Como esconder o filho do imperador - Capítulo 165
Astella levou Theor para sua antiga casa.
Todos os cavaleiros ficaram na mansão do avô e eles partiram com um grupo simples com alguns guardas.
A antiga casa não ficava longe da propriedade do avô materno.
Eles saíram depois do café da manhã para que pudessem chegar na hora do almoço.
No final da longa estrada havia uma pequena mansão de três andares.
Era uma casa pequena, mas já foi uma villa elegante.
Assim que o telhado familiar apareceu, Theor gritou de alegria.
─ É minha casa!
A carruagem que transportava o grupo entrou no pequeno jardim da frente da mansão.
Assim que abriu a porta, Theor correu para dentro de casa.
─ Theor, vá devagar.
Astella seguiu Theor até dentro de casa.
Kaizen, que permaneceu na porta, olhou lentamente ao redor da velha construção.
Quanto mais ele olhava, mais chocante era. Este é o lugar onde Astella morava.
Ele ouviu dizer que era uma casa antiga, mas era pior do que ele imaginava.
A parede estava rachada e uma das torres foi totalmente derrubada, impossibilitando o reconhecimento da mesma.
Todas as lajes em frente à porta principal estavam quebradas e rachadas. Grama seca brotava no chão entre as lajes quebradas.
‘Ela estava morando em um lugar como este.’
Kaizen sabia que ela teve uma vida difícil, mas se sentiu mal quando viu isso com seus próprios olhos.
Astella diz que se sentia confortável aqui sem se preocupar, mas criar um filho nesse ambiente deve ter sido inimaginável.
Kaizen entrou na casa com o coração pesado.
* * *
Theor estava muito feliz por estar em casa.
Ele caminhou, deu uma volta com Panqueca, saiu para o quintal e pisou na grama seca.
‘É bom estar de volta aqui.’
Astella também olhou em volta e ficou emocionada. Antes dela partir, seu avô materno disse que o local estaria como eles se lembravam.
─ Suas coisas e as de Theor foram organizadas e trazidas para lá.
Vovô explicou isso e adicionou que, como Theor estava planejando uma visita, ele queria manter a aparência anterior tanto quanto possível.
Astella agradeceu ao avô.
─ Você fez um bom trabalho.
Theor ficaria muito chateado se voltasse para casa e a casa estivesse vazia.
Felizmente, devido aos cuidados do avô materno, a casa estava idêntica a quando eles saíram.
Móveis antigos mas familiares, decorações simples. Estava muito mais limpo do que ela pensava, já que estava vazio há muito tempo.
Astella entrou na cozinha e percebeu que a cozinha estava mais limpa do que na época em que era usada por Astella.
As ferramentas domésticas estavam limpas e brilhantes. O depósito de alimentos também estava cheio de ingredientes frescos, desde queijo, biscoitos, pão e carne em conserva até vegetais.
Havia vários preparativos. A comida do jantar foi preparada com antecedência, já que eles ficariam na casa por um ou dois dias.
Parece que foi preparado com antecedência para que ela pudesse apenas tirar a comida e comer.
Astella admirou o cuidado meticuloso do avô.
‘Ele é surpreendentemente cuidadoso.’
Pela janela, ela viu Theor correndo pelo quintal. Astella abriu a porta da cozinha e chamou Theor, que estava brincando.
O menino, que caminhava sobre folhas secas com Panqueca, correu em direção a Astella.
─ Theor, você não está com fome?
─ Um pouco.
Theor pensou por um momento e respondeu como se estivesse em dúvida. Ele parecia ter esquecido sua fome porque estava muito absorto em brincar.
Ele estava tão animado para ir para casa que tomou o café da manhã apressadamente.
Astella disse enquanto olhava para Theor e Panqueca.
─ Acho que os dois precisam comer alguma coisa. Já passou da hora do almoço.
Ela não podia deixar os cavaleiros que vieram com eles morrerem de fome.
─ Theor, há alguma comida que você gostava de comer quando morava aqui?
─ Aqui?
Theor contemplou por um momento com a pequena mão na ponta do queixo.
─ Bem… salada de batata e sanduíche.
─ Sério? Você quer comer isso?
Ela perguntou novamente porque ficou surpresa ao ver que o menu era muito simples.
─ Ah. É hora do almoço agora.
─ Sim, é.
Como era almoço, parecia um cardápio simples.
─ Sim. Farei isso para você em um momento.
Astella chamou uma empregada que veio com ela. O vovô disse que mandaria várias criadas, mas ela recusou porque seria muita gente.
─ Chamou, Majestade?
A jovem criada inclinou a cabeça com uma expressão nervosa.
─ Você deve ter trazido o almoço do Imperador, certo?
─ Sim, trouxe da mansão.
─ Então sirva a comida de Sua Majestade e também dê aos cavaleiros a comida que trouxe para mim e Theor.
A empregada, que estava ouvindo a ordem, perguntou, confusa.
─ Bem, mas e Vossa Majestade a Imperatriz e Sua Alteza o Príncipe Herdeiro…
─ Só temos que comer o que está aqui. Em vez disso, traga-me um pão.
─ Sim, Vossa Majestade.
Astella foi até a cozinha, tirou batatas, alface e presunto e colocou na bancada.
Passos vieram de trás. Ela olhou para trás para ver se a empregada havia trazido o pão, mas era Kaizen parado ali.
─ Astella.
─ Vossa Majestade?
Quando Kaizen entrou na cozinha, ele perguntou, um pouco surpreso.
─ Por que você não come?
─ Vou preparar o almoço do Theor pela primeira vez depois de muito tempo.
Astella explicou com um sorriso.
Como voltou para sua antiga casa depois de muito tempo, ela queria fazer alguma comida que o menino costumava comer aqui.
O palácio sempre tinha comida deliciosa, mas ela achou que seria bom cozinhar.
Kaizen, que estava ouvindo a explicação, disse de repente:
─ Eu vou te ajudar.
─ O quê?
Astella, que estava cortando presunto, ergueu a cabeça surpresa.
─ Vai me ajudar?
─ Sim.
Kaizen franziu a testa, como se estivesse se perguntando o que havia de errado. Astella olhou para ele em silêncio.
‘Kaizen fazendo comida.’
Ela achava que ele nunca tinha entrado em uma cozinha.
─ Eu disse a eles para prepararem a comida de Vossa Majestade.
─ Você e Theor vão comer o que você vai cozinhar aqui e eu tenho que comer sozinho o que trouxe da mansão?
Kaizen olhou para Astella como se estivesse atordoado ao perguntar.
─ Isso é…
Claro, era isso que significava. Astella respondeu, sem confiança.
─ Minha habilidade não é muito boa.
Ela cozinhou há seis anos e aprendeu muitos truques. Como fazer uma sopa simples, um ensopado ou um pão.
Naturalmente, não bastava ter esse nível de habilidade para preparar uma refeição para o Imperador.
─ Não importa.
Em voz baixa, Kaizen deu uma resposta casual.
─ Gosto de tudo que você me dá.
─ …
Enquanto tirava uma tigela, Astella fez uma pausa e olhou para ele. Kaizen evitou seu olhar.
Talvez fosse porque ele sabia que o que disse foi constrangedor, então manteve os olhos nos vegetais que colocara no balcão.
Astella também ficou envergonhada e rapidamente olhou para a tigela.
─ Bem, você pode lavar as batatas?
Depois de quebrar o silêncio constrangedor, Astella tirou algumas batatas da cesta e entregou-as a Kaizen.
Kaizen lavou as batatas uma por uma. Ele pegou uma batata com caroços e lavou-a com tanta força que não sobrou nem um grão de poeira.
O olhar dele era tão sério que Astella quase riu. Kaizen olhou para ela e perguntou.
─ Por que você está rindo? Não é assim que se faz?
─ Não, está bem.
A empregada distribuiu a comida dos soldados e trouxe o pão.
Astella cortou o pão, colocou alface, presunto e queijo e fez um sanduíche.
Enquanto isso, de um lado, as batatas eram fervidas.
Ela amassou as batatas bem cozidas, acrescentou um pouco de manteiga e leite e temperou com sal e pimenta.
A batata fofa amassada se transformou em uma salada de batata com cheiro salgado.
Havia uma sala de jantar com uma pequena mesa ao lado da cozinha.
Originalmente utilizada pelas empregadas, a sala de jantar da mansão já havia sido convertida em depósito, por isso mãe e filho sempre comiam na sala de jantar ao lado da cozinha.
Astella chamou Theor e se sentaram para comer.
─ Delicioso!
─ Tem certeza que está bom?
─ Sim!
Theor respondeu, mastigando o sanduíche.
─ É igual ao que comi antes.
Foi feito depois de muito tempo, então ela ficou preocupada, mas parecia estar bem. Kaizen, que provou as batatas, também as admirou silenciosamente.
─ Está delicioso.
─ É só uma salada.
─ Ainda está bom.
‘De qualquer forma, que bom que eles gostaram.’
Astella também comeu.
─ Não posso dormir aqui hoje? Eu quero dormir aqui. Theor comeu um sanduíche e depois falou para Astella.
Ela respondeu a Theor com um olhar preocupado.
─ Eu adoraria fazer isso por você, mas…
Astella olhou ao redor da casa.
─ Agora é inverno. Vai estar muito frio aqui à noite.
Esta velha mansão era fria o suficiente para fazer tremer no inverno.
Além disso, para Theor dormir aqui, ele tinha que deixar as criadas e os soldados ficarem aqui.
Ela não podia deixar todos saírem de uma bela mansão e dormirem neste lugar velho e frio.
─ Entendo…
Theor parecia muito desapontado. Vendo tudo isso, Kaizen disse:
─ Ficaremos mais alguns dias aqui, para que você possa vir brincar todos os dias.
Theor se animou novamente e agarrou Astella e perguntou a ela:
─ Posso?
De qualquer forma, eles decidiram ficar na propriedade de seu avô por alguns dias. Não seria mau vir aqui registar memórias porque não havia mais nada para fazer.
Astella não sabia quando retornaria aqui depois de voltarem ao palácio.
─ Tudo bem. Então vamos para a mansão do vovô esta noite e voltaremos amanhã.
─ Sim!
Theor, encantado, correu de volta para o quintal com Panqueca.
Ao vê-lo tão feliz, ela ficou satisfeita.
* * *
Depois de terminar a refeição, Astella lavou a louça e arrumou a cozinha.
O sol estava se pondo do lado de fora da janela. Era hora de voltar.
O grupo deixou o clima agradável para trás e se preparou para retornar ao casarão.
Mas então ocorreu um problema.
─ Neve…
Ela viu um floco de neve branco pela janela. Flocos brancos caíram aos poucos contra o fundo do céu cinzento.
Astella ficou surpresa e correu para arrumar suas coisas.
─ Ah, tenho que me apressar.
Kaizen perguntou, como se não conseguisse entender vê-la se apressando para sair.
─ Não se preocupe muito. Mesmo que esteja nevando, podemos chegar antes de escurecer.
─ Não é isso.
Ali não era a capital, onde era mais quente Quando a neve no Leste começava a cair, ela rapidamente se acumulava até a cintura.