Como esconder o filho do imperador - Capítulo 168
No entanto, não apenas Astella, mas também seu irmão Fritz era claramente filho de seu pai.
Acima de tudo, Fritz foi definitivamente um filho nascido dez meses após o casamento.
─ Astella?
Ao ouvir a voz familiar, Astella olhou para cima surpresa. Kaizen estava olhando para ela.
─ Vossa Majestade?
Kaizen riu baixinho, porque ela estava muito surpresa.
─ O que você está olhando tão a sério? Não conseguia me ouvir, embora eu tenha batido na porta.
Ele achava que ela não ouviu porque estava se concentrando no diário.
─ Nada.
Astella fechou o diário e colocou-o na cômoda.
‘Ela tinha uma fraqueza e ele a forçou a se casar.’
Parecia que era algo que seu pai poderia fazer. Ela até achou que foi uma sorte seu pai ter morrido assim.
─ Você está bem? Você parece cansada.
Ao ouvir a voz preocupada de Kaizen, Astella voltou-se para ele novamente.
─ Estou bem.
Astella perguntou com um sorriso amigável.
─ Vossa Majestade está bem? O veneno…
Kaizen disse sorrindo, pensando que era uma preocupação excessiva.
─ Acho que já respondi dezenas de milhares de vezes, mas estou muito bem.
Ele estava falando sério, porque nada aconteceu quando ele chegou à mansão de seu avô.
As plantações nas montanhas do sul ainda estavam sendo preparadas.
Em breve eles poderiam cultivar ervas.
Kaizen estava bem até agora e sempre parecia saudável. Mesmo assim, Astella estava preocupada com Kaizen.
Ele deu um passo mais perto. Antes que ela percebesse, os dois estavam perto o suficiente para ela sentir sua respiração.
Astella sentiu suas orelhas arderem. A aparência bonita e o rosto sério de Kaizen davam a ele uma aura poderosa, então ela se sentiu um pouco envergonhada.
Foi por causa das lembranças da noite anterior.
Kaizen segurou a mão de Astella em silêncio. As mãos pálidas, como neve branca, estavam frias.
Ele franziu a testa ansiosamente.
─ Você está fria, vou pedir para trazerem mais lenha.
─ Está tudo bem.
Astella sorriu com sua preocupação excessiva.
─ Temos que guardar um pouco de lenha para o fogo. Tenho certeza que Theor voltará molhado.
Theor havia saído para os fundos da mansão com seu avô materno.
O jardim estava bom porque os soldados haviam removido a neve, mas o quintal ainda estava coberto de neve.
─ O Marquês ficará uma bagunça…
Kaizen deu um sorriso triste, talvez pensando a mesma coisa.
Por um momento os dois se entreolharam cara a cara e trocaram apenas sorrisos.
Após um momento de silêncio, Kaizen colocou os lábios levemente nas costas da mão de Astella. Lábios quentes tocaram as costas da mão fria.
─ Você se arrepende do que aconteceu ontem?
A primeira palavra que saiu de sua boca continha um leve tremor, como se fosse desaparecer imediatamente.
Era uma voz que continha a ansiedade e o medo que Kaizen vinha sentindo. Astella não conseguia acreditar que isso o preocupava desde ontem.
Kaizen devia estar nervoso, já que eles não tiveram o melhor relacionamento por muito tempo depois do casamento. Astella sorriu silenciosamente e passou os braços em volta dele.
Quando segurou o corpo largo nos braços, sentiu calor e um perfume familiar. Seus sentimentos por Kaizen ainda estavam misturados com vários sentimentos complexos.
Mas todas essas emoções gradualmente se tornaram uma grande estrutura de afeto. Astella deu sua resposta mais direta ao colocar o rosto no peito de Kaizen.
─ Não me arrependo nem um pouco.
Afinal, essa era a resposta correta. Por alguma razão, Astella não se arrependia de amar Kaizen.
Ao ouvir isso, Kaizen abraçou o corpo de Astella com mais força. Um hálito quente tocou a pele fria de seu pescoço.
─ Eu te amo, Astella.
Astella fechou os olhos ao ouvir aquela voz.
Depois de um tempo, Kaizen ergueu o queixo de Astella com uma das mãos. Um leve rubor rosado estava na pele pálida.
Olhos verdes claros como botões de primavera olharam para ele com carinho sincero. Kaizen beijou cuidadosamente seus lábios vermelhos.
Foi um beijo leve, açucarado como um doce.
* * *
Um pequeno trenó caiu no campo plano e coberto de neve.
O trenó, que deslizava na neve, tropeçou de repente e perdeu o equilíbrio e, quando estava na metade da descida, tombou para o lado e tombou.
Quando o trenó caiu, Theor rolou pelo campo de neve.
─Theor!
O Marquês correu ao lado dele surpreso. Uma pequena cabeça emergiu da neve.
─ Vovô, estou bem!
Theor estava sorrindo brilhantemente mesmo com os olhos fechados.
Felizmente, ele estava vestindo roupas grossas e não parecia estar ferido.
Ele sentou-se calmamente e sacudiu a neve da cabeça com as luvas.
A neve branca brilhou no cabelo preto e caiu.
─ Oh, que coisa… você deveria ter cuidado.
O Marquês balançou a cabeça e pegou Theor. Então, ele removeu a neve de suas roupas grossas com as mãos.
─ Vamos voltar para a mansão?
Ele não parecia estar dolorido, mas suas roupas estavam um pouco úmidas. Estava tentando convencê-lo a ir para a mansão e se trocar, mas Theor implorou lamentavelmente.
─ Quero brincar um pouco mais. Vovô, mais um pouco.
─ Sua mãe está esperando.
─ Minha mãe vai ficar bem porque ela está com meu pai.
Theor arrastou o grande trenó com um gemido.
─ Mamãe e papai estão reconciliados agora.
─ Sério?
O Marquês olhou para a mansão arrastando o trenó de Theor.
─ Eles estão se dando bem atualmente.
Mesmo no outono, Astella e o Imperador mantinham um bom relacionamento.
Naquela época, eles tinham acabado de começar a agir como amantes um do outro.
Depois de um ou dois meses, tinham um ambiente confortável e natural como o de um casal de verdade.
A Astella que ele viu novamente também parecia mais confortável e feliz do que ele lembrava. Havia afeto genuíno nos olhos de Astella quando ela olhava para Kaizen.
─ Você gosta de Sua Majestade?
Quando o Marquês perguntou em voz baixa, Theor assentiu sem pensar.
─ Eu gosto tanto da mamãe quanto do papai.
O Marquês riu e acariciou a cabeça de Theor.
Depois de mais alguns passos na neve, o Marquês trouxe Theor de volta para a mansão.
As empregadas lavaram o menino com água morna e o levaram para trocar de roupa.
O Marquês também voltou ao seu quarto e trocou de roupa por roupas secas.
Enquanto ele tentava sair novamente com as roupas trocadas, Astella chegou ao quarto do Marquês com um olhar de desculpas.
─ Me desculpe, vovô. Você teve dificuldades com Theor, não teve?
Astella pediu à empregada que lhe trouxesse um pouco de chá quente e sentou-se frente a frente com seu avô materno.
─ Não. Foi bom passar um tempo com ele depois de tanto tempo.
O avô materno era cortês na frente dos outros, mas quando ainda estavam sozinhos, eles se sentiam à vontade para conversar.
Astella também gostava muito disso.
Quando eles estavam juntos assim, a Imperatriz sentia que eles eram apenas um avô e
uma neta.
─ Theor está esperando por você.
Seu avô olhou pela janela e disse. Astella sorriu e contou ao avô.
─ Não se preocupe com Theor. Sua Majestade irá levá-lo para fora.
Kaizen disse que levaria Theor para sair à tarde porque o vovô parecia estar sofrendo demais.
Como eles disseram que iam ver o lago de gelo, eles voltariam para jantar.
─ Tenho um chá quente pronto.
Astella serviu chá na xícara trazida pela criada. A xícara branca estava cheia de chá medicinal quente com um perfume distintivo.
Seu avô, que provou o chá, falou com admiração.
─ Cheira bem. É um novo chá.
─ O do novo lote de Gretel, eu trouxe para distribuir.
Também houve um pouco de conversa sobre o desenvolvimento da plantação de ervas.
Os dois trocaram isto e aquilo sobre os assuntos da capital. Quando a xícara estava meio vazia, Astella perguntou baixinho ao avô materno.
─ Bem, avô.
─ Hum?
─ Talvez a minha mãe…
Ela não achou que deveria perguntar. Ainda assim, Astella queria descobrir, mesmo que fosse vagamente.
─ Minha mãe teve filhos antes de dar à luz a Fritz?
Os olhos do avô se arregalaram e ele olhou para Astella.
─ De onde você ouviu isso?
─ Por acaso vi o diário da minha mãe outro dia.
Ela realmente não disse onde o viu.
─ É isso que está escrito no diário?
─ Não estava escrito em detalhes, mas havia uma pista…
─ Hum.
O avô materno olhou para baixo por um momento, suspirou profundamente e continuou suas palavras.
─ Ela engravidou do conde Ecklen pouco antes do casamento com o duque, mas infelizmente, ela teve um aborto espontâneo antes da lua de mel.
Astella tentou não expor o choque. Era uma resposta esperada, mas foi chocante ouvi-la pessoalmente.
─ Ela não contou a ninguém porque era difícil… e agora ela tinha outras responsabilidades como esposa.