessidade de uma longa explicação.
Ao apreciá-la e abraçá-la, ele sentiu profundo amor e carinho.
Astella silenciosamente se inclinou em seus braços e fechou os olhos.
Os dois compartilharam um momento feliz enquanto se abraçavam.
<Fim da história principal>